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associações e sociedades(o contrato de sociedade está
organizem para fins não econômicos.”/ “Não há, entre os associados, direitos e obrigações
recíprocos.”
• Elas não podem ter fins lucrativos, o que não significa dizer que elas não
podem ter ganhos financeiros. Elas podem explorar atividades econômicas. Só
que esse dinheiro é reinvestido no escopo daquela associação, nas atividades
que ela desempenha para atingir os objetivos dela. Pode inclusive ter
administradores remunerados, o que não é possível é a partilha do lucro,
porque isso é inerente às sociedades.
• O que tem que estar previsto no estatuto de uma associação~art.54, do CC.~ Isso
reforça o princípio da liberdade, o Estatuto pode criar regras sobre todas essas
matérias. Atenção! Possíveis controvérsias (o professor parece gostar de explorar
justamente isso, é importante desenvolver os elementos da controvérsia nas questões).
2. Caso dos clubes que têm em seus estatutos uma regra que exige que as
babás devam ingressar uniformizadas, inclusive uniforme branco-
Liberdade associativa ou violação dos direito fundamentais? Nitidamente
atentatória à dignidade da pessoa humana.
Não é qualquer restrição que é ilegítima, há uma ponderação da liberdade de associação com a
isonomia. Temos que ver se a restrição é condizente com a finalidade da associação, pode ser que seja
razoável.
• Casos em que várias pessoas moram em uma determinada rua.~ proteção privada da
rua~ obrigação de pagar contribuição mensal VS alegação da liberdade associativa
(Art. 5º, XX).
• A assembleia está regulada nos arts 59 e 60, do CC~ delibera - qual é o quórum
para aprovar as matérias.
Pessoas Jurídicas (genericamente, não apenas
associações).
• Começo da existência da pessoa jurídica - A partir do registro~ art 45, do CC~
para pessoas jurídas de direito privado (as de direito público possuem uma
lógica distinta.) Duas fases: Elaboração do ato constitutivo e Registro,
inscrição do ato no Registro Público.
Outros exemplos: Massa falida, conjunto de bens de uma sociedade que vai à falência.
Do mesmo modo, quando uma pessoa morre, forma-se uma figura chamada “espólio”, que
também não possui personalidade jurídica, é um conjunto de bens. Além disso, a família não
tem personalidade jurídica.
* Na realidade fática, existe uma sociedade, com sócios que estão reunidos para
desempenhar uma determinada atividade, só que de forma informal, ou seja, sem observar os
requisitos legais e necessários para constituir uma pessoa jurídica. A principal consequência
da sociedade de fato é que ela gera responsabilidade ilimitada dos sócios.
Importante entender que, embora não tenham personalidade jurídica, são entes
presentes na realidade fática. Eles podem praticar determinados atos, mesmo não tendo
personalidade jurídica, possuem alguns direitos. Apenas alguns atos que sejam compatíveis
com a entidade. Ao contrário daqueles entes personalizados que possuem ampla aptidão para
praticar atos da ordem civil.
Ente despersonalizado pode ser titular de direitos, mas não é uma aptidão genérica,
porque nao tem personalidade jurídica, não pode praticar qualquer ato. Por exemplo, o
condomínio pode contratar um serviço para consertar um cano que estourou, mas não seria
cabível um condomínio celebrar um negócio, um empreendimento para investir.
lato sensu- abrange dolo e culpa stricto sensu) mas nem sempre foi assim – 3
FASES.
OBS: De acordo com o art. 37, § 6º, da CF/88, pessoa jurídica de direito
interno e as concessionárias de serviço público respondem de forma objetiva
pelos danos que seus agentes causarem a terceiros. (Essas concessionárias são
de direito privado, mas prestam serviços públicos, por isso se encaixam nessa
regra)
C) Omissão específica
Privado
Em regra é subjetiva, mas depende da hipótese, porque já vimos que a lei em algumas
hipóteses* pode definir que a responsabilidade é objetiva. Essa regra geral advém da
combinação dos arts. 196 e 927, do CC. O artigo 186 define o ato ilícito, fala em omissão
voluntária ou em negligência ou imprudência (são modalidades de culpa, temos a culpa em
sentido amplo).
Regra geral das pessoas jurídicas de direito privado~responsabilidade subjetiva, a
não ser quando a lei estabeleça o oposto. Um exemplo já dado é o das relações de consumo -
que estão relacionados a uma responsabilidade objetiva, por conta do CDC (Código de Defesa
do Consumidor). (Parece importante ficar atento a esses pontos destacados pelo professor em
sala de aula. Exceções como o caso da ausência para aqueles com mais de 80 anos de
idade e a questão da permissão do cônjuge, que não eram diretamente o foco da matéria,
mas caíram na prova).
Artigo 927, parágrafo único - Aqui a gente tem uma previsão genérica de
responsabilidade objetiva pelo exercício de atividades consideradas perigosas, o legislador
não definiu quando uma atividade é perigosa ou não.
- Sem culpa~ O motorista não pode responder pelo dano (mas a empresa pode,
se eu considerar que a atividade que ela presta é perigosa. Cairia no parágrafo
único do art. 927, não precisaria analisar a culpa, por ser um ônus da atividade.
A responsabilidade dela seria objetiva. / Se não se encaixasse no art. 927
parágrafo único, a responsabilidade da empresa seria subjetiva, você teria que
comprovar que houve culpa.)
• O dirigente de uma sociedade tem responsabilidade individual que não se
confunde com a da sociedade. Art. 47, CC.- Se um administrador pratica um
ato dentro dos poderes definidos pelo estatuto, ele vai obrigar a sociedade.
