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IPTU

IPTU é a sigla para Imposto Predial e Territorial Urbano.

O Código Tributário Nacional - CTN (Lei 5.172, de 25.10.1966) rege o IPTU em seus artigos 32 a 34. Sua
constitucionalidade é prevista no artigo 156, inciso I, da Carta Magna/1988.

FATO GERADOR

O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como
definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o
requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos itens seguintes,
construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II – abastecimento de água;

III – sistema de esgotos sanitários;

IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.

A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de
loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio,
mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos especificados acima.

CONTRIBUINTE

Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a
qualquer título.

BASE DE CÁLCULO - ALÍQUOTA

A base de cálculo é o valor venal (valor de venda) dos imóveis.

Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter
permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou
comodidade.

Sua alíquota varia de um Município para outro, sendo admissível sua progressividade após a edição da
Emenda Constitucional 29/2000.

O § 1 do artigo 7º do Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001) estipula que a alíquota máxima a ser aplicada
para cobrança do IPTU progressivo no tempo é de 15%.
Entenda IPTU - Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana

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Publicado por Erica Avallone

há 4 anos

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O IPTU é o Imposto sobre a Propriedade Predial Territorial Urbana, com previsão legal no
artigo 156, I da Constituição Federal. Vale dizer, que a Competência Tributária é dos Municípios.

Analisando este artigo, podemos concluir que o fato gerador do IPTU é a propriedade predial e territorial urbana.
Assim, em regra, apenas os imóveis situados na zona urbana dos municípios é que recairá o IPTU.

O Artigo 32, §§ 1º e 2º do CTN, trazem o que é considerado zona urbana para fins de incidência de IPTU; os incisos
do § 1º, diz que é preciso ter pelo menos 2 (dois) melhoramentos:

Áreas urbanizáveis são tratadas no § 2º:

Assim, podemos concluir que para que haja a incidência do IPTU é necessário que haja uma lei municipal, que
determine a sua zona urbana, bem como deva atender as condições dispostas no § 1º do artigo 32 do CTN.

Além disso, o município pode estabelecer zonas urbanizáveis ou de expansão urbana, nos termos do § 2º do CTN,
vale destacar que nesse caso, não é necessário observar os requisitos necessários dispostos no parágrafo anterior.

Importante observar que há a possibilidade de um imóvel localizado na zona urbana, tenha destinação rural,
conforme previsto no artigo 15 do Decreto Lei 57/66:

"Art. 15: O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel que,
comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo
assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados".

Nestes casos, embora o imóvel esteja localizado na área urbana, incidirá o ITR.

Progressividade do IPTU

Nos artigos 156, I e § 1º e 182, § 4º, II da Constituição Federal fala da possibilidade de utilização do IPTU de forma
progressiva:

Há regras específicas dadas pela CF no que diz respeito às alíquotas do IPTU, bem como a possibilidade de um IPTU
progressivo no tempo, para estimular que o imóvel cumpra sua função social.

Aqui devemos mencionar a Súmula 589 do STF:

"É inconstitucional a fixação adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de
imóveis do contribuinte".

Continuando com o artigo 182:

Com isso, constata-se duas progressividades ao IPTU: uma relativa ao valor do imóvel e a outra progressividade no
tempo, além da progressividade genérica relativa à capacidade contributiva. No caso do art. 156, I e § 1º:
progressividade em razão do valor do imóvel; no caso do art. 182, § 4º, II: progressividade no tempo, está só ocorre
para a manutenção da função social da propriedade.

Além dessas formas de progressividade, há outra expressa no artigo 145, § 1ºda CF: progressividade genérica
relativa à capacidade contributiva, tal princípio, de maneira simplificada, diz que a tributação deve atingir de modo
mais oneroso aqueles que são "mais ricos" e impor menor carga aos que possuem menos recursos.

Aspecto Temporal do IPTU

O IPTU sempre incide no dia 1º de janeiro de casa exercício. Não há que se falar em anterioridade.

Sujeito Ativo e Passivo

Sujeito Ativo: Municípios de Distrito Federal pois são os cometentes para instituir o tributo.

Sujeito Passivo: Será o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor do imóvel, nos termos do
artigo 34 do CTN.

"Art. 34: Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a
qualquer título".

Tais hipóteses só ocorrem quando o possuidor se comporta como como se fosse o legítimo proprietário do imóvel,
assim o locatário, o comodatário e outros no mesmo sentido, não são contribuintes do IPTU. Mesmo que seja
estabelecido em contrato de locação residencial que o ônus do IPTU é do locatário, se ele não pagar, as
consequências recairão sobre o proprietário, pois ele sim é o contribuinte e não o locatário.

Outro caso que merece cuidado é do promitente comprador, que somente será contribuinte se se tratar de
promessa irretratável de compra e venda, e se ele tiver pago as parcelas contratuais e se se encontrar habilitado a
lavrar escritura, ou promover adjudicação compulsória.

Há também a figura do sucessor dessa obrigação tributária, que, por ser porpter rem, passa a ser do terceiro
adquirente, pois adquiriu o imóvel.

Aspecto Quantitativo

Com relação a base de cálculo, nos termos do art. 33 CTN, é o valor venal do imóvel.

Valor venal é aquele referente ao valor de venda do bem, para pagamento à vista, em condições normais de
mercado.

As alíquotas são fixadas em um percentual e poderão variar em razão da progressividade e diferenciação.

