Você está na página 1de 20

AZEVEDO NETTO

MIGUEL FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ


AZEVEDO NETTO
Este livro é voltado aos profissionais e
estudantes de Engenharia e permanece MIGUEL FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ
indispensável à biblioteca mínima dos
técnicos do setor, procurando atender
também àqueles que, embora não espe-
cialistas, precisem interagir com essa
especialidade.

Desenvolve conceitos e princípios básicos


necessários ao entendimento da teoria e
compreensão dos fenômenos. Também apre-
senta comentários, aplicações práticas, dados

manual de
técnicos e exemplos de dimensionamentos e proje-

HIDRÁULICA
tos de unidades e sistemas em que a água está presen-
te, seja como técnica predominante, seja como coadjuvante:
estruturas hidráulicas, tubulações, canais, bombeamentos, turbi-
nas, unidades de tratamento, redes de distribuição de água e de coleta de esgotos,
reservatórios, instalações prediais, irrigação, drenagem pluvial, medições e aces-
sórios frequentes.

Apresenta parâmetros que permitem desenvolver anteprojetos ao citar Normas


Técnicas adotadas pelas entidades normatizadoras, e ao sugerir valores consagra-
dos pela prática usual e pela experiência do autor.

manual de
Esta 9ª edição, preparada pelo engenheiro Miguel Fernández y Fernández, escolhi-
do pelo Prof. Azevedo Netto para esse fim, mantém muito das edições anteriores,
mas apresenta reorganizações, modificações, acréscimos, informações e atualiza-

HIDRÁULICA
ções significativas.

9ª edição
Manual de Hidráulica 5

PROF. ENG. JOSÉ MARTINIANO DE AZEVEDO NETTO


(1918 - 1991)
Engenheiro Civil pela Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo em 1942

MIGUEL FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ


Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1970

MANUAL
DE
HIDRÁULICA
9ª EDIÇÃO

hidráulica 00.indd 5 06/04/15 17:06


Manual de Hidráulica
© 2015 José Martiniano de Azevedo Netto
Miguel Fernández y Fernández
9ª edição – 2015
2ª reimpressão – 2017
Editora Edgard Blücher Ltda.

FICHA CATALOGRÁFICA

Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4º andar Azevedo Netto, José M. de (José Martiniano de),
04531-934 – São Paulo – SP – Brasil Manual de hidráulica / José Martiniano de Azevedo
Tel.: 55 11 3078-5366 Netto, Miguel Fernández y Fernández. – 9. ed. – São Paulo:
contato@blucher.com.br Blucher, 2015.
www.blucher.com.br

Bibliografia

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, conforme 5. ed. ISBN 978-85-212-0500-5


do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa,
Academia Brasileira de Letras, março de 2009.
1. Hidráulica 2. Engenharia hidráulica I. Título
II. Fernández, Miguel Fernández y

É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer


meios sem autorização escrita da editora. 15-0153 CDD 627

Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda.


Índices para catálogo sistemático:
1. Hidráulica

p.iv_Azevedo_manualdehidraulica.indd 4 12/05/2017 15:32:38


Manual de Hidráulica 11

CONTEÚDO

PARTE A CONCEITUAL
A-1 Princípios Básicos, 15
A-2 Hidrostática, 35
A-3 Equilíbrio dos Corpos Flutuantes, 51
A-4 Hidrodinâmica, 57
A-5 Orifícios, Bocais e Tubos Curtos, 71
A-6 Vertedores, 91
A-7 Escoamento em Tubulações, 109
A-8 Cálculo do Escoamento em Tubulações sob Pressão, 139
A-9 Condutos Forçados, 193
A-10 Acessórios de Tubulações , 217
A-11 Bombeamentos, 255
A-12 Golpe de Aríete/Transiente Hidráulico, 293
A-13 Sistemas de Tubulações, 309
A-14 Condutos Livres ou Canais, 327
A-15 Hidrometria, 371

