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Topicos Mec Class IMPA
Topicos Mec Class IMPA
Mecânica Clássica
Publicações Matemáticas
Tópicos de
Mecânica Clássica
Artur Lopes
UFRGS
impa
Copyright 2012 by Artur Lopes
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Capa: Noni Geiger / Sérgio R. Vaz
Publicações Matemáticas
• Introdução à Topologia Diferencial – Elon Lages Lima
• Criptografia, Números Primos e Algoritmos – Manoel Lemos
• Introdução à Economia Dinâmica e Mercados Incompletos – Aloísio Araújo
• Conjuntos de Cantor, Dinâmica e Aritmética – Carlos Gustavo Moreira
• Geometria Hiperbólica – João Lucas Marques Barbosa
• Introdução à Economia Matemática – Aloísio Araújo
• Superfícies Mínimas – Manfredo Perdigão do Carmo
• The Index Formula for Dirac Operators: an Introduction – Levi Lopes de Lima
• Introduction to Symplectic and Hamiltonian Geometry – Ana Cannas da Silva
• Primos de Mersenne (e outros primos muito grandes) – Carlos Gustavo T. A. Moreira e Nicolau
Saldanha
• The Contact Process on Graphs – Márcia Salzano
• Canonical Metrics on Compact almost Complex Manifolds – Santiago R. Simanca
• Introduction to Toric Varieties – Jean-Paul Brasselet
• Birational Geometry of Foliations – Marco Brunella
• Introdução à Teoria das Probabilidades – Pedro J. Fernandez
• Teoria dos Corpos – Otto Endler
• Introdução à Dinâmica de Aplicações do Tipo Twist – Clodoaldo G. Ragazzo, Mário J. Dias
Carneiro e Salvador Addas Zanata
• Elementos de Estatística Computacional usando Plataformas de Software Livre/Gratuito –
Alejandro C. Frery e Francisco Cribari-Neto
• Uma Introdução a Soluções de Viscosidade para Equações de Hamilton-Jacobi – Helena J.
Nussenzveig Lopes, Milton C. Lopes Filho
• Elements of Analytic Hypoellipticity – Nicholas Hanges
• Métodos Clássicos em Teoria do Potencial – Augusto Ponce
• Variedades Diferenciáveis – Elon Lages Lima
• O Método do Referencial Móvel – Manfredo do Carmo
• A Student's Guide to Symplectic Spaces, Grassmannians and Maslov Index – Paolo Piccione e
Daniel Victor Tausk
• Métodos Topológicos en el Análisis no Lineal – Pablo Amster
• Tópicos em Combinatória Contemporânea – Carlos Gustavo Moreira e Yoshiharu Kohayakawa
• Uma Iniciação aos Sistemas Dinâmicos Estocásticos – Paulo Ruffino
• Compressive Sensing – Adriana Schulz, Eduardo A.B.. da Silva e Luiz Velho
• O Teorema de Poncelet – Marcos Sebastiani
• Cálculo Tensorial – Elon Lages Lima
• Aspectos Ergódicos da Teoria dos Números – Alexander Arbieto, Carlos Matheus e C. G.
Moreira
• A Survey on Hiperbolicity of Projective Hypersurfaces – Simone Diverio e Erwan Rousseau
• Algebraic Stacks and Moduli of Vector Bundles – Frank Neumann
• O Teorema de Sard e suas Aplicações – Edson Durão Júdice
• Tópicos de Mecânica Clássica – Artur Lopes
Prefácio
O presente livro é uma sequência natural do material apresentado
no texto [Lo] do mesmo autor.
Os primeiros três capı́tulos do texto introduzem conceitos de Te-
oria Ergódica e sua relação com a Mecânica Clássica. Nestes capı́tulos
apresentamos exemplos de sistemas em que aparece o fenômeno KAM.
Como veremos a fundamentação matemática da Mecânica Es-
tatı́stica “a la Gibbs” necessita de fato de resultados de Teoria Ergó-
dica como o Teorema de Birkhoff. Referimos [Rue] e [PP] ao leitor
para maiores detalhes sobre este assunto.
Os capı́tulos de 5 a 6 abordam o Formalismo Simplético. Para
se analisar sistemas mecânicos de maneira intrı́nseca em variedades
diferenciáveis se necessita deste formalismo. Estes resultados podem
ser generalizados (ver [AM]) para dimensão infinita e permitem a
análise da equção de Korteg-de Vries, etc...
A equação de Hamilton-Jacobi e sua relação com o Princı́pio de
Huyghens é o tema dos capı́tulos 7 a 10. Nesta parte do livro é
abordado a relação entre frentes de onda e raios de luz que foi a
motivação principal para a introdução do ponto de vista hamiltoniano
na Mecânica Clássica.
No capı́tulo 11 (em conjunto com M. Sebastiani) apresentamos
algumas propriedades de integrais oscilantes que permitem o me-
lhor entendimento da ótica oscilatória (que foi abordado no capı́tulo
10) e que estão também relacionadas com o limite semi-clássico da
Mecânica Quântica.
