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Inflação

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CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA Consultoria
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Antecedentes
A história do processo inflacionário brasileiro é longa, e estabelecer um corte cronológico para determinar o seu

Inflação
início é muito difícil. Para a grande maioria tal corte deve ser dado a partir da década de 1950, quando os índices
inflacionários alcançaram, de forma duradoura e continuada, a casa de dois dígitos. Para outros, tal marco ocorre nos
anos de 1963 e 1964, quando os índices atingiram as marcas anuais de 79,9% e 92,14%, respectivamente.

Taxas de Inflação - 1930 a 1979


Anos 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939
Inflação 12,3 10,9 1,6 -2,0 6,3 4,8 1,6 9,4 3,2 2,0
Anos 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949
Inflação 6,7 10,2 16,2 16,6 20,6 14,9 14,6 9,0 5,9 8,1
Anos 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959

Edição Outubro I Ano 2014


Inflação 12,4 12,3 12,7 20,6 25,8 12,2 24,5 7,0 24,4 39,4
Anos 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969
Inflação 30,5 47,8 51,6 79,9 92,1 34,3 39,1 25,0 25,4 19,3
Anos 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979
Inflação 19,3 19,5 15,7 15,6 26,9 29,3 46,3 38,8 40,7 77,3
Fonte: Munhoz (1997, p. 61)

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Antecedentes
Mas, há consenso entre todos os economistas e analistas, que o descontrole inflacionário se instala na economia

Inflação
brasileira a partir de meados da década de 1980, quando os índices chegam a três e quatro dígitos.Outra posição
consensual se refere a avaliação positiva do plano real como o mais bem sucedido plano de estabilização econômica
implantado em nossa economia.

Taxas de Inflação - 1980 a 2014


Anos 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988
Inflação 99,27 95,7 104,8 164,0 215,3 242,2 79,7 363,4 980,2
Anos 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Inflação 1621,0 472,7 1119 2477 916,4 22,4 9,6 5,2 1,7
Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Edição Outubro I Ano 2014


Inflação 6,0 7,7 12,5 9,3 7,6 5,7 3,1 4,5 5,9
Anos 2010 2011 2012 2013 2014
Inflação 5,9 6,5 5,8 5,9 6,5*
(*) Acumulado doze meses

Fonte: IBGE

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Planos Anteriores

Inflação
Antes do plano real, outros planos que visavam a estabilidade econômica foram implementados no Brasil, a partir de
meados da década de 1980: Plano Cruzado (I e II) em 1986; Plano Bresser em 1987; Plano Verão em 1988/1989; e
Plano Collor (I e II) em 1990 e 1991, respectivamente. Todos envolviam medidas heterodoxas, como o
congelamento de preços, e fracassaram ao final do congelamento.

90,00 Collor 1
80,00
70,00
60,00
Real
50,00
40,00 Verão

Edição Outubro I Ano 2014


30,00
Bresser Collor 2
20,00 Cruzado
10,00
0,00
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997

Inflação Mensal IPCA (%) - 1985 a 1997 Fonte: IBGE

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Plano Real - Primeiras Medidas
Em maio de 1993 quando a inflação acumulada em 12 meses estava em 1.348%, Fernando Henrique Cardoso é

Inflação
nomeado ministro da fazenda. As primeiras medidas de forte repercussão ocorrem no dia 1º de agosto de 1993, com
a troca da moeda e o corte de três zeros. O Cruzeiro passa a se chamar Cruzeiro Real. Neste mês a inflação acumulada
em doze meses era de1.730%. Em dezembro deste ano, a inflação acumulada era de 2.477%

3.000,00

2.500,00

2.000,00

1.500,00

Edição Outubro I Ano 2014


1.000,00

500,00

0,00
jan/93 fev/93 mar/93 abr/93 mai/93 jun/93 jul/93 ago/93 set/93 out/93 nov/93 dez/93

Inflação Mensal – IPCA acumulado em 12 meses (%) – 1993 Fonte: Banco Central do Brasil

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Apresentação do Plano Real
O Plano Real é apresentado no dia 7 de dezembro de 1993, detalhando os cinco objetivos fundamentais: i) Zerar o

Inflação
déficit público; ii) Desindexar a economia; iii) Reindexar a economia de acordo com a taxa de câmbio; iv) Abrir a
economia por meio da redução das tarifas de importação; e v) Aumentar acentuadamente as reservas internacionais.

50.000 1,20

45.000
1,00
40.000
Reservas Internacionais

35.000
0,80

Taxa de Câmbio
30.000

25.000 0,60

20.000
0,40
15.000

Edição Outubro I Ano 2014


10.000
0,20
5.000

0 0,00
1994.01 1994.02 1994.03 1994.04 1994.05 1994.06 1994.07 1994.08 1994.09 1994.10 1994.11 1994.12

Reservas internacionais Taxa de câmbio

Reservas Internacionais (US$ milhões) e taxa de câmbio


(R$/US$) – Valores mensais – 1994 Fonte: Ipeadata

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Introdução da Unidade Referência de Valor - URV
A unidade Real de Valor - URV foi introduzida em 28 de fevereiro de 1994, consistiu na dolarização disfarçada da

Inflação
economia brasileira, já que o valor URV correspondia a cotação do dólar do dia anterior. Assim, a URV era utilizada
como indexador único para todos os valores da economia. Neste mês, a inflação acumulada em 12 meses alcançava
a cifra de 3.025%.

