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1. O modo como as Forças Armadas devem se organizar e orientar para ter um melhor
desempenho em sua função para o Estado e suas atribuições de paz e guerra.
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transbordamento tecnológico (spill-over) para outros setores, devido às soluções para
campos civis proporcionadas por meio da fabricação de equipamentos militares. O pro-
pósito deste trabalho é traçar duas linhas paralelas entre o desenvolvimento da Política
Industrial Brasileira como um todo e a de Defesa e entende se houveram reais mudanças
no setor ou somente um maior gasto militar e resultados agudos em determinadas empre-
sas, estas com histórico anterior à 2005 como o caso da Avibrás e Embraer, por exemplo.
Tais empresas já possuem um destaque no âmbito internacional (caso da Embraer) e tem
investimentos no mercado estrangeiro, sobretudo, nas Forças Armadas de outros locais
como o caso do Super Tucano na Colômbia, entre outros.
∙ Verificar qual a participação das leis de inovação, dos órgãos de fomento para a
Pesquisa e Desenvolvimento no processo de revitalização da indústria de Defesa.
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3 Justificativa
4 Referencial teórico
A compreensão das ações do Estado em relação à Defesa pode ser estudada por
diversas vias teóricas. Uma delas é a Construtivista de Relações Internacionais, com
destaque na teoria agente-estrutura. Essa escola teórica apresenta um viés diferente ao
não apresentar características tão imutáveis como o realismo, principalmente por abran-
ger diversos atores e variáveis. Dessa forma, ela se cria por meio de ações (pequenas ou
grandes) e possibilita uma compreensão da guerra, da paz ou da forma como uma comuni-
dade internacional atua. Segundo Holsti (2006), o construtivismo é uma teoria social com
o poder de englobar novos valores e não se ater somente a um pensamento monolítico,
básico, com dois lados(aliados e inimigos).
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O construtivismo, assim como é entendido pela definição anterior, move-se de
acordo com entendimentos coletivos. Segundo Adler (1999), o pensamento dessa teoria
evoca na capacidade humana de dar sentido ao mundo material por meio do seu pro-
cesso de reflexão ou aprendizado, o qual geraria um interessante debate entre a concep-
ção interna (idealista/interpretativista) e a externa (positivista/materialista)1 . Ademais,
provocaria a formação de certas regras e condutas e dá noção ao mundo sobre o seu fun-
cionamento. Um exemplo poderia ser a criação das instituições ou o contrato social, já
que todas elas foram feitas de acordo com o pensamento de um grupo. Entretanto, com
o passar do tempo e o seu protelamento, passa a ser compreendido como um movimento
natural, desenvolvida a partir do “ex nihilo”2 .
Um segundo ponto teórico estão nas políticas públicas e os seus efeitos sobre um
Estado, tanto no campo econômico como na sociedade. Os seus modelos de análise suge-
rem segundo Souza (2006), uma pergunta inicial seria: “aquilo que o governo faz ou deixa
de fazer é passível de ser?”, ou seja, se ele tem colocado todos os esforços sobre um as-
sunto determinado. Em democracias estáveis como a brasileira, tal questionamento serviu
como um pressuposto inicial para os estudos do tema, mas dois pontos eram relevantes
e necessários na academia. A primeira seria se as dúvidas poderiam ser empreendidas
no âmbito acadêmico e se pesquisadores independentes (sem ter vínculos com o Estado)
também teriam como estudá-la e explicá-la.
Caso analise-se pelo viés histórico, as políticas públicas são derivadas do período
da Guerra Fria e em especial, nas ações do ex-secretário de Defesa norte-americano Robert
Mcnamara 3 , a partir dos estudos na RAND Corporation em 1948 (Souza, 2006). Con-
tudo, sob o ponto de vista acadêmico, quatro autores são reconhecidos como os primeiros
autores e desenvolvedores de teorias e cronologicamente seriam: Harold Laswell, Herbert
Simon, Charles Lindblom e David Easton. O primeiro teórico foi responsável, desde os
anos de 1930, pela definição sobre a conciliação entre os estudos científicos e o comporta-
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Segundo Adler (1999), a teoria construtivista tenta fazer uma união, “mesmo tímida”, entre a con-
cepção materialista e a idealista.
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Expressão latina que significa “desde o nada”.
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Robert Mcnamara trabalhou como secretário de Defesa durante as gestões Kennedy (1961-1962) e
Johnson (1962-1968), além de ser presidente do Banco Mundial entre 1969-1981.
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mento político do Estado. Laswell mira em duas metas para entender como as políticas
públicas podem ser compreendidas e transformadas em ciência Korean Association for
Public Administration (1980):
4. Princípio das trocas: o comportamento do ator racional pode ser alterado a partir
do momento em que ele não acredita ter todas as informações possíveis para efetuar
a sua troca (permuta). Isto é derivado do novo custo na decision making 5 gerado
pela racionalidade limitada imposta.
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Tomadores de decisão na política.
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Significa tomada de decisão em inglês.
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A contribuição de Lindblom para a tomada de decisões e as políticas públicas
foi por outra via diferente dos dois autores anteriores. Para ele, também podem se enqua-
drar como variáveis pertinentes na construção da política pública, as relações de poder
existentes entre os atores, e também a não predeterminação de um início, meio e fim para
a ocorrência do processo de tomada de decisão, tal fato proporcionado pela integração
entre as etapas (Souza, 2006).
