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09/05/2018

FUNDAÇÕES E
ESTRUTURAS DE SUPORTE

3 – FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Fundações Profundas

 Tipo de fundação que transmite a carga proveniente da


super- estrutura até estratos localizados a maior
profundidade

 Neste tipo de fundação, a interação com o terreno para


equilíbrio da carga vertical processa-se através da base
e através da superfície lateral (por atrito ou por
aderência)

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Fundações Profundas
Transferência da carga para o maciço
Q1, Q2, Q3, Q4
Atrito lateral

Q1
Q2
Qtc=Qb+Qs

Resistem as fundações
profundas a esforços de
Q3 tração ?

Q4
Qtt=Qs

Deformação necessária à mobilização da resistência lateral ~ 1%


Muito maior a deformação necessária à mobilização da resistência de ponta

Fundações Profundas
Razões que justificam o uso de fundações profundas
 Camadas superiores muito compressíveis ou pouco resistentes
 Camada resistente a grande profundidade
 Esforços de tracção
 Cargas laterais, que podem ser suportadas por flexão da estaca
contra o solo ou por grupo de estacas
 Problemas de erosão pelo arrastamento de partículas em leitos de
rio
 Solos suscetíveis de liquefacção
 Impacto de navios em apoios de pontes ou sistemas de proteção
 Fundação de edifícios junto a zonas de escavação
 Solos expansíveis ou colapsíveis

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Fundações Profundas

Razões que
justificam o uso
de fundações
profundas

Fundações Profundas

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Fundações Profundas

Fundações Profundas - Tipos

 Secção transversal
- estacas
- barretas (fundações em que uma das dimensões da
secção transversal é muito maior que a outra)
 Materiais
- madeira
- aço
- betão
 Métodos de execução
- cravadas (impacto, vibração ou macaco hidráulico)
- moldadas (a seco, com lamas ou com tubo moldador)

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Fundações Profundas - Cravadas

As estacas de
betão podem
ser:
-Pré-esforçadas
-Armadas
-Rectangulares
Madeira Tubo Betão
-Circulares
Perfil H -Octagonais
Tipos de estacas cravadas

Fundações Profundas - Moldadas


Execução de uma estaca moldada – trado contínuo

Sequência típica:
1. Furação até à
profundidade final com
trado oco, contínuo;
2. Betonagem, sob pressão,
através do tubo central
do trado, em simultâneo
com a sua remoção;
3. Colocação da armadura.

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Fundações Profundas - Moldadas


Execução de uma estaca moldada – lamas bentoníticas

Furação ao Colocação da Betonagem Estaca pronta


abrigo de lama armadura com “tremie” e
bentonítica ou remoção das
polímeros lamas

Capacidade de Carga
Métodos de determinação

 Fórmulas estáticas (teoria da plasticidade)

 Correlações com ensaios (SPT ou CPT)

 Fórmulas dinâmicas (cravação)

 Ensaios (estáticos ou dinâmicos)

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Capacidade de Carga
Teoria da Plasticidade

N
Rc  Rb  Rs
Rc – resistência à rotura por compressão

Rs

Rt – resistência à rotura por tração

Rb

Capacidade de Carga
R b  A base  q b qb – resistência unitária de ponta

Teoria de Terzaghi: qb  1,3  c N c  q N q

Teoria de Meyerhof: Condições drenadas

q b  c' N' c q ' N' q  q bl

Condições não drenadas

q b  9  cu  q

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Capacidade de Carga
Fator de Capacidade de Carga N’q

Capacidade de Carga
Teoria de Vesic
qb  c N ' c  q N ' q
Estacas Cravadas

Em estacas moldadas
N’q deve ser reduzido
para ½ a 1/3 do valor
fornecido

G E
IR  
c' ' v tan  ' 21   c' ' v tan  '

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Capacidade de Carga
Resistência lateral em areias
L
Rs   q s  perímetro  dz qs  K   'v tg ( )
0
qs – resistência unitária lateral

Interface /’
Tipo de estaca K/Ko
Areia/betão rugoso (Estaca moldada) 1,0
Estacas moldadas 0,7 a 1,0
Areia/betão liso (Estaca cravada) 0,8 a 1,0

Estacas cravadas com pequeno 0,8 a 1,3 Areia/aço rugoso (aço corrugado) 0,7 a 0,9
deslocamento de solo

