Você está na página 1de 19

Projeto Diretrizes

Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

Litotripsia Extracorpórea

Autoria: Sociedade Brasileira de Urologia


Elaboração Final: 20 de junho de 2006
Participantes: La Roca RLR, Gattás N, Pires SR, Ribeiro CA

O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal


de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas
neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.

1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA:


Revisão da literatura.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:


A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência.
B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência.
C: Relatos de casos (estudos não controlados).
D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos
fisiológicos ou modelos animais.

OBJETIVO:
Descrever as principais recomendações para utilização da litotripsia extracorpórea.

CONFLITO DE INTERESSE:
Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta
diretriz estão detalhados na página 14.

2 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC) re-


volucionou a terapêutica da calculose urinária, transformando-se
rapidamente na maior inovação tecnológica para o tratamento desta
doença1(B). No início, o seu uso foi limitado ao tratamento de
cálculos renais; no entanto, os avanços na tecnologia destes equi-
pamentos permitiram a aplicação desta modalidade não invasiva
também em cálculos em todo o ureter2(B).

Deve ser considerado como um procedimento não invasivo,


com baixo índice de complicações, indicada por urologistas e
realizada em equipamentos operados por médicos.

Não deve ter restrições ou limitações impostas por outros que


não os médicos responsáveis pelo tratamento, observados os limites
de segurança de cada equipamento, e as características individuais
dos pacientes e dos cálculos a serem tratados, sendo de total
responsabilidade dos mesmos a indicação, o tratamento, e o
seguimento após litotripsia, dando a devida assistência em casos
de complicações.

Pode ser considerada a primeira escolha no tratamento de


cálculos do aparelho urinário, atentando-se ao resultado da
interação entre os seguintes fatores: composição química do cálculo
x tamanho x localização vs número de ondas x intensidade x número
de reaplicações necessárias para a total eliminação dos cálculos.
Cabe ao médico assistente e ao médico operador do equipamento,
a responsabilidade de determinar frente a cada caso, o número e a
intensidade das ondas de choque a serem aplicadas. O Food and
Drug Administration dos EUA recomenda como limite o número
de impulsos de acordo com a marca do aparelho3(D).

CONTRA-INDICAÇÕES DA LEOC NA LITÍASE NO APARELHO


URINÁRIO

São consideradas contra-indicações à aplicação da LEOC, a


presença de infecção do trato urinário clinicamente ativa, com
quadro febril, devendo-se identificar a bactéria e instituir tratamento
antimicrobiano específico antes da aplicação. Quando existe a pos-
sibilidade de coexistir infecção do trato urinário (cultura positiva)

Litotripsia Extracorpórea 3
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

sem sinais clínicos, como febre e prostração, deve- CÁLCULOS RENAIS


se administrar, 24 horas antes da LEOC, uma
medicação antibiótica que deverá ser mantida CÁLCULOS RENAIS CALICINAIS
pelo prazo estipulado pelo médico assistente.
A história natural da litíase renal
Pacientes portadores de litíase urinária com assintomática foi estudada em 107 pacien-
urina estéril, e sem infecção do trato urinário tes, num período de 31,6 meses de acompa-
prévia, não necessitam de antibiótico profilático nhamento, e ao final mostrou que 73
quando submetidos a LEOC. Aqueles com in- (68,2%) destes permaneceram assinto-
fecção do trato urinário prévia recente ou cál- máticos e, 34 (31,8%) apresentaram sinto-
culo de estruvita devem receber antibiótico ma. Eliminação espontânea ocorreu em 16
profilático. As Fluoroquinolonas ou casos (15%), manobras endourológicas fo-
Cefalosporinas em doses únicas são exemplos ram realizadas em 9 (8,4%), e LEOC em 9
de antibióticos recomendados nesta situação. (8,4%). A probabilidade cumulativa em 5
Pacientes com urina estéril, onde é inserido um anos de um evento sintomático ocorrer foi
cateter duplo J, passado antes da LEOC, apre-
de 48,5% 6(C).
sentam risco de infecção do trato urinário em
4,8%, sendo que quando os cálculos são com-
Portanto, a LEOC deve ser indicada fren-
postos de estruvita, o risco de desenvolverem
te a cálculos renais calicinais sintomáticos ou
uma infecção do trato urinário pós-LEOC é
de 11% a 18%, ficando então a critério médico o maiores que 5 mm. Cálculos assintomáticos
uso de antibiótico durante a aplicação e no pe- também podem ter indicação de LEOC
ríodo que abrange a eliminação dos profilática em mulheres que queiram engra-
fragmentos4(D). vidar, para evitar problemas ligados ao cálculo
durante a gestação; ou em profissões especiais
Alteração na coagulação sangüínea, pacientes (aeronautas, por exemplo), cuja eliminação
em uso de anticoagulantes e os hipertensos de- destes cálculos é exigida6,7(C) .
vem ter estas condições corrigidas antes da apli-
cação da LEOC, para evitar hemorragias im- CÁLCULOS PIÉLICOS
portantes e formação de hematomas perirenais.
Portadores de arritmia e marca-passos cardíacos São, em geral, sintomáticos, manifestando-
podem apresentar alterações cardiológicas du- se por cólicas renais ou infecções do trato
rante o tratamento. Estas situações não são urinário de repetição, e quando localizados na
contra-indicações absolutas, mas necessitam junção pieloureteral podem levar à obstrução
monitorização e recomenda-se aplicar ondas de com conseqüente hidronefrose e eventual perda
choque sincrônicas com o ECG5(C). A presen- da função do rim acometido. O tratamento deve
ça simultânea de um fator obstrutivo da unida- ser instituído o mais precocemente possível,
de renal a ser tratada deverá ser considerada uma observando-se as condições clínicas do pacien-
contra-indicação. Em pacientes grávidas, a te, desde que não coexistam: infecção do trato
LEOC está contra-indicada, devendo-se poster- urinário ativa, exclusão funcional renal e via
gar o tratamento até o final da gestação5(C). urinária obstruída8(C).

4 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA POR ONDAS se associa à alcalinização urinária, obtêm-se um


DE CHOQUE COMO PRIMEIRA ESCOLHA melhor índice livre de cálculo15(C).