E quando ocorre um ato praticado por uma pessoa que não é representante, ou é
representante mas extrapola os poderes previstos no estatuto? A pessoa jurídica não estará
obrigada a cumprir aquela obrigação. O art 47 fala de forma clara que a pessoa jurídica só fica
obrigada pelos atos praticados pelos administradores, praticados nos limites dos poderes
definidos no estatuto. Mas há a opção de entrar com uma ação pedindo indenização contra
aquele dirigente, ou aquela pessoa que se apresentou como dirigente.
Na prática, o que acontece é que a jurisprudência vai se deparando com casos em que
um determinado contratante foi prejudicado e não teve uma diligência na hora de conferir os
documentos, mas não era razoável se exigir dele uma diligência muito acentuada. Então, a
jurisprudência invocou a “Teoria da aparência” – possibilita afastar a regra do art 47 e exigir
que aquela pessoa jurídica cumpra a obrigação, embora ela não tenha sido assumida por um
dirigente de acordo com o estatuto.
Isso é para proteger o terceiro contratante. A empresa sendo obrigada a cumprir aquela
obrigação, depois pode entrar com uma ação contra o dirigente. Porque o dirigente provocou
um dano e ela tem direito à reparação desse dano, pode pedir indenização do dirigente que
desrespeitou os poderes previstos no estatuto. É óbvio que quanto mais complexo e caro um
contrato, menos possível seria aplicar a teoria da aparência.
• Essa regra que está consagrada no art.47 é conhecida como “teoria dos atos
ultra vires”, diz que a pessoa jurídica só fica obrigada a cumprir as obrigações
estabelecidas pelos dirigentes dentro dos poderes definidos no estatuto. Os atos
que extrapolam esses poderes são chamados “atos ultra vires”. Regra geral é
que as sociedades não respondam pelos atos ultra vires, exceto quando se
aplica a teoria da aparência.
OBS: Problemas quanto a empreender - não existir essa separação patrimonial, haveria um
risco enorme.
Vem do direito americano, onde se fala “disregard of legal entity”. O juiz vai
afastar a personalidade, somente para aquele caso específico, e vai permitir que os credores da
sociedade acionem o patrimônio dos sócios. Ele não está extinguindo a personalidade jurídica
daquela pessoa.
O juiz vai permitir que o patrimônio da sociedade seja atingido por uma obrigação que
era do sócio.
Ela permite a responsabilização da pessoa jurídica por dívidas do sócio, isso é muito
comum em caso de partilha de bens. No divórcio, antes de fazer a partilha, um dos cônjuges
tenta fraudar a partilha de bens, transferindo-os para a sociedade. O outro alegaria que houve
uma atitude fraudulenta, que a transferência foi com intuito de fraudar e o juiz vai permitir a
desconsideração inversa. Então, vai atingir o patrimônio daquela pessoa jurídica, retirar
aqueles bens que estão no nome da sociedade e transferir para o outro cônjuge.
• Relevância prática: pessoa jurídica pode sofrer dano moral? Ex.: Empresa
entrando com uma ação, alegando que sofreu dano moral e pedindo
indenização, ela tem esse direito? O STJ diz que sim, súmula 227, isso
acontece quando ofendem a honra dela, ela tem uma reputação no mercado, ela
tem a honra objetiva. Para essa corrente, direito ao sigilo (equivalente à
privacidade) e à marca (equivalente à imagem) seriam exemplos de direitos da
personalidade aplicáveis à pessoa jurídica, passíveis de gerar dano moral.
• Outra corrente: sustentada, entre outros autores, por Gustavo Tepedino, Maria
Celina Bodin de Moraes e Anderson Schreiber, diz que na verdade há um erro
de perspectiva. Pessoas jurídicas não podem sofrer dano moral, porque é algo
da personalidade enquanto atributo de uma pessoa humana e não de uma
pessoa jurídica. O erro de perspectiva seria que todo dano sofrido por uma
pessoa jurídica, na verdade , é um dano material e não moral. Mesmo quando
se ofende a reputação de uma empresa, o que está em jogo é o seu patrimônio e
não sua honra. Porque a empresa não tem dignidade, ela tem um patrimônio
que sofreu uma diminuição e, portanto, sofreu um dano avaliável
economicamente, não é como se não tivesse esse direito da personalidade.
• Mas o STJ diz que é dano moral, já que é mais fácil arbitrar sua indenização.
• Existe um Enunciado da Jornada de Direito Civil 286 que diz que os direitos
da personalidade são direitos inerentes e essenciais da pessoa humana,
decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais
direitos. Sendo assim, pessoas jurídicas sofrerem danos morais seria uma
contradição em termos.
• Entidades filantrópicas não tem fins lucrativos. Se sofrerem um abalo na
reputação delas, ainda assim seria um dano de natureza patrimonial? Alguns
autores vão divergir e a Maria Celina Bodin de Moraes, por exemplo, que é
uma defensora da corrente segundo a qual pessoa jurídica não sofre dano
moral, faz a ressalva de que, na hipótese de pessoas jurídicas com fins
altruísticos e filantrópicos, haverá um dano que não é moral, nem material. Ela
criou uma terceira categoria de danos e apelidou de “dano institucional” (é o
que atinge a credibilidade dessas pessoas jurídicas filantrópicas).