Estacas cravadas com grande 1,0 a 2,0 Areia/aço liso 0,5 a 0,7
deslocamento de solo
Areia/madeira 0,8 a 0,9

Capacidade de Carga
Resistência lateral em argilas
L
Rs   q s  perímetro  dz qs  ca   cu
0

Estacas
cravadas

Estacas moldadas →  = 0,55 e  = 0 no primeiro 1,5 m e na extremidade inferior

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Capacidade de Carga
Correlações com ensaios do terreno (SPT)
Estacas Cravadas

Tipo de Solo qs (MPa) qb (MPa)

Argila plástica 0,2 N (110-N) / 4006 0,07 N

Areia siltosa ou
0,2 N (110-N) / 4583 0,16 N
argilosa

Areia limpa 0,0019 N 0,32 N

Calcário brando 0,001 N 0,36 N

(Schmertman, 1970)

Capacidade de Carga
Fórmulas de cravação
Fórmulas que relacionam a capacidade de carga de uma estaca com a
energia dispendida pelo martelo durante a cravação.
Necessidade de calcular a nega (s), que é a penetração que sofre a estaca
sob a pancada do martelo no final da cravação.

1 e f Wh  H
ENR(Engineering News Record) Rcd  
FS sC

Rcd resistência de cálculo à compressão em kN


ef eficiência do pilão (bate estacas) (0,7< ef < 0,9)
Wh peso do pilão
H altura de queda
s nega
C constante dependente do tipo de martelo
FS fator de segurança (superior a 4,0)

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Capacidade de Carga
Ensaios de carga
Porquê a necessidade?

Esta grande
variação justifica
a necessidade de
realizar ensaios
de carga

Capacidade de Carga
Ensaios de carga estáticos

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Capacidade de Carga
Ensaios de carga estáticos

QL
Critério de rotura de Davisson s f (mm)   4.0  0.008b
AE
QL
FHWA para b>600 mm s f (mm)   0.03b
AE

Capacidade de Carga - Grupo


Na maioria das situações
práticas as estacas são My
nx = 3
dispostas em grupo, estando as y ny = 2
suas cabeças ligadas por um Hx Mx
maciço de encabeçamento, que x

pode estar ou não em contacto


com o terreno
Hy
O esforço axial em cada estaca N

pode ser definido através da Hx


My

expressão geral da flexão Hf

composta
N Mx My
Ni   yi  xi
nT Ix Iy
I x   y i2 I y   xi2

Área da secção transversal de todas as estacas igual

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Capacidade de Carga - Grupo


O comportamento do grupo pode ser
diferente do das estacas individuais
devido ao aumento das tensões no
terreno proveniente da zona de influência
de cada estaca

Zonas com acréscimos de tensão


importantes para estacas isoladas
Zonas de sobreposição de tensões para
e grupos de estacas (Tomlinson,
grupos de estacas flutuantes (Bowles,
1994)
1988)

Capacidade de Carga - Grupo


Eficiência do grupo
Rcg
Eg 
nT  Rce
em que
 nT é o número total de estacas
 Rce é a resistência à rotura de cada estaca
 Rcg é a resistência à rotura do bloco de solo onde
está inserido o grupo

E g  1,0  Rc  nT  Rce
E g  1  Rc  Rcg

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Capacidade de Carga - Grupo


Eficiência do grupo – Valores indicativos para
estacas cravadas
 Solos arenosos
 s<3D  Eg>100%
 s>3D  Eg=100%

 Solos argilosos
 Estacas cravadas em argilas com cu< 95 kPa e sem terem o maciço
de encabeçamento em bom contacto com o solo
s = 3D  Eg = 70%
s > 6D  Eg = 100%
 Mesmo que o anterior mas com o maciço de encabeçamento em bom
contacto com o solo,
Eg = 100%
 Para grupos cravados em argilas com cu > 95 kPa
Eg = 100%

Capacidade de Carga - Grupo


Rotura em bloco – Forma simplificada de cálculo
Exemplo para estacas em solos argilosos

L B

 D  B
Rug  2 D  ( B  L )  cu1  ( B  L  cu 2  N c  B  L  q ) N c  51  1  9
 5 B  5 L 
cu1 – resistência não drenada média no fuste
cu2 – resistência não drenada média na zona da ponta
q – tensão total vertical ao nível da ponta

