VI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 1/6

AVALIAÇÃO DA CORROSÃO DE COBRE E ALUMÍNIO EM

DETERGENTES E REMOVEDORES DOMÉSTICOS

Chermaut-Costa, V. N.1, Cabral, U. S.1, Caldas, F. V. e Mainier, F. B.2

1
Orientandas TEQ/UFF, 2Docente TEQ/UFF.
Departamento de Engenharia Química, Escola de Engenharia,
Universidade Federal Fluminense
Rua Passo da Pátria, 156/3°andar, São Domingos, Niterói, RJ.
CEP. 24210-240, e-mail: mainier@vm.uff.br

RESUMO - Na pesquisa realizada nos supermercados da região do

Grande Rio de Janeiro foram selecionadas 15 marcas de vários tipos de
produtos domésticos que são colocados à disposição da população vi-
sando à remoção de gorduras e sujeira. A propaganda estampada nos re-
cipientes é bastante sedutora, pois tais produtos alardeiam uma série de
propriedades como “multiuso”, “solução de limpeza”, "limpador instantâ-
neo”, “cheirinho de limpeza” entre outras. Uma análise das formulações
constantes dos rótulos mostra que são soluções aquosas com as mais va-
riadas composições, tais como: cloreto de alquil dimetil benzil amônio,
surfactante, espessante, coadjuvante, corante, perfume, hidróxido de a-
mônio, copolímero acrílico, alcalinizante, seqüestrante, éter glicólico, co-
rante, formaldeído, hidróxido de sódio, hipoclorito de sódio, peróxido de
hidrogênio. O objetivo não é avaliar o desempenho destes produtos no
sentido da remoção de sujeiras e nem análises qualitativas e quantitativas
dos seus constituintes químicos. A focalização do trabalho é no sentido de
avaliar a corrosividade destes produtos no seu estado original e diluídos
frente ao cobre e alumínio. As concentrações testadas destes produtos fo-
ram de 10, 50 e 100 % (em volume) e o tempo de exposição de 276 ho-
ras, a temperatura ambiente. Os ensaios constaram, essencialmente, da
colocação de corpos-de-prova de cobre e de alumínio em recipientes con-
tendo as soluções dos produtos domésticos. Alguns produtos a base de
hidróxido de amônia e peróxido de hidrogênio apresentaram corrosão in-
tensa nos corpos-de-prova de cobre enquanto os produtos contendo hi-
dróxido de sódio e cloreto de amônio causaram intensa corrosão nos cor-
pos-de-prova de alumínio.

