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Resumo – O ensaio de compressão diametral tanto em anel como em disco, foi utilizado para caracterizar corpos
de prova de grafite de grau nuclear. Diferentes relações de diâmetro interno/externo foram testadas para a
geometria de anel. Os ensaios foram também avaliados com a utilização de strain gages. Os resultados foram
comparados com o ensaio de flexão. A tensão compressiva na região de contato parece ter influência sobre o
resultado da tensão de ruptura obtida, tornando-se crítica para o ensaio de compressão diametral em disco. A
relação de diâmetro de 0,5, para a geometria anel, parece ser a mais indicada para utilização da compressão
diametral na determinação da resistência a ruptura de materiais, como o grafite utilizado neste trabalho,
apresentando potencial para caracterização de cerâmicos estruturais. O ensaio de anel, com a relação 0,5, tem em
alguns aspectos vantagens sobre o ensaio de flexão.
Abstract – The diameter compression disc and ring test were used to evaluate nuclear grade graphite specimens.
The ring test specimens from different internal to external diameter ratio were tested and strain gages were used
to estimate the tension on the specimens critical region. The results were correlated to the results from bending
test. The compressive stress on the contact region seems to have an influence on the results and became critical
to disc specimens. By the results the best internal to external diameter ratio were 0,5. The compression ring
results show advantages over the bending test having a great potential to be used as a structural ceramic test.
INTRODUÇÃO
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METODOLOGIA
Θ
A resistência à fratura em tração no anel pode ser encontrada usando a equação (1).
P. K
(1)
D 2r t
onde:
= Tensão de tração K = Constante de calibração
P = Carga de ruptura D = Diâmetro externo
2r = Diâmetro interno t = Espessura
Para o ensaio em compressão diametral de discos a relação para obtenção de é dada pela
equação (2):
2P
(2)
Dt
onde:
= Tensão de tração
t = Espessura do corpo de prova
P = Carga de ruptura
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3Pl (3)
2bd 2
onde:
= Tensão de tração P = Carga de ruptura
d = Altura do corpo de prova l = Vãos entre os suportes de carregamento
b = Largura do corpo de prova
xx E xx (4)
Onde:
= Tensão aplicada ao material pelo carregamento que originou a deformação.
= Módulo elástico do material
= Deformação medida com strain gage
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pelo “strain gage”, a avaliação do módulo é direta, usando a relação acima. A avaliação por
extensometria foi feita em lotes de 5 amostras.
A determinação do módulo de elasticidade com o uso de “strain gage” foi realizada
nos laboratórios da AIE do CTA-IAE, em uma máquina de ensaio universal hidráulica, marca
WOLPERT, mod AZ 2500, com taxa de deslocamento de 0,5 mm/min.
Pelas características dos corpos-de-prova, foram utilizados “strain gage” do tipo E.A-
13-03066-120 unidirecional, da EMEME (Measurements Group. Inc, EUA).
Da mesma forma “strain gages” foram colocados nas regiões criticas dos corpos de
prova para medirmos a tensão em função da carga aplicada. Como foi visto na equação (4), a
determinação da tensão é direta a partir dos dados do módulo de elasticidade e da
deformação medida.
A tensão medida com a utilização de “strain gages” foi introduzida na equação (1) de
forma a medir a constante “K” experimentalmente.
RESULTADOS
Tabela 1 – Valores da tensão de fratura , para o grafite (em MPa), para ensaios de flexão,
compressão diametral de anel para as relações 0,1; 0,3; 0,5 e 0,7 e de disco.
MÉDIA
26,402,5 25,851,3 15,372,0 13,611,4 14,361,7 6,110,6
MPa)
A tabela 2, abaixo, mostra os resultados das tensões de tração medidas com “strain
gages” nas regiões “críticas” para corpos de prova em compressão diametral de disco e de
anel. Estas tensões estão denominadas (SG) e foram calculadas em função da carga
aplicada, em Newtons (N), que também está mostrada na tabela 2. Através destas tensões e
utilizando a equação 1 foram estimadas, para as relações de diâmetro dos anéis, as constantes
de calibração “K”. As constantes estimadas com o uso de “strain gages” foram denominadas
“K” (SG). A tabela 2 apresenta ainda os valores de tensão obtidos utilizando as constantes
“K” de Frocht como na tabela 1, em função do carregamento aplicado ao corpo de prova
quando da avaliação por extensometria. Para melhor distinção, os dados obtidos por
extensometria estão mostrados com as inicias (SG) de “strain gage”.