O apêndice capı́tulo 12 apresenta algumas definições e exemplos
de aplicações de primeiro retorno induzidas em capı́tulos, pontos
periódicos hiperbólicos, elı́pticos, etc... conceitos estes que aparecem
anteriormente no texto.
Referimos o texto [DL] ao leitor para resultados gerais sobre
Equações Diferenciais Ordinárias que serão aqui utilizados.
Ressaltamos que o livro [FMP] apresenta uma grande quantidade
de material de Mecânica Clássica de uma maneira muito elegante e
com muitos detalhes nas demonstrações.
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Índice
Bibliografias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247
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Capı́tulo 1
A Ação Associada a
Bilhares Convexos
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E = [0, 1) × (−1, 1)
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pois entre cada batida a trajetória é uma linha reta. A linha quebrada
correspondendo aos vários rebotes desta evolução temporal t ∈ R
pode ser facilmente reconstruı́da a partir da informação da órbita de
(t0 , θ0 ).
Note que se a fronteira do bilhar for constituı́do por união de
curvas diferenciáveis como na Figura 1.4 e 2.1, existirão singulari-
dades devido aos vértices e isto cria uma pequena dificuldade (que
pode ser eliminada conforme veremos na próxima seção) na definição
de T . Alguns destes bilhares (como o da Figura 2.1) chamados dis-
persores ou de Sinai (ver [Mar] para definição), apresentam caos e
podem ser rigorosamente analisados adaptando técnicas de sistemas
hiperbólicos da Teoria dos Sistemas Dinâmicos e Teoria Ergódica (ver
Ro[1]). Os bilhares analisados aqui são focalizadores (em oposição aos
dispersores) e também podem exibir como veremos em alguns casos
comportamento caótico mas para sua análise rigorosa as técnicas em-
pregadas são de natureza distinta (e na verdade mais difı́cil) do que
as utilizadas no caso dispersor.
Bilhares são os exemplos naturais mais simples em que se observa
caos (ver Figura 2.2).
Para o leitor familiarizado com a teoria geométrica das equações
diferenciais ordinárias (ver [LL] e [So]) esclarecemos que o procedi-
mento acima (tomar a iteração do difeomorfismo T em vez do fluxo
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Figura 1.1:
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(ou alternativamente
1
< g ′ (t1 ) , g(t1 ) − g(t0 ) > .
kg(t1 ) − g(t0 )k
′
Como kg (t1 )k = 1 por hipótese, usando a expressão
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Figura 1.2:
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Figura 1.3:
∂ 2 S(q0 , q1 ) p0 p1
= >0
∂q0 ∂q1 S(q0 , q1 )
ou seja,
∂ 2 S(t0 , t1 ) Senθ0 Senθ1
= >0
∂t0 ∂t1 S(t0 , t1 )
Mais tarde retornaremos a analisar esta expressão. Note que po-
demos tomar também S(q, Q) = −kq − Qk sem que alteremos em
nada o que foi descrito acima, apenas fazendo com que
∂ 2 S(q0 , q1 )
< 0.
∂q0 ∂q1
Mais tarde analisaremos transformações T obtidas a partir de S
e que satisfazem a última expressão acima.
Como vimos no Capı́tulo 3 [L], se T (q0 , p0 ) = (q1 , p1 ) é obtido
através de uma aplicação geradora de mudança de coordenadas
2
S(q0 , q1 ) tal que ∂ ∂q
S(q0 ,q1 )
0 ∂q1
6= 0 como acima, então T preserva área.
Note que foi necessário usar as coordenadas θ = sin ϕ e não ϕ para
obter que T : E → E preserva área.
Logo, para tal T vale que para qualquer aberto A, os conjuntos
A e T (A) tem a mesma área.
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Figura 1.4:
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Figura 1.5:
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A função
q 2 − ǫ2 cos2 ν
V (q, p) =
1 − ǫ2 cos2 ν
(onde ǫ é a excentricidade da elipse e ν é o ângulo de p com o eixo dos
x), por sua vez, é constante ao longo das órbitas do bilhar na elipse.
Um exame das curvas de nı́vel de tal G nos determina a Figura
que 1.7 descreve órbitas associadas a diversas condições iniciais. Da
mesma maneira como no cı́rculo algumas curvas de nı́vel serão tais
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Figura 1.6:
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A : E n−1 → R tem (q1 , q2 , ..., qn−1 ) como ponto crı́tico. Temos assim
uma versão a tempo discreto do princı́pio mı́nima ação. Esta propri-
edade será analisada posteriormente com mais detalhe e também em
outros casos similares.
Note que para bilhares focalizadores (como descritos acima) se
em vez de considerarmos S(q0 , q1 ) = ||q0 − q1 || tomarmos S(q0 , q1 ) =
−||q0 − q1 || determinaremos também uma T que descreve a dinâmica
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Exercı́cios
1. Mostre que V (q, p) = p do Exemplo 1.1, é constante ao longo
das trajetórias do bilhar no cı́rculo.