hidráulica 00.indd 11 07/05/15 15:29


12 Manual de Hidráulica

PARTE B HIDRÁULICA APLICADA


B-I Sistemas Urbanos, 405
B-I.1 Sistemas Urbanos de Abastecimento de Água, 407
B-I.2 Sistemas Urbanos de Esgotos Sanitários, 445
B-I.3 Sistemas de Drenagem Pluvial, 468
B-II Instalações Prediais, 497
B-II.1 Instalações Prediais de Água, 499
B-II.2 Instalações Prediais de Esgotos, 511
B-II.3 Instalações Prediais de Águas Pluviais, 519
B-III Hidráulica Aplicada à Irrigação, 529
B-III.1 Uso da Água pelas Culturas Agrícolas, 531
B-III.2 Características do Solo, 535
B-III.3 Métodos de Irrigação, 537
B-III.4 Elaboração de Projeto – Dimensionamento, 548
B-IV Diversos, 567
B-IV.1 Bombas e Casas de Bombas, 569
B-IV.2 Medições – Indicações e Cuidados na Medição de Vazões, 583

PARTE C ANEXOS
C-1 Sistema Internacional de Unidades (SI), 601
C-1.1 Apresentação, 601
C-1.2 Unidades do Sistema Internacional, 602
C-1.3 Outras Unidades, 603
C-1.4 Observações, 604
C-1.5 Relações de Medidas e Conversões de Unidades, 605
C-2 Convenções e Notações, 609
C-3 Índice Remissivo, 615
C-4 Bibliografia, 621
C-5 Alfabeto Grego, 627
C-6 Informatização e Acessibilidade, 629
C-7 Agradecimentos, 631

hidráulica 00.indd 12 06/04/15 17:06


A-1 – Princípios Básicos 15

Capítulo A-1

Princípios Básicos
A-1.1 CONCEITO DE HIDRÁULICA – SUBDIVISÕES
A-1.2 EVOLUÇÃO DA HIDRÁULICA
A-1.3 SÍMBOLOS ADOTADOS E UNIDADES USUAIS
A-1.4 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, CONCEITOS
A-1.4.1 Definições – Fluidos: Líquidos e Gases
A-1.4.2 Massa Específica, Densidade e Peso Específico
A-1.4.3 Compressibilidade
A-1.4.4 Elasticidade
A-1.4.5 Líquidos Perfeitos
A-1.4.6 Viscosidade/Atrito Interno
A-1.4.7 Atrito Externo
A-1.4.8 Coesão, Adesão e Tensão Superficial
A-1.4.9 Solubilidade dos Gases
A-1.4.10 Tensão de Vapor

A-1.5 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO


A-1.5.1 Aceleração de Coriolis

hidráulica 01.indd 15 30/03/15 11:48


A-1 – Princípios Básicos 17

Capítulo A-1

Princípios Básicos

A-1.1 CONCEITO DE HIDRÁULICA – SUBDIVISÕES


O significado etimológico da palavra Hidráulica é “condução de água” (do grego hydor,
água e aulos, tubo, condução).
Entretanto, atualmente, empresta-se ao termo Hidráulica um significado muito
mais lato: é o estudo do comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso,
quer em movimento.
A Hidráulica pode ser assim dividida:
• Hidráulica Geral ou Teórica
• Hidrostática
• Hidrocinemática
• Hidrodinâmica
• Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica

A Hidráulica Geral ou Teórica aproxima-se muito da Mecânica dos Fluidos.


A Hidrostática trata dos fluidos em repouso ou em equilíbrio. A Hidrocinemática
estuda velocidades e trajetórias, sem considerar forças ou energia. A Hidrodinâmica re-
fere-se às velocidades, às acelerações e às forças que atuam em fluidos em movimento.
A Hidrodinâmica, em face das características dos fluidos reais, que apresentam
grande número de variáveis físicas, o que tornava seu equacionamento altamente com-
plexo, até mesmo insolúvel, derivou para a adoção de certas simplificações tais como a
abstração do atrito interno, trabalhando com o denominado “fluido perfeito”, resultando
em uma ciência matemática com aplicações práticas bastante limitadas.
Os engenheiros, que necessitavam resolver os problemas práticos que lhes eram
apresentados, voltaram-se para a experimentação, desenvolvendo fórmulas empíricas
que atendiam suas necessidades.
Com o progresso da ciência, e impulsionada sobretudo por alguns ramos onde se
necessitaram abordagens mais acadêmicas, e onde houve disponibilidade de recur-
sos para aplicação em pesquisa, e principalmente com o advento dos computadores,