Jurisprudência IPTU

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. IPTU. RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO. CONTRATO DE


LOCAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA. SÚMULA 279/STF. Nos termos da jurisprudência da
Corte, o contrato de locação não faz configurar a posse com ânimo de dono. Não há neste caso, portanto,
subsunção do fato à hipótese de incidência necessária à cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU.
Agravo regimental a que se nega provimento. STF - AG. REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO: AI 619827 RJ
Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-249 DIVULG 17-12-2014 PUBLIC 18-12-2014

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ITBI E IPTU. BASE DE CÁLCULO. VALOR
VENAL. INEXISTÊNCIA DE VINCULAÇÃO. 1. "Esta Corte firmou o entendimento de que a forma de apuração da base
de cálculo e a modalidade de lançamento do IPTU e do ITBI são diversas, razão que justifica a não vinculação dos
valores desses impostos". (REsp 1.202.007/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013). 2.
Agravo regimental a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar
provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator. Os Srs. Ministros Mauro Campbell
Marques (Presidente), Assusete Magalhães, Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro
Relator. STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL: AgRg no AREsp 610215 SP
2014/0276300-3 Publicação: DJe 25/03/2015
IPTU – PROGRESSIVIDADE. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sedimentou-se no sentido de ser
constitucional a progressividade nas alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano estabelecida mediante lei
municipal em período posterior à Emenda Constitucional nº 29/2000. Precedentes: Recursos Extraordinários nºs
423.768/SP e 586.693/SP. Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Presidência do Senhor Ministro Dias Toffoli. 1ª Turma, 30.10.2012. STF - AG. REG. NO AGRAVO
DE INSTRUMENTO: AI 534469 MS Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-247 DIVULG 17-12-2012 PUBLIC 18-12-
2012

Disponível em: http://ericaavallone.blogspot.com.br/2015/05/entenda-iptu-resumao.html

Base de cálculo, fato gerador e alíquotas do IPTU

Não poderá a autoridade administrativa realizar o lançamento de modo subjetivo, pois deverá observar os limites
exigidos pela lei e havendo violação a esta regra estabelecida por lei o agente público será responsabilizado.

Por André Luiz Andrade dos Santos

DIREITO TRIBUTÁRIO | 15/MAR/2017

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1 Base de Cálculo

No Brasil, a base de cálculo dos tributos é conceituada como uma grandeza econômica sobre a qual incide uma
alíquota para resultar no valor a ser pago deste tributo, o Código Tributário Nacional especifica para cada tributo
uma base de cálculo distinta.

A base de cálculo do IPTU esta previsto no artigo 33 do CTN, sendo o valor venal do imóvel, considerando o valor
do terreno mais o valor da construção, sendo, portanto o valor do bem se posto a venda, neste sentindo aponta
Kiyoshi Harada (2012, p.122):

Em termos doutrinários, o “valor venal é o preço que determinado imóvel alcançaria em uma operação de compra
e venda a vista, segundo as condições usuais do mercado imobiliário, administrando-se a variação de dez por cento
para mais ou para menos.

Dessa forma não poderá a autoridade administrativa realizar o lançamento de modo subjetivo, pois deverá
observar os limites exigidos pela lei e havendo violação a esta regra estabelecida por lei o agente público será
responsabilizado.

A autoridade administrativa poderá criar mecanismo para obter o valor venal do imóvel sem a necessidade de
efetuar sempre a pesquisa de marcado imobiliário, haja vista que o executivo municipal não detém competência
para criar critérios avaliativos imobiliários, sendo assim foi criado a “Planta de Valores Genéricos”, esta planta
indica o quanto vale em metros quadrados a cada quadra, rua e haverá uma variação do objeto de valoração para
cada município. A finalidade da Planta de valores genéricos é quantificar os valores de cada logradouro, de cada
município.

Para Harada, (2012, p.16),a atividade da autoridade tributaria consiste em apenas fazer o devido enquadramento
do imóvel a ser tributado no padrão existente na lei, para aferir o valor venal do imóvel com relação ao metro
quadrado estipulado pela planta de valores Genéricos.

Em um breve conceito o valor venal do imóvel é o valor de venda em situação exigida pelo mercado imobiliário,
assim esclarece Regina Helena Costa (2016, p.412): “O conceito de valor venal do imóvel, consoante já exposto,
pode ser singelamente definido como o valor de venda do bem para pagamento à vista, em condições normais de
mercado”, corroborando com esse entendimento o professor Eduardo Sabbag (2008, p. 368) esclarece que para
alcançar o valor venal do imóvel não poderá ser computado o valor dos bens móveis nele contido.

É importante ressaltar que o objetivo da planta é a efetiva avaliação do valor venal do imóvel, o poder executivo
não pode criar a planta de valores genéricos com o intuito de majorar o imposto, salvo se for meramente
atualização.

Os municípios aumentavam o valor venal do imóvel por meio de decreto, com a finalidade de atualização
monetária, prática impossível de exercer a luz do CTN no artigo, 97, II, e os eu §1º, bem como a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça na súmula 160 que dispõe: “É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto,
em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”.

O município pode mediante decreto atualizar o valor monetário da base de cálculo estando dentro dos parâmetros
dos valores oficiais da correção monetária, se o decreto incorrer em valores que extrapolam os índices oficiais
estará em confronto com o CTN, violando assim o princípio da Legalidade Tributária.

Para chegar ao valor venal do imóvel, base de cálculo, é necessário de quatro fatores, o primeiro trata-se do
tamanho do terreno, o segundo a localização deste terreno na Planta Genérica de Valores, em seguida será
observada a localização deste terreno na Planta Genérica de Valores, bem como a sua área construída, e por último
a sua qualificação.

É importante ventilar que o valor da base de cálculo aferido pelo poder publica não é absoluto, haja vista que o
contribuinte tem o direito de se contrapor ao valor. Outro aspecto importante cuida do imóvel que é declarado
pertence à Área de Preservação Permanente, deverá ser observada tal condição, prevalecendo a não incidência do
imposto caso no imóvel não permitir a edificações, haja vista que o contribuinte não usufruirá o direito de
propriedade, portanto considera uma desapropriação indireta, sendo indenizado o proprietário.

2 Fato Gerador

O fato gerador é um dos objetos na formação triangular da incidência de um tributo e esta previsto no Código
Tribunal Nacional no dispositivo 114 como obrigação principal e o artigo 115 do mesmo diploma legal tem-se a
obrigação acessória, o professor Ricardo Alexandre (2008, p. 263) distingui o fato gerador na obrigação principal da
obrigação acessória, in verbis:

A situação descrita, nos termos da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que não se caracteriza como
obrigação principal (entregar declaração de rendimentos), configurando, portanto, fato gerador de obrigação
tributária acessória.

