Você está na página 1de 2

PENAS SAGRADAS

Texto de Maril Crabtree, extraído do seu Livro Penas Sagradas:

(…) aprendi que em muitas tradições antigas a pena preta é um sinal de sabedoria mística, recebido
numa iniciação espiritual. Tais penas (de corvos, por exemplo) são freqüentemente utilizadas por
figuras xamânicas.

Ao longo da história, as penas têm se apresentado como símbolos para xamãs e sacerdotes, como
símbolos de realeza para reis e chefes, como símbolos de cura ou como símbolos sagrados em
culturas tão antigas quanto as eras egípcia, asiática e céltica. essas culturas possuíam habilidades
para se comunicar com a natureza por meio de caminhos que foram ignorados ou esquecidos em
nossa época atual.
Porém, as penas são mais do que históricas. para muitos, elas representam sinais místicos,
mensagens ou oportunidades. São fragmentos de sincronicidade na fluida miscelânea dos
significados universais. As penas surgem em lugares inesperados como uma garantia do bem-estar,
como um sinal reconfortante da abundância no universo e como mensageiros inconfundíveis de
esperança e encorajamento. Sua graça efêmera as torna perfeitos emissários da liberdade espiritual e
emocional.
Nos últimos anos tenho coletado histórias verídicas de pessoas cujas vidas se transformaram por
causa das penas: penas como mensageiros sagrados, como condutores para o esclarecimento, como
precursores da verdade interior ou como gentis lembranças do sincronismo e da abundância do
universo. Essas histórias são relatos poderosos de como as penas ensinam, guiam, inspiram a todos
nós. Elas oferecem exemplos reais de como o universo fala para nós por meio de um objeto comum
mas místico - uma pena.
De que maneira uma pena - um objeto inanimado - fala à nós ? Como podemos receber mensagens
de uma parte da asa de um pássaro? O que há nas penas - opostas à borra de café ou ás flores
silvestres - que as qualifica como precursores da verdade universal?
Vivemos num cosmos holográfico, onde uma parte do todo reflete esse todo. Quando uma pena
abandona um pássaro e cai na terra, ela traz consigo toda a energia que a vinculava ao ser vivo. De
uma perspectiva cósmica, a pena também carrega, tal qual trazemos conosco, a energia universal
que nomeamos de várias formas: "Deus", ao "Espírito", "força de vida divina". Por que, então, não
aceitar que a pena cai em nossas vidas para trazer, diretamente, uma mensagem dessa força de vida?
Quando, entre centenas de pessoas, vejo uma pena num lugar inesperado, sei que ela foi endereçada
a mim. Nem todas as penas são "especiais", tampouco o são todas as pedras ou todos os cristais.
Mas o potencial para a conexão está lá. Preciso apenas escutar a partir daquele espaço aberto dentro
de mim, o qual anseia por voar cada vez mais alto. Só tenho que aceitar que, como disse um
contador de histórias, "há poderes simples, estranhos, reais" que me afetam.
As penas também são significados simbólicos universais, reconhecidas por tribos e tradições do
mundo. Ela nos falam de vôo, de liberdade, de ultrapassar limites, de colocar-se "acima de tudo", da
necessidade de se soltar e relaxar. Em muitas culturas, as penas carregam orações aos deuses e
conferem poderes extraordinários em batalhas.
Mais que tudo, as penas chegam como dádivas. elas v~em do céu, do mar, das árvores, da relva, e
até mesmo - como ilustram essas histórias - de lugares nunca habitados por aves. Elas nos chegam
inesperadamente, mas com um propósito. Suas mensagens podem ser espantosas, reconfortantes ou
repentinas, mas são sempre uma oportunidade para ver - para encontrar respostas a questões que
nem sequer sabíamos que perguntávamos.
O que é então uma pena? É uma parte dom corpo de um pássaro e é parte de nós. Ela existe em si
mesma para servir seu objetivo primário no cosmos. tal qual quando levamos mensagens
inspiradoras aos outros, enquanto simplesmente preenchemos nossas vidas, as penas trazem estas
mensagens a nós. Ela nos lembram de que caminhamos num mundo transbordante de significados.

Você também pode gostar