2 2 2
2. Mostre que V (q, p) = q1−ǫ−ǫ cos ν
2 cos2 ν do Exemplo 1.2, é constante
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Capı́tulo 2
O Teorema Ergódico e a
Hipótese de Boltzmann
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disjuntos.
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Figura 2.1:
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Figura 2.2:
área de A
P (A) = .
área de X
Fixada uma probabilidade P , a classe de conjuntos A ⊂ X so-
bre os quais necessitamos definir o que seria a probabilidade P (A),
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Figura 2.3:
no entanto, deve ser maior do que a classe dos abertos com bordo
diferenciável por partes. Será necessário por exemplo, no Teorema
Ergódico, falar sobre certos conjuntos A que não são abertos, mas
tem relevância no entendimento da evolução temporal do sistema.
Estes conjuntos serão denominados de conjuntos de probabilidade
total.
Muitos dos resultados que apresentaremos a seguir valem para
probabilidades mais gerais P (não só do tipo Pψ ), mas para não
entrarmos em problemas técnicos desnecessários, vamos considerar
apenas probabilidades deste tipo.
Definição 2.2. Dada uma probabilidade P em X, dizemos que um
conjunto A ⊂ X ⊂ Rn tem probabilidade zero para P se para qualquer
ǫ existe uma sequência de paralelepı́pedos
P∞ Bi , i ∈ N contidos em
X ⊂ Rn tal que A ⊂ ∪∞ i=1 Bi e i=1 P (B i ) < ǫ.
Para conjuntos A deste tipo, será verdade que P (A) = 0 (ver [Fe]
e [Rud]).
O critério de mostrar que um certo conjunto tem probabilidade
zero, mostrando que satisfaz a Definição 2.2 é extremamente útil.
Exemplo 2.1. Considere a probabilidade uniforme em [0, 1], que
atribui probabilidade b − a para todo intervalo [a, b] ⊂ [0, 1]. Para
esta probabilidade o conjunto dos racionais em [0, 1], isto é Q ∩ [0, 1]
(ou qualquer conjunto enumerável) tem probabilidade zero. Isto segue
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Figura 2.4:
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Observação 2.2. Note que é sempre verdade (ver Definição 1.2) que
P (∅) = 0 (∅ é o conjunto vazio) e P (X) = 1 (onde X é o conjunto
onde P está definido), e ainda que T (∅) = ∅ e T (X) = X, por
isto a necessidade de enunciar a definição de probabilidade ergódica
como foi feito acima (e não apenas dizendo que não existem conjuntos
invariantes). Os conjuntos X e ∅ são triviais.
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Figura 2.5:
Portanto
∞
X ∞
X
an e2πinx = an e2πinλ e2πinx .
n=−∞ n=−∞
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Note que T j (x) ∈ [a, b], se e só se, I[a,b] (T j (x)) = 1. Portanto,
para x ∈ K a órbita {T n (x)|n ∈ Z} visita o conjunto [a, b].
Logo as órbitas {T n (x)|n ∈ Z}, para x quase todo ponto (em
relação a P ), vão determinar conjuntos densos em [0, 1].
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O valor c = ϕ̂(x) = IˆA (x) = ôA (x) é constante para todo x (fora
de um conjunto de R probabilidade 0) pelo Teorema de Birkhoff, e é
R IA dP
igual a ϕdP = 2 = P (A) = área de A = (b − a). Portanto,
graças ao Teorema Ergódico podemos calcular no Exemplo 2.7 o valor
exato do tempo de ocupação assintótica ôA (x) do conjunto A para x
quase toda parte; este valor é b − a.
Sendo assim, podemos fazer a seguinte previsão: no bilhar no
estádio com l = 2 (que é ergódico), se formos observar a partı́cula
depois de 1000 rebotes, dentre estes 1000 rebotes, aproximadamente
um número (b − a)1000 deles foram no arco de curva compreendido
entre g(a) e g(b).
Vamos relembrar agora a Definição no Capı́tulo 1 de ponto perió-
dico.
Dizemos que uma órbita {T n (q, p), n ∈ N} é periódica se existe
m ∈ N tal T m (q, p) = (q, p). Neste caso
{T n (q, p) , n ∈ N} = {(q, p), T (q, p), ..., T m−1 (q, p)}.
O valor m é denominado perı́odo de (q, p).
Observação 2.4. Note que o resultado sobre o tempo de ocupação
ôA (x) = ϕ̂(x) no estádio l > 0 não pode ser verdade para tôdas
as condições iniciais x = (q, p). Na Figura 1.5, mostramos duas tra-
jetórias a e b na parte interna do estádio, que correspondem à órbitas
periódicas para T de perı́odo dois, respectivamente {(qa , pa ), T (qa , pa )}
e {(qb , pb ), T (qb , pb )}. Na Figura 1.6 mostramos também no espaço
de fase (q, p) ∈ [0, 1) × (−1, 1) as duas órbitas acima mencionadas.
Estas órbitas naturalmente vão determinar tempos de ocupação dife-
rentes para o conjunto A que aparece na Figura 3.25. O tempo de
ocupação assintótico de A para a órbita a é zero e para a órbita b é
um.