Quando o fato gerador é praticado advém uma obrigação tributária que pode ser principal ou acessória, a primeira
é decorrente da lei, é o pagamento do tributo ao estado, e a segunda é qualquer obrigação que não configure
obrigação principal, sendo assim, tanto a obrigação principal como a obrigação acessória decorrem da legislação
tributária, por isso há uma similitude entre elas, haja vista que para ambas surgirem é necessário que ocorra um
fato legalmente qualificado, sendo denominado como fato gerador.

Na doutrina a nomenclatura de fato gerador é bastante criticada, tendo em vista que alguns doutrinadores
utilizam-se do termo “hipótese de incidência” ou “In abstracto”uma situação hipotética imposta pela lei, em
contrapartida outros denominam de “Fato Imponível”ou “In concreto”, por ser uma definição em lei que uma vez
concretizado nasce a obrigação tributaria, assim afirma Regina Helena Costa (2016, p.204):

Fato gerador “in abstrato” é, assim, substituído pelas expressões hipótese de incidência ou hipótese tributaria, que
não deixam duvidas quanto ao conceito a que se referem- o da situação hipotética.

E o fato gerador “in concreto” é designado por fato imponível ou fato jurídico tributário, de molde a designar a
situação aperfeiçoada no plano concreto.

O mestre Kiyoshi Harada, (2012, p. 37), defende que o fato gerador é uma “hipótese tributária” ou “hipótese de
incidência”, pois trata-se de uma norma em abstrato, genérica, refutando assim a nomenclatura de “Fato
Imponível” , neste sentido corrobora o professor Claudio Carneiro (2016, p. 507), quando se refere ao fato gerador
como uma situação hipotética que gera obrigação de pagar tributos.
Data vênia aos ilustres professores é relevante observar que o fato gerador é o somatório da situação hipotética
mais o fato imponível, em razão que a lei traz em seu bojo ambos em um mesmo aspecto, como por exemplo, o
IPTU, imposto de objeto de nosso estudo, o fato gerador é a propriedade de Imóvel, quando o contribuinte adquirir
um imóvel (fato imponível +hipótese de incidência), há um liame entre o fato imponível e a hipótese de incidência.

No IPTU o fato gerador é a propriedade de imóvel construído ou não, situado em zona urbana, o artigo 32 do
Código Tributário Nacional estipula que o fato gerador além da propriedade de bem imóvel, incidira também para
aqueles que têm a posse ou o domínio útil.

Denomina-se Zona Urbana a aquela que possui dois dos cinco melhoramentos estipulados nos incisos do parágrafo
primeiro que são: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;II - abastecimento de água; III -
sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição
domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado, rol este taxativo, se não houver os dois melhoramento não poderá incidir o imposto.

A incidência do IPTU ocorre sobre a pessoa que tem o direito real sobre a coisa, por isso que o fato gerador é a
propriedade, para Ives Gandra Martins (2013, p.1002), o termo propriedade perante a Constituição não possui sua
essência técnica e sim uma expressão comum.

O Fato Gerador no IPTU deve ser analisado sob o aspecto espacial que é o local onde surge a obrigação tributária e
o aspecto temporal onde se concretiza o fato gerador, para Kiyoshi Harada (2012, P. 128) o Código Tributário
Nacional não dispôs sobre o aspecto temporal, sendo assim de forma genérica deverá ser aplicado sobre a matéria
o artigo 116 do CTN, a professora Regina Helena Costa (2016, p. 410) afirma que o aspecto temporal está fixado em
1º de Janeiro de cada exercício financeiro.

Na verdade o legislador quis dizer foi que a expressão propriedade, domínio útil e posse é a mesma prevista no
Código Civil.

Como fora exposto, o IPTU incidi sobre a propriedade de imóvel urbano, no entanto há uma exceção quando o
imóvel que está localizado em zona urbana possuir destinação rural, agrícola não incidirá o IPTU, mas o ITR, assim
aponta Hugo de Brito Machado (2015, p.401):

O critério da localização do imóvel na zona urbana prevalece em princípio, mas é possível que o imóvel, mesmo
estando na zona urbana definida na lei municipal, esteja sujeito a incidência do ITR, e não do IPTU.

Portanto, o fato gerador do IPTU é a propriedade de imóvel situado em localização considerada urbana observando
o aspecto temporal e o aspecto espacial.

3 Alíquotas

As alíquotas são valores percentuais que incidem sobre a base de cálculo quando é praticado o fato gerador,
resultando no aspecto quantitativo do imposto, no caso do IPTU as alíquotas são fixadas por lei de cada município,
sendo observado o princípio do não confisco, assim é comum encontrar em um mesmo estado, municípios com
alíquotas diferentes, neste sentido conceitua o professor Kiyoshi Harada (2012, p.124): “Alíquota é o percentual
que incide sobre a base de cálculo, valor venal do imóvel, apurado de conformidade com o que a lei de regência da
matéria”.

As alíquotas podem ser simples ou progressivas, aquela apresenta um percentual fixo para todos os contribuintes,
não considerando localização, destinação, a última aduz que incidirá sobre os imóveis alíquotas distintas quanto a
localização, destinação ficando este requisito a ser estipulado pela lei municipal, a partir desse entendimento os
municípios fixaram alíquotas maiores em razão da quantidade de imóveis do contribuinte, contudo o Supremo
Tribunal Federal no RMS 16.798-SP -RTJ 41/607, julgou inconstitucional essa prática e editou a súmula 589,
dispondo: “É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função
do número de imóveis do contribuinte”.

A edição dessa súmula acarretou em algumas discordâncias da Suprema Corte, fazendo o uso de todas as vênias, o
professor Hugo de Brito Machado, (2015, p. 402), entende que não há que se falar em inconstitucionalidade,
considerando que não havia nenhuma vedação na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional ao se
aplicar dita progressividade, além disso, afirma que tal prática encontrava respaldo no artigo 160,III, da CF vigente.
Na progressividade das alíquotas têm-se a progressividade fiscal e a progressividade extra fiscal, esta segunda é
fixada para fazer com o que o proprietário cumpra a função social do imóvel, é considerada como uma forma de
sanção, e sua não observância autoriza o poder municipal a aplicar as alíquotas progressivas. A função social do
imóvel ocorre quando este está sendo utilizada para moradia, fins comerciais, a violação a função social insurge
uma obrigação mais onerosa, tendo em vista que o proprietário será tributado com uma alíquota maior que será
majorada a cada ano até o limite de 15%, havendo a persistência o município poderá executar a desapropriação,
nos termos do art. 182, §4º, I, II, III, da CF, esclarece Kiyoshi Harada (2012, p.125):

Se a disfunção social da propriedade urbana persistir, o município poderá deflagrar o último instrumento
ordinatório, que é a desapropriação do imóvel mediante pagamento do justo preço em título de dívida pública
resgatável no prazo de dez anos...

