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linguagem escrita, restando, então, aperfeiçoar esse método. Dessa maneira, torna-se
importante, trabalhar desde cedo, com as crianças, as especificidades da língua escrita,
como a escrita da esquerda para a direita, de cima para baixo, as diferenças entre letras e
números, os espaços entre as palavras.
O ensino da língua escrita pode partir da pré-escola, conforme propõe Vygotsky
(1998), pois crianças mais novas são capazes de descobrir a função simbólica da escrita.
Entre 3 e 6 anos de idade as crianças têm domínio de signos arbitrários e progresso na
atenção e na memória. O ensino tem que ser organizado de forma que a leitura e a escrita se
tornem necessárias às crianças e que tenha significado para elas. O papel do professor como
mediador e do outro como forma de interação são considerados primordiais por Vygotsky.
O que propomos é “ensinar às crianças a linguagem escrita, e não apenas a escrita
das letras”. (Vygotsky, 1998, p.157). Que a aprendizagem seja uma descoberta durante as
situações de brinquedo e que aprendam a ler e a escrever da mesma maneira que
aprenderam a falar.
Levar ao alcance dos alunos diferentes portadores de texto, pode ser uma forma de
incentivar a leitura e a escrita na fase de alfabetização. Cartas, listas, histórias, poesias,
bilhetes, etc, poderão mostrar aos alunos a amplitude do mundo letrado e despertará a
curiosidade para explorar cada vez mais este mundo.
O trabalho com contas de água, luz e telefone, dinheiro (notas e moedas) e
cheques ou documentos pessoais como carteira de trabalho, de identidade, título de eleitor
também é um ótimo suporte para que o aluno saiba a utilidade da escrita e da leitura, pois
são instrumentos utilizados no dia-a-dia das pessoas próximas e nas brincadeiras de faz-de-
conta das próprias crianças.
Algumas atividades com os portadores de textos dirigem a atenção da turma para
aspectos formais da escrita, ao mesmo tempo que ampliam as noções dos alunos sobre os
diversos usos da leitura. Alguns aspectos formais deverão ser analisados nesses objetos, tais
como a escrita dos textos ( são escritos à mão, à máquina ou impressos?); que tipo de letras
aparece; os textos são, ou não, entremeados com figuras, fotos, ilustrações (reconhecer o
que é figura e o que é escrita); Os textos contêm letras e números, ou apenas letras?
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino das relações letras-sons são importantes, mas não devem ser seguidos com
tamanha rigidez ao ponto que o ensino fique excessivamente centrado na decodificação e
codificação, perdendo de vista o objetivo maior da alfabetização que é “compreender o que
foi lido, tirar proveito da leitura, seja em termos de informação ou de prazer (ou ainda de
ambos)”. (Carvalho, 2005).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo, SP: Ática, 2002
LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo, SP: Ática, 2003
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987