50
45
40
35
30
25
20
15

Edição Outubro I Ano 2014


10
5
0

IPCA mensal (%) - 1994 Fonte: Banco Central do Brasil

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Lançamento do Plano Real
No 1º de julho de 1994, nascia o Real, valendo exatamente 1 dólar, isto porque no dia 29 de junho de 1994, a cotação

Inflação
da taxa de câmbio encerrou o dia com o dólar valendo CR$ 2.750,00. Assim, no dia 30 de junho, todos os valores em
Cruzeiro Real foram divididos por 2.750 para se obter os valores em Real, que eram equivalentes em dólares.

MÊS COTAÇÃO DÓLAR URV

Fevereiro CR$ 637,45 CR$ 637,34

Março CR$ 913,34 CR$ 931,05

Abril CR$ 1302,28 CR$ 1323,92

Edição Outubro I Ano 2014


Maio CR$ 1875,27 CR$ 1875,82

Junho CR$ 2.750,00 CR$ 2750,00

Cotação do Dólar x Valor da URV (Fevereiro a Junho de 1994) Fonte: Ipeadata

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Controle e Desempenho inflacionário a partir de julho de 1994
Tendo a credibilidade ancorada no elevado volume das reservas internacionais, alcançado graças as altas taxas de

Inflação
juros, que atraiam fluxos de capitais externos e mantinham a taxa de câmbio valorizada, a política de controle de
preços mostrou-se exitosa até o mês de janeiro de 1999, quando as reservas caíram para um patamar 50% inferior ao
montante existente em abril de 1998.

1,40 8,00

7,00
1,20
6,00
1,00
5,00

Inflação (IPCA)
Taxa de câmbio

0,80 4,00

0,60 3,00

2,00
0,40

Edição Outubro I Ano 2014


1,00
0,20
0,00

0,00 -1,00

Taxa de Câmbio Inflação - IPCA

Taxa de Câmbio (R$/US$) e IPCA mensal (%) – Julho/94


a Dezembro/98 Fonte: Banco Central do Brasil

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Nova Política de Controle Inflacionário a partir de Janeiro de 1999
Esta nova fase do plano real é marcada pela adoção do tripé macroeconômico: câmbio flutuante, metas de inflação e

Inflação
superávit primário. Novamente a manutenção de taxas de juros elevadas constituem no principal instrumento para a
obtenção das metas.

45,00

40,00

35,00

30,00

25,00

20,00

15,00

Edição Outubro I Ano 2014


10,00 IPCA (% a.m.)

5,00
Taxa de juros - Over / Selic - (% a.m.)
Metas de inflação (% a.m.)
0,00
1999.01
1999.07
2000.01
2000.07
2001.01
2001.07
2002.01
2002.07
2003.01
2003.07
2004.01
2004.07
2005.01
2005.07
2006.01
2006.07
2007.01
2007.07
2008.01
2008.07
2009.01
2009.07
2010.01
2010.07
2011.01
2011.07
2012.01
2012.07
2013.01
2013.07
2014.01
2014.07
IPCA acumulado em 12 meses, Taxa de juros Selic e
Metas de Inflação – Janeiro/1999 a Agosto/2014 Fonte: Banco Central do Brasil
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O Controle Inflacionário e o seu custo

Inflação
Com a introdução do regime de metas cambiais o plano real consegue um novo fôlego para controlar a taxa de
inflação. Mas, tal desempenho está associado com o comprometimento do crescimento econômico do pais.

40,00 8,00%

35,00 7,00%

6,00%
30,00
IPCA e Taxa Selic

5,00%
25,00
4,00% IPCA

PIB
20,00
3,00% SELIC
15,00
2,00% PIB

Edição Outubro I Ano 2014


10,00
1,00%

5,00 0,00%

0,00 -1,00%

IPCA acumulado em 12 meses, Taxa de juros Selic e Taxa


Fonte: Banco Central do Brasil
de crescimento do PIB– Janeiro/1999 a Agosto/2014 e Ipeadata

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Principais resultados do Plano Real
- Foi implementado sem choques, como congelamentos e confiscos de ativos financeiros;

Inflação
- Reduziu os patamares inflacionários anuais para 1 dígito;
- Propiciou a estabilização macroeconômica;
- Melhorou o alcance das coordenações das políticas fiscais e monetárias;
- Criou ambiente econômico estável para o planejamento do setor produtivo;
- Contribuiu com o processo de abertura comercial;
- Reduziu drasticamente as perdas impostas pela inflação às classes de menores renda.

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