INTRODUÇÃO diciais indesejáveis, sofridas pelo materi-

Num aspecto muito difundido e a-
ceito universalmente pode-se definir cor-
rosão como a deterioração de um materi-
al, geralmente metálico, pela ação quími-
ca, eletroquímica ou eletrolítica do meio,
aliada ou não a erosão e/ou esforços
mecânicos. A deterioração causada pela
interação entre o material e o seu meio
operacional representa alterações preju-
al, tais como desgaste, variações quími-
cas ou modificações estruturais, tornan-
do-o inadequado para o uso.
O processo corrosivo mais amplo
traz desdobramentos tópicos, inscritos na
agenda de setores específicos da
produção. Sem que se aperceba ao longo
da formação, o processo corrosivo acaba
fazendo parte, direta ou indiretamente, do
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cotidiano diversificado: seja dos
profissionais de obras ou construções
civis, públicas ou privadas, nos reparos de
prédios, pontes e viadutos; seja dos
empresários na incidência corrente de
"ferrugem" em embalagens industriais;
seja dos engenheiros ou cientistas
químicos nos socorros técnicos de
emergência aos riscos de contaminações
de produtos alimentícios, explosões de
caldeiras, rompimentos de adutora de
água, derramamento de petróleo
provocado por furos em oleodutos ou
tanques de armazenamento, etc - todos
eles passíveis de conseqüências trágicas,
senão fatais, à população; seja do homem
comum, nos inusitados colapsos em
eletrodomésticos de uso mais difundido,
como geladeiras, fogões e máquinas em
geral e até nos detergentes domésticos de
uso diversificado.
No entanto, alheio ao cenário mais
amplo e complexo das relações de pro-
dução, de invariável repercussão no e-
cossistema, o homem comum, no máxi-
mo chega ao nível da constatação dos
fenômenos causadores da deterioração
dos materiais. Aquilo que o perito, enge-
nheiro ou químico, cientificamente desig-
na de corrosão, comumente batiza de fer-
rugem, fenômeno entendido como um
dos muitos outros processos fisiológicos,
próprios da natureza, a que estão sujei-
tos fatalmente quaisquer materiais e e-
quipamentos de ferro, de cobre ou de a-
lumínio (Mainier & Mata, 1995).
A corrosão eletroquímica é um
processo espontâneo, passível de
ocorrer quando o metal ou liga está em
contato com um eletrólito, onde
acontecem, simultaneamente, as reações
anódicas e catódicas. A transferência dos
elétrons da região anódica para a
catódica é feita por meio de um condutor
metálico, e uma difusão de anions e
cátions na solução fecha o circuito
elétrico. A intensidade do processo de
corrosão é avaliada pelo número de
cargas de íons que se descarregam no
catodo ou, então, pelo número de
2/6
elétrons que migram do anodo para o
catodo (Gentil, 2003).
O fato de a corrosão ser, geralmen-
te, uma reação de superfície faz supor
que ela possa ser controlada pelas pro-
priedades do produto de corrosão. O
composto metálico formado pode agir
como uma barreira entre o meio corrosivo
e o metal, diminuindo, assim, a velocida-
de de corrosão do metal. Se o produto da
corrosão for removido, a velocidade não
deverá diminuir com o tempo. Esse caso
ocorre quando se formam produtos de
corrosão solúveis ou quando os produtos
de corrosão são formados entre as áreas
que sofreram e as que não sofreram a
ação do meio corrosivo.Todos os metais
estão sujeitos ao ataque corrosivo, se o
meio for suficientemente agressivo (Gen-
til, 2003).
O cobre e suas ligas têm excelente
resistência à atmosfera, mesmo úmida ou
poluída, bem como todo tipo de água, in-
cluindo a salgada e salobra, ocorre devi-
do à formação de uma película de óxidos
de cobre que inibe ou impede o processo
corrosivo.
Observa-se boa resistência do co-
bre aos meios não oxidantes, sendo as-
sim ele é facilmente atacado por ácidos
oxidantes fortes, como o nítrico e o sulfú-
