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SUPERESTRUTURA

DE VIAS
TERRESTRES

22 – Recuperação e Reforço
de Pavimento

Campus Alto Paraopeba


ORGANIZAÇÃO

INTRODUÇÃO

GENERALIDADES E CONCEITOS PRELIMINARES


Avaliações preliminares
Viga Benkelman
FWD

REFORÇO DE PAVIMENTOS
Métodos

EXEMPLO DE PROJETO

EXERCÍCIO
Qual a idade deste pavimento ?
Como recuperá-lo?
INTRODUÇÃO

O reforço por meio de camada asfáltica adicional ou recapeamento é o


procedimento mais utilizado na reabilitação de pavimentos. Este tipo
de intervenção pode ser utilizado tanto para corrigir defeitos
estruturais como funcionais.

Defeitos estruturais => Considera aspectos do pavimento de caráter físico e


mecânico.

Defeitos funcionais => Leva em consideração apenas o conforto e a


segurança dos usuários.

FONTE: Pavimentação Asfáltica, Formação Básica para Engenheiros, 2008.


INTRODUÇÃO

Conforme expõe a IPR 720, DNIT (2006), grande parte da malha viária
federal já superou a vida útil dos projetos originais por isto existe uma
grande transferência de recursos destinado a restauração e
reabilitação dos pavimentos.

FONTE: CNT (2013).


INTRODUÇÃO
Restauração x Reabilitação
Segundo as definições de um pavimento, a
superestrutura de múltiplas camadas que o compõe,
deve ser capaz de absorver as cargas oriundas do
trafego, mantendo o conforto e a segurança dos
usuários de forma a manter os deslocamentos e as
deformações a níveis de projeto .

Quando este níveis de deformações ultrapassam o


tolerável, abalando a segurança e o conforto dos
usuários, o pavimento está iniciando a sua
deterioração proveniente por exemplo de deformações
irreversíveis (plásticas), neste período tem-se a
necessidade de reabilita-lo, por meio de atividades de
manutenção e/ou conservação.

- através de restauração: dentro da vida útil, desempenho compatível com


o projetado, sem prejuízo as condições de tráfego, correções localizadas e
recapes.
- através da reabilitação: ultrapassou a vida útil, prejudicando as condições
de tráfego, retomada funcional e estrutural, predominância de serviços de
reconstrução.
INTRODUÇÃO

- através de reforço: reabilitação ou restauração, nova(s) camada,


flexível, aporte estrutural Obs: pode haver reforço de camadas
granulares
Objetivo:

Recomposição da serventia:
- Qualidade de rolamento
- excesso de defeitos
- aderência pneu / pavimento
- custos de conservação
- custos ao usuário
- capacidade estrutural baixa - tráfego

Serventia?
INTRODUÇÃO

Processo de Recuperação (restauração e/ou reabilitação):

- “É mais uma arte do que uma ciência”


- Cada método um resultado diferente
- Necessário experiência
- Existem poucas informações
Engº Mauricio Luiz de Oliveira Franco

Fatores a serem analisados na seleção da alternativa:

- Qualidade de rolamento e defeitos - idade do pavimento


- tráfego, passado e futuro - histórico da conservação
- avaliação estrutural - características demográficas
- intemperismo Geralmente utilizados:
- drenagem - defeitos
- Topografia - tráfego atual e futuro
- estrutura existente: pontes, meio-fios, - capacidade estrutural
sarjetas, acostamentos
- vida útil
- materiais utilizados e disponíveis
INTRODUÇÃO

Definição do problema:

identificar e estabelecer a condição do pavimento

- Coleta de dados: condição, estrutura, geometria, subleito e materiais


empregados, tráfego, intemperismo, drenagem e segurança,

- Avaliação dos dados: definir causas e extensão da deterioração, precisa


condição do existente.

