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Trabalho de Artes

Aluno(s): nº:

nº:

8ª série - 9º ano - sala:

Escola Municipal “Professor Doriol Beato”


Sumário

1
1. Introdução ao Renascimento.................................................................03

Desenvolvimento..................................................................................04

2.1
Pintura............................................................................................................................................04
2.2
Teatro.............................................................................................................................................06
2.3 Música
Renascentista.................................................................................................................07
2.4
Dança..............................................................................................................................................0
8
2.5
Escultura........................................................................................................................................09
2.6
Arquitetura...................................................................................................................................11

2. Renascimento e
Ciência...............................................................................12
3. Conclusão..................................................................................................
..13
4. Bibliografia...............................................................................................
...14

1. Introdução ao Renascimento
Renascimento é o nome que se dá ao período que vai do século XV ao XVI.
Fundamentado no conceito de que o homem é a medida de todas as coisas, significou um retorno
às formas e proporções da antiguidade greco-romana. Este movimento artístico começou a se
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manifestar na Itália, mais precisamente em Florença, cidade que a essa altura já tinha se tornado
um estado independente e um dos centros comerciais mais importantes do mundo.

Em poucos anos, o renascimento difundiu-se pelas demais cidades italianas (período


conhecido como quatrocento), para se estender pouco a pouco, em fins do século XV, ao resto do
continente europeu, no chamado cinquecento, ou renascimento clássico. As bases desse movimento
eram proporcionadas por uma corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a
escolástica medieval, até então reinante, e propunha o retorno às virtudes da antiguidade.

Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser


traduzidos e rapidamente difundidos. Desse modo, o espírito da antiga filosofia clássica não leva
muito tempo para inundar as cortes da nova aristocracia burguesa. O cavalheiro renascentista deve
agora ser versado em todas as disciplinas artísticas e científicas, como recomenda um dos livros
fundamentais da época, O Cortesão, de Baldassare Castiglione.

Imbuídas desse espírito, as famílias abastadas não hesitaram em atrair para seu
mundo artistas de grande renome, aos quais deram seu apoio, tornando-se, afinal, seus mecenas.
Músicos, poetas, filósofos, escultores, pintores, ourives e arquitetos saíram do anonimato imposto
pelo período medieval e viram crescer seu nome e sua fama, juntamente com a de seus clientes. No
norte da Europa, o pensamento humanista já tinha dado seus primeiros passos significativos.

Foi graças ao reformador Lutero e às universidades, por intermédio do estudo das


ciências exatas e da filosofia, que se difundiram as idéias de seus pares italianos. Por volta do fim do
século XV, chegava da Espanha a notícia do descobrimento de um novo continente, a América, fato
que mudaria a fisionomia do mundo para sempre. O homem se distanciava assim, de modo
definitivo, do período medieval para decididamente ingressar na modernidade.

2. A Pintura Renascentista
Sucintamente, a contribuição maior da pintura do Renascimento foi sua nova maneira de
representar a natureza, através de domínio tal sobre a técnica pictórica e a perspectiva, que foi capaz
de criar uma eficiente ilusão de espaço tridimensional em uma superfície plana. Tal conquista significou
um afastamento radical em relação ao sistema medieval de representação, com sua estaticidade, seu
espaço sem profundidade e seu sistema de proporções simbólico - onde os personagens maiores
tinham maior importância numa escala que ia do homem até Deus - estabelecendo um novo parâmetro,
cujo fundamento era matemático, na hierarquia teológica medieval. A linguagem visual formulada pelos
pintores renascentistas foi tão bem sucedida que permanece válida até hoje.