Nos cálculos renais calicinais e piélicos, a O aspecto radiográfico do cálculo é impor-


LEOC pode ser a primeira escolha de tratamen- tante indicador da fragilidade e, conseqüente-
to, desde que sejam observados os parâmetros a mente, prediz o sucesso do tratamento. Cálculos
seguir: mais densos que o osso, lisos, redondos e
homogêneos são mais difíceis de se fragmentar,
DIMENSÃO DO CÁLCULO e quando o fazem, resultam em fragmentos
maiores. Por outro lado, cálculos menos densos,
Quanto maior o cálculo, menor a possibilidade espiculados, heterogêneos, com formas geomé-
de sucesso, independentemente do número e tricas variadas, fragmentam-se mais facilmen-
intensidade das ondas de choque. Há, ainda, te, e em fragmentos menores9(B) 10,11,16(C).
uma maior probabilidade da necessidade de pro-
cedimentos complementares e uma maior taxa LOCALIZAÇÃO
de complicações pós-aplicação9(B) 5,8,10-13(C).
Cálculos Piélicos - quando móveis dentro
Considerando-se apenas o tamanho dos da pelve renal, têm resultado de fragmentação
cálculos renais, as melhores taxas de sucesso melhor do que quando impactados na junção
são obtidas quando suas medidas são menores uretero-piélica, assim como em pelves pequenas
que 10 mm (4,8) ou segundo outros autores, e intra-renais. A possibilidade de expansão dos
20 mm9(B) 8,10,12,13(C). fragmentos favorece a fragmentação do
cálculo5(C).
Nos cálculos renais maiores que 20 mm,
deve-se considerar a nefrolitotripsia percutânea. Cálculos Renais Calicinais - têm em sua
localização um importante fator de predição de
COMPOSIÇÃO QUÍMICA resultados. Vários trabalhos assinalam a difi-
culdade de eliminação dos fragmentos dos
Cálculos Radiopacos - compostos por cálculos localizados nos cálices inferiores por
oxalato de cálcio dihidratado, ou estruvita, ou ação gravitacional ou pelo ângulo anatômico
fosfato amoníaco magnesiano, são mais favo- infundíbulo-calicinal (desfavorável quando
ráveis à fragmentação, enquanto aqueles com- menor que 90º e associado a um infundíbulo
postos por oxalato de cálcio monohidratado são longo e estreito)17-19(C).
mais resistentes9(B) 8,10(C). Os cálculos de
cistina apresentam os menores índices de Cálculo em Cálices Inferiores - em par-
fragmentação8(C) 14(D). ticular tem sido objeto de muitas discussões quanto
a melhor abordagem: LEOC, nefrolitotripsia
Cálculos Radiotransparentes - geralmente percutânea ou abordagem retrógrada
compostos por ácido úrico, fragmentam-se com transureteroscópica com aparelhos flexíveis e uso
relativa facilidade pelas ondas de choque. Quando do LASER.

Litotripsia Extracorpórea 5
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

Estudos baseados em meta-análise demons- radiológica, espiculados, são os que mais se frag-
traram que, quando o cálculo é menor que 10 mentam, embora necessitem de um maior
mm, a taxa média de sucesso com LEOC pode número de reaplicações. Levando-se em conta
alcançar 74% de bons resultados; entre 11 e 20 a morbidade, tempo de hospitalização, conva-
mm, alcança 56%; e maior que 20 mm, apenas lescença e custos, a LEOC pode ser considera-
32%20,21(C). Entretanto, existem controvérsi- da como a primeira escolha de tratamento.
as quanto à interferência do fator anatômico Outras modalidades devem ser consideradas para
dos cálices nos resultados com LEOC. Há es- cálculos que não preencham as características
tudos que demonstram que, quando o ângulo mencionadas25(B) 26(C).
infundíbulo piélico é maior que 90º, obtém-se
75% de sucesso na eliminação completa dos A LEOC pode ser aplicada, em casos de litíase
cálculos. Isto é obtido em apenas 23%, quando renal bilateral, simultaneamente ou em interva-
este ângulo era menor que 90º. A taxa de sucesso los de tempo. Não foi encontrada alteração na
alcança 80%, quando o ângulo é maior que 90º função renal em ambos os grupos. Cálculos bi-
e a largura do infundíbulo é maior que 4 mm. laterais maiores devem ser tratados
Cálculos menores que 17 mm, associado a estes sucessivamente 27 (B). O inter valo entre
dois fatores, e a um comprimento do infundíbulo reaplicações deve ser estipulado pelo médico as-
menor que 30 mm, pode alcançar uma taxa de sistente e depende do cálculo a ser fragmenta-
sucesso de 91%17,19,20(C). do. Prefere-se em duas a quatro semanas, dan-
do condições para a eliminação dos fragmen-
Contrariamente, outros estudos relativos ao tos. Da mesma forma, são tratados cálculos
fator anatômico não consideram estas medidas múltiplos em uma unidade renal.
como índices de predição de resultados22(C). O
único fator anatômico sugestivo de menor Há poucos trabalhos que determinam o
eliminação dos fragmentos foi encontrado em número máximo de reaplicações da LEOC por
rins pielonefríticos 22 (C) e rins hidrone- cálculo. As ondas de choque determinam pela sua
fróticos19(C). Hidratação oral forçada, exercícios ação danos transitórios ao parênquima renal, me-
posturais com inversão e tapotagem lombar didos por enzimas urinárias, alteração do fluxo
mostraram melhora na taxa de eliminação dos vascular intra-renal, que podem ser avaliados por
fragmentos dos cálices inferiores (86% de ressonância magnética. Os danos a longo prazo
sucesso)23(D). Uma irrigação direta dos cálculos não comprometeram a unidade renal tratada e
calicinais inferiores, durante a LEOC através tampouco a saúde do paciente. A melhor indica-
da inserção cistoscópica de um cateter tipo co- ção da LEOC é aquela em que se necessita do
bra, elevou de 33% (sem cateter) para 71% a menor número de reaplicações. Especial atenção
taxa de rins livre de cálculo no primeiro contro- deve ser dispensada nos tratamentos em crianças
le mensal24(C). e idosos. Nos pacientes pediátricos, existe a possi-
bilidade de serem atingidos outros órgãos vizinhos,
O tamanho e a dureza do cálculo são os além dos rins serem frágeis nesta faixa etária à
maiores fatores indicativos de sucesso da LEOC. passagem das ondas de choque. Os pacientes ido-
Cálculos menores que 20 mm, baixa opacidade sos podem apresentar um aumento da resistência