Tratando-se da progressividade fiscal esta é fixada para arrecadar fundos para gerir a máquina pública, nesta a
alíquota vai aumentando na medida em que aumenta a base de cálculo do imposto, o valor venal do imóvel.

O Supremo Tribunal Federal entendeu constitucional a incidência de alíquotas diversas em razão do imóvel está ou
não edificado, observa-se então que na distinção dessas alíquotas o que há de verdade é a aplicação do Princípio da
Seletividade.

Por conseguinte, fazendo a distinção Progressividade da Seletividade, onde aquela é o aumento da alíquota na
medida em que cresce a base de cálculo, apontando como uma progressividade ordinária, e a última são alíquotas
diversas tomando como referência a destinação ou localização do imóvel.

Todavia, não há óbice em aplicar uma alíquota seletiva e progressiva concomitantemente, uma vez que alíquota
seletiva pode ser aplicada em razão do local do imóvel e progressiva quanto a destinação deste.

Direito Tributário: IPTU

O alcance da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, “A”, da Constituição Federal, em relação aos
imóveis que, embora pertencentes aos entes públicos, são utilizados por concessionários ou permissionários.

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Publicado por Isabela Mello

há 4 anos

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 IPTU: Considerações gerais

O imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) é um imposto de competência municipal e
encontra fundamento constitucional no art. 156, II, p. 1oe no art. 182, p. 4o, II da Constituição Federal, e tem
previsão legal nos art. 32 e 34 do Código Tributário Nacional e no art. 7º do Estatuto da Cidade(Lei 10.257/01).

Quanto à materialidade do referido tributo, tem-se como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de
bem imóvel por natureza ou acessão física, localizado na zona urbana do município. Tendo em vista que o conceito
de propriedade não está expresso nas legislações supracitadas, utiliza-se o preceito previsto no Diploma Civil.
Dispõe o art. 1.228 do Código Civil que “o proprietário tem faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”. Já o conceito de zona urbana, por sua
vez, foi definido pelo legislador tributário no art. 32, §§ 1oe 2odo CTN, que figuram com a seguinte redação:

“§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o
requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes,
construídos ou mantidos pelo Poder Público:

I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

II - abastecimento de água;

III - sistema de esgotos sanitários;

IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.

§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de
loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que
localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.”

O sujeito passivo do IPTU é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer
título. Nas precisas palavras de Alfredo Augusto Becker “o sujeito passivo da relação jurídica tributária nos
impostos prediais e territoriais é a pessoa proprietária do imóvel no dia 1ode janeiro de cada ano[1]”. Segundo
Leandro Paulsen e José Eduardo Soares de Melo, “essas figuras jurídicas (proprietário, titular do domínio e
possuidor) são consideras contribuintes na medida em que revelam efetiva capacidade econômica (...)”[2].
Destaca-se que esse imposto vincula-se a institutos de direito real, de modo que no caso de concessão de uso de
bem público, que tem natureza pessoal, não incidirá o IPTU. Ainda sobre a sujeição passiva, determina a Súmula no
399 do Superior Tribunal e Justiça que cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. Quanto ao
locatário, a maior parte da doutrina sustenta a inadmissibilidade jurídica de figurar como sujeito passivo do IPTU, já
que sua situação não revela conteúdo econômico, tampouco o leva a ser proprietário do imóvel[3]. Nesse sentido é
a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

“IPTU - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - IMOVEL LOCADO. A POSSE TRIBUTÁRIA E A QUE EXTERIORIZA O DOMINIO, NÃO
AQUELA EXERCIDA PELO LOCATARIO OU PELO COMODATARIO, MEROS TITULARES DE DIREITOS PESSOAIS
LIMITADOS EM RELAÇÃO A COISA. GOZANDO A PROPRIETARIA DO IMOVEL DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA NÃO SE
PODE TRANSFERIR AO LOCATARIO A RESPONSABILIDADE DO PAGAMENTO DO IPTU. RECURSO IMPROVIDO. (REsp
40.240/SP, Rel. Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/12/1993, DJ 21/02/1994, p. 2141)”.

A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, não se considerando o valor dos bens móveis mantidos em
caráter permanente ou temporário no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, amorfoseamento ou
comodidade, conforme a regra do art. 33 e parágrafo único do CTN. Desta forma, não pode o Município adotar
como base de cálculo a superfície do imóvel ou o status econômico do seu proprietário, pois é cediço que valor
venal é que se atém à materialidade do tributo, se não vejamos o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça:

TRIBUTÁRIO - IPTU - BASE DE CALCULO - SUPERFICIE DO IMOVEL - SITUAÇÃO ECONOMICA DO PROPRIETARIO -


(CTN, ART. 33)- LEI MUNICIPAL N. 3999/72 DE SANTO ANDRE. É DEFESO AO MUNICIPIO ADOTAR COMO BASE DE
CALCULO DO IPTU A SUPERFICIE DO IMOVEL OU O STATUS ECONOMICO DE SEU PROPRIETARIO (CTN - ART. 33 E LEI
MUNICIPAL DE SANTO ANDRE N. 3999/72 - ART. 132 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 5.801/80, ART. 5.). (REsp
4.379/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/04/1993, DJ
17/05/1993, p. 9294)

As alíquotas do IPTU deverão ser fixadas em lei municipal, não podendo ser estabelecidas em percentuais
exorbitantes que viole o princípio da capacidade econômica, já que nessa situação haveria o confisco do imóvel.
Estabelece a Constituição Federal, em seu art. 156, § 1o, I e II, que, sem prejuízo da progressividade no tempo o
IPTU poderá: (i) ser progressivo em razão do valor do imóvel, e (ii) ter alíquotas diferentes de acordo com a
localização e o uso do imóvel. Nota-se que o princípio da progressividade está diretamente relacionado aos
princípios da capacidade contributiva, da isonomia e da vedação do confisco, de modo que a carga tributária seja
mais significativa para os contribuintes que revelam superior riqueza. Por outro lado, o § 4o do art. 182 da Carta
Maior, estabelece a progressividade no tempo nos seguintes termos:
“§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais”.