O cânone greco-romano de proporções voltava a determinar a construção da figura


humana; também voltava o cultivo do Belo tipicamente clássico, e a perspectiva baseada no ponto de
vista central e único definia a construção dos cenários, no que se pode ver um reflexo da popularização
dos princípios filosóficos do racionalismo, antropocentrismo e do humanismo. A pintura renascentista é
em essência linear; o desenho era agora considerado o alicerce de todas as artes visuais e seu
domínio, um pré-requisito para todo artista. Para tanto, foi de grande utilidade o estudo das esculturas e
relevos da Antiguidade, que deram a base para o desenvolvimento de um grande repertório de temas e
de gestos e posturas do corpo. Na construção da pintura, a linha convencionalmente constituía o
elemento demonstrativo e lógico, e a cor indicava os estados afetivos ou qualidades específicas. Outro
diferencial em relação à arte da Idade Média foi a introdução de maior dinamismo nas cenas e gestos, e
a descoberta do sombreado, ou claro-escuro, como recurso plástico e mimético.

Giotto, atuando entre os séculos XIII e XIV, foi o maior pintor da primeira Renascença
italiana e o pioneiro dos naturalistas em pintura. Sua obra revolucionária, em contraste com a produção
de mestres do gótico tardio como Cimabue e Duccio, causou forte impressão em seus contemporâneos
e dominaria toda a pintura italiana do Trecento, por sua lógica, simplicidade, precisão e fidelidade à
natureza. Ambrogio Lorenzetti e Taddeo Gaddi continuaram a linha de Giotto sem inovar, embora em
outros características progressistas se mesclassem com elementos do gótico ainda forte, como se vê na
obra de Simone Martini e Orcagna. O estilo naturalista e expressivo de Giotto, contudo, representava a

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vanguarda na visualidade desta fase, e se difundiu para Siena, que por um tempo passou à frente de
Florença nos avanços artísticos. Dali se estendeu para o norte da Itália.

No Quattrocento as representações da figura humana adquiriram solidez, majestade e


poder, refletindo o sentimento de autoconfiança de uma sociedade que se tornava muito rica e
complexa, com vários níveis sociais, de variada educação e referenciais, que dela participavam
ativamente, formando um painel multifacetado de tendências e influências. Mas ao longo de quase todo
o século a arte revelaria o embate entre os derradeiros ecos do gótico espiritual e abstrato,
exemplificado por Fra Angelico, Paolo Uccello, Benozzo Gozzoli e Lorenzo Monaco, e as novas forças
organizadoras, naturalistas e racionais do classicismo, representadas por Botticelli, Pollaiuolo, Piero
della Francesca e Ghirlandaio. Nesse sentido, depois de Giotto o próximo marco evolutivo foi Masaccio,
em cujas obras o homem tem um aspecto nitidamente enobrecido e cuja presença visual é
decididamente concreta, com eficiente uso dos efeitos de volume e espaço tridimensional. Dele se disse
que foi "o primeiro que soube pintar homens que realmente tocavam seus pés na terra". Junto com
Florença, Veneza representa a vanguarda artística européia no Quattrocento, dispondo de um grupo de
artistas ilustres, como Jacopo Bellini, Giovanni Bellini, Vittore Carpaccio, Mauro Codussi e Antonello da
Messina. Siena, que já fizera parte da vanguarda em anos anteriores, agora hesitava entre o apelo
espiritual do gótico e o fascínio profano do classicismo, e perdia ímpeto. Enquanto isso também outras
regiões do norte da Itália começavam a conhecer o classicismo, através de Perugino em Perugia;
Francesco Laurana em Urbino; Pinturicchio, Masaccio, Melozzo da Forli, e Giuliano da Sangallo em
Roma, e Mantegna em Pádua e Mântua. Também deve-se lembrar a influência renovadora sobre os
pintores italianos da técnica da pintura a óleo, que no Quattrocento estava sendo desenvolvida nos
Países Baixos e atingira elevado nível de refinamento, possibilitando a criação de imagens muito mais
precisas e nítidas e com um sombreado muito mais sutil do que o que era conseguido com o afresco, a
encáustica e a têmpera. As telas flamengas eram muitissimo apreciadas na Itália exatamente por essas
qualidades, e uma grande quantidade delas foi importada, copiada ou emulada pelos italianos