hidráulica 01.indd 17 30/03/15 11:48


A-8 – Cálculo do Escoamento em Tubulações sob Pressão 141

Capítulo A-8

Cálculo do Escoamento em
Tubulações sob Pressão

A-8.1 INTRODUÇÃO
No projeto de uma tubulação, a questão principal é determinar a quantidade de energia
necessária para “empurrar” a quantidade de água desejada entre um ponto e outro dessa
tubulação.
Engenheiros e pesquisadores que se ocuparam da questão buscaram sempre en-
contrar uma fórmula prática que permitisse a solução desse problema.
Normalmente, em um abastecimento de água por gravidade, os dados conhecidos
são a carga disponível e a vazão desejada, e a incógnita é o diâmetro do tubo. Mas
qualquer combinação de parâmetros conhecidos ou por determinar é frequente no dia
a dia dos engenheiros.
Por exemplo, em geração hidrelétrica é comum conhecer a vazão necessária para
a turbina, a altura geométrica entre o nível de água a montante e a jusante e a perda de
carga máxima admissível, sendo a incógnita novamente o diâmetro.

A-8.2 O MÉTODO EMPÍRICO E A MULTIPLICIDADE DE


FÓRMULAS
Conforme visto no item A-7.7, a fórmula de Darcy-Weisbach ou fórmula Univer­sal apre-
senta o inconveniente de precisar de aferição de um coeficiente f que nem sempre é
transladável de uma situação para outra, o que torna sua utilização problemática.
Assim, diversos engenheiros e pesquisadores dedicaram-se a lançar os dados obser-
vados na prática em gráficos e tentar desenvolver equações empíricas a partir destes.
A fórmula empírica consagrada pelo uso é a fórmula de Hazen-Williams (ou
Williams-Hazen), que, pela tradição de bons resultados e simplicidade de uso via
tabelas, há de permanecer em uso por muito tempo no meio dos engenheiros, em que
pese a campanha pelo abandono das fórmulas empíricas e tentativas de obrigatoriedade
do uso do método científico. Tal colocação de obrigatoriedade de fórmula, já incluída
em diversas normas brasileiras, nos parece ser exigência desnecessária que extrapola
os objetivos de normatização.

hidráulica 08.indd 141 30/03/15 12:18


142 Manual de Hidráulica

As fórmulas empíricas normalmente só se aplicam Tabela A-8.2-a Algumas fórmulas empíricas (práticas)
ao líquido em que foram ensaiadas, e a temperaturas se-
Ano Autor País
melhantes, uma vez que não incluem termos relativos às
propriedades físicas do líquido (fluido). 1 1775 Chézy França