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DISCUSSÕES E ANÁLISES
Tabela 2 – Tensão de tração, para o grafite, medida por extensometria e estimativa das
constantes de calibração para as relações de diâmetro da geometria de ensaio em
anel, em disco em compressão diametral e em flexão 3 pontos.
Analisando a tabela 2 onde as tensões (SG) foram calculadas a partir dos dados de
deformação fornecidos pelos “strain gages”, observa-se que para todas as geometrias testadas
a tensão medida foi inferior aos valores observados na tabela 1, calculados em função das
equações (1), (2) e (3) respectivamente para anel, disco e flexão em três pontos. Importante
ressaltar que para os dados de tensão obtidos para o ensaio de anel, na tabela 1, foram
utilizadas as constantes determinadas por Frocht. Além de inferiores os dados de tensão (SG)
apresentam, para as relações de anel, uma melhor uniformidade, ainda que sejam ligeiramente
superiores para as relações 0,1 e 0,3. Para a relação 0,1 a tensão medida por extensometria foi
aproximadamente 50% menor do que a calculada utilizando a equação 1 e a constante de
Frocht.
Para melhor comparação dos resultados, a tabela 2 apresenta também, as tensões
obtidas a partir dos dados de carregamento a que foram submetidos os corpos de prova
utilizados na avaliação por extensometria, através das respectivas equações e constantes de
Frocht, como na tabela 1. Os resultados da tabela 2 mostram-se coerentes com os dados da
tabela 1.
Estes resultados parecem indicar que as tensões calculadas utilizando as constantes de
Frocht, estão superestimadas, principalmente para a relação de diâmetros de 0,1. Desta forma,
utilizando a mesma equação (1), a constante “K” (SG) foi determinada a partir da tensão
obtida por extensometria, dos dados geométricos do corpos de prova e do carregamento a que
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este foi submetido e estão mostradas na tabela 2. Comparando-se as constantes “K” de Frocht,
com as constantes “K” (SG) obtidas por extensometria, para o grafite utilizado neste trabalho,
pode ser estabelecida uma correlação direta para as relações 0,5 e 0,7. Nestes casos os valores
obtidos são próximos e estariam dentro do desvio medido e apresentado na tabela 1. Para as
relações 0,3 e 0,1 a diferença é significativa, indicando que as constantes de Frocht não
incorporam fatores experimentais.
Uma análise dos corpos de prova submetidos a compressão diametral após a ruptura,
indicou um esmagamento na região de contato com a máquina de ensaio, conforme indicado
na literatura[10-12]. Este esmagamento é conseqüência da tensão compressiva na região de
contato que é muito significativa. Pelos valores das constantes “K” (SG) estimadas, as
relações 0,3 e 0,1 parecem mais susceptíveis às tensões compressivas nas regiões de contato o
que poderia explicar as diferenças encontradas.
O ensaio de disco apresenta maior deformação na região de contato. Esta deformação
mostrou-se excessiva em alguns casos, quando então o resultado foi considerado inválido e
consequentemente descartado. Os resultados obtidos por extensometria, com o ensaio de disco
foram coerentes com os dados mostrados na tabela 1 e estão dentro do desvio medido. O
menor valor dos dados obtidos no ensaio de disco parece estar relacionado com a forma do
carregamento que tende neste caso a submeter um maior volume do corpo de prova ao
carregamento máximo.
De maneira geral os ensaios com corpos de prova em compressão diametral foram
fáceis de serem executados inclusive por se auto alinharem quando da aplicação da pré carga.
Esta facilidade operacional parece ser vantajosa para condução de ensaios em
temperaturas acima da ambiente. Importante ressaltar que os fragmentos oriundos da ruptura
são em maior número e se espalham mais do que se observa no ensaio de flexão.
CONCLUSÕES
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BIBLIOGRAFIA
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