Mais adiante, na Alta Renascença, com Leonardo da Vinci, a técnica do óleo se refinou e
penetrou no terreno do sugestivo, ao mesmo tempo em que aliava fortemente arte e ciência. Com
Rafael o sistema classicista de representação visual chegou a um apogeu, e se revelou a doçura, a
grandeza solene e a perfeita harmonia. Mas essa fase, de grande equilíbrio formal, não durou muito,
logo seria transformada profundamente, dando lugar ao Maneirismo. Aqui Michelangelo, coroando o
processo de exaltação do homem, levou-o a uma nova dimensão, a do sobre-humano, abrindo-lhe
também as portas do trágico e do patético. Com os maneiristas toda a noção de espaço foi então
alterada, a perspectiva se fragmentou em múltiplos pontos de vista, e as proporções da figura humana
foram distorcias com finalidades expressivas ou meramente estéticas, formulando-se uma linguagem
visual mais dinâmica, vibrátil, subjetiva, dramática e sofisticada. Pontormo, Veronese, Romano,
Tintoretto, Bronzino, e Michelangelo em sua fase madura foram exemplos típicos do Maneirismo
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plenamente manifesto. Giorgio Vasari, um pintor e arquiteto maneirista de mérito secundário, também
deve ser lembrado por sua importância como biógrafo e historiador da arte, um dos primeiros a
reconhecer todo o ciclo renascentista como uma fase de renovação cultural e o primeiro a usar o termo
"Renascimento" na bibliografia, em sua enciclopédica Le Vite de' più Eccellenti Pittori, Scultori e
Architettori, uma das fontes primárias para o estudo da vida e obra de muitos artistas do período.

3. A Escultura Renascentista
Na escultura renascentista, desempenham um papel decisivo o estudo das proporções
antigas e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros
elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já
desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres,
apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.

O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam
sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou
do contrapposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à
expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma
figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.

Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela
aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Empregando
uma técnica denominada schiacciato, Donatello posiciona suas figuras a distâncias precisas, de tal
maneira que elas parecem vir de um espaço interno para a superfície, proporcionando uma ilusão de
distância, algo inédito até então.

Desse modo, ao mesmo tempo que se torna totalmente independente da arquitetura, a


escultura adquire importância e tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas eqüestres que
dominam as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas. Pela
primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que justificassem sua encomenda
e execução, a arte adquire proporções sagradas.

4. A Arquitetura Renascentista
Os arquitetos do renascimento conseguiram, mediante a medição e o estudo de
antigos templos e ruínas, assim como pela aplicação da perspectiva, chegar à conclusão de que uma
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obra arquitetônica completamente diferente da que se vira até então não era nada mais que pura
geometria euclidiana. O módulo de construção utilizado era o quadrado, que aplicado ao plano e ao
espaço deu às novas edificações proporções totalmente harmônicas.

As ordens gregas de colunas substituíram os intermináveis pilares medievais e se


impuseram no levantamento das paredes e na sustentação das abóbadas e cúpulas. São três as
ordens mais utilizadas: a dórica, a jônica e a coríntia, originadas do classicismo grego. A aplicação
dessas ordens não é arbitrária. Elas representam as tão almejadas proporções humanas: a base é o
pé, a coluna, o corpo, e o capitel, a cabeça.

As primeiras igrejas do renascimento mantêm a forma da cruz latina, o que resulta


num espaço visivelmente mais longo do que largo. Entretanto, para os teóricos da época, a forma
ideal é representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega, mais freqüente nas igrejas do
renascimento clássico. As obras da arquitetura profana, os palácios particulares ou comunais,
também foram construídas com base no quadrado.

Vistos de fora, esses palácios se apresentam como cubos sólidos, de tendência


horizontal e com não mais de três andares, articulados tanto externa quanto internamente por
colunas e pilares. Um pátio central, quadrangular, tem a função de fazer chegar a luz às janelas
internas. A parede externa costuma receber um tratamento rústico, sendo a almofadilha mais leve
nos andares superiores

A ordem das colunas varia de um andar para outro e costuma ser a seguinte: no andar
térreo, a ordem toscana, uma variante da arquitetura romana, no pavimento principal, a jônica, e no
superior, a coríntia. A divisão entre um nível e outro é feita por diferentes molduras e uma cornija que
se estende por todo o piso de cada andar, exatamente abaixo das janelas. Têm geralmente forma
retangular e são coroadas por uma finalização em arco ou triângulo.