6 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

vascular após o tratamento, sugerindo a ocorrên- seguida pela ultra-sonografia, e por último, ra-
cia de fibrose perivascular e intersticial, que po- diografia simples do abdome29(C). O primeiro
dem levar a um quadro de hipertensão arterial28(B). controle de imagem pós-LEOC pode ser solici-
tado entre duas semanas e três meses da aplica-
CATETER URETERAL TIPO DUPLO J ção, dando tempo para a eliminação dos fragmen-
tos. O período de três meses após o tratamento
A inserção de um cateter duplo J, em casos pode ser estabelecido como padrão para definir
de cálculos piélicos e calicinais, tem se mostra- rins sem cálculos ou com fragmentos
do cada vez menos necessária. A indicação para residuais5(C).
a inserção deste tipo de cateter fica reservada a
situações onde o tamanho (maior que 20 mm) Pacientes com fragmentos residuais de
e a composição química do cálculo pressupõem cálculos infectados têm alta taxa (78%) de
a eliminação de fragmentos maiores com a pos- recrescimento dos cálculos30(C). Fragmentos
sibilidade de obstrução do ureter, necessitando menores de 4 mm, não infectados, assinto-
procedimentos endourológicos ou internações máticos, acompanhados por média de 26
subseqüentes. Em rins únicos submetidos a meses, permaneceram assintomáticos em 57%
LEOC por cálculos maiores que 10 mm (ou a dos casos, enquanto 43% apresentaram pelo
critério médico), indica-se a inserção deste menos um evento sintomático31(C). Fragmen-
cateter5(C). tos residuais elevam o risco de recorrência de
novos cálculos ou o crescimento destes. O
ANESTESIA diagnóstico das alterações metabólicas na
litogênese e seu tratamento reduzem este
A LEOC pode ser aplicada sem anestesia, risco31,32(B)33(C).
contudo, a administração de uma anestesia
geral endovenosa traz ao paciente conforto e Recorrências litiásicas são freqüentes na
permite que sejam utilizadas ondas com maior presença de fragmentos residuais ou por alterações
energia, resultando em maior eficácia na metabólicas não tratadas. Chega a 50% dos
fragmentação5(C). pacientes tratados por LEOC, num período de
7 anos e a 70%, em 9 anos. No sexo masculi-
A realização do procedimento sem anestesia no, é mais freqüente, e em pacientes portadores
deve ser considerada em cálculos pequenos, em de cálculos múltiplos34(C).
pacientes cooperativos, mas pode influenciar nos
resultados de uma fragmentação completa12(C). COMENTÁRIO

FRAGMENTOS RESIDUAIS Considerou-se no Consenso que as


reaplicações podem ser indicadas desde que ob-
A presença de fragmentos residuais é uma tenham-se fragmentos menores que 3 mm e
possibilidade pós-LEOC. Considera-se como continuadas se a cada sessão forem eliminados
fragmento insignificante cálculos menores que 30% do volume do cálculo inicial. Leva-se em
5 mm. O melhor exame para controle do resul- consideração o acúmulo de traumatismos
tado da LEOC é a tomografia computadorizada, causados pelas ondas de choque, bem como a

Litotripsia Extracorpórea 7
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

análise da relação custo-benefício na escolha LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA POR ONDAS


deste método de tratamento. Em caso de não DE CHOQUE EM CÁLCULO RENAL
fragmentação, a LEOC pode ser repetida por CORALIFORME
uma vez.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
COMPLICAÇÕES
Entende-se por cálculo coraliforme, os
Todo paciente deverá assinar um termo de cálculos renais que preenchem toda a pelve e
consentimento informado, antes de se subme- pelo menos um grupo calicial. Os cálculos podem
ter a LEOC. A complicação mais freqüente é a ser classificados como parciais e completos, simples
obstrução ureteral por fragmentos, podendo se e complexos, e, com ou sem dilatação da via
manifestar por cólicas r enais, pielonefrites ou excretora. Atualmente, o método mais objetivo
hidronefrose. O tratamento desta situação, de para a classificação do cálculo renal coraliforme
início é clínico, por vezes necessitando é a medida da sua superfície35-37(C).
internação, observação, hidratação, antibióticos,
antiespasmódicos e antiinflamatórios. De acor- QUANDO INDICAR LEOC?
do com a evolução, pode ser necessária a SEMPRE COMO FORMA INICIAL?
desobstrução ureteral por meio da passagem de
cateter ureteral duplo J ou procedimentos O método de tratamento padrão-ouro para
transureterais endourológicos 5 (C). A
o cálculo renal coraliforme é a nefrolitotripsia
nefrostomia por punção pode ser indicada na
percutânea complementada com LEOC dos
impossibilidade das medidas anteriores. A
cálculos residuais. Porém, a LEOC pode ser uti-
LEOC pode ser aplicada nestes fragmentos
lizada em casos especiais em cálculos corali-
ureterais desde que a unidade renal esteja
formes, onde a resistência à fragmentação do
drenada convenientemente.
cálculo é baixa e o sistema pielocalicinal não
A formação de hematoma renal é rara, ocor-
está dilatado. Pode ser indicada como tratamen-
rendo em 0,4% a 1% dos casos. Pode ser mais
freqüente do que parece e, geralmente, tem to inicial, em virtude de ser: menos invasiva,
resolução espontânea5(C). utilizar menos irradiação, poder ser realizada
somente com sedação em pacientes com co-
A ruptura renal é rara e necessita observação morbidades, e ter menor risco de sangramento,
criteriosa, com repouso e reposição sangüínea, bem como menor necessidade transfusão san-
ou embolização por arteriografia seletiva, ou guínea, bem como em pacientes pediátricos,
abordagem cirúrgica a céu aberto com sutura onde geralmente os cálculos exibem baixa resis-
renal, ou mais freqüentemente nefrectomia, tência à fragmentação e, concomitantemente,
dependendo da gravidade da lesão. Outros órgãos os sistemas pielo-calicinais não apresentem gran-
podem ser acometidos por hematomas ou rup- de dilatação38(B) 36,39,40(C).
turas, como, por exemplo, o tecido pulmonar,
baço, fígado, mesentério, duodeno e alças Contudo, vale lembrar que pode requerer
intestinais, embora muito raras devem ser múltiplas sessões, um período de tratamento
tratados conforme sua gravidade5(C). prolongado, maior porcentual de procedimentos