- Identificação das restrições: na fase de definição do problema - recursos


financeiros, tráfego, vida útil, geometria, gabarito OAE, materiais,
equipamentos, executor.
INTRODUÇÃO

Uma grande variedade de métodos e procedimentos para dimensionamento


de reforço asfáltico foram desenvolvidas e são utilizados por vários órgãos
rodoviários. Porém, ainda não existe até o momento um consenso sobre a
metodologia mais adequada. (PINTO e PREUSSLER, 2002).

Experiência regional e Resistência (Deformações


1960
permanentes).

Análises de tensões e deformação - métodos


HISTÓRICO 1970
Mecanísticos.

1980 Gerência de Pavimentos.


INTRODUÇÃO

(1)
(2)
(3)

Em função das diferentes possibilidades de análises, seja elas normatizadas ou


não exige-se sempre experiência e conhecimento de todos os parâmetros que
compreendem a pavimentação para que se possa escolher a melhor
metodologia., por tanto é imprescindível conhecer os princípios que norteiam
cada metodologia de dimensionamento.

(1) Deflectometrica
Trata da relação entre o numero de solicitações de trafego e deflexão máxima
obtidas sob carregamento. A espessura do reforço deve ser necessária para
reduzir a deflexão recuperável a um valor admissível, que corresponde a um
comportamento comprovadamente satisfatório, considerando o tráfego previsto.
INTRODUÇÃO

As relações entre espessura de reforço e redução da deflexão são bastante


conhecidas devido a diversos estudos desenvolvidos por organismo com: Asphalt
instituto, Califórnia Department of Transportation, U.S. Army Corps of Engineers e
o transportation Research Laboratory.

(2) Deficiência Estrutural e/ou Resistência

Fundamenta-se na consideração de que a espessura do reforço deve ser a


diferença entre a espessura total requerida para o pavimento e a “espessura
equivalente ou efetiva” determinada para o pavimento existente.
Essa espessura equivalente ou efetiva é determinada por meio dos fatores de
equivalência estrutural adotados em função do tipo e qualidade dos materiais
utilizados na estrutura do pavimento existente.

Vários organismos internacionais como o Asphalt Institute, U.S Army Corps of


Engineers e a AASHTO, possuem métodos de dimensionamento que se baseiam
no enfoque de deficiência estrutural e/ou funcional.
INTRODUÇÃO

(3) Abordagem Mecanístico empírica

Com desenvolvimento da Mecânica dos Pavimentos, os métodos de


dimensionamento de reforços de pavimentos baseados em critérios
mecanísticos ou analíticos vêm sendo crescentemente utilizados.

O método permite a interpretação racional do comportamento elástico dos


pavimentos, com as mais variadas composições de materiais de reforço e
quando sujeitos a ação dos diversos tipos de carregamentos, por meio da
interação tensão, deformação implementado por meio do modulo de
elasticidade resiliêntes, deformações permanentes, ecoeficiente de Poison.

A análise mecanística é um poderoso ferramental para efetuar um


dimensionamento adequado, apesar de se enfrentarem dificuldades que a
colocam em risco, como a confiabilidade de dados, principalmente quando ás
características elásticas dos materiais das camadas, e quanto à previsão da
deterioração por alguns critérios empíricos, além da interpretação correta dos
resultados obtidos.
INTRODUÇÃO

Tendo em vista os diversos métodos disponíveis para dimensionamento


do reforço de pavimentos, bem como em função da complexidade
envolvida em cada método, este trabalho tratará dos seguinte métodos:

Mestre Armando Martins Pereira


Engº Bolivar Lobo Carneiro

Doutor César Queiroz

Doutor Salomão Pinto e Doutor Ernesto Preussler

Para permitir o melhor entendimento dos métodos supracitados,


anteriormente faz necessário explorar os seguintes assuntos:

Avaliações preliminares
Avaliação estrutural
Deterioração dos pavimentos (Não abordado)
Avaliação preliminar
Avaliação preliminar
Avaliação preliminar