- Quando ela dependa de autorização para funcionar, por exemplo, uma empresa
estrangeira só pode atuar no Brasil se estiver autorizada, se ela perde autorização, pode se
extinguir;
porque ela é formada por uma reunião de pessoas. Só existe sociedade se houver mais de uma
pessoa. Então, se você tem dois sócios na sociedade e um se retira, a lei diz que existe um
prazo para você conseguir um outro sócio, se você não consegue outro sócio para ficar no
lugar daquele que se retirou da sociedade, aquela pessoa jurídica vai ser extinta. Porque seria
uma contradição em termos, não pode haver uma sociedade de uma pessoa.
BENS
• Efeitos práticos:
1. Momento de transmissão da propriedade. - a transmissão da propriedade de um
bem móvel se dá no momento da entrega do bem, que recebe o nome de tradição.
Mas a transmissão da propriedade de bens imóveis se dá apenas com o registro do
contrato de compra e venda./ previstas nos artigos 1245 e 1267 do Código Civil;
2. Se o casal está no regime de separação de bens e se não vai aplicar o artigo
1647, não será necessária a autorização conjugal para praticar aqueles atos. O
artigo diz respeito justamente à alienação de bens imóveis. OBS: [alienação é
transferência, transmissão da propriedade, a título gratuito ou oneroso].
3. O artigo 108 do Código Civil exige Escritura Pública nos negócios que
envolvam bens imóveis com valor superior a 30 salários-mínimos.
4. Nos Direitos Reais, o código trouxe prazos diferentes para caracterizar
usucapião de bem imóveis e de bens móveis;
5. Os representantes legais podem vender o imóvel do filho? Podem, só que a lei
exige que a venda tenha uma autorização judicial. Então, para vender o imóvel, os
representantes legais vão ter que ir a juízo pedir autorização para vender, isso está
no artigo 1691. Mas se quiserem vender um bem móvel do filho, obviamente não
vão precisar ir a juízo, a exigência é apenas para imóveis.
--- A visão que prevaleceu no Código Civil é que o imóvel tende a ter mais valor e
por isso cabe aqui uma preocupação maior da lei, no regime jurídico em geral que
vai regular este bem imóvel.
--- Outra explicação é a relacionada à finalidade. Geralmente, os imóveis tem uma
finalidade relacionada à moradia ou são imóveis comerciais, são relacionados à
subsistência da pessoa, criação de receitas. - tende a interesses existenciais.
--- A doutrina costuma criticar esse exagero de cuidado. - Orlando Gomes
fetichismo da coisa imóvel no nosso direito.
B)Bens Móveis~ Artigo 82. - Conceito de bem móvel por natureza. – São
móveis aqueles bens que têm movimento próprio ou também aqueles que podem ser
removidos por uma força alheia, sem alterar a substância ou a sua destinação.
OBS: semoventes – Possuem movimento próprio. Ex.: Animais – OBS2: não é por que são
concebidos como uma coisa, que eles ficam totalmente desprotegidos. Até porque o animal
concerne ao meio ambiente e a Constituição, no artigo 225, protege o meio ambiente.
- Móveis por determinação legal - previstos no artigo 83.
- Móveis por antecipação - Terceira classificação de bens móveis que não está na lei, mas
que a doutrina costuma mencionar. - aqueles bens que se incorporam ao solo, só que com intenção de
serem removidos. - Por exemplo, uma árvore que vai ser cortada para que se venda uma madeira. De
acordo com a doutrina, como você plantou a árvore para remover depois de um tempo, ela será
considerada móvel.
• Todo bem imóvel é um bem infungível, até porque você não consegue
substituir um imóvel por outro exatamente igual, cada um estará em um
lugar.
• Dinheiro é o que há de mais fungível.
• Analisar sempre tendo em vista o bem inserido no contexto onde ele está.
• Exemplo típico de bem infungível, além dos imóveis que por definição são
infungíveis, é uma obra de arte, um quadro de um autor famoso não pode ser
substituído por um quadro de outro artista.
• Se você usar aquele bem e este uso importar destruição imediata, estará
diante de um bem consumível.
• Será que todo bem fungível é consumível? Não - uma geladeira Brastemp
qualquer é fungível e inconsumível.
• Principal é o bem que existe sobre si, a doutrina costuma afirmar que
o legislador usou o verbo “existir” no sentido de cumprir a sua função
econômica. Então, quando um bem cumpre por si só a sua função
econômica, ele é considerado um bem principal;
Importância prática: Ex’s: 1- artigo 1209 ~trata do direito de posse, que diz que a
posse de um imóvel faz presumir também a posse dos móveis que acessoram aquele imóvel.
2- O artigo 233, que trata de obrigação de dar coisa certa, deixa claro que quando um devedor
se obriga a entregar um determinado bem, entende-se que estão incorporados nessa obrigação,
a entrega dos bens acessórios àquele bem principal. 3- Ao ceder o crédito, eu cedo junto com
ele todos os acessórios daquele crédito.~art. 233, do CC.
A pertença não constitui parte integrante, porque não faz parte do bem principal. E, da
mesma forma que o bem acessório, ela se destina ao uso, serviço, aformoseamento de outro
bem. Só que ela não é bem acessório. Elas têm um existência separada, autônoma - não
segue o Princípio da Gravitação Jurídica. Ex: Fazenda agrícola - dentro dela há vários
tratores, que se destinam àquela atividade agrícola, esses tratores em relação à fazenda seriam
pertenças, e não bens acessórios. Então, o trator só estaria abrangido em uma venda dessa
fazenda, se no contrato estiver especificado que o trator também estava sendo comprado.