Note que o comportamento desta duas trajetórias é totalmente
distinto do comportamento da trajetória descrita pela Figura 1.7 apre-
sentada na última seção. Para “qualquer ponto inicial x escolhido ao
acaso” de acordo com a probabilidade uniforme, a órbita T n (x) gera
a Figura 1.7.
Não existe contradição entre a Figura 1.7 e 1.6, pois no úlimo
caso a posição da condição inicial (q0 , p0 ) é muito particular, e esta
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x = (x1 , x2 , v1 , v2 )
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1
lim (IA (x) + IA (T (x)) + ... + IA (T m−1 (x)) ).
n→∞ m
Neste caso algum IA (T j (x)) é igual a 1.
Para um sistema ergódico, o Teorema de Birkhoff descreve a ma-
neira matemática exata como deve ser entendida a hipótese de Boltz-
mann.
A teoria de Kolmogorov-Arnold Moser (KAM) (ver [KH] e Seção
13, Capı́tulo 3 [L]) desenvolvido no meio deste século mostrou que
para uma grande quantidade de Hamiltonianos a propriedade da er-
godicidade não é válida. Vamos a seguir, através de um exemplo, dar
uma breve idéia porque não é verdade a Hipótese de Boltzmann em
sua formulação mais geral.
Consideraremos agora o bilhar no ovo (Exemplo 1.4, Capı́tulo 1)
e T a aplicação induzida no bordo do bilhar conforme mostra Figu-
ra 1.8.
Observação 2.5. No caso do bilhar no ovo, existe uma evidência
numérica de haver um união finita de curvas fechadas invariantes
γi , i ∈ {1, .., n} para T (ver Figura 1.8), mostra claramente que tal T
não é ergódica. Isto porque
( [0, 1) × (−1, 1) ) − ∪i γi
possui um conjunto invariante de probabilidade uniforme positiva (por
exemplo a união das partes internas das γi ).
Isto pode ser observado numericamente em um computador, con-
siderando órbitas começando em condições iniciais que estão respec-
tivamente no interior e no exterior da curva.
Concluı́mos então que existe uma evidência numérica de que tal
sistema não é ergódico.
Este fato contraria então a Hipótese Ergódica de Boltzmann pois
T representa a evolução temporal de uma partı́cula de uma gás num
recipiente fechado.
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Z b Z b
φ(St (Ss (γ(0)))ds = φ(St+s (γ(0)))ds.
0 0
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Z
= dP (z) = P (A) = c = constante
A
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Como f é invariante
X X
f (St (x)) = cs e2πis(x+αt) = cs e2πisαt e2πisx =
s∈Z s∈Z
X
= cs e2πisx = f (x).
s∈Z
λ1 , λ2 , ..., λn
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cs = cs e2πi(s1 λ1 +...+sn λn )t ,
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θ̇ = w(I) , I˙ = 0.
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Não é difı́cil ver que cada plano (qi , pi ) é invariante pelo fluxo Ha-
miltoniano φt , que cada trajetória (qi (t), pi (t)) é periódica no plano
(qi , pi ) e que são válidos em cada um destes planos (qi , pi ) os resul-
tados que obtivemos na Seção 7, Capı́tulo 3 [L], obtendo variáveis
ação-ângulo (θi , I i ) e frequências wi = w(I i ) = ai , i ∈ {1, 2, ..., n}.
O fluxo Hamiltoniano φt em coordenadas ação-ângulo é dado por
(θi (t), I i (t)) = (θ0i + ai t (mod1), I0i ).
É fácil ver que o conjunto dos (θ1 , I 1 , θ2 , I 2 , ..., θn , I n ) tal que
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Logo fixada a condição inicial (θ01 , I01 , θ02 , I02 , ..., θ0n , I0n ), de maneira
análoga ao caso unidimensional tratado acima, nas coordenadas
(θ1 , .., θn ) o fluxo Hamiltoniano φt restrito a S se escreve como
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z(t) = r(t)e2πiφ(t) ,
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k=1
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onde Z
e2πixk
Wk = Re n dx1 ...dxn .
Torn P |aj | e2πixj
j=1
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Exercı́cios
1. Mostre que se A = γ for uma curva diferenciável em [0, 1]×[0, 1],
então A tem probabilidade zero para probabilidade uniforme em
[0, 1] × [0, 1].
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Capı́tulo 3
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∂V
ṗ = .
∂q
Trocamos o sinal do potencial V acima apenas para obter ao fi-
nal de nossas considerações um sistema a tempo discreto dentro da
notação de Aubry [Au1] e [Au2].
Uma versão em diferenças finitas de tal equação é
qi+1 = qi + pi+1 ∆t
∂V
pi+1 = pi + ∆t |q .
∂qi i
Tomando ∆t = 1, obtemos
∂V
G(qi , pi ) = (qi+1 , pi+1 ) = (qi + pi+1 , pi |q ).