5. O Teatro Renascentista
Durante a idade média, na Europa, o teatro tinha um papel muito importante para a
igreja católica. A produção e a apresentação de peças religiosas atingiram seu auge no século 14.
Mas a situação se transformou no século 15, com a decadência do teatro ligado à religião, devido ao
impacto do renascimento. O homem, e não Deus, passa a protagonizar a cena!

Não foi por acaso que a figura do bobo da corte se tornou popular durante o renascimento, embora o
personagem tivesse nascido na antigüidade. Depois de ter passado sem destaque durante a idade
média, o bobo ganhou espaço no teatro renascentista, articulando as dúvidas e incertezas de um
momento de grande transformação ideológica.

 A "Commedia dell'Arte"

Surgiu na Itália, ainda durante a idade média. Eram espetáculos teatrais populares,
apresentados nas ruas, sem texto fixo. Caracterizavam-se também pela utilização de máscaras e pela
presença de personagens como Arlequim, Pierrot, Colombina, Polichinelo, Pantaleão, Briguela.

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"Pierrot, Arlequim e
Colombina", por Di Cavalcanti
(1922).

Provavelmente você já ouviu falar de alguns desses personagens, que fazem parte inclusive do
carnaval brasileiro.

O sucesso dessa comédia popular instigou a curiosidade dos príncipes e intelectuais. O apelo a
todos os sentidos, por meio da música, dança e mímica explica a aceitação que o gênero ganhou
entre o público. Das ruas, a comédia passou aos palácios, onde se aperfeiçoou e enriqueceu. Com a
"Commedia dell'Arte", a Itália viu nascer os primeiros atores profissionais em companhias
organizadas.

 A base da comédia atual

O tema das peças tinha diversas fontes: comédias antigas, pastorais, contos, peças
populares, eruditas etc. Muitas vezes falava de um casal apaixonado que precisava fugir para se
casar, pois o pai da mocinha opunha-se ao enlace. Os criados cômicos eram os personagens mais
conhecidos. Em geral era uma dupla, um inteligente e ardiloso e o outro, meio idiota.

As peças tinham três atos, precedidos de um prólogo, e muita rixa, acessos de loucura, duelos,
aparições, pancadaria, disfarces, raptos, enganos e desenganos. A estrutura, basicamente,
sobreviveu e chegou até as comédias dos dias de hoje.

 Molière, pai do teatro francêss

O comediógrafo francês mais importante foi Molière, cujo nome real é Jean-Baptiste
Poquelin (1622-1673), considerado o patrono dos atores franceses. Além de escritor, foi encenador e
ator. Sua obra tem forte influência da "Commedia dell'Arte".

Durante 12 anos, Jean-Baptiste excursionou como ator pelo interior da França, iniciando também sua
carreira de autor. Em 1643, fundou a companhia de teatro (Trupe) e em 1645 adotou o pseudônimo
Molière.

 Fazer rir é mais difícil

A companhia faliu, e Molière foi parar na prisão, por causa de dívidas. Fundou depois
outra companhia com a ajuda do mecenas (patrocinador) Príncipe Conti. Em 1658, em Paris,
representou no museu do Louvre, diante da Corte de Luís 14.
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Produzindo numa época em que a tragédia era mais respeitada, por ser considerada "a única forma
digna de homens sérios", Molière procurou elevar a comédia à mesma categoria.