Então, a utilidade de se saber se está diante de uma pertença é justamente saber será
seguida ou não a gravitação jurídica. A melhor maneira de fazer essa distinção é olhando o
caso concreto. Depende muito de como foi a negociação daquele contrato.
- O princípio da boa-fé objetiva se aplicaria para resolver esse tipo de problema - Por
exemplo, ao comprar o imóvel, o vendedor, embora não tenha escrito, deu a entender que iria
entregar com o ar condicionado. Isso tem que ser levado em conta. A expectativa legítima das
partes do contrato também é um dado muito importante para solucionar esse tipo de
problema. Isso porque a boa-fé objetiva protege a confiança existente entre as partes.
• Frutos e produtos~ Art. 95~ São utilidades que se retiram
- Fruto - É uma utilidade que é retirada do bem principal e que é produzida de forma
periódica. Ex: maçã de uma árvore.
OBS: Fruto pendente - ainda não foi retirado. A maçã, quando está presa na árvore é um
exemplo de fruto pendente.
Fruto percipiendo - aquele que poderia ter sido colhido, mas não foi.
- Essa classificação tem que ser feita à luz de todas as circunstâncias do caso
concreto.
- Precisamos saber se elas foram voluptuárias, úteis ou necessárias, para saber, por exemplo,
se haverá direito a reembolsado por essa despesa - a Lei de Locações permite a cláusula que
possibilita que as partes afastem a indenização, até mesmo quando a benfeitoria é necessária. Mas,
em alguns casos, a jurisprudência já tem relativizado essa regra.
- Código de Defesa do Consumidor, no artigo 51 - fala das cláusulas abusivas, sobre aquelas
hipóteses que colocam o consumidor em desvantagem exagerada. Uma cláusula abusiva,
portanto, é nula no âmbito das relações de consumo. Contrato de locação, via de regra, não é
relação de consumo. Mas está sendo iniciada uma inovação, aplicando-se o CDC nas
hipóteses em que há uma empresa administradora de imóveis nessa transação.
- Artigo 97 – quanto a um acréscimo que ocorreu naturalmente, a gente não está falando de
uma benfeitoria. Porque ela pressupõe a intervenção de alguém, que fez a obra ou despesa.
- Surge também uma discussão em algumas ocasiões que diz respeito ao direito de retenção -
reter o bem, até ser indenizado pelas benfeitorias que forem realizadas.~ 1219- 1222, do CC.
- Na parte do comodato (empréstimo de bens infungíveis), no artigo 584 - também se fala das
benfeitorias - se você está com imóvel emprestado, da mesma forma que podem surgir
conflitos na locação, aqui também pode.
Significa dizer que os bens dominicais, ao contrário dos bens comuns e de uso
especial, são disponíveis.
OBS: A penhora é um ato de construção judicial, por meio do qual o juiz vai
alienar um bem. Então, se você tem um bem que não pode ser alienado, a penhora
não tem utilidade. Automaticamente, se o bem é inalienável, a gente pode afirmar
também que é impenhorável.
OBS2: Como eu faço para cobrar desse Estado que está me devendo? Pelo sistema
de precatórios. É uma fila dos credores do Estado, e segue um regime legal,
regime de precatórios.
OBS3: É possível alienar um bem público? Para isso, ele tem que deixar de ser um
bem público de uso especial, tem que passar a ser bem dominical - Quando ele
deixa de ser empregado para aquela finalidade pública, é o que a doutrina chama
de desafetação, ele estava afetado ao interesse público e foi desafetado - A lei traz
outros requisitos: a autorização legal, tem que haver uma lei autorizando a
alienação daquele bem, e a hasta pública, um processo público (anunciar, soltar um
edital, um chamamento para quem quer que tenha interesse em comprar aquele
bem).
CPC)
No momento da execução judicial, quando o credor provoca o judiciário, para cobrar uma
dívida, ele vai executar o patrimônio do devedor. O juiz vai olhar para os bens que estão no patrimônio
do devedor, naquele momento (já que o patrimônio é elástico), e vai penhorar bens, para que possam
ser vendidos e com o dinheiro da venda, pagar os credores.
O devedor responde por suas obrigações através do seu patrimônio. É por isso que o
patrimônio tem a função de servir de garantia geral dos credores. Não mais, como já existiu em outras
sociedades, com a sua liberdade. O devedor não pode ser preso se ele não pagar uma dívida –
exceção- Devedor de pensão alimentícia - artigo 5º, LXVII, da Constituição - prisão civil – não tem
por objetivo a punição. Mas sim a pressão psicológica no devedor, para que ele cumpra a prestação
devida. função - coercitiva.
Prisão do depositário infiel também está no artigo 5º, LXVII - Depositário é a figura que
celebra um contrato de depósito. Se ele deixa de devolver o bem, ao final do prazo contratual, ele
passa a ser chamado de depositário infiel. E a Constituição permitia a prisão dele, como forma de
coagí-lo a cumprir a obrigação contratual de devolver o bem. Essa prisão, por mais que ainda esteja
no inciso LXVII, não é mais possível.
O pacto de São José da Costa Rica (que é a convenção americana de direitos humanos e é
posterior à Constituição) também vedou a prisão civil por dívidas e a única exceção que ele trouxe foi
a da prisão devedor de pensão alimentícia.