Sobre o fato da Constituição Federal considerar a progressividade em dois capítulos distintos, conforme acima
transcrito, valiosa a lição de Leandro Paulsen e José Eduardo Soares de Melo:

“A circunstância de a CF haver considerado a progressividade do IPTU em dois capítulos distintos (sistema tributário
– art. 156, § 1o; e ordem econômica – art. 182, § 4o, II) não significa autonomia e tratamentos jurídicos
diferenciados, uma vez que a progressividade se justifica no âmbito do desenvolvimento urbano, condicionando a
prévia edição de lei específica para área incluída em Plano Diretor, no contexto da função social da propriedade.
Injustificável a progressividade do IPTU como singelo procedimento fiscal, de cunho meramente arrecadatório,
divorciado da política de desenvolvimento urbano”.

 Imunidades Tributárias

O campo das imunidades tributárias e a sua classificação são motivo de ampla divergência, na medida em que
podem ser encontradas na doutrina, os mais diversos posicionamentos acerca da sua natureza jurídica. Encontram-
se os seguintes entendimentos: imunidade tributária como (i) limitação constitucional ao poder de tributar, (ii)
princípio constitucional, (iii) hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada, (iv) exclusão ou supressão
da competência tributária, (v) categoria referida a circunstâncias extrajurídicas e, ainda, (vi) exoneração
exclusivamente aplicável a impostos.

Como limitação constitucional ao poder de tributar, definição utilizada por Aliomar Baleeiro[4], seria a norma
imunizante responsável por limitar o poder das pessoas políticas de tributarem determinados sujeitos, fatos ou
objetos. Como bem ressaltado por Regina Helena Costa, não obstante a limitação ao poder de tributar seja um dos
efeitos da imunidade, não seria correto classificá-la de tal modo, considerando que existem limitações não
configuradoras de imunidade.

Na mesma medida, merece crítica a acepção de imunidade tributária como espécie de princípio constitucional. Ora,
os princípios orientam e condicionam a aplicação de todas as normas jurídicas, formando a sustentação do
ordenamento e direcionando tanto o legislador quanto o intérprete do direito. Por sua vez, como ressalta Clélio
Chiesa[5], “(...) as imunidades constituem hipótese de afastamento da tributação, previstas no texto constitucional,
que estabelecem a incompetência das pessoas políticas de tributarem certos fatos, situações ou pessoas, as quais
podem revelar a consolidação de um princípio ou não, mas que, de qualquer forma, com eles ao se confundem.” (fls.
99).

Da mesma forma, não poderia ser hipótese de não incidência da norma tributária, considerando que essa
modalidade poderia recair apenas sobre normas incidentes sobre fatos, por exemplo, uma norma instituidora de
um tributo, o que não é o caso da norma imunizante. Também não teria natureza de exclusão ou supressão da
competência tributária uma vez que para que isso ocorra seria necessária a pré existência de norma criadora de
competência tributária e no caso da imunidade, essa nunca existiu.

Finalmente, não poderiam ser classificadas como circunstâncias extrajudiciais ou mesmo afirmar seriam aplicáveis
exclusivamente a impostos. A partir do momento em que estão previstas na Constituição Federal, que decorrem de
um desejo do legislador e, muitas vezes, de princípios constitucionais, não poderiam ser consideradas como
extrajurídicas. Pelo contrário, na medida em que fundamentam-se em “(...) valores que se encontram juridicamente
prestigiados com a finalidade de evitar perturbações que possam surgir coma tributação”[6]. Acerca de serem
aplicadas exclusivamente a impostos, destaca-se que, não obstante a Constituição, acerca das imunidades, trate
apenas dessa categoria, não existe óbice algum para que venha futuramente ser introduzida no âmbito das taxas e
das contribuições de melhoria ou que mesmo o termo “impostos” possa ser interpretado como “tributos”.
A imunidade tributária pode ser conceituada, nas palavras de Regina Helena Costa, como “(..) a exoneração, fixada
constitucionalmente, traduzida em norma expressa impeditiva da atribuição de competência tributária ou extraível,
necessariamente, de um ou mais princípios constitucionais, que confere direito público subjetivo a certas pessoas,
nos termos por ela delimitados, de não se sujeitarem à tributação.”[7].

Vale ressaltar que as imunidades tributárias podem ser consideradas como direito público subjetivo de
determinada pessoa não ser tributada em dada situação e por isso constituem direitos individuais equiparados
aqueles expostos no artigo 5oda Constituição Federal. E, nessa medida, estão protegidas por cláusula pétrea não
podendo ser suprimidas na hipótese de alteração do texto constitucional. Isso ocorre pois a constituição brasileira é
rígida e prevê, no seu artigo 60, parágrafo 4o, inciso IV, a impossibilidade de alteração via emenda constitucional de
determinadas matérias localizadas no seu corpo.

No tocante às diversas classificações atribuídas às imunidades tributárias, utilizaremos, neste trabalho, o critério
adotado por Regina Helena Costa, que entende pela possibilidade de separação das imunidades em (i) genéricas e
específicas, (ii) excludentes e incisivas, (iii) subjetivas, objetivas e mistas, (iv) ontológicas e políticas, (v) explícitas ou
implícitas e (vi) incondicionadas e condicionáveis.

Podem ser chamadas de gerais ou genéricas as imunidades previstas pelo artigo 150, inciso VI, da Constituição
Federal, que abrangem indistintamente todas as pessoas políticas, que estarão vedadas de instituírem impostos
que recaiam sobre o patrimônio, a renda ou o serviço umas das outras, buscando promover valores constitucionais
básicos. São específicas ou especiais aquelas circunscritas a um único tributo, servindo a conveniências especiais e
dirigindo-se exclusivamente a uma pessoa política. Seria hipótese da imunidade do IPI nas operações com produtos
industrializados destinados ao exterior (artigo 153, parágrafo 3o, inciso III).