∂qi i
O leitor pode facilmente checar que tal transformação do plano
no plano preserva área, bastando para isso mostrar que a matriz
Jacobian tem determinante 1.
Aplicações do tipo acima representam uma versão discretizada
das equações de Hamilton e preservam área como veremos em breve
(ver Lema 3.1).
Na verdade existe um modêlo com real significado fı́sico que pode
ser representado por tal aplicação. Este modelo (ver [B], [MF], [Au1],
[Au2] e [Me] para mais detalhes) será brevemente descrito abaixo.
A teoria que vamos considerar agora aparece na análise de alguns
modelos fı́sicos para ions mergulhados em plasma. Consideraremos
também alguns exemplos da Teoria KAM que aparecem no modêlo.
Não iremos fazer uma análise completa da equação das curvas
que aparecem nos fenômenos da Teoria KAM (Kolmogorov-Arnold-
Moser), mas iremos apenas dar uma visão esquemática de como ana-
lisar a equação associada às curvas KAM em primeira aproximação.
O problema com esta simplificação permitirá ao leitor ter uma idéia
porque aparecem pequenos denominadores e propriedades da Teoria
dos Números (ver [Le] e [Kh] para referência) e das Séries de Fourier
(ver [Fi] e [Ju] para referência) na Teoria. Com esta simplificação
estaremos evitando certos detalhes técnicos complicados (mas im-
portantes [A2], [H] e [Ba]), e cuja dificuldade está acima do nı́vel que
desejamos manter no presente texto.
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1
V (u) = (1 − cos 2πu).
2
O modelo que vamos analisar é descrito por vários átomos cuja
posição ui ∈ R é descrita por arranjos {ui }i∈Z , onde i ∈ Z. Estes
átomos formam uma cadeia e estão acoplados de forma que cada
átomo na posição ui sofre influência apenas dos átomos vizinhos nas
posições ui−1 e ui+1 .
Nosso objetivo é analisar os arranjos {ui }i∈Z que tem significado
fı́sico real. A seguir vamos descrever como são tais arranjos.
O termo de energia cinética na reta real será dado por
1 2
W (u) = u ,
2
que vai ser na verdade uma função da distância entre ui+1 e ui . Mais
precisamente, a energia cinética será dada por
1
W (ui+1 − ui ) = (ui+1 − ui )2 .
2
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Definição 3.2. Um arranjo {ui }i∈Z vai ser minimal para a Ação
Total, se para todo n e m fixos n < m, e para todo arranjo {vi } tal
que vn = un e vm = um vale que
m−1
X
φ({ui }) = λV (ui ) + W (ui+1 − ui ) ≤ φ({vi }) =
i=n
m−1
X
= λV (vi ) + W (vi+1 − vi ).
i=n
∂φ
= 0, ∀ i ∈ {n + 1, m − 1}.
∂ui
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pi = ui − ui−1 ,
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Figura 3.1:
1
x = n0 + 1 .
n1 + n2 +x2
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2 1.6
1.4
1.5
1.2
1 1
0.8
0.5
0.6
0 0.4
1 1.5 2 2.5 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6
1.3 2
1.2
1.5
1.1
1 1
0.9
0.5
0.8
0.7 0
1.7 1.8 1.9 2 2.1 2.2 2.3 1 1.5 2 2.5 3
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2
1.75
1.5
1.5
1.25
1
1
0.75
0.5
0.5
0.25
0 0
1 1.5 2 2.5 3 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6
2
1.4
1.5
1.2
theta
1
1
0.5
0.8
0.6 0
1 1.5 2 2.5 3
1.6 1.8 2 2.2 2.4 p
pk 1
= n0 + 1
qk n1 + n2 + 1
n3 +...+ 1
nk
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ni ∈ N, i ∈ N, é válido que
x − pk < 1 .
qk qk2
Ou seja r > 2 na definição de número Diofantino é uma propri-
edade nem sempre satisfeita para x qualquer, mas tomando γ = 1 e
r = 2 é sempre possı́vel aproximar qualquer número real x por racio-
nais pqkk como acima no último Teorema. No que segue, será essencial
assumir que l é do tipo Diofantino satisfazendo (3.6) com r > 2.
A expansão em frações contı́nuas surgiu inicialmente em Mate-
mática como um procedimento eficaz para aproximar um número
irracional x por números racionais. A aproximção de x de ordem k
é obtida quebrando a expansão em frações contı́nuas no termo nk ,
obtendo assim um número racional pqkk .
Em geral a aproximação por frações contı́nuas é melhor que as
outras maneiras conhecidas (o erro decai como q12 como se pode ob-
k
servar pela última desigualdade).
Posteriormente, a expansão em frações contı́nuas se mostrou útil
e fundamental para analisar uma série de questões de Aritmética e
também em questões de Mecânica Clássica e Geometria Diferencial.
Note que quanto maiores forem os ni , maiores serão os correspon-
dentes qk , permitindo assim melhores aproximações por racionais do
numero irracional considerado.
Exemplo 3.1. O número π é aproximado em frações continuas de
ordem 3 por
p3 333
=
q3 106
A aproximação é de 6 casas decimais.