rico concentrado, pelo sais oxidantes (ni-
tratos, bicromatos, sais férricos, etc.) e
outros meios em que se observa a pre-
sença de oxigênio. O cobre ainda é ata-
cado por enxofre, H2S e outros compos-
tos sulfurosos, em presença de água ou
umidade.(Telles, 2001).
O cobre e suas ligas também têm
boa resistência à corrosão na maioria dos
compostos orgânicos, incluindo álcoois,
éteres, ésteres, bem como ácidos graxos
e outros ácidos orgânicos em geral. Tem
boa resistência à soda cáustica e às so-
luções alcalinas, com exceção das amo-
niacais (Telles, 2001).
O alumínio é um metal muito reati-
vo, mas que se passiva facilmente. A
passivação se dá pela formação de uma
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película de óxido, fina e aderente. Essa
película se forma em presença de ar, o-
xigênio e produtos orgânicos em geral.
Sua atuação como material é bastante
restrita, pois é atacado severamente na
presença de ácidos e de bases (Telles,
2001).
Segundo Gentil (2003) com o avan-
ço tecnológico mundialmente alcançado,
os custos da corrosão evidentemente se
elevam, tornando-se um fator de grande
importância a ser considerado já na fase
de projeto de grandes instalações indus-
triais para evitar ou minimizar futuros
processos corrosivos. Essa importância
pode ser considerada sob alguns aspec-
tos básicos, destacando-se como o pri-
meiro deles o econômico, traduzido pelo
custo da corrosão que envolve cifras as-
tronômicas e pelos custos que envolvem
a conservação das reservas minerais e
consumo energético.
Selecionar um material com
inadequada resistência à corrosão para
uma determinada aplicação pode ser um
oneroso e lamentável equívoco.
Perdas diretas e indiretas que
podem resultar de um ataque corrosivo
podem ser listadas a seguir:
• trincas e/ou fraturas de equipa-
mento e prejuízos associados;
• substituição prematura de equi-
pamentos com reflexos no custo
industrial;
• necessidade de projetos superdi-
mensionados para suportar os e-
feitos da corrosão;
• paralisações inesperadas dos e-
quipamentos causando transtor-
nos no planejamento de produção;
• perda de um produto;
• perda de eficiência;
• contaminações ambientais.
Às vezes, o valor de um novo mate-
rial, que substituirá o antigo, é vinte a
cinqüenta vezes mais caro, fato que aca-
ba determinando a opção pelo uso de a-
ditivo químico no retardamento ou na ini-
bição do processo corrosivo, na avalia-
3/6
ção de custos. Tal saída resulta, muitas
vezes, mais desastrosa, tendo em vista
que estes produtos, pela toxidez, acabam
acarretando, com seu despejo ou vaza-
mento, uma agressão muito maior ao
meio ambiente.
Devido às cifras astronômicas de
desperdício, cerca de 3,5% do Produto
Nacional Bruto, as grandes indústrias dos
países centrais vêm investindo em pes-
quisas, no sentido de repensar projetos e
processos, em buscas de soluções com-
binatórias, ao mesmo tempo mais efica-
zes e menos onerosas (Mainier & Mata,
1995).
OBJETIVO
O objetivo desse trabalho não é o
de avaliar a capacidade de remoção de
cada produto e sim o de estudar a corro-
sividade desses produtos de limpeza em
relação ao cobre e o alumínio, com a fi-
nalidade de desenvolver uma conscienti-
zação, inicialmente no ambiente domésti-
co, dos danos causados pelo uso de cer-
tos produtos devido ao seu ataque corro-
sivo.
Num segundo momento, deseja-se
levar essa conscientização ao ambiente
industrial, uma vez que as industrias,
muitas vezes por contenção de despesas
ou mesmo por pura desinformação não
fazem pesquisa sobre ação química de
seus produtos.
Finalmente, vale considerar com
base em Eco (1989), de que a humildade
científica é o reconhecimento de que to-
dos podem ensinar a alguém alguma coi-
sa e quem pretende fazer pesquisa não
pode, por princípio, desprezar nenhuma