8 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

secundários, tais como cateterismo ureteral, PREVISÃO DE RESULTADOS


ureteroscopia e nefrostomia, com custos e
sofrimento maiores35(C). Existe na literatura uma variação muito
grande dos resultados de sucesso da LEOC em
As contra-indicações são as mesmas já rela- cálculo coraliforme (31 a 94%), provavelmente
tadas para os demais cálculos renais. pela falta de uma classificação uniforme dos mes-
mos, bem como a utilização de aparelhos dife-
UTILIZAÇÃO DO CATETER DUPLO J rentes. Utilizando-se da medida da superfície do
cálculo descreve-se o porcentual de sucesso de
A utilização de cateter duplo J, antecedendo 94% para cálculos < de 500 mm2 observando-
a LEOC, é preconizada por diversos autores. se uma diminuição gradual até cálculos > 5000
Os índices de sucesso no tratamento de cálcu- mm2 com índice de sucessos baixos. Avaliou-se
los renais coraliformes parciais foram de 85%, o grau de dilatação e verificou-se um decrésci-
quando utilizado o duplo J e de 52%, nos paci- mo de sucesso com o aumento da mesma37(C).
entes em que não foi utilizado cateter. O tempo Fatores como localização dos cálculos em cálice
de permanência hospitalar é menor no grupo superior e médio, além de ausência de anorma-
que utilizou o cateter. A taxa de re-hospitalização lidades anatômicas, aumentam a eficácia do
de pacientes tratados sem cateter é de 50%, e a tratamento42(B)39(C).
utilização prévia do duplo J diminui significa-
tivamente o número de procedimentos auxiliares, CÁLCULOS URETERAIS
bem como cólica renal, febre e complicações
sépticas5(C). Nos casos de cálculos menores do que 5 mm
com sintomas controlados clinicamente, a melhor
NÚMERO DE REAPLICAÇÕES PARA O opção inicial é o tratamento conservador e
MESMO CÁLCULO controles periódicos. Mais de 90% destes
cálculos são eliminados espontaneamente43(C).
Devido a grande massa que compõe este tipo
de cálculo a ser fragmentado, o porcentual de INDICAÇÕES DA LEOC EM CÁLCULO
re-aplicações nos cálculos coraliformes é elevado. URETERAL

O porcentual médio referente à desintegração • Não impactado;


completa do cálculo em uma só sessão foi de • Menor do que 1 cm;
43%, e o número médio de sessões foi de • Bem localizável pelo equipamento e que
3,639,41(C). não seja de cistina.

Os cálculos coraliformes, em sua grande RESULTADOS


maioria, devem ser tratados com até três
reaplicações. Nos casos em que não ocorreu Alguns estudos apresentaram taxa elevada
mudança significativa do calculo após duas sessões, de sucesso com a LEOC: 96,6% e 81,2%, res-
deve-se optar por outra estratégia de tratamento. pectivamente, para cálculos do terço proximal e

Litotripsia Extracorpórea 9
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

médio do ureter44(C). Outros apresentaram taxa dos os resultados publicados da LEOC em


de sucesso um pouco menor para cálculos do cálculos ureterais, segundo alguns autores
ureter proximal, de 76,9% em uma única estudados.
sessão45(A).
MANOBRAS AUXILIARES - INSERÇÃO
Em publicações recentes, a ausência de DE CATETER URETERAL
cálculos após LEOC tem estado em torno de
80% para cálculos menores que 10 mm, indepen- Segundo diretrizes definidas pela Asso-
dentemente do equipamento de LEOC ciação Americana de Urologia52(B), não é
utilizado46(B)47(C). recomendável a introdução rotineira de ca-
teteres previamente à LEOC em cálculos do
Nos cálculos maiores do que 10mm, asso- ureter. Não há evidências comprovadas de
ciados a obstrução ureteral, a LEOC não tem que o cateter duplo J facilite a fragmenta-
apresentado resultados satisfatórios, além de ção, além de poder provocar algumas
exigir um número elevado de reaplicações e complicações 45(A)43(C).
manipulações secundárias47,48(C).
Complicações
Em um estudo comparativo de 112 pacien- Pacientes com cálculos ureterais impactados
tes com cálculos de ureter médio e proximal tra- apresentam índice significativo de falha com
tados com LEOC ou procedimentos LEOC, necessitando de muitas sessões e
ureteroscópicos, evidenciou-se ausência de cál- instrumentação secundária relativamente
culos em 45% dos doentes tratados com LEOC freqüente53(B). Lesões de estruturas vizinhas,
e 95% quando tratados com a ureterolitotripsia tais como duodeno, mesentério, cólon e artéri-
em uma única sessão. Em 31% daqueles sub- as ilíacas, são raras e devem ser tratadas de acor-
metidos a LEOC, houve necessidade de do com sua gravidade.
reaplicações ou instrumentação secundária, en-
quanto que somente 3% dos submetidos a tra- Concluindo, apesar de vários cálculos
tamento ureteroscópico necessitaram procedi- ureterais serem fragmentados e expelidos
mentos adicionais49(C). com uma única sessão de LEOC, muitos
exigem repetidas sessões e podem gerar pro-
Outros autores relataram que 33% dos blemas físicos, psicológicos e econômicos,
pacientes com cálculos ureterais necessita- além de possível deterioração da função
ram re-hospitalização para remover fragmen- renal pela demora na obtenção do resultado
tos do cálculo após a LEOC e 57% obtive- definitivo 54(C).
ram sucesso com a primeira aplicação50(C).
Há relatos da necessidade de reaplicações em Resumo
36% dos cálculos proximais submetidos a Ureter Proximal - Cálculos cujo diâmetro
LEOC aliados ainda a longo sofrimento dos está entre 5-10 mm: a LEOC pode ser consi-
pacientes para eliminar completamente os derada como primeira opção com estimativa de
fragmentos51(D). Na Tabela 1, são mostra- sucesso de 80%. A ureteroscopia e a cirurgia