Exemplo 3.2. O número real β dado pela razão áurea satisfaz
√
1 5+1
β =1+ =
1 + 1+ 1 1 2
1+...
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ui = f (il + α) (mod1).
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2
1.75
1.5
1.5
1.25
1
1
0.75
0.5
0.5
0.25
0 0
1.6 1.625 1.65 1.675 1.7 1.725 1.7 1.8 1.9 2 2.1 2.2 2.3
2
1.15
1.1
1.5
1.05
1 1
0.95
0.5
0.9
0.85
0
1.94 1.96 1.98 2 2.02 2.04 2.06 2.275 2.3 2.325 2.35 2.375 2.4
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2 2
1.5 1.5
1 1
0.5 0.5
0 0
1.06 1.08 1.1 1.12 1.14 0.96 0.98 1 1.02 1.04
2
2
1.5
1.5
theta
1
1
0.5
0.5
0
0 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25
0.86 0.88 0.9 0.92 0.94 p
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Figura 3.2:
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logo
2(l + 2)
V ′ (ui ) ≤ .
λ
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K, B > 0, ou seja,
1/2
Vm K
1 − cos 2πml < 1+B . (3.14)
m 2
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Logo
Vm Vm
1 − cos(2πml) < K̃(4π)2 (lm − n)2 .
′
Se assumirmos que V (x) é analı́tica complexa na faixa em que a
parte imaginária de x é menor que ρ, então existe k, ρ tal que
|Vm | < k exp−2π|m|ρ (3.15)
Este resultado (3.15) pode ser facilmente obtido da fórmula in-
tegral de Cauchy de Variável Complexa (ver [N]), e considerando
um contorno retangular no plano complexo passando pelos pontos
−π, π, π + ρi, −π + ρi. Integrando neste contorno e usando o fato que
as integrais em dois lados do retângulo cancelam, segue o resultado.
′
Se V (z) não é analı́tica, mas apenas ν vezes diferenciável, então
k1
|Vm | < (3.16)
mν+1
para uma certa constante k1 (ver [Fi] seção 2.8).
′
Logo se V é ν vezes diferenciável,
12
Vm k2
1 − cos 2πml ≤ m(ν+1)/2 (lm − n) ,
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3+1 1
−r+1=2−2−ε+1>
2 2
pois
1
ε<
2
′
Sendo assim se V for três vêzes diferenciavel, a condição (3.13) é
válida para tal g e a Série de Fourier (3.12) de g converge, embora g
não seja necessariamente diferenciável (apenas contı́nua).
′
A conclusão final é que se V for três vezes diferenciável, então g
(ou seja f ) satisfazendo (3.8) e (3.9) existe é contı́nua e é expressa
através da Série de Fourier (3.9) acima descrita.
Se V ′ for mais de tres vezes diferenciável então as curvas obtidas
serão diferenciáveis. Quanto maior a classe de diferenciabilidade de
V ′ , maior será a classe de diferenciabilidade da g que define a curva
KAM.
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Figura 3.3:
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muito grande. Este fato não poderia ser percebido pela resolução do
computador que gerou tais figuras. Tal situação que parece insólita,
de fato corre com alguns parâmetros da aplicação “padrão”(ver [Du]).
As figuras obtidas de simulações no computador podem ser de
grande valia no entendimento da riqueza de fenômenos que aparecem
num sistema mecânico. Note que a Figura 1.8 parece descrever a exis-
tência de pontos elı́pticos. Elas por si só, no entanto, não asseguram
a veracidade matemática do fenômeno que parecem descrever.
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Definição 3.7. Seja T : [0, 1] × [0, 1] → [0, 1] × [0, 1], obtida a partir
de uma função geradora S(x, X), dizemos que T (x, y) é do tipo que
gira para a direita, se T = (T1 , T2 ), e existe C > 0 tal que
∂T1
C< < C −1 . (3.18)
∂y
S(q, Q).
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u
Pi me ui+1 no bordo do bilhar, e a ação total de n a m como a soma
i=n S(ui , ui+1 ). As trajetórias do bilhar determinam configurações
crı́ticas para a ação total. A aplicação T que determinamos para o
bilhar convexo é portanto análoga a T que estamos considerando na
presente seção.
O difeomorfismo T do bilhar convexo é a aplicação induzida pelo
primeiro retorno ao bordo do bilhar convexo. A aplicação T preserva
área como vimos na Proposição 17, Capı́tulo 3 [L]. É fácil mostrar que
tal T satisfaz (3.18) (ver [LC] e [CRZ] para prova). Logo, utilizando a
S acima, a transformação T induzida pelas batidas do bilhar no bordo
de um bilhar convexo define uma aplicação que gira para a direita.
∂T1
−C −1 < < −C.
∂y
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Exercı́cios
1. Mostre que a transformação T associada ao bilhar, considerada
na Seção 11, é do tipo que gira para a esquerda.