fonte.
No presente trabalho foi avaliada a
corrosividade de 15 produtos de limpeza,
diluídos e em seu estado original, frente
ao cobre e ao alumínio.
METODOLOGIA
Neste trabalho foram selecionados
15 produtos de limpeza de composição
química variável conforme mostram seus
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rótulos. Nestes rótulos dizem que são de uso. Segundo as instruções, deve-se
aquosos e constam as mais variadas utilizar esse produto numa concentração
composições químicas, tais como: cloreto de 2,7 a 4,5%. Esse produto possui em
de alquil dimetil benzil amônio, sua composição hidróxido de amônio,
surfactante, espessante, coadjuvante, que é um agente agressivo ao cobre.
corante, perfume, hidróxido de amônio,
copolímero acrílico, alcalinizante, Tabela 1: Taxas de corrosão do cobre em mm/ano.
Produtos 10% v/v 50% v/v 100% v/v
seqüestrante, éter glicólico, corante,
Produto 1 0.060 0.120 0.204
formaldeído, hidróxido de sódio,
Produto 2 0.168 0.853 1.202
hipoclorito de sódio, peróxido de
Produto 3 0.204 0.312 1.058
hidrogênio. Por uma questão normativa
Produto 4 0.204 0.036 0.216
os produtos adquiridos nos
Produto 5 0.108 0.000 0.000
supermercados não foram identificados
Produto 6 0.144 0.132 0.457
como marcas comerciais e sim
Produto 7 0.012 0.036 0.072
identificados de 1 a 15.
Produto 8 0.877 2.212 4.736
As soluções para ensaio foram
Produto 9 0.072 0.204 0.276
preparadas com os produtos de limpeza
Produto 10 0.000 0.036 0.000
nas concentrações de 10, 50 e 100% (em
Produto 11 0.012 0.072 0.096
volume). Os corpos-de-prova de cobre e
Produto 12 0.385 0.000 0.000
alumínio, previamente lixados e pesados,
Produto 13 0.349 0.709 4.327
foram adicionados aos tubos de ensaio
Produto 14 0.192 0.721 1.490
com cerca de 50 mL do produto de Produto 15 0.024 0.048 0.120
limpeza, permanecendo por 276 horas a
temperatura ambiente. Após esse tempo,
cada corpo de prova foi retirado, limpo O produto 3 apresenta um aumento
com água, seco com algodão e pesado da taxa de corrosão com o aumento da
com aproximação de 0,0001 mg. Com as concentração, apresentando um valor
pesagens feitas, anterior e mais expressivo na solução a 100%. O
posteriormente, ao ensaio foram produto possui em sua formulação
calculadas as taxas de corrosão em compostos amoniacais e com o aumento
mm/ano. de sua concentração mais efetivo é o
processo corrosivo. Nas instruções de
uso do rótulo há a indicação de usar puro
RESULTADOS E DISCUSSÃO
e sem enxágüe, mas, verifica-se pelas
A seguir, na Tabela 1 são apresen-
taxas de corrosão obtidas nos ensaios
tados os resultados das taxas de corro-
que a utilização dessa forma provoca
são média (mm/ano) de três corpos-e-
altas taxa corrosiva.
prova de cobre nos detergentes ensaia-
dos. Já o produto 8 pode-se usar tanto
diluído como concentrado, porém com
Verifica-se que os valores encon-
remoção imediata. Além disso, o
trados para os produtos 1, 4, 5, 6, 7, 9,
consumidor é advertido que o produto
10, 11 e 15 são desprezíveis em relação
não deve ser aplicado sobre superfícies
aos encontrados pelos demais produtos,
metálicas. Quando se utilizou o produto
por não apresentarem em sua composi-
puro devido a não remoção imediata,
ção de rótulo nenhum composto com ca-
verificou-se a maior de todas as taxas de
racterísticas corrosivas ao cobre.
corrosão com corpos-de-prova de cobre.
O produto 2 apresentou maiores O cobre sofreu corrosão nesse meio por
condições corrosivas quando se usou o possuir em sua formulação peróxido de
produto nas concentrações 50 e 100%, o hidrogênio, ou seja, é um meio oxidante
que estava de acordo com as instruções ao qual o cobre tem pouca resistência.
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Dentre as concentrações analisadas concentrações. O rótulo do produto indica