10 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

Tabela 1

Resultados com litotripsia extracorpórea por ondas de choque em cálculos ureterais

Autor Localização No. de % Livre de % Livre


Cálculos Cálculos Cálculos
Tratados Após 1 Sessão Após 3 Sessões

Marberger et al.51(D) proximal 689 84 89


médio 214 40 71
distal 496 74 84
Park et al.47(C) proximal 301 72 89
médio 10 70 90
distal 131 80 91
Netto et al.44(C) proximal 30 96 -
médio 16 81 -
distal 25 88 -
Doublet et al.48(C) proximal 14 79 93
médio 3 66 100
distal 23 83 91
Evans et al.55(C) proximal 30 80 -
médio 35 54 -
distal 10 30 -
Kim et al.54(C) proximal 220 89 -
médio 44 86 -
distal 105 85 -

percutânea também são opções válidas, princi- Ureter Distal - Cálculos menores do que
palmente quando houver dificuldade de contro- 10 mm: a LEOC apresenta taxas de sucesso de
le dos sintomas, retardo da função renal ou na até 86% 54 (C), podendo ser necessárias
falha da LEOC54(C). Cálculos maiores do que reaplicações. A ureterolitotripsia apresenta índi-
10 mm: a LEOC, ureteroscopia e nefrouretero- ces de sucesso em torno de 87%56(B).
litotripsia percutânea são opções terapêuticas
indicadas em cada caso52(B). Nos cálculos muito radiopacos, a taxa de
sucesso com a LEOC é próxima a 70%. Se
Ureter Médio - Cálculos maiores do que 5 associada dilatação à montante, esta taxa cai
mm: a LEOC apresenta baixo índice de fragmen- para 50%. Em cálculos com baixa radio-
tação devido à dificuldade de localização do cálculo. pacidade, e sem dilatação ureteral associada,

Litotripsia Extracorpórea 11
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

fragmentação pode ser obtida em torno de 70% RINS POLICÍSTICOS


dos casos52(B).
A LEOC em cálculos renais em rins
Estas recomendações relacionam-se a casos policísticos pode ser realizada com baixa po-
comuns. Cálculos complexos ou em situações tência e com número de disparos suficientes
especiais devem ser analisados de maneira para a fragmentação, com o intuito de
isolada. minimizar a possibilidade de sangramento
dentro dos cistos ou a ruptura dos mesmos.
LITOTRIPSIA EXTRACORPÓREA POR ONDAS A distorção espacial calicinal provocada pela
DE CHOQUE EM CÁLCULOS VESICAIS presença destes múltiplos cistos, com ectasia
calicinais e afunilamento dos infundíbulos
Muitas modalidades existem para o trata- podem dificultar a passagem dos fragmentos
mento do cálculo vesical, incluindo cisto- pós-litotripsia.
litolapaxia; cistolitotripsia eletrohidráulica,
ultra-sônica, pneumática ou com laser; Um estudo multicêntrico analisou os
LEOC; cistolitotomia percutânea; cistoli- resultados da LEOC em 16 pacientes por-
totomia aberta. tadores de cálculos em rins policísticos,
onde foi encontrada uma taxa de rins livres
A LEOC tem sido usada freqüentemente de cálculos de 43% 65 (D). Outro estudo
no tratamento de cálculos vesicais. No entan- assinala resultados em 13 unidades renais
to, algumas considerações devem ser feitas. A tratadas com 85% de sucesso. Contudo,
movimentação do cálculo é problemática e exi- múltiplos procedimentos foram neces-
ge monitoramento contínuo. Pode ainda ne- sários 66(C).
cessitar de múltiplos procedimentos para a re-
moção completa dos cálculos. A presença de CÁLCULOS EM RIM EM FERRADURA
obstrução do colo vesical e volume residual pós-
miccional alto podem diminuir a probabilida- A orientação anômala dos cálices no rim
de de eliminação dos fragmentos57,58(B)59-63(C). ferradura pode tornar a LEOC menos efeti-
A LEOC deve ser indicada em situações va. A taxa de sucesso com LEOC em rim
excepcionais. ferradura varia de 28% a 78%. Há um re-
sultado pior para cálculos localizados no cá-
SITUAÇÕES ESPECIAIS lice inferior contra àqueles localizados no
cálice médio e superior67(C). A recorrência
A LEOC EM CÁLCULOS é maior quando restam fragmentos 68(C).
DE URETER DISTAL EM MULHERES FÉRTEIS
Para rim em ferradura, a LEOC pode ter
Não há evidências de que a LEOC em cál- resultados razoáveis frente a cálculos menores
culos de ureter distal cause alterações de fertili- que 1,5 cm e em cálices superiores e
dade em mulheres em fase reprodutiva64(C). médios69(C).

12 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

CÁLCULO EM DIVERTÍCULO CALICINAL maiores que 20 milímetros são tratados prefe-


rencialmente por meio de nefrolitotripsia
A LEOC em cálculos em divertículo percutânea.
calicinal tem o inconveniente de manter o
divertículo intacto, o que pode favorecer a A composição interfere nos resultados, de
recorrência de cálculos em seu interior70(D). modo que cálculos de cistina têm reduzido índice
O sucesso da LEOC nesta situação varia de fragmentação, a nefrolitotripsia pode ser
entre 4% a 58%; os melhores resultados considerada uma atraente alternativa nestes
foram encontrados em casos de cálculos me- casos. Quanto à localização, os cálculos de cálice
nores que 1,5 cm e sendo a comunicação do inferior têm resultados mais favoráveis quando
divertículo ampla 71(C). Portanto, a LEOC menores ou iguais a dez milímetros, porém o
como monoterapia deve ser reservada para ca- ângulo e o diâmetro do infundíbulo calicinal
sos selecionados. inferior também interferem nos resultados.