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Capı́tulo 4
Formas Diferenciais em
Variedades
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Exercı́cio: Mostre
Pk que se v1 é combinação linear de v2 , v3 , ..., vn ,
isto é, v1 = i=2 i vi , então w(v1 , v2 , ..., vn ) = 0. Em particular
α
para uma 2-forma w(v, v) = 0.
Este último conjunto Ωk (Rnp ) com a operação de soma de funções,
e multiplicação por escalar definidas de maneira usual, ((f + g)(x) =
f (x) + g(x) e (cf )(x) = cf (x), ∀x ∈ Rnp ), é um espaço vetorial.
Exemplo 4.2. Seja dx2 : R3 → R a projeção na segunda coordenada,
dx2 (y1 , y2 , y3 ) = y2 .
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Note que dxi satisfaz dxi (ej ) = δi,j , i, j = 1, 2, ..., n, onde δi,j = 0
se i 6= j e δi,j = 1 se i = j.
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Considere fixado j1 < ... < jk , ji ∈ {1, 2, . . . , n}, tal que o corres-
pondente aj1 ···jk não seja nulo. Então para qualquer k-upla de ı́ndices
i1 < ... < ik , dxi1 ∧ · · · ∧ dxik aplicado a (ej1 , . . . , ejk ) resulta ser
(dxi1 ∧ · · · ∧ dxik )(ej1 , . . . , ejk ) =
dxi1 (ej1 ) dxi1 (ej2 ) ··· dxi1 (ejk )
= det .. .. .. ..
. . . . .
dxik (ej1 ) dxik (ej2 ) ··· dxik (ejk )
Lembramos que
0, se i 6= j
dxi (ej ) =
1, se i = j
Logo (dxj1 ∧ · · · ∧ dxjk )(ej1 , . . . , ejk ) = 1 e portanto aj1 ,...jk (dxj1 ∧
· · · ∧ dxjk )(ej1 , . . . , ejk ) = aj1 ,...,jk .
Mantendo-se fixo (ej1 , . . . , ejk ) e fazendo-se todas as escolhas pos-
sı́veis (diferentes desta) para i1 < i2 < · · · < ik , il ∈ {1, 2, . . . , n},
obteremos:
∗
X
−aj1 j2 ···jk = ai1 ···ik (dxi1 ∧ · · · ∧ dxik )(ej1 , . . . , ejk ),
i1 <···<ik
P∗
onde o significa que evitamos (i1 , ..., ik ) = (j1 , . . . jk ) no somatório
acima.
Note agora que se (i1 , i2 , · · · , ik ) é diferente de (j1 , ..., jk ) então
(dxi1 ∧ · · · ∧ dxik )(ej1 , . . . , ejk ) = 0.
Logo,
X
ai1 ···ik (dxi1 ∧ · · · ∧ dxik )(ej1 , . . . , ejk ) = 0 ⇒ aj1 ···jk = 0.
i1 <···<ik
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Para vermos isto, basta definirmos ai1 ···ik = f (ei1 , . . . , eik ) (lem-
bramos que f é k-linear alternada).
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Por definição,
X
ω∧ϕ= aI bJ dxI ∧ dxJ ,
I,J
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w1 (v1 , . . . , vk ) = fp∗ (ω)(v1 , . . . , vk ) = ω(dfp (v1 ), dfp (v2 ), . . . , dfp (vk )),
onde v1 , v2 , . . . , vk ∈ Rnp .
Fazendo p variar em Rn , obtemos uma aplicação f ∗ que leva k-
formas diferenciais do Rm em k-formas diferenciais do Rn .
Convenciona-se que f ∗ (g) = g ◦ f se g é uma 0-forma do Rm .
Enunciaremos a seguir algumas propriedades de f ∗ .
Proposição 4.3. Se f : A ⊂ Rn → Rm é diferenciável então:
(a) f ∗ (ω1 + ω2 ) = f ∗ (ω1 ) + f ∗ (ω2 ), onde ω1 e ω2 são k-formas.
(b) f ∗ (ω1 ∧ ω2 ) = f ∗ (ω1 ) ∧ f ∗ (ω2 ) onde ω1 e ω2 são 1-formas.
(c) f ∗ (gω) = f ∗ (g)f ∗ (ω) onde g é uma 0-forma do Rm e ω uma
k-forma do Rm .
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Demonstração:
(a) f ∗ (ω1 + ω2 )(p) (v1 , v2 , . . . , vk ) =
= (ω1 + ω2 )(f(p) )(dfp (v1 ), . . . , dfp (vk )) =
= ω1 (f(p) )(dfp (v1 , . . . , dfp (vk )) + ω2 (f(p) )(dfp (v1 ), . . . , dfp (vk )) =
= f ∗ (ω1 )(p) (v1 , . . . , vk ) + f ∗ (ω2 )(p) (v1 , . . . , vk ).