Artigo 5º, §3 dá a solução. - norma posterior de mesmo nível hierárquico, que trouxe a única
exceção possível: a prisão do devedor de alimentos (exceção ao princípio da responsabilidade
patrimonial. Mas a responsabilidade, via de regra, recai sobre o patrimônio).
impenhorabilidade. - A lei, em várias hipóteses, diz que determinados bens são impenhoráveis. Não
podem responder por dívidas. Por exemplo, a Constituição(Art. 5º, XXXVI) diz que a pequena
propriedade rural é impenhorável. O código de Processo Civil, no artigo 833, traz uma série de bens
que são considerados impenhoráveis.(instrumentos de trabalho, valor que está depositado em
poupança - até 50 salários mínimos - entre outros). E temos os bens de família.
* Há ótimos argumentos no lado do credor: 1- o devedor ofereceu o bem em garantia; 2- a lei diz
que a hipoteca é uma das exceções; 3- a lei não trouxe um requisito de favorecimento da família e 4-
violaria a boa-fé objetiva.
2) A dignidade dele não seria abalada, desde que guardasse da venda da casa um valor
suficiente para a sua moradia e de sua família.
O STJ diz o contrário disso. Ele diz que não importa o valor do bem de família -
Argumentos:
Contrargumento - muito pobre, porque basta aplicar a Constituição, que manda proteger a
dignidade da pessoa humana - o fato de não ter previsão em lei não é um obstáculo para o juiz
fazer essa penhora.
Outra controvérsia - hoje já está pacificada - imóvel da pessoa que mora sozinha
O Art. 1º, da lei 8.009, protege o imóvel residencial próprio do casal ou da entidade familiar.
OBS: Como que a gente supera uma interpretação contra o texto da lei? Aplicando a
Constituição. Todo artigo do Código Civil, ou de qualquer lei infraconstitucional, deve ser lido à luz
da Constituição. E ela consagra como valor fundamental do sistema jurídico a dignidade da pessoa
humana. Toda pessoa humana, em razão da sua dignidade, merece a tutela do ordenamento jurídico.
(Importante para quando forem argumentar!)
- Súmula do STJ ( súmula 364) - diz que o conceito de impenhorabilidade do bem de família
abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. Basta a gente fazer uma
interpretação da lei 8009 de forma sistemática (chamado método de interpretação lógico-sistemático).
Levando em conta a função do bem de família. Por isso que alguns autores sugerem chamar de bem da
pessoa humana, em vez de bem de família.
Ex2: Situações nas quais você tem filhos morando em outro imóvel - alguns juízes já
reconheceram que ambos são impenhoráveis. Mas não é o que diz a lei. Não podemos sair estendendo
de forma acriteriosa e prejudicar o interesse dos credores, que também merecem proteção jurídica.
- Extraordinário
sentido estrito
- Negócio Jurídico
-Ilícitos~arts 186-188
• Fato natural é um acontecimento da natureza que tem implicações jurídicas.
Nascimento de uma pessoa é um fato jurídico ordinário. Assim como sua morte e o
curso dos rios.
• Diferenças entre negócio jurídico e o ato jurídico em sentido estrito -> Ato
• A autonomia privada tem restrições, não é absoluta. Tem que respeitar os outros
valores constitucionais. Como por exemplo, a justiça social, a função social da
propriedade, a proteção ao meio ambiente, entre outros.
1) Classificações
Ex: contrato de
Compra e venda.
*No negócio jurídico bilateral, as vontades são divergentes. Ou seja, no exemplo da compra e
venda, o comprador está interessado em que? Em adquirir o bem. E o vendedor? No preço,
receber um dinheiro por aquele bem. São vontades que não caminham no mesmo sentido. Um
quer uma coisa e o outro quer o oposto. Por isso que eles celebram esse contrato. Já no
negócio plurilateral, você tem mais de uma declaração de vontade, mas todas elas são
convergentes. Basta se pensar em um contrato de sociedade. Ainda que ele tenha apenas
duas partes, é considerado um negócio plurilateral. Porque esses dois sócios que estão
celebrando contrato, têm interesses convergentes. Querem constituir a sociedade para, em
última análise, auferir lucro. Além disso, admitindo que o casamento seja um contrato, será
plurilateral, porque o interesse dos cônjuges são convergentes. Ou pelo menos deveriam ser.
II. .Típico - aquele que segue o modelo previsto em lei. Exs: compra e
situações bem especiais. Por exemplo, a doutrina cita o próprio bem de família voluntário.
Essa noção entre principal e acessório pressupõe uma relação entre dois negócios,
para que você possa considerar um acessório em relação ao outro. Isso só faz sentido quando
você tem um contrato diretamente vinculado ao outro. Assim, pode existir essa
acessoriedade. E a grande relevância disso é que, da mesma forma que o bem acessório, o
negócio acessório segue o destino do negócio principal. É o chamado princípio da
gravitação jurídica.
• Muitas vezes, você tem um contrato e cada um interpreta de uma maneira. Ou então, a
redação não está muito clara e você não entende direito o que as partes quiseram dizer.
• Boa fé objetiva (artigo 113, do Código Civil).
• Silêncio. Quem cala consente? (artigo 111, do Código Civil) - O silêncio só vai
importar em anuência em situações muito excepcionais. Ou seja, quem cala, a
princípio, não consente. A menos que os usos e as circunstâncias daquele negócio
autorizem você a enfrentar o silêncio como um consentimento e quando não for
necessária a declaração de vontade expressa.
gente realmente deseja. Mas a partir do momento em que ela é manifestada, exteriorizada, a
gente passa a ter também o elemento externo dela. Nem sempre a vontade que foi
exteriorizada coincidirá com a vontade interna.