No tocante à sua abrangência, as imunidades podem ser excludentes ou incisivas, sendo as primeiras aquelas em
que o constituinte reserva a possibilidade de tributação de determinada situação a um único tipo de imposto,
ficando excluídos os demais (artigo 153, parágrafo 5o) e as incisivas as que reservam a tributação à mais de um
imposto, excluindo os demais (artigo 153, parágrafo 3o). Podem ser ainda subjetivas, objetivas ou mistas a
depender da extensão dos efeitos da exoneração constitucional. As subjetivas são aquelas que recaem sobre
determinado sujeito (artigo 150, VI, a e c), as objetivas são concedidas em função de determinado fato (artigo 150,
VI, d) e as mistas, observadas por Roque Antônio Carrazza, que alcançam pessoas em razão da sua natureza e uma
vez que relacionadas a determinados fatos (artigo 153, parágrafo 4o).

As imunidades podem ser, ainda, ontológicas quando seu reconhecimento for decorrente de um princípio
constitucional, como é o caso da conferida às instituições de ensino sem fins lucrativos ou política quando beneficia
pessoas que detém capacidade de contribuir, como no caso dos partidos políticos. A imunidade será explícita
quando expressamente fixada em uma norma jurídica e implícita quando mesmo sem norma expressa, for
decorrente dos princípios adotados pelo sistema jurídico. Finalmente, a imunidade será incondicionada quando a
norma jurídica que a expor tiver eficácia plena e aplicabilidade direta, independendo de outra norma jurídica, e
condicionada quando for de eficácia contida e, não obstante tenha aplicabilidade imediata, seja passível de
restrição.

Neste trabalho, cuidaremos especificamente da imunidade recíproca prevista pelo artigo 150, inciso VI,
alínea a da Constituição Federal, para analisar a possibilidade de sua incidência, no âmbito do Imposto Predial e
Territorial Urbano, quando o imóvel público é utilizado por um permissionário ou explorador de atividade
econômica. Nos termos do referido artigo:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:

(…)

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Ocorre que a imunidade recíproca, mútua das pessoas políticas, decorre dos princípios federativo e da autonomia
municipal. No entendimento da ilustre Regina Helena Costa, “Sendo a Federação Brasileira a autonomia recíproca
entre a União, os Estados-membros e os Municípios, impositiva da isonomia entre as pessoas políticas, dessa
reciprocidade deflui a vedação de tributação, também recíproca, em matéria de impostos que lhes toquem o
patrimônio, a renda e o os serviços.”[8] Nessa medida, prima pelo princípio da supremacia do interesse público
sobre o privado pois ao beneficiar o patrimônio, a renda e os serviços de cada pessoa política, facilita a
instrumentalização para o exercício de suas funções.

 O Alcance da Imunidade Tributária Prevista no Artigo 150, inciso VI, alínea a da CF em Relação aos
Imóveis Utilizados por Concessionários e Permissionários.

Conforme observado, o fundamento das imunidades é a preservação de valores que a Constituição reputa
relevantes (p. Ex., a atuação de certas entidades, a liberdade religiosa, o acesso à informação, a liberdade de
expressão, etc.). Deste modo, ao determinar que certas situações materiais não sejam oneradas por tributos,
a Constituição exclui certas pessoas, ou bens, ou serviço, ou situações, deixando-os fora do alcance do poder de
tributar. Por consequência, faz com que se ignore a eventual (ou efetiva) capacidade econômica revelada pela
pessoa (ou revelada situação), proclamando-se, independentemente dessa capacidade, a não-tributabilidade das
pessoas ou situações imunes. Em resumo, a imunidade configura-se simples técnica legislativa por meio da qual o
constituinte exclui do campo tributável determinadas situações sobre as quais ele não quer que incida este ou
aquele gravame fiscal, cuja instituição é autorizada, em regra, sobre o gênero de situações pelo qual aquelas
estariam compreendidas[9].

A imunidade recíproca (imunidade subjetiva) de que cuida este trabalho é a mais antiga das exonerações
constitucionais tributárias, tendo sido instituída na primeira Constituição da fase republicana do Brasil, em 1891.
Está baseada no pressuposto que afasta a submissão entre as diferentes esferas de poder político que compõem
uma Federação, tal como previsto no art. 18 da Constituição Federal: “A organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos, nos termos desta Constituição” [10]. De acordo com o professor Roque Carrazza, “se uma pessoa
[política] pudesse exigir impostos de outra, fatalmente acabaria por interferir em sua autonomia” [11].

Ressalta-se que a imunidade recíproca é uma forma de expressão do princípio federativo. Não é possível conceber
uma Federação sem a imunidade recíproca. Em consequência, a regra de imunidade está protegida contra possível
emenda constitucional, por força no disposto no art. 60, § 4º, inciso I, da Constituição Federal de 1988, segundo o
qual “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir (...) a forma federativa de Estado”.
Desta compreensão decorre que qualquer emenda que porventura autorizar a União a cobrar qualquer tributo dos
Estados, ou dos Municípios, ou autorizar qualquer destes a cobrar qualquer tributo da União, ou de qualquer outro
Estado, ou Município, é inconstitucional[12].

Portanto, a autonomia político-administrativa do ente federativo impede que ele se submeta à tributação de outro
ente, porque não há relação de subordinação jurídica entre eles, uma vez que se encontram em um patamar de
igualdade incompatível com o poder de tributar. Desta feita, ao objetivar a proteção do federalismo, exclui a
possibilidade de tributação do patrimônio, renda e serviços de cada pessoa política (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios) por qualquer uma das demais pessoas políticas (art. 150, VI, a). Assim sendo, tendo em vista que
estão protegidas pela imunidade, as entidades integrantes da Federação não podem fazer incidir impostos uma
sobre as outras, no que concerne ao patrimônio, à renda e aos serviços dessas entidades.