Condição da superfície – (Funcional) x Condição estrutural

Não brasileiro – mas utilizados


Método PARAGON / 2004
Manual de Identificação de Defeitos
Método VIZIR / 1991 SHRP / 1993

Método PCI /1979 Metodologia Empregada em Dakota do


Sul/EUA
Avaliação preliminar

Métodos DNIT
Avaliação preliminar
Avaliação preliminar
AVALIAÇÃO ESTRUTURAL:
– Comportamento da estrutura x tráfego

DEFORMAÇÕES PERMANENTES:
– Caráter residual
– Flechas nas trilhas, rupturas plásticas
DEFORMAÇÕES RECUPERÁVEIS:
– Comportamento elástico da estrutura
• Cessam após passagem da carga
• Esforços de tração Levam à fadiga
• Refletem bem o comportamento da estrutura
Comportamento da estrutura x tráfego

Na prática: medida segundo a longitudinal


ÁREAS DE CONTATO DOS PNEUMÁTICOS
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Avaliação estrutural
Desenvolvimento das soluções para o Projeto do Reforço :

- definir possíveis soluções

- estudos de pré-dimensionamento

- quantidades geradas - estimativa de custos

Definição da solução adequada: não há método seguro ou exato - engenharia,


criatividade e flexibilidade - experiência

-Avaliação econômica: considerar todo ciclo de vida, intervenções anteriores,


considerar fatores não monetários – vida, tempo e facilidade de obra, controle
de tráfego, confiabilidade, conservação.

- Seleção da alternativa: monetário - não monetário


Projeto, construção e monitoramento
- Definida alternativa
- Projeto detalhado
- Especificações de serviços
- Orçamento
- Obra: acompanhamento eficiente
MÉTODOS

PRO 10/79 – Método A

O PRO 10/79 é um dos procedimentos Os resultados dos estudos


normalizados para o dimensionamento de defletométricos de superfície e das
reforços. Seus princípios básicos derivaram prospecções realizadas são
do trabalho: “Análise das Condições de representados graficamente para
Deformadilidade de reforços com Base na auxilio na divisão do trecho em
Experiência Californiana” (Pereira, A. M– segmentos homogêneos. Após
1973). definidos os seguimentos
homogêneos, calcula-se para um
deles, a deflexão média(D ) e o
desvio padrão (s), procedendo a
eliminação dos valores fora do
intervalo, D ± zs, em que z é
estimado em função de “n”,
mediante o critério constante em
tabela apresentada na norma.
Após esse procedimento, define-se então a chamada deflexão característica
(Dc) como a média dos valores contidos no intervalo de aceitação, somada ao
desvio padrão das medidas; Dc = D + s. Cumpre ressaltar que a norma
considera que as deflexões correspondam a eixos de cargas de 6,8tf enquanto
que as medições são normalmente levantadas para a carga de 8,2tf. Assim
sendo, devem ser efetuadas conversões.
A PRO 10/79 é uma norma que tem embasamento experimental bastante
significativo, muito embora reconheçam-se as dificuldades decorrentes da adaptação
de métodos empíricos oriundos de países de clima temperado. Os critérios adotados
para a fixação das espessuras de proteção do material subjacente ao concreto
asfáltico, consubstanciados no nomograma 3, parecem conduzir a valores algo
conservadores, que levam a um dimensionamento seguro, porém com reflexos no
custo inicial de construção.

A utilização da norma PRO 10/79 é bastante trabalhosa, envolvendo o uso de


diversos ábacos e diversas etapas de cálculo. É possível, no entanto, informatizar a
sua aplicação, tornando o seu uso simples e rápido.
PRO 11/79 – Método B

Os procedimentos preliminares de obtenção dos dados desse método de


avaliação e dimensionamento são os mesmos da PRO 10/79.