LEOC EM RINS TRANSPLANTADOS Não está estabelecido o número máximo de


LEOC que o paciente pode realizar. Entretanto,
A formação de cálculos em rins transplan- quando realizado no mesmo cálculo por mais de
tados é incomum, menor que a da população duas vezes, sem alterações significativas, orien-
normal (1% x 5%), com prevalência maior em ta-se o uso de outro método de tratamento.
homens, com sintomas maiores quando locali-
zados nos rins em comparação aos localizados O uso de anestesia pode auxiliar no índice
no ureter72(C). de sucesso da LEOC.

O sucesso da LEOC em rins transplanta- O uso de cateter de duplo J pode ser útil nos
dos é de 85% e os melhores resultados são em casos de rim único e cálculos de tamanho próxi-
cálculos únicos e localizados na junção uretero- mo a dez milímetros. Pode ser útil, também, em
vesical73(C). cálculos de tamanho próximo a 20 milímetros.

RECOMENDAÇÕES A LEOC não deve ser utilizada nas pacientes


grávidas, assim como nos casos de coagulopatias
A LEOC está indicada em pacientes com sem correção. Na infecção do trato urinário e fe-
cálculos de tamanho igual ou maior que cinco bre, aconselha-se o tratamento antes da litotripsia
milímetros. Nos pacientes assintomáticos, con- extracorpórea por ondas de choque. Pacientes com
siderar os riscos de complicações potenciais de- marca-passo cardiológico podem ser tratados com
correntes da aplicação, sendo justificável em LEOC, desde que sob controle do aparelho com
momentos especiais, como em pacientes femi- eletrocardiograma. Em pacientes normais, pode
ninas que planejam engravidar ou aeronautas ocorrer arritmia cardíaca durante a aplicação, por-
portadores de pequenos cálculos renais. O tama- tanto, todos pacientes devem ser monitorados
nho também pode ser limitante, assim, cálculos durante o tratamento.

Litotripsia Extracorpórea 13
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

No ureter, a LEOC está indicada es- Não há estudos demonstrando restrição à


pecialmente nos cálculos não impactados LEOC, em pacientes femininas em período
(no mesmo local, por longo período, cau- reprodutor, pois não foram descritas alterações
sando obstrução e edema), menores ou deletérias sobre útero e ovários, sendo que po-
iguais a 10 milímetros, localizáveis ao derão engravidar sem receios de má-formações
ultra-som ou radioscopia. Nos cálculos ou abortamentos.
maiores, considerar a dilatação, compo-
sição e localização para indicar outros CONFLITO DE INTERESSE
métodos.
La Roca RLR: diretor e acionista de insti-
Na bexiga, a LEOC é indicada somente em tuição que realiza litotripsia extracorpórea e
casos selecionados. endourologia em cálculos renais.

14 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

REFERÊNCIAS Mosbaugh PG, Steele RE, Kahnoski RJ,


et al. Extracorporeal shock wave lithotripsy:
1. Graff J, Diederichs W, Schulze H. Long- the Methodist Hospital of Indiana
term followup in 1,003 extracorporeal experience. J Urol 1986;135:1134-7.
shock wave lithotripsy patients. J Urol.
1988;140:479-83. 9. Bon D, Dore B, Fournier F, Houndete F,
Irani J, Aubert J. Percutaneous
2. Cass AS: Comparision of first generation nephrolithotomy after failure of extra-
(Dornier HM3) and second generation corporeal shockwave lithotripsy. Indications,
(Medstone STS) lithotriptors: treatment results, perspectives. Prog Urol 1993;3:
results with 13,864 renal and ureteral 951-8.
calculi. J Urol 1995;153:588-92.
10. Bon D, Dore B, Irani J, Marroncle M,
3. Teichman JM, Portis AJ, Cecconi PP, Bub Ingrand P, Aubert J: Results of extracorporeal
WL, Endicott RC, Denes B, et al. In vitro lithotripsy with ultrasonography-guided
comparison of shock wave lithotripsy hydroelectric lithotriptor: study on 546
machines. J Urol 2000;164:1259-64. patients, prognosis factors. Prog Urol 1995;
5:671-8.
4. Consenso Brasileiro de Urologia do Trato
Urinário (Campinas, SP). Reunião de Dire- 11. Barata HS, Oliveira LE, Rieger M.
trizes Básicas em Infecção do Trato Urinário Litotripsia extracorpórea: análise de 1000 pro-
da Sociedade Brasileira de Urologia. São cedimentos. J Bras Urol 1994;20:50-4.
Paulo: Sociedade Brasileira de Urologia;
2003. p.113. 12. Smith JJ 3rd, Hollowell JG, Roth RA.
Multimodality treatment of complex renal
5. Drach GW, Dretler S, Fair W, Finlayson calculi. J Urol 1990;143:891-4.
B, Gillenwater J, Griffith D, et al. Report
of the United States cooperative study of 13. Ferreira C, Chagas F, Monnerat R, Pes-
extracorporeal shock wave lithotripsy. J Urol queira D, Pereiro M, Zungri E. Cálculo
1986;135:1127-33. urinário: tratamento em uma sessão com
LEOC. J Bras Urol 1996;22:64-7.
6. Glowacki LS, Beecroft ML, Cook RJ, Pahl
D, Churchill DN. The natural history of 14. Robert M, Rakotomalala E, Guiter J,
asymptomatic urolithiasis. J Urol 1992; Navratil H. Urologic management of cystine
147:319-21. lithiasis in the upper urinary tract. Modalities
and indications. Prog Urol 1998;8:32-40.
7. Mee SL, Thuroff JW. Small caliceal stones:
is extracorporeal shock wave lithotripsy 15. Freire GC, Borrelli M, Bezerra CA, Prado MJ,
justified? J Urol 1988;139:908-10. Sakuramoto PK, Spinola RT. Litotripsia
extracorpórea em cálculos radiotransparentes.
8. Lingeman JE, Newman D, Mertz JH, J Bras Urol 1991;17:99-103.

Litotripsia Extracorpórea 15
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

16. Bon D, Dore B, Irani J, Duverger P, Aubert 23. Brownlee N, Foster M, Griffith DP,
J. Correlation between chemical composition, Carlton CE Jr. Controlled inversion
density, and results of extracorporal lithotripsy therapy: an adjunct to the elimination of
in renal and ureteral lumbar calculi. Prog Urol gravity-dependent fragments following
1992;2:577-86. Erratum in: Prog Urol extracorporeal shock wave lithotripsy. J Urol
1993;3:172. 1990;143:1096-8.