Também é importante anotar que tais fórmulas assu- 2 1779 Dubuat França
mem que o escoamento é sempre turbulento, que é o que 3 1791 Woltmann Alemanha
ocorre na prática, com raríssimas exceções, para as quais 4 1796 Eytekweub Alemanha
o leitor deverá estar atento.
5 1800 Coulomb França
As fórmulas empíricas são fórmulas monômias, por 6 1802 Eisenmann Alemanha
isso facilmente calculadas e tabeladas.
7 1804 Prony França
O grande número de fórmulas existentes para o
8 1825 D’aAubuisson França
cálculo de canalizações certamente impressiona e põe
em dúvida aqueles que se iniciam nesse setor da Hi- 9 1828 Tadini Itália
dráulica aplicada. 10 1845 Weisbach Alemanha
Desde a apresentação da fórmula de Chézy, em 1775, 11 1851 Saint Venant França
que representou a primeira tentativa para exprimir alge- 12 1854 Hagen Alemanha
bricamente a resistência ao longo de um conduto, inúme- 13 1855 Dupuint França
ras foram as expressões propostas para o mesmo fim, mui-
tas das quais ainda hoje são reproduzidas e encontradas 14 1855 Leslie Inglaterra
nos manuais de Hidráulica. No preparo deste capítulo fo- 15 1855 Darcy França
ram compulsadas numerosas fórmulas, podendo-se dizer 16 1867 Ganguillet-Kutter Suíça
que existam mais de cem.
17 1867 Levy França
Parece mesmo ter havido época em que todos os 18 1868 Bresse França
engenheiros hidráulicos – uns mais, outros menos –
19 1868 Gauckler França
preocupavam-se no sentido de apresentar fórmulas
próprias, ou, pelo menos, de prestigiar fórmulas “na- 20 1873 Lampe Alemanha
cionais”. Como curiosidade, mantém-se nesta edição a 21 1877 Fanning Estados Unidos
Tabela A-8.2-a, a seguir, onde se listam as supostas 40 22 1877 Hamilton Smith Estados Unidos
fórmulas principais.
23 1878 Colombo França
24 1878 Darrach Estados Unidos
A-8.2.1 Critério para a adoção de uma fórmula 25 1880 Ehrmann Alemanha
26 1880 Iben Alemanha
Evidentemente, uma expressão não deve ser adotada sim-
plesmente por motivos de simpatia pelo nome do autor, 27 1881 Franck Alemanha
pela sua escola ou país de origem, ou, ainda, pelo fato de 28 1883 Reynolds Inglaterra
a fórmula já ter sido empregada com “bons resultados”.
29 1884 Thrupp Inglaterra
Raramente as canalizações, depois de postas em serviço,
são ensaiadas de modo conveniente para a determinação 30 1886 Unwin Estados Unidos
das suas características hidráulicas; mesmo assim os re- 31 1887 Stearbs-Brusch Estados Unidos
sultados do seu funcionamento, invariavelmente, são clas- 32 1889 Geslain França
sificados como bons.
33 1889 Tutton Inglaterra
Como os resultados obtidos com o emprego de fór-
34 1890 Manning Irlanda
mulas diferentes chegam a variar em 100%, Fanning,
em seu tratado, ponderou: “Graves erros podem provir 35 1892 Flamant França
do uso pouco racional e inconveniente das fórmulas. O 36 1896 Lang Alemanha
conhecimento completo da origem de uma fórmula é es- 37 1898 Fornié França
sencial para a segura aplicação prática”.
38 1902 Hiram-mills Estados Unidos
No presente capítulo serão feitas algumas conside-
39 1903 Christen Estados Unidos
rações, como contribuição para o melhor esclarecimento
do assunto e fixação de critérios mais racionais para a 40 1903(*1) Hazen-Williams Estados Unidos
escolha de uma fórmula. (*1) Fórmula verificada e atualizada em 1920 e em 1994.

hidráulica 08.indd 142 30/03/15 12:18


B-I – Sistemas Urbanos 403

PARTE B

HIDRÁULICA APLICADA

hidráulica 16.indd 403 02/04/15 16:11


B-I – Sistemas Urbanos 405

Capítulo B-I

Sistemas Urbanos
B-I.1 SISTEMAS URBANOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
B-I.1.1 Definição
B-I.1.2 Unidades de um Sistema
B-I.1.3 Estudos e Projetos
B-I.1.4 Demanda e Consumo
B-I.1.5 Mananciais
B-I.1.6 Captação de Água
B-I.1.7 Adução e Subadução
B-I.1.8 Tratamento
B-I.1.9 Reservatórios de Distribuição
B-I.1.10 Rede de Distribuição
B-I.1.11 Método de Hardy Cross
B-I.1.12 Aplicação do Método de Hardy Cross ao Cálculo das
Redes Malhadas
B-I.1.13 Premissas e Tendências para Rede de Distribuição
B-I.1.14 Bombas, Estações de Bombeamento, Elevatórias,
Recalques
B-I.1.15 Normas para Sistemas de Abastecimento de água
B-I.1.16 Modelagem Numérica (Modelos “Matemáticos” ou
“Computacionais”)

hidráulica 16.indd 405 02/04/15 16:11


406 Manual de Hidráulica

Sistemas Urbanos
B-I.2 SISTEMAS URBANOS DE ESGOTOS SANITÁRIOS
B-I.2.1 Conceitos e Definições
B-I.2.2 Terminologia
B-I.2.3 Sistema Separador Absoluto
B-I.2.4 Estudo de Concepção de Sistemas de Esgoto Sanitário
B-I.2.5 Critérios de Projetos das Canalizações
B-I.2.6 Autolimpeza das Canalizações. Tensão Trativa
B-I.2.7 Velocidade Crítica
B-I.2.8 Grandezas e Notações
B-I.2.9 Rede Coletora. Traçado
B-I.2.10 Cálculo das Vazões de Dimensionamento
B-I.2.11 Rede Coletora. Planilha de Cálculo
B-I.2.12 Interceptores e Emissários
B-I.2.13 Estações de Bombeamento (Elevatórias)
B-I.2.14 Sifões Invertidos
B-I.2.15 Normas para Sistemas de Esgotamento Sanitário