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Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais

Na Abordagem de Cálculo 1 a verificação da segurança em relação à


capacidade de carga de estacas carregadas axialmente é feita para as
duas combinações:

Combinação 1: A1 “+” M1 “+” R1


Combinação 2: A2 “+” M1 “+” R4

Trabalha-se sempre
com os valores
característicos das
propriedades
resistentes dos
materiais

Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais

Estacas à compressão Estacas à tração


Fcd  Rcd Ftd  Rtd
Rbk Rsk Rsk
Rcd  Rbd  Rsd   Rtd  Rsd 
b s  s ;t
ou

Rck Rbk  Rsk


Rcd  
t t

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Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais
Estacas à compressão

 Valor característico da capacidade resistente com base em ensaios de carga estática

 R  R  
Rck  Min  cm média ; cm min 
 1 2 

Fatores de correlação  para os valores característicos a partir de


ensaios de carga estáticos (n = no. de ensaios)

 para n = 1 2 3 4 ≥5
1 1,40 1,35 1,33 1,31 1,30

2 1,40 1,20 1,05 1,00 1,00

Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais
Estacas à tração

 Valor característico da capacidade resistente com base em ensaios de carga estática

 R  R  
Rtk  Min  tm média ; tm min 
 1 2 

Fatores de correlação  para os valores característicos a partir de


ensaios de carga estáticos (n = no. de ensaios)

 para n = 1 2 3 4 ≥5
1 1,40 1,30 1,20 1,10 1,00

2 1,40 1,20 1,05 1,00 1,00

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Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais

Estacas à compressão ou à tração


 Valor característico da capacidade resistente com base em ensaios do terreno
Este procedimento está associado ao método da “Estaca Modelo”, que
corresponde determinar a capacidade resistente de uma estaca executada
em cada perfil do terreno.

 Rc;cal média Rc;cal min   Rs ;cal média Rs ;cal min 
Rck  Min  ;  Rtk  Min  ; 
 3 4   3 4 

 para n = 1 2 3 4 5 7 10

3 1,40 1,35 1,33 1,31 1,29 1,27 1,25

4 1,40 1,27 1,23 1,20 1,15 1,12 1,08

Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais
Se a capacidade de carga for calculada usando as fórmulas estáticas e os
valores das propriedades resistentes do solo (método alternativo ou “método
do modelo do terreno”), os valores característicos das duas componentes da
resistência à compressão serão:
Os factores R devem ser multiplicados por um fator de modelo (R;d), o
qual deve ser superior a 1,0. O valor deste fator de modelo pode, de
acordo com o Eurocódigo 7, ser estabelecido pela Norma Nacional.
Em Portugal foi adotado R;d = 1,50

Valor de cálculo da resistência à compressão:


Rbk Rsk
Rcd  Rbd  Rsd  
 b   R;d  s   R ;d

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Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais

Coeficientes parciais para as capacidades resistentes (R) para


estacas cravadas

Resistência Símbolo Conjunto

R1 R2 R3 R4
Ponta b 1,0 1,1 1,0 1,3

Lateral (compressão) s 1,0 1,1 1,0 1,3

Total/combinada (compressão) t 1,0 1,1 1,0 1,3


Lateral (tração) s;t 1,25 1,15 1,1 1,6

Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais

Coeficientes parciais para as capacidades resistentes (R) para


instaladas com extracção de terreno (estacas moldadas)

Resistência Símbolo Conjunto


R1 R2 R3 R4
Ponta b 1,25 1,1 1,0 1,6
Lateral (compressão) s 1,0 1,1 1,0 1,3
Total/combinada (compressão) t 1,15 1,1 1,0 1,5
Lateral (tracção) s;t 1,25 1,15 1,1 1,6

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Capacidade de Carga
Verificação da Segurança – Método dos Coeficientes Parciais

Coeficientes parciais para as capacidades resistentes (R) para


estacas instaladas com trado contínuo

Resistência Símbolo Conjunto


R1 R2 R3 R4
Ponta b 1,1 1,1 1,0 1,45
Lateral (compressão) s 1,0 1,1 1,0 1,3
Total/combinada (compressão) t 1,1 1,1 1,0 1,4
Lateral (tracção) s;t 1,25 1,15 1,1 1,6

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