Segundo suas próprias palavras: "Talvez não se exagerasse considerando a comédia mais difícil que
a tragédia. Porque, afinal, acho bem mais fácil apoiar-se nos grandes sentimentos, desafiar em
versos a Fortuna, acusar o Destino e injuriar os Deuses do que apreender o ridículo dos homens e
tornar divertidos no teatro os defeitos humanos". ("Crítica da Escola de Mulheres")

Também é considerado o primeiro diretor teatral, da forma como concebemos hoje: ensaiando
longamente os espetáculos, atento aos menores detalhes. Criou textos que ressaltavam suas
qualidades. Para explorar os melhores talentos de sua trupe, adaptava os papéis aos atores.

Suas principais peças foram "As Preciosas Ridículas", "Escola de Maridos", "Escola de Mulheres", "A
Crítica da Escola de Mulheres", "Tartufo", "Don Juan", "O Misantropo", "Georges Dandin", "O
Avarento" e "O Doente Imaginário".

 A comédia francesa

Originalmente, a "Comédie-Française" foi a Sociedade dos Comediantes Franceses. A


designação serviu para diferenciá-la da Sociedade dos Comediantes Italianos e da Comédia Italiana.

Foi fundada por Luís 14, em 1680, para juntar duas companhias parisienses, a do Hôtel de
Bourgogne e a do Teatro Guénégaud - no caso desta, surgida após a morte de Molière, com atores
de sua companhia.

A "Comédie-Française" ou "Théâtre-Française" é o único teatro, atualmente, a ser gerido por uma


sociedade ao mesmo tempo artística, comercial e estatal (o governo francês participa com 80% do
orçamento) e um dos únicos com uma companhia permanente de atores.

Na Inglaterra, o teatro renascentista também teve muita importância.

6. A Música Renascentista
Em linhas gerais, a música do Renascimento não oferece um panorama de quebras
abruptas de continuidade, e todo o longo período pode ser considerado o terreno da lenta
transformação do universo modal para o tonal, e da polifonia horizontal para a harmonia vertical. O
Renascimento foi também um período de grande renovação no tratamento da voz e na orquestração,
no instrumental e na consolidação dos gêneros e formas puramente instrumentais com as suítes de
danças para bailes, havendo grande demanda por animação musical em todo festejo ou cerimônia,
público ou privado.

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Luca della Robbia: Relevo para um coro, 1431-38. Museo dell'Opera del Duomo,
Florença

Na técnica compositiva a polifonia melismática dos organa, derivada diretamente do


canto gregoriano, é abandonada em favor de uma escrita mais enxuta, com vozes tratadas de
maneira cada vez mais equilibrada. No início do período o movimento paralelo é usado com
moderação, acidentes são raros mas as dissonâncias duras são comuns. Mais adiante a escrita a
três vozes começa a apresentar tríades, dando uma impressão de tonalidade. Tenta-se pela primeira
vez escrever música descritiva ou programática, os rígidos modos rítmicos cedem lugar à isorritmia e
a formas mais livres e dinâmicas como a balada, a chanson e o madrigal. Na música sacra a forma
da missa se torna a mais prestigiada. A notação evolui para adoção de notas de menor valor, e mais
para o final do período passa a ser aceito o intervalo de terça como consonância, quando antes
apenas a quinta, a oitava e o uníssono o eram.

Os precursores desta transformação não foram italianos, mas franceses como


Guillaume de Machaut, autor da maior realização musical do Trecento em toda Europa, a Missa de
Notre Dame, e Philippe de Vitry, muito elogiado por Petrarca. Da música italiana dessa fase inicial
muito pouco chegou a nós, embora se saiba que a atividade era intensa e quase toda no terreno
profano, sendo as principais fontes de partituras o Codex Rossi, o Codex Squarcialupi e o Codex
Panciatichi. Entre seus representantes estão Matteo da Perugia, Donato da Cascia, Johannes
Ciconia e sobretudo Francesco Landini. Somente no Cinquecento a música italiana começou a
desenvolver características próprias e originais, sendo até então muito dependente da escola franco-
flamenga.