O § 2º do art. 150 da CF evidencia a extensão da imunidade recíproca à Administração indireta da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios com relação às autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público, no que se refere
ao patrimônio, renda, e serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. Válido dizer que a
imunidade, neste caso, é restrita aos serviços vinculados às finalidades essenciais dessas autarquias ou fundações,
isto é, àquelas finalidades inerentes à própria natureza da entidade, ou seja, os propósitos que levaram à
sua constituição[13]. A contrario sensu, o que não estiver relacionado com essas finalidades essenciais não é
imune[14]. Do mesmo modo, a imunidade recíproca não se aplica “ao patrimônio, à renda e aos serviços,
relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário”. É o expresso no art.
150, § 3º. Essa restrição aplica-se tanto à Administração direta quanto indireta.

A exclusão da imunidade recíproca quando o patrimônio, a renda e o serviço estejam ligados a atividades
econômicas reguladas pelas normas aplicáveis às empresas privadas justifica-se plenamente, visto que, se assim
não fosse, implicaria em tratamento privilegiado, contrário, por sua vez, ao princípio constitucional da livre
iniciativa, presente no art. 173 da CF. Trata-se de uma proteção conferida à iniciativa privada contra o
apoderamento estatal de atividades econômicas, garantindo que, mesmo nesse caso, tais atividades estarão
submetidas a regras equânimes de concorrência e disputa de mercados, no tocante à tributação. Regra equivalente
é utilizada na hipótese de contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, em que também não
há imunidade já que denota, igualmente, exploração de atividade econômica. Nesse sentido, um serviço, mesmo
não considerado atividade econômica, não será imune se houver cobrança de contraprestação, ou de preço, ou de
tarifa. Por tal motivo, podem ser tributados pelo Município, por exemplo, os serviços de fornecimento de água e de
esgoto prestados pelo Estado[15].

Estabelecidas as bases para o entendimento da imunidade recíproca, cumpre, adiante, analisá-la no que diz
respeito especificamente às concessionárias e permissionárias de serviço público. Embora sejam esparsos os
referencias doutrinários sobre o assunto, é certo que estas não podem ser contempladas pela imunidade
intergovernamental recíproca, que somente é observada entre pessoas políticas exatamente em virtude do pacto
federativo e do princípio da isonomia que regem as relações entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Na
concessão ou permissão de serviço público a pessoa jurídica, ou consórcio de empresas, atua por sua conta e risco,
sendo remunerada pela tarifa paga pelos usuários dos serviços (art. 2º, II e IV e art. 9º da Lei nº 8.987/95). Ora, se a
concessionária ou permissionária atua por sua conta e risco, significa que assumem a responsabilidade pela
execução do serviço e pelos eventuais resultados negativos de exploração. Nada mais coerente considerando o
objetivo de lucro que as motiva, inerente às atividades de natureza econômica. Assim sendo, e conforme o
disposto no art. 150, § 3º da CF/88, as concessionárias e permissionárias de serviço público não gozam de
imunidade recíproca.

Além disso, as concessionárias e permissionárias sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive no tocante aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias (art. 173, § 1º, II,
da CF/88). No mais, o argumento da existência de possibilidade de reversão do imóvel pertencente à
concessionária ou permissionária ao domínio público não é, por si só, capaz de isentá-las do pagamento do IPTU.
Primeiro porque não se sabe se prevista em contrato administrativo e segundo, pois, o imóvel encontra-se, até
então, sob o domínio e propriedade da concessionária ou permissionária. De todo modo, vale ainda mencionar que
o art. 13 do CTNveda expressamente o aproveitamento da imunidade recíproca pelas concessionárias de serviço
público.

Ainda, permitir que particular faça uso de bem público sem qualquer tipo de ônus atenta contra a moralidade que
deve permear a gestão do patrimônio público, em clara ofensa ao art. 37, caput, da CF. Também, entregar bem
imóvel a particular de modo a permitir neste imóvel a exploração de atividade econômica é colocá-lo em posição
de vantagem ante os demais que exploram ou que pretendem explorar a mesma atividade econômica, o que
importa em afronta ao art. 170, caput e inciso IV, da Constituição Federal.

Por fim, é imperioso concluir que as concessionárias e permissionárias de serviço público não adquirem as
prerrogativas das pessoas políticas pelo simples fato de exercerem serviços delegados, motivo pelo qual não deve
incidir a imunidade recíproca. Assim sendo, o alcance da imunidade tributária prevista no artigo 150, inciso VI,
alínea a da CF não se estende em relação aos imóveis utilizados por concessionários e permissionários. Em respeito
à autonomia municipal, está Município autorizado a cobrar o Imposto Predial e Territorial Urbano das
concessionárias e permissionárias de serviço público, devendo assim fazer.

ANÁLISE JURISPRUDENCIAL

 Supremo Tribunal Federal e RE 601.720

A questão do alcance da imunidade tributária recíproca, prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição Federal, em
relação aos imóveis que, embora pertencentes aos entes públicos, são utilizados por concessionários ou
permissionários é frequentemente enfrentada pelo Supremo Tribunal Federal - STF.

O posicionamento do STF a respeito da cobrança do IPTU, nestes casos, é no sentido de que a posse precária e
desdobrada, sem animus domini, decorrente de contrato de concessão de uso, impede que a concessionária ou
permissionária seja considerada sujeito passivo da obrigação tributária[16], por interpretação do art. 34, do CTN.

Por consequência, como não se pode enquadrar o concessionário como sujeito passivo do IPTU e o proprietário do
imóvel ainda é o ente federativo concedente, aplica-se a imunidade tributária recíproca, a impedir que os
Municípios venham a exigir este imposto das concessionárias ou permissionárias. Ou seja, se o Poder Concedente é
o proprietário dos imóveis reversíveis, decerto qualquer exigência relativa ao IPTU incidente sobre os aludidos bens
é inconstitucional.

Na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a respaldar o entendimento do enunciado acima, destaca-se o


seguinte precedente[17]:

“TRIBUTÁRIO. IPTU. IMÓVEIS QUE COMPÕEM O ACERVO PATRIMONIAL DO PORTO DE SANTOS, INTEGRANTES DO
DOMÍNIO DA UNIÃO. Impossibilidade de tributação pela municipalidade, independentemente de encontrarem-se
tais bens ocupados pela empresa delegatária dos serviços portuários, em face da imunidade prevista no
art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Dispositivo, todavia, restrito aos impostos, não se estendendo às taxas.”