As políticas públicas podem ser compreendidas por diversos modos a partir dos
modelos propostos acima. Entretanto, ela parte da real destinação dos recursos do Estado
(seja financeiro ou não) ao analisar uma condição existente na sociedade. Outro enten-
dimento sobre a função dos policy makers seria a respeito dos diversos níveis de decisão,
o qual pode atingir os participantes formais assim como informais ocasionalmente pre-
sentes. É importante mensurar também as opções que o Estado possui, principalmente
mediante a uma situação de crise, pois as políticas públicas detêm uma grande abrangên-
cia e não possui limites e regras (Souza, 2006). Além disso, os efeitos das ações sugerem
em uma primeira análise, serem de curto prazo nos seus resultados, mas acabam por gerar
resultados a longo prazo.
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Entradas em inglês. A definição dentro das ciências políticas implica em colocar valor a um assunto
seja por diversos meios.
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Figura 1: Composição do processo de tomada de decisão segundo Easton
5 Metodologia proposta
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de como houve a interação entre a política nacional de indústria e a específica na área
de Defesa. Nessa fase, também se prestará uma análise dentro do orçamento disponível
em planejamentos e ações tomadas, de forma a se verificar qual é o comportamento em
momentos positivos e negativos econômicos.
6 Atividades e cronogramas
A forma ser trabalhada neste Projeto e nos trabalhos derivados deste projeto
está empregado sob certos parâmetros. Eles estão descritos logo abaixo:
(a) Verificação será feita a partir das leis, decretos, portarias, normativas, entre
outros.
(b) Elaboração do banco de dados econômico com base na LOA brasileira, no
Stockholm International Peace Research Institute(SIPRI), entre outros.
3. Fazer um levantamento das empresas a serem estudadas. Existe uma prévia concep-
ção de que as firmas selecionadas como Empresas Estratégicas de Defesa poderiam
ser a amostra a ser estudada, mas ainda haverá uma apreciação delas, devido ao
aumento ou à redução na sua quantidade conforme as visitas técnicas realizadas
pelo Ministério da Defesa. (mês 5 e 6)
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(a) Existem fontes criadas por programas de financiamento a pesquisa e projetos.
i. Estas empresas foram listadas pela Finep, BNDES, Ministério da Defesa
e Agência Espacial Brasileira, com o propósito de apoiar Aeroespacial,
Defesa e Segurança.
i. Avaliar as empresas escolhidas a partir de possíveis atividades como: a.
Tabulação i. Na área econômica e, sobretudo, tributária, acredita-se ser o
ideal para o desenvolvimento do trabalho, a tabulação destas empresas em
fontes como: RAIS (Ministério do Trabalho e Emprego), PINTEC, FINEP,
SECEX, entre outras. Após o recebimento dos dados, pode-se traçar um
perfil destas firmas sob esta perspectiva. b. Entrevistas i. Por telefone c.
Questionários
7 Resultados esperados
Com base nisso, far-se-á primeiramente um relatório dentro das políticas indus-
triais brasileiras em geral, e qual o espaço destinado ao setor de Defesa. Esse ponto é um
bom embasador do quão a inovação faz parte do contexto nacional e em especial, se a De-
fesa é um espaço onde o desenvolvimento nacional ocorre e provoca spill-over. Além disso,
um enfoque especial será dado às instituições brasileiras responsáveis por impulsionar o
Estado no setor como a FIESP, FIERJ, entre outros.
Em um segundo momento, haverá uma revisão dos estudos de defesa por setor
feitos no livro Mapeamento da Base Industrial de Defesa brasileira, em especial, nos
setores de propulsão nuclear (investimentos franceses resultantes no lançamento de novos
produtos), a plataforma terrestre militar (a produção de um setor tão relevante na história
do país) e aeroespacial devido à grande relevância do segmento seja na região de São José
dos Campos (São Paulo), fora os desdobramentos da venda da Embraer para a Boeing.
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momentos de alta (lançamentos de leis, documentos oficiais, reuniões entre autoridades,
etc.) e aquelas consideradas de baixa como a queda no tamanho do orçamento brasileiro,
e se caso isso possa ter sido acompanhado pelo uma diminuição do investimento na indús-
tria brasileira em geral. Além diso, far-se-á avaliação do crescimento e redução a partir
também daquelas firmas consideradas estratégicas de defesa.
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Referências
Adler, E. (1999, aug). O construtivismo no estudo das relações internacionais. Lua Nova:
Revista de Cultura e Política (47), 201–246.
Almeida, M. (2009). Desafios da real política industrial brasileira no século XXI. Texto
para discussão 1 (1452), 1–73.
Jones, B. D. (2003, oct). Bounded Rationality and Political Science: Lessons from Pu-
blic Administration and Public Policy. Journal of Public Administration Research and
Theory 13 (4), 395–412.
Korean Association for Public Administration (1980). Selected Readings in Public Admi-
nistration. In Korean Association for Public Administration (Ed.), Selected Readings
in Public Administration, pp. 405–422. Seul: Da San Company.
Souza, C. (2006, dec). Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias (16),
20–45.
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