O predomínio de influências do norte não significa que o interesse italiano pela música
fosse pequeno. Na ausência de exemplos musicais da Antiguidade para serem emulados, filósofos
italianos como Ficino se voltaram para textos clássicos de Platão e Aristóteles em busca de
referências para que se pudesse criar uma música digna dos antigos. Nesse processo um
significativo papel foi desempenhado por Lorenzo de' Medici em Florença, que fundou uma academia
musical e atraiu diversos músicos europeus,[11] e por Isabella d'Este, cuja pequena mas brilhante
corte em Mântua atraiu poetas que escreviam em italiano poemas simples para serem musicados, e
lá a récita de poesia, assim como em outros centros italianos, era geralmente acompanhada de
música. O gênero preferido era a frottola, que já mostrava uma estrutura harmônica tonal bem
definida e contribuiria para renovar o madrigal, com sua típica fidelidade ao texto e aos afetos. Outros
gêneros polifônicos como a missa e o moteto fazem a esta altura pleno uso da imitação entre as
vozes e todas são tratadas de um modo semelhante. Compositores flamengos importantes trabalham
na Itália, como Adriaen Willaert e Jacob Arcadelt, mas as figuras mais célebres do século são
Giovanni da Palestrina, italiano, e Orlande de Lassus, flamengo, que estabelecem um padrão de
para a música coral que seria seguido em todo o continente, com uma escrita melodiosa e rica, de
grande equilíbrio formal e nobre expressividade, preservando a inteligibilidade do texto, aspecto que
no período anterior muitas vezes era secundário e se perdia na intrincada complexidade do
contraponto. A impressão de sua música se equipara à grandeza idealista da Alta Renascença,
florescendo em uma fase em que o Maneirismo já se manifestava com força em outras artes como a
pintura e escultura. No final do século aparecem três grandes figuras, Carlo Gesualdo, Giovanni
Gabrieli e Claudio Monteverdi, que introduziriam avanços na harmonia e um senso de cor e timbre
que enriqueceriam a música dando-lhe uma expressividade e dramatismo maneiristas e a
preparariam para o Barroco. Monteverdi em especial é importante por ser o primeiro grande operista
da história, e suas óperas L'Orfeo (1607) e L'Arianna (1608, perdida, só resta uma famosa ária, o
Lamento) representam o nobre ocaso da música renascentista e os primeiros grandes marcos do
barroco musical .

7. A Dança Renascentista
A leveza da dança renascentista

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Criar uma aproximação das danças e culturas de outras épocas também faz parte da
proposta deste curso. Helder Parente, professor de música e teatro do Conservatório Brasileiro de
Música e da Uni-RIO, foi o instrutor do módulo danças renascentistas. Ao trabalhar com um repertório
de danças antigas, ele se ateve à fonte que é a orquesografia, o primeiro tratado compreensivo que
permitiu uma remontagem com a possibilidade de autenticidade das danças. Esse método foi publicado
em 1596 e escrito por um padre católico que desejava manter registros das danças que praticava em
sua juventude, por volta de 1520.

8. Conclusão
O Renascimento traz como principais características o florescimento das artes, e um
vigoroso despertar de todas as formas de pensamento. A redescoberta da antiga filosofia, da literatura,
das ciências e a evolução dos métodos empíricos de conhecimento caracterizam todo este período que
inicia-se no século XV e prolonga-se até o séc. XVII. Em oposição ao espírito escolástico e ao conceito
metafísico da vida, busca-se uma nova maneira de olhar e estudar o mundo natural. Esse naturalismo
vincula-se estreitamente à ciência empírica e utiliza suas descobertas para aplicá-las nas obras de arte.
Os novos conhecimentos da anatomia, da fisiologia e da geometria são prontamente incorporados,
possibilitando, por exemplo, a representação do volume pelo uso da perspectiva, dos efeitos de luzes e
cores. Do ponto de vista filosófico, surge uma nova concepção do mundo e do destino do homem, uma
visão mais realista e humana dos problemas morais.

9. Fonte Bibliográfica
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento#Pintura;
 http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u14.jhtm;
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento;
 http://www.abraorff.org.br/atividades/cursoInternacional/renascentista.htm.

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