para o produto 12, foi observada uma o uso do produto puro e sem enxágüe, o
maior taxa de corrosão quando o mesmo que não esta de acordo com seu uso
estava diluído. Resultado esse de acordo doméstico uma vez que há alta taxa para
com a indicação sobre uso direto na o produto puro. Na composição do
superfície a ser limpa. Nas demais produto há presença de cloreto de alquil
concentrações (50 e 100%), o produto benzil amônio 50 e 80%.
não apresentou corrosão. As taxas de corrosão para o produto
A indicação de uso para o produto 4 são menores que as do produto 3, mas
13 é a de se empregar o produto mesmo assim ainda são altas e
diretamente deixando-o agir por alguns apresentam valores crescentes com a
segundos. Como o ensaio perdurou 276 concentração. No rótulo do produto
horas, a taxa de corrosão para a também há a indicação que se use o
concentração de 100% se mostrou alta. produto puro, mas nota-se que para
O corpo de cobre sofreu corrosão, pois maiores concentrações há maior ataque
estava em meio oxidante (peróxido de corrosivo.
hidrogênio). Verifica-se que as taxas de
Assim como o produto 12, o produto corrosão para o produto 5 foram as mais
14 apresenta a mesma instrução de uso expressivas. Fazem parte da formulação
e maior taxa de corrosão para alta o hipoclorito de sódio, o hidróxido de
concentração. O produto 14 contém um sódio e o sulfato de sódio. Alguns autores
composto sulfuroso em sua composição, como Uhlig (1990) e Pannosian (2003)
fato esse que justifica a ocorrência da mostram que o alumínio não é resistente
corrosão. a estas substâncias. Porém nas
A seguir, na Tabela 2 são apresen- indicações de uso há uma alerta ao
tados os resultados das taxas de corro- consumidor quanto à aplicação do
são (mm/ano) do alumínio nos detergen- produto em superfícies metálicas.
tes ensaiados. As taxas de corrosão para o produto
6 são medianas, sendo maiores para o
Tabela 2: Taxas de corrosão do alumínio em mm/ano.
Produtos 10% v/v 50% v/v 100% v/v produto puro e à concentração de 50%.
Produto 1 0.072 0.395 0.826
Sabe-se que faz parte da composição do
produto composto sulfonado ao qual o
Produto 2 0.216 0.216 0.216
alumínio é pouco resistente. Há instrução
Produto 3 0.611 2.550 2.119
para que o produto seja aplicado
Produto 4 0.683 1.724 1.760
diretamente o que não esta de acordo
Produto 5 16.056 612.080 42.997
uma vez que há maior taxa para o
Produto 6 0.647 1.616 2.479 produto puro.
Produto 7 0.000 0.216 0.036
No produto 10 as maiores taxas de
Produto 8 0.251 0.251 0.251 corrosão acorrem para as soluções mais
Produto 9 0.539 1.293 1.976 diluídas. As instruções de uso indicam
Produto 10 24.605 34.771 0.144 que o produto deve ser usado diluído,
Produto 11 0.144 0.000 0.108 mas essa condição é a que a apresenta
Produto 12 6.286 9.699 3.592 maior ataque corrosivo. Esse produto
Produto 13 0.216 0.251 0.251 apresenta em sua composição hipoclorito
Produto 14 0.467 1.293 0.467 de sódio que é um meio agressivo ao
Produto 15 0.539 0.646 0.287 alumínio.
O produto 3 apresenta taxas de Finalmente, para o produto 12
corrosão relativamente altas, temos uma maior taxa para a
principalmente para as maiores concentração de 50%, isso se deve ao
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fato dessa condição apresentar maior
quantidade de íons livres em solução.
Faz parte da composição desse produto
hipoclorito de sódio e hidróxido de sódio,
que são substâncias bastante agressivas
ao alumínio. A menor taxa de corrosão se
apresentou para o produto puro que é a
indicação de uso descrita no rótulo.
Para os produtos 1 e 9 observam-se
taxas de corrosão maiores que 1mm/ano
para as concentrações de 100% nos dois
casos e de 50% no ultimo. No produto 11
há esse valor para a taxa na
concentração de 50%. Há na formulação
dos três produtos compostos sulfonados,
sendo o alumínio sensível a esses meios,
o que justifica as taxas corrosivas
apresentadas.
CONCLUSÃO
Na tentativa de se dar a conhecer,
no âmbito do presente estudo, o circuito
das relações-efeitos mediatos e imedia-
tos do processo corrosivo relativo aos
produtos domésticos (detergentes) colo-
cados à disposição da sociedade, con-
clui-se que:
• a corrosão é um fenômeno presente
na vida do homem comum. Onde
houver empregado o ferro, o alumí-
nio, o cobre ou outras ligas, ela está
presente;
• a corrosão é um permanente desa-
fio ao homem, pois quando mais a
ciência cria e evolui e a tecnologia
aplica e avança, mais ela encontra
espaço e maneiras de se fazer pre-
sente;
• a falta de fiscalização e da institui-
ção legal de especificações míni-
mas de produtos colocados à dis-
posição dos consumidores pode
causar problemas diretos e indiretos
ao homem e ao ambiente.
Analisando os valores das taxas de
corrosão obtidos após a exposição do
cobre e do alumínio aos produtos de lim-
peza pode-se concluir que:
6/6
• o ataque corrosivo dos produtos de
limpeza ao cobre foi menos agres-
sivo do que o ataque ao alumínio.
Isso se deve à alta reatividade do
alumínio aos meios corrosivos;
• o ataque corrosivo aos corpos-de-
prova de cobre é mais intenso em
produtos que contém em sua com-
posição compostos sulfonados,
compostos amoniacais e substân-
cias oxidantes como o peróxido de
hidrogênio;
• o alumínio sofre maior ataque prin-
cipalmente em meios que conte-
nham hidróxido de sódio e de forma
mais amena em meios que conte-
nham compostos sulfonados.
Finalmente, os resultados obtidos
nesta pesquisa introdutória estão de a-
cordo com o que é descrito na literatura e
também reforça o objetivo do trabalho de
mostrar os danos que podem ser causa-
dos devido ao uso de certos produtos e
assim gerar um processo de conscienti-
zação tanto no ambiente doméstico como
também no meio industrial.
REFERÊNCIAS
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GENTIL V., Corrosão ,4o edição, Rio de
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Editora S. A., 2003
MAINIER, F. B. & MATA, S, F. da - Uma
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TELLES, P.C.S., (1979), “Materiais para
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Interciência, Rio de Janeiro.
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New York: John Wiley, 1990, 1489p.