➔ Qual foi a opção que nosso código civil seguiu? (artigo 112, do
Código Civil) - A orientação do artigo 112 é para dar primazia à vontade
interna, à real intenção. O artigo 112 deve ser encarado com cautela e sempre
à luz da boa-fé objetiva.
Depois, passou-se a dar mais ênfase para a teoria da vontade (que leva em
conta a real intenção).
• Reserva mental (artigo 110, do Código Civil). - acontece quando uma pessoa declara
uma vontade que não corresponde ao que ela quer cumprir. Mas ela faz isso de propósito.
Então, o declarante afirmou uma intenção que ele já sabe que não quer cumprir. O artigo 110
diz que a manifestação de vontade subsiste, ainda que o declarante tenha feito a reserva
mental. Salvo se o destinatário dessa declaração tivesse conhecimento dessa reserva. Aqui, de
novo, protege-se a confiança entre as partes.
➔ Deve haver vontade, não há negócio jurídico sem vontade. Além disso,
estamos falando de um fato humano. Deve haver um agente, um
sujeito. Se for unilateral, basta que haja um sujeito declarando a
vontade. Se for bilateral, deve haver mais de um. Essa vontade recairá,
necessariamente, sobre um objeto. Por fim, alguns autores acrescentam
a forma. Essa vontade será manifestada de alguma forma. Pode ser
escrita, verbal.
➔ O artigo 167 diz que é nulo o negócio jurídico simulado. Se houve uma
simulação, esse negócio jurídico é nulo. Mas o artigo 167 diz também que
subsistirá o que se dissimulou, se valido for na sua forma e essência. Na sua
substância.
➔ Ex.1: pessoa nunca foi ao médico, mas o médico emitiu uma nota fiscal
(famosa nota fria), simulando que houve uma prestação de serviço.
Esse prestação de serviço, na verdade, não existiu. Essa simulação gera
nulidade. Nesse caso, a simulação foi absoluta. A gente não teve
nenhum negócio dissimulado, oculto.
➔ Ex.2: você faz uma doação, mas escreve no contrato que está fazendo
compra e venda. Então, o ato simulado (que é o que se apresenta aos
olhos de quem vê o contrato) parecerá que é uma compra e venda. Na
realidade, o negócio dissimulado foi uma doação. O que as partes
realmente quiseram fazer foi uma doação. Mas elas simularam a
celebração de uma compra e venda. Nesse caso, o art.167 diz que a
compra e venda é nula, porque foi simulada. E a doação subsiste,
somente se ela for válida na sua forma e na sua essência. Ou seja, é
possível que o negócio oculto subsista. Mas o negócio simulado é
sempre nulo.
•
O negócio anulável produz efeitos jurídicos quando é celebrado. Só que um dia pode vir a
ser anulado, se a parte interessada entrar com uma ação anulatória dentro do prazo
decadencial. O negócio anulável pode ser confirmado. E ele convalesce com o tempo, basta
que se tenha passado o prazo decadencial, sem que seja proposta a ação anulatória. Isso está
alinhado com princípio da conservação dos negócios jurídicos.
Quando o negócio é nulo, em algumas situações, você poderá converter esse negócio em
outro que seja válido. Exemplo típico - contrato de compra e venda de imóvel, feito por
instrumento particular. No artigo 108, do código civil, há uma exigência de que a compra e
venda de um imóvel acima de 30 salários mínimos seja feita por escritura pública. Se não for
observada a sua forma, temos o vício da nulidade. Mas, de acordo com o princípio da
conservação, a gente pode aproveitar esse contrato não como compra e venda, porque ele é
nulo. Mas sim como uma promessa de compra e venda, que é um outro tipo de contrato. Um
que não depende de forma especial.
com a lei ou vontade das partes. Porque podem ser inseridas, no negócio jurídico, algumas cláusulas
que afetem a eficácia do negócio - termo, condição e encargo
i) Condição (Artigo 121, do Código Civil) - uma
cláusula que vai subordinar o efeito do negócio a um
evento futuro e incerto.
Eu pego meu livro e falo que emprestarei para alguém, se ele passar na OAB.
Obviamente, estamos diante de uma condição. Ele já tem um direito adquirido? Não, porque
ele não sabe se vai passar na OAB. Por mais competente que ele seja, a gente não tem como
afirmar isso. Na condição, a gente não pode dizer que ele já adquiriu o direito. Agora, se for
um termo, se eu disser que entregarei meu livro para ele no mês que vem, ele já sabe que tem
aquele direito, que poderá exercer a partir do mês que vem.
• Pode ser que haja alguma cláusula no contrato que impeça a produção desses efeitos. Ou que
haja alguma causa, prevista em lei, que impeça a produção dos efeitos jurídicos.
• Esses vícios são aqueles do artigo 171, II. Eles geram anulabilidade.
• A vontade manifestada deve ser livre e consciente. Se houver algum defeito de vontade, esse
negócio se torna anulável. Quando que há um vício de vontade? Nas hipóteses de erro, dolo e
coação
➔ Só que esse erro só tornará o negócio anulável, se ele for substancial (como
diz o artigo 138) - O erro substancial é aquele que se fosse reconhecido pela
parte, o negócio não seria celebrado. É um erro que foi determinante para a
prática daquele negócio.
➔ Natureza do negócio (artigo 139, do Código Civil). Ex: uma pessoa acha que
está celebrando uma doação. Mas, na verdade, é uma compra e venda.
➔ Objeto do negócio Ex: eu queria comprar a casa 540 da rua tal e compro a
casa 640.
➔ Identidade da pessoa. Ex: pessoa que faz uma doação para alguém, supondo
que esse beneficiário fez uma boa ação para ela.