17. Gupta NP, Singh DV, Hemal AK, Mandal 24. Nicely ER, Maggio MI, Kuhn EJ. The use
S. Infundibulopelvic anatomy and clearance of a cystoscopically placed cobra catheter
of inferior caliceal calculi with shockwave for directed irrigation of lower pole caliceal
lithotripsy. J Urol 2000;163:24-7. stones during extracorporeal shock wave
lithotripsy. J Urol 1992;148:1036-9.
18. Sampaio FJ, D’Anunciação AL, Gouveia
EC. Comparative follow-up of patients 25. Chen RN, Streem SB. Extracorporeal
with acute and obtuse infundibulum-pelvic shock wave lithotripsy for lower pole calculi:
angle submitted to extra-corporeal long-term radiographic and clinical
shockwave lithotripsy for treatment of outcome. J Urol 1996;156:1572-5.
lower caliceal stones: preliminary report
and proposed study design. J Endourol 26. Netto NR Jr, Claro JF, Lemos GC, Corta-
1997;11:157-61. do PL. Renal calculi in lower pole calices:
what is the best method of treatment? J
19. Heitzmann LC, Ortiz V. Tratamento da Urol 1991;146:721-3.
litíase renal localizada no cálice inferior:
litotripsia extracorpórea por ondas de cho- 27. Pienkny AJ, Streem SB. Simultaneous
que x nefrolitotomia percutânea. Sinopse versus staged bilateral extracorporeal shock
de Urologia 1998;3:61-7. wave lithotripsy: long-term effect on renal
function. J Urol 1999;162:1591-3.
20. Murphy DP, Streem SB. Lower pole renal
calculi: when and how treat. Int Braz J Urol 28. Knapp R, Frauscher F, Helweg G, zur
2001;27:3-9. Nedden D, Strasser H, Janetschek G, et
al. Age-related changes in resistive index
21. Lingeman JE, Siegel YI, Steele B, Nyhuis following extracorporeal shock wave
AW, Woods JR. Management of lower pole lithotripsy. J Urol 1995;154:955-8.
nephrolithiasis: a critical analysis. J Urol
1994;151:663-7. 29. Jewett MA, Bombardier C, Caron D, Ryan
MR, Gray RR, St Louis EL, et al. Potential
22. Madbouly K, Sheir KZ, Elsobky E. Impact for inter-obser ver and intra-obser ver
of lower pole renal anatomy on stone variability in x-ray review to establish stone-
clearance after shock wave lithotripsy: fact free rates after lithotripsy. J Urol 1992;
or fiction? J Urol 2001;165:1415-8. 147:559-62.

16 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

30. Beck EM, Riehle RA Jr. The fate of resi- nephrostolithotomy and extracorporeal
dual fragments after extracorporeal shock shock wave lithotripsy monotherapy with
wave lithotripsy monotherapy of infection reference to surface area. J Urol 1992;
stones. J Urol 1991;145:6-9. 147:1219-25.

31. Streem SB, Yost A, Mascha E. Clinical 38. Wirth MP, Theiss M, Frohmuller HG.
implications of clinically insignificant stone Primary extracorporeal shock wave
fragments after extracorporeal shock wave lithotripsy of staghorn renal calculi. Urol
lithotripsy. J Urol 1996;155:1186-90. Int 1992;48:71-5.

32. Fine JK, Pak CY, Preminger GM. Effect of 39. Constantinides C, Recker F, Jaeger P, Hauri
medical management and residual D. Extracorporeal shock wave lithotripsy as
fragments on recurrent stone formation monotherapy of staghorn renal calculi: 3
following shock wave lithotripsy. J Urol years of experience. J Urol 1989; 142:
1995;153:27-32. 1415-8.

33. Logarakis NF, Jewett MA, Luymes J, 40. Orsola A, Diaz I, Caffaratti J, Izquierdo F,
Honey RJ. Variation in clinical outcome Alberola J, Garat JM. Staghorn calculi in
following shock wave lithotripsy. J Urol children: treatment with monotherapy
2000;163:721-5. extracorporeal shock wave lithotripsy. J Urol
1999;162:1229-33.
34. Sun BY, Lee YH, Jiaan BP, Chen KK,
Chang LS, Chen KT. Recurrence rate and 41. Mattelaer P, Wolff JM, Jung P, Feistkorn
risk factors for urinary calculi after C, Jakse G. Long-term follow-up after
extracorporeal shock wave lithotripsy. J Urol primary extracorporeal shockwave
1996;156:903-5. lithotripsy monotherapy of staghorn calculi:
results after more than 6 years. Acta Urol
35. Kodama M, Kohri K, Kurita T. Belg 1997;65:41-5.
Extracorporeal shock wave lithotripsy of
staghorn calculi. Int Urol Nephrol 1989; 42. Meretyk S, Gofrit ON, Gafni O, Pode D,
21:469-78. Shapiro A, Verstandig A, et al. Complete
staghorn calculi: random prospective
36. Streem SB, Geisinger MA. Combination comparision between extracorporeal shock
therapy for staghorn calculi in solitary wave lithotripsy monotherapy and combined
kidneys: functional results with long-term with percutaneous nephrostolithotomy. J
followup. J Urol 1993;149:449-52. Urol 1997;157:780-6.

37. Lam HS, Lingeman JE, Barron M, 43. Morse RM, Resnick MI. Ureteral calculi:
Newman DM, Mosbaugh PG, Steele RE, natural history and treatment in an era of
et al. Staghorn calculi: analysis of treatment advanced technology. J Urol 1991;
results between initial percutaneous 145:263-5.