B-I.3 SISTEMAS URBANOS DE DRENAGEM PLUVIAL


B-I.3.1 A Ocorrência da Água. Ciclo Hidrológico
B-I.3.2 Precipitações. Medições
B-I.3.3 Escoamento Superficial
B-I.3.4 Vazão de Enchente
B-I.3.5 Drenagem Urbana
B-I.3.6 Micro, Meso e Macrodrenagem
B-I.3.7 Fatores Hidrológicos
B-I.3.8 Elementos de Captação e Transporte
B-I.3.9 Roteiro para Elaboração de Projeto de Sistema de água
Pluvial Urbana de Determinada Área (Sugestão)
B-I.3.10 Bueiros: Dimensionamento Hidráulico

hidráulica 16.indd 406 02/04/15 16:11


B-I – Sistemas Urbanos 407

Capítulo B-I

Sistemas Urbanos

B-I.1 SISTEMAS URBANOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA


B-I.1.1 Definição
“Sistema de abastecimento de água” é o conjunto de obras, equipamentos e serviços
destinados ao abastecimento de água potável a um determinado consumidor (por
exemplo, uma comunidade urbana) para fins de consumo doméstico, serviços públicos,
industriais e outros usos. A água fornecida pelo sistema deverá ser, em quantidade,
qualidade (físico-químico-microbiológica) e confiabilidade (continuidade) do abaste-
cimento, adequada aos requisitos necessários e suficiente ao fim a que se destina.
O item B-I.1.15 apresenta as normas da ABNT pertinentes.

B-I.1.2 Unidades de um sistema (quando necessárias)


a) Manancial;
b) Captação;
c) Bombeamentos (ou “elevatórias” ou “recalques”, de água bruta e/ou de água
tratada);
d) Adução (de água bruta e de água tratada);
e) Tratamento;
f) Reservação (reservatórios enterrados, semi-enterrados, apoiados ou eleva-
dos);
g) Distribuição (redes distribuidoras);
h) Estações de manobra (derivações, valvulamentos, setorização, medição,
comando centralizado etc.).

hidráulica 16.indd 407 02/04/15 16:11


B-III – Hidráulica Aplicada à Irrigação 531

Capítulo B-III

Hidráulica Aplicada à Irrigação


Princípios, Métodos e Dimensionamento
Preparado pelo Eng. Dirceu D’Alkmin Telles
Revisado pelo Eng. Miguel Fernández
com a colaboração do Eng. Jorge E. F. Werneck Lima

B-III.1 USO DA ÁGUA PELAS CULTURAS AGRÍCOLAS


A água é elemento fundamental ao metabolismo vegetal, pois participa ativamente do
processo de absorção radicular e da reação de fotossíntese. A planta, contudo, transfe-
re para a atmosfera aproximadamente 98% da quantidade de água que retira do solo.
O desenvolvimento de uma cultura agrícola está intimamente relacionado à dispo-
nibilidade de água, ao solo e ao clima da região.
Denomina-se uso consuntivo (UC) de uma cultura a quantidade de água por
ela utilizada para seu desenvolvimento. O seu valor é determinado por condições ine-
rentes à própria cultura (espécie, variedade, estágio de desenvolvimento das plantas
e outros) e ao clima (poder evaporante). Note-se que o uso consuntivo da cultura é
diferente do uso consuntivo da irrigação, que é igual à diferença entre a água captada
e a água que retorna ao curso d’água. Isso envolve a eficiência na captação, transporte,
armazenamento e aplicação da água na agricultura irrigada.
A quantidade de água que a cultura retira do solo é denominada evapotranspi-
ração real da cultura (ETR). Como apenas uma pequena parte da água retirada do
solo é retida pela planta para seu desenvolvimento (em média 2% da ETR), na prática
considera-se o uso consuntivo igual ao valor da evapotranspiração real (UC = ETR).
Evaporação é o conjunto de fenômenos físicos que propicia a mudança de estado
da água, ou outro líquido qualquer, de líquido para gasoso.
Os tanques evaporimétricos são mais utilizados que os atmômetros para a medi-
ção de evaporação. Há vários tipos de tanques evaporimétricos, contudo o mais conhe-
cido e utilizado nas estações agrometeorológicas brasileiras é do tipo “Classe A”.
Após seu uso fisiológico, as plantas liberam para a atmosfera, sob a forma de vapor
(transpiração), a maior parte da água que retiram do solo.
Evapotranspiração (ET) de uma cultura é o conjunto da evaporação da água do
solo com a transpiração das plantas. Ela pode ser:
a) Evapotranspiração real (ETR) – quantidade de água realmente consumida por
uma cultura.