➔ Também exige que o erro pudesse ser percebido por pessoa de diligência
normal, em face das circunstâncias do negócio - O erro tem que ser também
cognoscível - um erro que pode ser reconhecido pela outra parte. Então, você
só poderá anular o negócio jurídico por erro, quando a outra parte do negócio
souber do erro ou pelo menos quando ela tenha condições de saber
➔ Dolus bonus - aquele dolo que é tolerável no comércio - Deve haver uma
certa flexibilidade. É aquele dolo tolerável. Aquele exagero publicitário que
ninguém leva a sério. Já se sabe de antemão que toda publicidade tem uma
parcela de exagero.
➔ Ela é uma pressão psicológica que vai recair sobre a pessoa, a própria
parte do negócio, algum familiar dessa parte, ou ao patrimônio dela. Em
decorrência dessa ameaça, a parte celebra o negócio. Ou seja, com receio de
receber o dano, ela celebra o negócio. Portanto, há também um vício de
consentimento aqui. Se isso acontecer, o negócio jurídico é anulável
➔ Qual é o prazo para entrar com ação anulatória? Isso está no artigo 178. O
prazo decadencial para ação anulatória, em caso de vício de consentimento, é
de 4 anos. Esse prazo é contado desde a celebração do negócio. A ressalva que
a lei faz é que, no caso de coação, esse prazo só será iniciado quando cessar a
coação. Porque se a coação persiste no tempo, não faz sentido já considerar
esse prazo.
Exemplo: 1) devedor de alimentos que vende uma moto por um preço desproporcional
para não ser preso por não pagar a pensão alimentícia.
OBS3: o Enunciado 149 da Jornada de Direito Civil fala que "em atenção ao princípio
da conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que
possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação. Sendo dever do
magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do artigo 157, parágrafo 2º".
OBS4: A gente pode encontrar a lesão na hipótese em que há um contrato de consumo com
cláusula abusiva, impondo ao consumidor uma obrigação excessivamente onerosa. - No CDC,
basta o requisito objetivo e nele essa cláusula enseja nulidade. A proteção e defesa do Código
de Defesa do Consumidor é maior.
OBS: Credor quirografário nada mais é do que um credor que não tem garantia real.
- O artigo 158 trata dos negócios gratuitos. O 159 dos negócios onerosos.
- Quando que o negócio jurídico gratuito é considerado fraudulento? Quando a pessoa já está
insolvente e faz uma doação de um bem. Ao fazer isso, ela está prejudicando os credores.
Porque o seu patrimônio serve de garantia aos credores. E ela está reduzindo esse patrimônio.
O artigo 158 também comenta que pode acontecer quando o devedor se tornar insolvente com
aquele negócio.
- Quando o ato é gratuito, basta a prova do elemento objetivo. Basta provar que houve
prejuízo. Doutrina diz que quando há ato de desfazimento de um bem gratuito, como uma
doação, o requisito subjetivo é presumido. O artigo 158 não exige nenhum requisito subjetivo.
- Requisitos
(artigo 188, do Código Civil) - Aqui a gente tem os atos que não são considerados
ilícitos. Quando são praticados por legítima defesa ou estado de necessidade, que vocês
já conhecem do direito penal. Legítima defesa é a mesma do conceito do Direito Penal.
Agressão injusta, inexistência de outro modo de reagir, defesa imediata. E o estado de
necessidade que é similar à legítima defesa, mas que é aplicado quando você não tem uma
agressão humana.
• o primeiro dos incisos do artigo 188, que também fala sobre o exercício regular
de um direito reconhecido. Ele disse que não constitui ato ilícito, aquele
praticado no exercício regular do direito.
• Prescrição
A prescrição tem base legal nos artigos 189 a 211. Mais o artigo 2028.
- razão de ser da prescrição- Segurança jurídica.
- Prescrição aquisitiva e prescrição extintiva. A prescrição aquisitiva é
sinônimo de usucapião. Usucapião é um modo de aquisição de direito de
propriedade. Isso também está relacionado com prescrição, porque a usucapião
também decorre do fenômeno temporal. A prescrição lato sensu abrange a
prescrição aquisitiva, ou usucapião, e a prescrição extintiva.
Efeitos da prescrição
1) Uma primeira corrente irá sustentar justamente a
perda de direito. Caio Mário, por exemplo,
sustenta que a prescrição acarreta a perda do
próprio direito material que a pessoa tinha
2) Uma segunda corrente diz que o que se perde na
realidade não é o direito material e sim a ação, o
direito de ação.
Quando a dívida está prescrita, o direito material continua existindo. O devedor pode
querer pagar moralmente, por motivos morais. Só que o credor não poderá mais exercer a
pretensão. Ele não pode ir a juízo exigir aquele pagamento.
OBS2: No mesmo contrato, a gente tem diferentes prestações com diferentes prazos
prescricionais. Porque prazo prescricional começa a correr a partir da violação dos direitos.
Requisitos-
1) pretensão. Porque se a prescrição
extingue uma pretensão, o pressuposto é
que exista uma pretensão.
2) inércia do credor pelo prazo legal. A lei
diz qual é o prazo prescricional. Varia de
acordo com a natureza da dívida.
Renúncia da prescrição-
O artigo 191 diz que a renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita e só
valerá sendo feita sem prejuízo de terceiro e depois que a prescrição se consumar. Detalhe
que é fundamental a gente perceber é que é possível a renúncia à prescrição somente
depois que ela se consuma. Depois que ela ocorre.