A partir do inventário de superfície e das deflexões recuperáveis, divide-


se o trecho em segmentos homogêneos; para cada segmento determina
se estatisticamente a deflexão de projeto dp como descrito na PRO 10/79
Em função dos parâmetros estruturais (dp , dadm e R) e baseado na tabela a
seguir (Tabela III da Norma), procura-se:

a) fixar a necessidade de estudos complementares;


b) definir o critério para avaliação e calculo do reforço;
c) fazer recomendações de medidas corretivas.

O critério de deflexão admissível contido na PRO 11/79 foi extraído do ‘’


Asphalt Institute’’, para pavimentos flexíveis constituídos de base granular e
revestidos com concreto betuminoso. A equação para determinação de dadm,
apresentada a seguir, corresponde a deflexões com carga padrão de 8,2 tf por
eixo.
log dadm = 3,01 – 0,175 log N
Se o pavimento for constituído da base granular revestida com tratamento
superficial, a deflexão admissível calculada deve ser multiplicada por dois,
para efeito de avaliação estrutural. Para pavimentos semi-rígidos, com base
de solo cimento ou de brita tratada com cimento, que não apresentem
fissuração exagerada, deve ser adotada como dadm a metade do valor
calculado, independente do tipo de revestimento.
Definida na avaliação estrutural a necessidade de reforço e a possibilidade
de aplicação de critério defletométrico, o cálculo da espessura de reforço
em concreto asfáltico é feito na PRO 11/79 de forma muito simples.
Inicialmente calcula-se a deflexão admissível, pela expressão já
apresentada, em função do tráfego previsto para o novo período de projeto.
A espessura de reforço em concreto asfáltico é então calculada pela
expressão proposta pelo engenheiro argentino Celestino Ruiz, utilizando-se
como parâmetros à deflexão admissível e a deflexão Benkelman de projeto
de segmento em análise, a saber:
A norma PRO – 11/79 é de aplicação simples. Contudo, os resultados
obtidos indicam sistematicamente espessuras de reforço inferiores àqueles
que são obtidos pela aplicação da PRO – 10/79.

Método PRO – 159/85


PRO 269/94 – Tecnapav
MODELO DE PROJETO

EXERCÍCIOS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Balbo, José Tadeu (1992) Mecânica de Pavimentos Básica. Texto para curso
de graduação, EPUSP, São Paulo
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (1979) Projeto de
Restauração de Pavimentos Flexíveis e Semi-rígidos . Procedimento A. DNIT-
PRO 10-79-A, Rio de Janeiro.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (1979) Projeto de
Restauração de Pavimentos Flexíveis e Semi-rígidos . Procedimento B. DNIT-
PRO 11-79-B, Rio de Janeiro.

DNER ME 024/94 – Determinação de Deflexão pela Viga Benkelman. DNER,


Rio de Janeiro, 1994.

IP-09/2004 - Projeto de Reforço para Restauração de Pavimentos Flexíveis.


Instrução de Projeto Prefeitura Municipal de São Paulo, 2004. 18 p.
PATERSON, W.D.O., Road Deterioration and Maintenance - Effects Models
for planning and management. The World Bank, Washington, D.C., Johns
Hopkins, 1987.

PINTO, Salomão; PREUSSLER, Ernesto. Pavimentação rodoviária: conceitos


fundamentais sobre pavimentos flexíveis. 2.ed. Rio de Janeiro: Ed. do
Autor, 2002. 259 p.

Rocha Filho, Nelson Rodrigues (1996) Estudo de técnicas para avaliação


estrutural de pavimentos por meio de levantamentos deflectométricos.
Dissertação (Mestrado), ITA, São José dos Campos.

RODRIGUES, R.M., Projeto de Pavimentos. Apostila do curso de Mecânica e


Desempenho de Pavimentos, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ITA,
São José dos Campos, 1998.

SANTANA, H., Manual de pré-misturado a frio. IBP/Comissão de Asfalto,


Rio de Janeiro, 1993.

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