hidráulica 18.indd 531 30/03/15 16:40


532 Manual de Hidráulica

b) Evapotranspiração potencial ou máxima (ETP) – B-III.1.1 Medidas e estimativas da


quantidade de água consumida pela cultura em evapotranspiração
plena atividade vegetativa, livre de enfermidades,
quando não há restrição de água no solo, ou seja, em A evapotranspiração real (ETR) de uma cultura pode ser
um solo cujo conteúdo de água se encontra próxi- medida diretamente por meio de evapotranspirômetros,
mo à capacidade de campo, que representa um solo que são tanques de cultivo onde são medidos diretamen-
úmido, mas não saturado. Nessa umidade a disponi- te todos os fatores envolvidos na evapotranspiração.
bilidade de água para as plantas é máxima. 1. Estimativas a partir da cultura de referência
c) Evapotranspiração de referência (ET0) – quantida- Utilizando-se a equação:
de de água consumida por uma cultura de vegetação ETP = Kc × ET0 em (mm/dia) ou (mm/mês)
rasteira, verde, uniforme, de crescimento ativo, de 8  Equação (III.1)
a 15 cm de altura, que sombreia totalmente o terre- onde:
no cultivado, em um solo dotado de água em umida- Kc – coeficiente de cultura, que depende da cultura,
de suficiente para que a planta se desenvolva em sua das condições climáticas, do período do ciclo
plenitude. vegetativo e da produção de biomassa (ver Ta-
bela B-III.1.1-a).

Tabela B-III.1.1-a Valores de Kc para as principais culturas


Estágios de desenvolvimento das culturas Período total de
Cultura
(I) (II) (III) (IV) (V) crescimento
Banana tropical 0,40 0,50 0,70 0,85 1,00 1,10 0,90 1,00 0,75 0,85 0,70 0,80
Banana subtropical 0,50 0,65 0,80 0,90 1,00 1,20 1,00 1,15 1,00 1,15 0,85 0,95
Feijão verde 0,30 0,40 0,65 0,75 0,95 1,05 0,90 0,50 0,85 0,95 0,85 0,90
Feijão seco 0,30 0,40 0,70 0,80 1,05 1,20 0,65 0,50 0,25 0,30 0,70 0,80
Repolho 0,40 0,50 0,70 0,80 0,95 1,10 0,90 1,00 0,80 0,95 0,70 0,80
Algodão 0,40 0,50 0,70 0,80 1,05 1,25 0,80 0,90 0,65 0,70 0,80 0,90
Amendoim 0,40 0,50 0,70 0,80 0,95 1,10 0,75 0,50 0,55 0,60 0,75 0,80
Milho verde 0,30 0,50 0,70 0,90 1,05 1,20 1,00 1,50 0,95 1,10 0,80 0,95
Milho em grãos 0,30 0,50 0,70 0,85 1,05 1,20 0,80 0,50 0,55 0,60 0,75 0,90
Cebola seca 0,40 0,60 0,70 0,80 0,95 1,10 0,85 0,90 0,75 0,85 0,80 0,90
Cebola verde 0,40 0,60 0,60 0,75 0,95 1,05 0,95 1,05 0,95 1,05 0,65 0,80
Ervilha (fr) 0,40 0,50 0,70 0,85 1,05 1,20 1,00 1,15 0,95 1,10 0,80 0,95
Pimenta (fr) 0,30 0,40 0,60 0,75 0,95 1,10 0,85 1,00 0,80 0,90 0,70 0,80
Batata 0,40 0,50 0,70 0,80 1,05 1,20 0,85 0,95 0,70 0,75 0,75 0,90
Arroz 1,10 1,15 1,10 1,15 1,10 1,30 0,95 1,05 0,95 1,05 1,05 1,20
Açafrão 0,30 0,40 0,70 0,80 1,05 1,20 0,65 0,70 0,20 0,25 0,65 0,70
Sorgo 0,30 0,40 0,70 0,75 1,00 1,15 0,75 0,80 0,50 0,55 0,75 0,85
Soja 0,30 0,40 0,70 0,80 1,00 1,15 0,70 0,80 0,40 0,50 0,75 0,90
Beterraba 0,40 0,50 0,75 0,85 1,05 1,20 0,90 1,00 0,60 0,70 0,80 0,90
Cana-de-açúcar 0,40 0,50 0,70 1,00 1,00 1,30 0,75 0,80 0,50 0,60 0,85 1,05
Fumo 0,30 0,40 0,70 0,80 1,00 1,20 0,90 1,00 0,75 0,85 0,85 0,95
Tomate 0,40 0,50 0,70 0,80 1,05 1,25 0,80 0,95 0,60 0,65 0,75 0,90
Melancia 0,40 0,50 0,70 0,80 0,95 1,05 0,80 0,90 0,60 0,75 0,75 0,85
Trigo 0,30 0,40 0,70 0,80 1,05 1,20 0,65 0,75 0,20 0,25 0,80 0,90
Alfafa 0,30 0,40 1,05 1,20 0,85 1,05
Cítricas com controle
0,65 0,75
de ervas daninhas
Cítricas sem controle 0,85 0,90

