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02 Imunidade Adaptativa Celular
02 Imunidade Adaptativa Celular
A integridade das células que compõem tanto a imunidade inata como a adaptativa é
necessária para estabelecer uma resposta imune eficiente contra os agentes patogênicos. A falha em
algum componente desse sistema pode levar a imunodeficiências e a quadros de imunossupressão.
A imunodeficiência é uma desordem do sistema imunológico caracterizada pela incapacidade de se
estabelecer uma imunidade efetiva contra patógenos. Os indivíduos acometidos por tal quadro
apresentam uma crescente susceptibilidade a infecções e a certos tipos de câncer.
As imunodeficiências podem ser subdivididas em: primárias e secundárias. A primária
geralmente é oriunda de defeitos genéticos, podendo acometer a imunidade inata através do
comprometimento da fagocitose ou do complemento, ou a adaptativa, levando a falhas no
desenvolvimento, ativação ou funcionamento dos linfócitos. A síndrome de DiGeorge (SDG) é
um exemplo de imunodeficiência primária causada pela deleção de uma região do cromossomo 22,
o que resulta em alterações na formação do embrião. A malformação do embrião tem como
consequência tais anomalias: malformação cardíaca, dimorfismos facias e hipoplasia do timo. A
hipoplasia do timo induz a uma maturação defeituosa de todos os linfócitos T, levando a números
reduzidos ou ausentes na corrente sanguínea. Os indivíduos não eliminam de forma eficaz os
patógenos intracelulares, como por exemplo, micobactérias e vírus, mas são capazes de enfrentar as
infecções causadas por bactérias extracelulares.
A imunodeficiência secundária ou adquirida pode ser consequência da desnutrição,
envelhecimento, uso de quimioterápicos e aquisição de doenças específicas, como a infecção pelo
vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês Human Immunodeficiency Virus) ou mesmo
alguns tipos de câncer, particularmente aqueles que afetam as células geradas na medula óssea. O
HIV infecta principalmente os linfócitos T CD4+ auxiliares causando sua redução no indivíduo.
Dessa forma, a resposta imune desses indivíduos fica comprometida devido à ausência da função
auxiliar que essas células exercem sobre várias células do sistema imunológico.
Diferente das imunodeficiências relacionadas à redução do número de linfócitos T seja por
alteração no órgão onde ocorre maturação dessas células ou por infecção, também existem as
doenças associadas com excesso de proliferação dos precursores dos linfócitos T, que originam as
doenças neoplásicas. Dentre elas, a leucemia linfocítica aguda (LLA), na qual a proliferação
constante dos precursores leva ao acometimento de toda a medula óssea, reduzindo a hematopoese.
Consequentemente, indivíduos acometidos por essa doença apresentam números reduzidos de
linfócitos, hemácias e plaquetas, sendo susceptíveis a quadros variáveis de infecção, anemia e
sangramento.