Caso contrário, todo contrato teria uma cláusula dizendo que o devedor renuncia
desde já a invocar eventualmente a prescrição daquela dívida. A lei impede que isso seja
pactuado. Na prática, o credor costuma ter mais poder de barganha na hora de negociar o
contrato. Em última análise, o instituto da prescrição iria por terra abaixo.
Mas depois que ela se consuma, não há problema algum. Se aquele devedor quiser
abrir mão desse argumento que ele tem, pode renunciar. E a partir de então, o credor poderá
exigir em juízo.
(artigo 192, do CC)A prescrição sempre resulta da lei e o prazo é sempre aquele previsto
em lei. Os prazos não podem ser alterados pelas partes. - Muito cobrado pelo professor
nos exercícios.
(Artigo 193, do CC)Aqui é uma discussão mais de cunho processual. Até que momento o
devedor pode alegar a prescrição? Diz o 193 que, em qualquer grau de jurisdição, isso pode
ser feito.
OBS: Quem é a parte que se aproveita da prescrição? Já vimos que, via de regra, o devedor.
Mas às vezes alguma terceira pessoa pode ter um benefício nisso também. Um herdeiro do
devedor pode ter interesse. Porque se o devedor deixa de alegar, o patrimônio dele vai se
reduzir. Mas, principalmente, os credores. Outros credores daquele devedor.
OBS 2: O artigo 194 está revogado. Ele dizia que o juiz não podia suprir de ofício a
alegação de prescrição.
(artigo 196, do CC) A prescrição iniciada contra o credor, diz o artigo 196, continua a correr
contra o seu sucessor. Vamos supor que o credor morra, seus sucessores são seus herdeiros. Se
começou a correr a prescrição contra o credor e ele morre no meio do prazo prescricional,
esse prazo vai continuar correndo contra os herdeiros desse credor.
(artigo 197, do CC)Não corre prescrição entre cônjuges durante o casamento. Se um deve
para o outro e não paga, não há que se falar em prazo prescricional. Essa é uma causa
impeditiva da prescrição. Porque ela impede a contagem do prazo. Embora a lei não diga, a
melhor interpretação à luz da Constituição é a que diz que não corre prescrição entre
companheiros.
Inciso II. Poder familiar ou autoridade parental é o poder-dever que os pais têm em relação
aos filhos menores e não emancipados. Até 18 anos, se você não for emancipado, você está
sob o poder familiar dos seus pais. Se você não tem pai nem mãe, terá um tutor. Entre pais e
filhos, durante o poder familiar, não há que se falar em prescrição.
Inciso III. É a mesma lógica. Assim como no poder familiar entre o pai e filho, entre tutor e
tutelado não corre prescrição. Ou entre curador e curatelado não corre prescrição.
(artigo 198,I,II e III) - Não corre prescrição contra os incapazes de que trata o artigo 3º. O
Artigo 3º trata dos absolutamente incapazes, que são os menores de 16 anos. Portanto, se o
credor tem menos de 16 anos, não corre prescrição contra ele.
(artigo 199, do CC). Se a dívida tem uma condição suspensiva, ainda não está produzindo
efeitos jurídicos, ela não pode ser exigida. Então, não está correndo prescrição por enquanto.
Inciso IIPorque antes do vencimento, não há que se falar em prescrição. Como exigiria o
pagamento de uma coisa que ainda não venceu? O devedor tem até o vencimento para
fazer o pagamento. Até o vencimento não há que se falar em prescrição. Ela só começará a
correr a partir do vencimento.
Inciso III - ação de evicção - Evicção é a perda de uma coisa em razão de uma ordem
judicial.
OBS: Quando o credor é absolutamente incapaz (por exemplo, tem 13 anos), os pais dele, que
são os representantes legais, podem entrar com a ação. Vão entrar em nome dele. Porque ele é
absolutamente incapaz e não pode praticar os atos da vida civil por si só. Quem vai praticar
será um representante. Mas se os pais não fazem, até quando ele poderá fazer? Quando ele
completar 16 anos, começará a contar o prazo.
- Quando o credor pratica um dos atos que interrompem a prescrição, como fica a
contagem do prazo? O prazo é interrompido e a partir dali, ele se reinicia do zero.
Diferente da causa suspensiva, onde se aproveita o período anterior. Quando há a
interrupção da prescrição, a contagem do prazo se interrompe.
( Art. 202,I,II,III,IV,V,VI) - O que todas essas hipóteses estão revelando? Por que a
prescrição se interrompe nesses casos? Porque o credor não está inerte. Ele está agindo em
prol da cobrança daquele crédito. Seja entrando com ação, seja exercendo um protesto, seja
notificando o devedor para constituí-lo em mora. Se ele não está inerte, não há que se falar em
prescrição.
• Prazos prescricionais
Os prazos prescricionais estão nos artigos 205 e 206. A regra geral é que o prazo é de
10 anos (artigo 205, do Código Civil).
Nos parágrafos do artigo 206, a gente tem os prazos especiais. Se vocês lerem esse
artigo, verão que há várias hipóteses de prazos diferentes que podem ser de um, dois, três,
quatro, ou cinco anos. Dependendo da natureza daquela dívida.
O artigo 132 estabelece uma regra sobre a contagem do prazo, dizendo que a gente
tem que excluir o dia do início e incluir o dia do vencimento. Começou a correr a prescrição
no dia 14 de abril de um ano e a prescrição é de um ano. Ela vai prescrever no dia 14 de abril
do ano seguinte.