hidráulica 18.indd 532 30/03/15 16:41


Sistema Internacional de Unidades (SI) 599

PARTE C

ANEXOS

C-1 sistemas.indd 599 30/03/15 17:10


Sistema Internacional de Unidades (SI) 601

Anexo C-1

Sistema Internacional de
Unidades (SI)
Grandezas de Interesse à Hidráulica
Relações de Medidas e Unidades de Interesse

C-1.1 APRESENTAÇÃO
O Sistema Internacional de Unidades, do Bureau Internacional de Pesos e Medidas
(BIPM), simbolizado por SI, foi ratificado pela Undécima Conferência de Pesos e Medi-
das, realizada em 1960 (CGPM/1960), e é baseado nas sete unidades fundamentais ou
unidades de base (Tabela C-1.1-a).

Tabela C-1.1-a
comprimento metro m
massa quilograma kg
tempo segundo s
intensidade de corrente elétrica ampère A
temperatura termodinâmica kelvin K
intensidade luminosa candela cd
quantidade de matéria mol mol (definida em 1971 14ª CGPM)

O SI é oficial no Brasil desde 1962.


A seguir são apresentadas as definições, símbolos e unidades de algumas grande-
zas principais, de interesse à Hidráulica.

C-1 sistemas.indd 601 30/03/15 17:10


602 Manual de Hidráulica

C-1.2 UNIDADES DO SISTEMA INTERNACIONAL


Nomes e símbolos
Grandeza Definição das unidades Observação
das unidades
Comprimento(*1) metro m Comprimento igual a 1.650.763,73 1) Definição retificada pela
comprimentos de onda, no vácuo, da radiação 11ª CGPM/1960
correspondente à transição entre os níveis 2p10 2) 10–10 m = angstrom (Å)
e 5d5 do átomo de criptônio 86
Ângulo plano radiano rad Ângulo central que subentende um arco Nesta mesma unidade se mede também
de círculo cujo comprimento é igual ao do o ângulo de fase de uma grandeza
respectivo raio. periódica
Área metro m2 Arca de um quadrado cujos lados tem 1) 104 m2 = hectare (ha)
quadrado comprimento igual a 1 metro 2) 102 m2 = are (a)
3) 10–28 m2 = barn (b)
Volume metro m3 Volume de um cubo cuja aresta tem 1) Nesta mesma unidade se mede
cúbico comprimento igual a 1 metro também o módulo de resistência de
uma seção plana.
2) 10–3 m3 – Litro (l) é uma denomina-
ção alternativa para decímetro cúbico,
não sendo entretanto recomendado
para exprimir volumes em medidas de
grande precisão (12ª CGPM/1964)
Massa quilograma kg Massa do protótipo internacional do quilograma 1) Definição ratificada pela
3ª CGPM/1901
2) 103 kg = tonelada (t)
3) 10–3 kg = grama (g)
Massa quilograma kg/m3 Massa de um corpo homogêneo, de volume
específica por metro igual a 1 metro cúbico
cúbico
Tempo segundo s Duração de 9.192.631.770 períodos da Definição ratificada pela
radiação correspondente à transição entre os 13ª CGPM/1967
dois níveis hiperfinos do estado fundamental do
átomo do césio 133
Velocidade metro por m/s Distância(*2) que um móvel animado de um
segundo movimento retilíneo uniforme, percorre na
razão de 1 metro a cada segundo
Aceleração metro por m/s2 Variação de velocidade de 1 móvel animado de 10–2 m/s2 = Gal
segundo movimento retilíneo uniformemente variado, na
por segundo razão de 1 m/s a cada segundo
