Você está na página 1de 1

EDUCAÇÃO OU PUNIÇÃO?

A maioridade penal a partir dos 18 anos está estabelecida na Constituição de


1988, no artigo 228, que afirma que os menores de idade são inimputáveis e
estão sujeitos a normas especiais. Tal idade está relacionada com uma doutrina
internacional criada a partir da Convenção Internacional dos Direitos da Criança,
a chamada doutrina de proteção integral, que foi adotada pela ONU em 1989.
Em 1990 foi promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente que apresenta
uma lógica diferente dentro do código penal e que estabelece punições
adequadas aos tipos de crime e apresenta um caráter pedagógico protetivo, ou
seja, valoriza a educação do jovem e não sua punição. Assim, em vez de tratar
como crimes, os trata como infrações, também não trata como penas e sim como
medidas socioeducativas.
Em primeiro lugar, investir em educação de qualidade é mais eficiente para os
jovens do que investir em prisões, e mesmo que haja prisões suficientes os
índices de reincidência nas prisões é alto, e com mais jovens sendo presos a
superlotação em presídios aumentaria ainda mais. Ademais que os jovens de
periferia sendo ou não culpados seriam os mais afetados, sendo este o perfil
predominante no Brasil. O artigo 228 da Constituição diz que os menores de 18
anos são penalmente inimputáveis, ou seja, não podem ser condenados à prisão
como os adultos, sendo esta uma clausula pétrea.
Por outro lado, se jovens de 16 anos podem votar, porque não poderiam
responder a um crime como qualquer adulto. Com a consciência de que não
podem ser presos, esses adolescentes sentem a maior liberdade de fazer
crimes. O ECA prevê punição máxima de três anos de internação para todos os
menores infratores, mesmo aqueles que tenham cometido crimes hediondos e a
falta de uma punição mais severa para esses casos causa indignação na
população. E de que servirá estas punições se ao fazerem 18 anos a sua ficha
é limpa e eles não são considerados reincidentes. Sem esta redução cada vez
mais jovens seriam insinuados por facções criminosas a colaborarem com o
tráfico de drogas, pois estas facções sabem que os jovens são inimputáveis.
Sem a maioridade penal, o aliciamento de menores perde o sentido.
Portanto, medidas são necessárias para resolver o problema. Assim, Immanuel
Kant já alertava a sociedade: “O homem é aquilo que a educação faz dele”, logo,
se faz necessário que a secretaria de Educação junto a Secretaria de Cultura se
unam por uma ideia de conscientização nas escolas por meio de projetos
pedagógicos em reunião com pais, mestres e alunos, estimulando que estes
jovens tenham uma boa educação e saibam argumentar sobre o conhecimento
que adquiriram, e consecutivamente passar esse conhecimento para os seus
filhos, junto a projetos sociais que façam com que esses jovens passem mais
tempo fora das ruas, e que contribuam para seu futuro. Deste modo,
caminharemos para a mudança do nosso futuro, do de nossos filhos, e das
próximas gerações.

Você também pode gostar