Litotripsia Extracorpórea 17
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

44. Netto Junior NR, Claro JF, Lemos GC, 51. Marberger M, Hofbauer J, Turk C, Hobarth
Cortado PL. Treatment options for ureteral K, Albrecht W. Management of ureteric
calculi: endourology or extracorporeal shock stones. Eur Urol 1994;25:265-72.
wave lithotripsy. J Urol 1991;146:5-7.
52. Segura JW, Preminger GM, Assimos DG,
45. Chang SC, Kuo HC, Hsu T. Dretler SP, Kahn RI, Lingeman JE, et al.
Extracorporeal shock wave lithotripsy for
Ureteral Stones Clinical Guidelines Panel
obstructed proximal ureteral stones. A
prospective randomized study comparing in summary report on the management of
situ, stent bypass and below stone catheter ureteral calculi. The American Urological
with irrigation strategies. Eur Urol 1993; Association. J Urol 1997;158:1915-21.
24:177-84.
53. Maheshwari PN, Oswal AT, Andankar M,
46. Tawfiek ER, Bagley DH. Management of Nanjappa KM, Bansal M. Is antegrade
upper urinary tract calculi with ureteroscopy better than retrograde
ureteroscopic techniques. Urology 1999; ureteroscopy for impacted large upper ureteral
53:25-31. calculi? J Endourol 1999;13:441-4.

47. Park H, Park M, Park T. Two-year 54. Kim HH, Lee JH, Park MS, Lee SE, Kim
experience with ureteral stones:
SW. In situ extracorporeal shockwave
extracorporeal shockwave lithotripsy v
lithotripsy for ureteral calculi: investigation
ureteroscopic manipulation. J Endourol
1998;12:501-4. of factors influencing stone fragmentation
and appropriate number of sessions for
48. Doublet JD, Tchala K, Tligui M, Ciofu C, changing treatment modality. J Endourol
Gattegno B, Thibault P. In situ 1996;10:501-5.
extracorporeal shock wave lithotripsy for
acute renal colic due to obstructing ureteral 55. Evans RJ, Winfield DD, Morollo BA,
stones. Scand J Urol Nephrol 1997; Jenkins AD. Ureteral stone manipulation
31:137-9. before extracorporeal shock wave lithotripsy.
J Urol 1988;139:33-6.
49. Grasso M, Beaghler M, Loisides P. The case
for primary endoscopic management of 56. Netto Junior NR, Claro Jde A, Esteves SC,
upper urinary tract calculi: II. Cost and
Andrade EF. Ureteroscopic stone removal
outcome assessment of 112 primary
ureteral calculi. Urology 1995;45:372-6. in the distal ureter. Why change? J Urol
1997;157:2081-3.
50. Liong ML, Clayman RV, Gittes RF,
Lingeman JE, Huffman JL, Lyon ES. 57. Bhatia V, Biyani CS. Vesical lithiasis: open
Treatment options for proximal ureteral surgery versus cystolithotripsy versus
urolithiasis: review and recommendations. extracorporeal shock wave therapy. J Urol
J Urol 1989;141:504-9. 1994;151:660-2.

18 Litotripsia Extracorpórea
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

58. Mahran MR, Dawaba MS. Cystolitho- 66. Delakas D, Daskalopoulos G, Cranidis A.
lapaxy versus cystolithotomy in children. J Extracorporeal shockwave lithotripsy for
Endourol 2000;14:423-5. urinary calculi in autosomal dominant
polycystic kidney disease. J Endourol 1997;
59. Garcia Cardoso JV, Gonzalez Enguita C, 11:167-70.
Cabrera Perez J, Rodriguez Minon JL,
Calahorra Fernardez FJ, Vela Navarrete R. 67. Theiss M, Wirth MP, Frohmuller HG.
Bladder calculi. Is extracorporeal shock wave Extracorporeal shock wave lithotripsy in
lithotripsy the first choice treatment? Arch patients with renal malformations. Br J
Esp Urol 2003;56:1111-6. Urol 1993;72:534-8.

60. Kilciler M, Sumer F, Bedir S, Ozgok Y, 68. Lampel A, Hohenfellner M, Schultz-


Erduran D. Extracorporeal shock wave Lampel D, Lazica M, Bohnen K, Thurof
lithotripsy treatment in paraplegic patients JW. Urolithiasis in horseshoe kidneys:
with bladder stones. Int J Urol 2002; therapeutic management. Urology 1996;
9:632-4. 47:182-6.

61. Delakas D, Daskalopoulos G, Cranidis A. 69. Kirkali Z, Esen AA , Mungan MU.


Experience with the Dornier lithotriptor MPL Effectiveness of extracorporeal shockwave
lithotripsy in the management of stone-
9000-X for the treatment of vesical lithiasis.
bearing horseshoe kidneys. J Endourol
Int Urol Nephrol 1998;30:703-12.
1996;10:13-5.
62. Frabboni R, Santi V, Ronchi M, Gaiani
70. Cohen TD, Preminger GM. Management
S, Costanza N, Ferrari G, et al. Echo-
of calyceal calculi. Urol Clin North Am
guided SWL of vesical stones with Dornier
1997;24:81-96.
MPL 9000 lithotripter in obstructed and
unobstructed patients. J Endourol 1998;
12:81-6. 71. Streem SB, Yost A. Treatment of caliceal
diverticular calculi with extracorporeal
shock wave lithotripsy: patient selection and
63. Kojima Y, Yoshimura M, Hayashi Y, Asaka extended follow-up. J Urol 1992;
H, Ando Y, Kohri K. Extracorporeal shock 148:1043-6.
wave lithotripsy for vesical lithiasis. Urol
Int 1998;61:35-8.
72. Abbot KC, Schenkman N, Swanson SJ,
Agodoa LY. Hospitalized nephrolithiasis
64. Erturk E, Ptak AM, Monaghan J. Fertility after renal transplantation in the United
measures in women after extracorporeal States. Am J Transplat 2003;3:465-70.
shockwave lithotripsy of distal ureteral
stones. J Endourol 1997;11:315-7. 73. Millan Rodriguez F, Gonzalez de Chaves
E, Rousaud Baron F, Izquierdo Latorre F,
65. Torres VE, Wilson DM, Hattery RR, Se- Rousan Baron A. Treatment of urinary
gura JW. Renal stone disease in autosomal calculi in transplanted kidney with
dominant polycystic kidney disease. Am J extracorporeal shock wave lithotripsy. Arch
Kidney Dis 1993;22:513-9. Esp Urol 2003;56:793-8.

Litotripsia Extracorpórea 19

Você também pode gostar