Vazão metro m3/s Volume(*2) de um fluido que passa por uma Esta grandeza é também chamada
cúbico por seção transversal em regime permanente e descarga
segundo uniforme, na razão de 1 m3 a cada segundo
Fluxo quilograma kg/s Massa(*2) de um fluido que escoa em regime Esta grandeza é qualificada pelo nome
(de massa) por segundo permanente, através de uma seção transversal do fluido cujo escoamento está sendo
do conduto, à razão de 1 quilograma a cada considerado, por exemplo, fluxo de
segundo vapor
Força newton N Força que imprime a um corpo de massa igual 10–3 N = dina dyn
a 1 quilograma uma aceleração igual a 1 metro
por segundo a cada segundo na direção da
força
Pressão newton N/m2 Pressão exercida por uma força constante e 1) Nesta mesma unidade se mede
por metro igual a 1 newton, uniformemente distribuída também a tensão mecânica
quadrado sobre uma superfície plana de área igual a 1 2) Esta unidade pode ser também
metro quadrado, perpendicular à direção da chamada pascal, Pa
força 3) 105 Pa = atm. Ver o item C-1.4.1

(*1) Em 1983 a 17ª CGPM definiu o metro – “O metro é o comprimento do percurso da luz no vácuo no tempo de 1/299.792.458 de segundo.”
(*2) Relativa ao tempo.

C-1 sistemas.indd 602 30/03/15 17:10


AZEVEDO NETTO

MIGUEL FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ


AZEVEDO NETTO
Este livro é voltado aos profissionais e
estudantes de Engenharia e permanece MIGUEL FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ
indispensável à biblioteca mínima dos
técnicos do setor, procurando atender
também àqueles que, embora não espe-
cialistas, precisem interagir com essa
especialidade.

Desenvolve conceitos e princípios básicos


necessários ao entendimento da teoria e
compreensão dos fenômenos. Também apre-
senta comentários, aplicações práticas, dados

manual de
técnicos e exemplos de dimensionamentos e proje-

HIDRÁULICA
tos de unidades e sistemas em que a água está presen-
te, seja como técnica predominante, seja como coadjuvante:
estruturas hidráulicas, tubulações, canais, bombeamentos, turbi-
nas, unidades de tratamento, redes de distribuição de água e de coleta de esgotos,
reservatórios, instalações prediais, irrigação, drenagem pluvial, medições e aces-
sórios frequentes.

Apresenta parâmetros que permitem desenvolver anteprojetos ao citar Normas


Técnicas adotadas pelas entidades normatizadoras, e ao sugerir valores consagra-
dos pela prática usual e pela experiência do autor.

manual de
Esta 9ª edição, preparada pelo engenheiro Miguel Fernández y Fernández, escolhi-
do pelo Prof. Azevedo Netto para esse fim, mantém muito das edições anteriores,
mas apresenta reorganizações, modificações, acréscimos, informações e atualiza-

HIDRÁULICA
ções significativas.

9ª edição
Clique aqui e:
Veja na loja

Manual de Hidráulica
José Martiniano de Azevedo Netto
Miguel Fernandez y Fernandez
ISBN: 9788521205005
Páginas: 632
Formato: 21 x 28 cm
Ano de Publicação: 2015
Peso: 1.665 kg

Você também pode gostar