(RE 253.394, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 26-11-2002, Primeira Turma, DJde 11-4-2003.)

Vale mencionar, ainda, que o STF, no Recurso Extraordinário nº 601.720/RJ, da relatoria do ministro Ricardo
Lewandowski, concluiu pela repercussão geral do tema relativo à extensão da imunidade recíproca à empresa
privada, com fins lucrativos, cessionária de imóvel de propriedade de ente público[18]. Até o momento, o leading
case não foi decidido, de modo que não há entendimento fixado a saber se a regra da imunidade recíproca - que
veda aos entes da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) cobrar impostos uns dos outros - se
aplica, ou não, a imóveis públicos cedidos a particulares que exploram atividade econômica, ou seja, quando o
imóvel não tem destinação pública.

 Superior Tribunal de Justiça

O Superior Tribunal de Justiça – STJ - tem adotado entendimento semelhante ao do STF, ainda que por outro
argumento, discutindo a questão no plano infraconstitucional, por reconhecer que não lhe compete, em sede de
Recurso Especial, analisar eventual contrariedade a preceito contido na CF/88, tampouco uniformizar a
interpretação de matéria constitucional.

A jurisprudência do STJ, ao interpretar os arts. 32 e 34 do CTN, que disciplinam as hipóteses de incidência e a


sujeição passiva do tributo, firmou o entendimento de que, “somente no caso de a concessionária de serviço
público for possuidora direta do bem imóvel sem animus domini, na condição de titular de direito de relação
pessoal, exercendo posse precária, não será contribuinte do IPTU”[19]

Neste sentido, colaciona-se a seguinte ementa, que sintetiza o entendimento do STJ sobre o tema:

PROCESSUAL E TRIBUTÁRIO. IPTU. IMUNIDADE RECÍPROCA. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. SOCIEDADE DE


ECONOMIA. ACÓRDÃO EMBASADO EM FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DA SUPREMA CORTE.

1. O Tribunal de origem negou a imunidade recíproca da agravante, embasado em fundamento eminentemente


constitucional. Não compete ao Superior Tribunal de Justiça, no Recurso Especial, analisar eventual contrariedade a
preceito contido na CF/88, tampouco uniformizar a interpretação de matéria constitucional.

2. O IPTU é inexigível de cessionária de imóvel pertencente à União, quando esta detém a posse mediante relação
pessoal, sem animus domini. Precedentes do STJ.

3. Na espécie em análise, o acórdão concluiu que o bem imóvel utilizado pela Cemig, na execução do serviço de
fornecimento de energia elétrica, está registrado em seu nome e não era de propriedade de qualquer pessoa
jurídica de direito público.

4. Agravo Regimental não provido.

(STJ - AgRg no AREsp: 452349 MG 2013/0412582-0, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento:
20/05/2014, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 20/06/2014)

 Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais

Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais têm decido às questões relativas ao tema de modo
semelhante àquele como tem decidido os tribunais superiores.
Salvo raras exceções, os TJs e TRFs nacionais fixaram entendimento no sentido de que, por ser mera detentora - e
não proprietária dos bens – as concessionárias ou permissionárias não seriam contribuintes do IPTU. A título
exemplificativo[20], vale a transcrição da ementa do seguinte precedente do TJ-PE:

DIREITO TRIBUTÁRIO. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. IPTU. POSSE DIRETA SEM INTENÇÃO DE DOMÍNIO
DEFINITIVO. AUSÊNCIA DE SUJEIÇÃO PASSIVA. PROPRIEDADE DA UNIÃO. IMUNIDADE RECÍPROCA. AGRAVO DE
INSTRUMENTO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL PREJUDICADO. A referida subestação é da
propriedade da concessão e, consequentemente, da União. Em sendo assim, por ser mera detentora - e não
proprietária dos referidos bens - não seria contribuinte do IPTU, uma vez entendendo não possuir o animus domini
sobre ele. Desde que evidenciado o animus domini aplicado à natureza do contribuinte. Bem público, imune. Bem
privado, há hipótese de incidência. O princípio que ilumina o presente feito é a Imunidade Recíproca dos entes
políticos, extensivamente está compreendida a administração indireta, as concessionárias e permissionárias de
serviço público, bem como as partes privadas nas parcerias com o poder público e as empresas públicas que não se
encontrem em regime de livre concorrência objetiva com a iniciativa privada e, restritivamente, quanto a bens que
sejam objeto do animus domini exclusivamente desses mesmos entes. Esse é o entendimento pacífico no Superior
Tribunal de Justiça, pois as concessionárias de serviços públicos, quando possuidoras diretas de determinado bem
sem animus domini, não são as responsáveis pelo pagamento de IPTU. À unanimidade de votos, deu-se provimento
ao Agravo de Instrumento e prejudicou-se o julgamento do Agravo Regimental.

(TJ-PE - AI: 3505099 PE, Relator: Rafael Machado da Cunha Cavalcanti, Data de Julgamento: 06/03/2015, 4ª
Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 28/04/2015)

Destaca-se, por fim, que alguns Tribunais de Justiça estaduais vêm decidindo pela possibilidade de cobrança do
IPTU das concessionárias de direito privado que explorem atividade econômica (ou com fins lucrativos), como no
acórdão assim ementado:

TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL - APELAÇÃO CÍVEL - CEMIG - IPTU - CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO -


SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA - INAPLICABILIDADE - CCSIP - BASE DE
CÁLCULO - FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA - INEXISTÊNCIA - DESCABIMENTO DA COBRANÇA - Descabida a pretensão
da CEMIG de gozar de imunidade constitucional relativa ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), tendo em
vista sua natureza de sociedade de economia mista, concessionária de serviço público de energia elétrica, que
explora atividade econômica, em concorrência com a iniciativa privada.

(TJ-MG - AC: 10145130005013001 MG, Relator: Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 24/04/2014, Câmaras
Cíveis / 5ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 30/04/2014)

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