(b) f ∗ (ω1 ∧ ω2 )(p) (v1 , v2 ) = (ω1 ∧ ω2 )f (p) (dfp (v1 ), dfp (v2 )) =
ω (df (v )) ω1 f (p) (dfp (v2 ))
= det 1 f (p) p 1 =
ω2 f (p) (dfp (v2 )) ω2 f (p) (dfp (v2 ))
∗
f (ω ) (v ) f ∗ (ω1 )(p) (v2 )
= det ∗ 1 (p) 1 =
f (ω2 )(p) (v1 ) f ∗ (ω2 )(p) (v2 )
f ∗ (dyi2 )∧· · ·∧f ∗ (dyik ). Ora f ∗ (dyi )(v) = dyi (df (v)) = d(yi ◦f )(v) =
dfi (v) e f ∗ (aI ) = aI ◦ f = aI (f ), pois aI é uma o-forma (usamos
definição de f ∗ para 0-formas). Assim,
X
f ∗ (ω) = aI (f1 (x1 , . . . , xn ), . . . , fm (x1 , . . . , xn ))dfi1 ∧dfi2 ∧· · ·∧dfik
I
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∈ Rm então:
(a) f ∗ (ω ∧ϕ) = f ∗ (ω)∧f ∗ (ϕ), onde ω e ϕ são formas diferenciais
em Rm .
(b) (f ◦ g)∗ (ω) = g ∗ (f ∗ (ω)), onde g : Rp → Rn é uma aplicação
diferenciável.
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P P
Demonstração: Sejam ω = I aI dyI , ϕ = I bJ dyJ .
P
Sabemos que: ω ∧ ϕ = I,J aI bJ dyI ∧ dyJ .
P
(a) f ∗ (ω ∧ ϕ) = I,J aI (f1 , . . . , fm )bJ (f1 , . . . , fm )dfI ∧ dfJ =
f (ω) ∧ f ∗ (ϕ)
∗
P
(b) (f ◦ g)∗ (ω) = I aI ((f ◦ g)1 , . . . , (f ◦ g)m )d(f ◦ g)I =
P
= I aI (f1 (g1 , . . . , gn ), . . . , fm (g1 , . . . , gn ))dfI (dg1 , dg2 , . . . , dgn )
= g ∗ (f ∗ (ω))
Dada uma 0-forma diferenciável, ou seja, uma função diferenciável,
podemos obter uma 1-forma, efetuando a operação de derivação so-
bre f . Vamos definir agora uma operação sobre uma k-forma, a qual
chamaremos de diferencial exterior, que associa esta k-forma a uma
(k + 1)-forma.
P
Definição 4.7. Se ω = I aI dxI é uma k-forma diferencial, a di-
ferencial exterior de ω será a (k + 1)-forma diferencial definida da
seguinte maneira:
X
dω = daI ∧ dxI .
I
Observação 4.3. O item (d) nos diz que esta operação de tomar
derivada independe das coordenadas que usamos para representar ω.
Demonstração:
P P
(a) Sejam
P ω1 = I aI dxI e ω2 = I bI dxI duas k-formas e
ω1 + ω2 = I (aI + bI )dxI .
P P P
d(ω1 +ω2 ) = I d(aI +bI )∧dxI = I daI ∧dxI + I dbI ∧dxI =
dω1 + dω2
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P P
(b) ω1 = P I aI dxI uma k-forma e ω2 = J bJ dxJ uma s-forma,
ω1 ∧ ω2 = I,J aP I bJ dxI ∧ dxJ P
P d(ω 1 ∧ ω 2 ) = I,J d(aI bJ ) ∧ dxI ∧ dxJ = I,J daI bJ ∧ dxI ∧ dxJ +
I,J aJ db J ∧ dx I ∧ dx J =
P
= dω1 ∧ ω2 + (−1)k I,J aI dbJ (−1)k ∧ dxI ∧ dxJ = dω1 ∧ ω2 +
(−1)k ω1 ∧ dω2 .
n n
!
X X ∂2f
= dxj ∧ dxi =
i=1 j=1
∂xi ∂xj
X ∂2f X ∂2f
= dxj ∧ dxi + dxj ∧ dxi = 0,
i<j
∂xi ∂xj i>j
∂xi ∂xj
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m
! m n
X ∂g X ∂g X ∂fi X ∂(g ◦ f )
∗ ∗
f (dg) = f dyi = dxj = dxj =
i=1
∂yi i=1
∂yi j=1 ∂xj j
∂xj
Portanto,
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em Rn , e f : A ⊂ Rn → Rn vale que
fx∗ (a(x) dx1 ∧ ... ∧ dxn ) = a(f (x)) (det Jac f )(x)dx1 ∧ ... ∧ dxn .
Deste modo se g1 : U1 → S e g2 : U2 → S forem duas cartas
coordenadas para S, aplicando este resultado para f = g1 ◦ (g2 )−1 ,
segue da fórmula de mudança de variáveis que
Z
∂g1 ∂g1 ∂g1
wg1 (x) , , ..., dx1 dx2 ...dxk =
U1 ∂x1 ∂x2 ∂xk
Z
∂g2 ∂g2 ∂g2
wg2 (x) , , ..., dx1 dx2 ...dxk .
U2 ∂x1 ∂x2 ∂xk
R
Logo, S w independe da escolha da carta coordenada e é assim
um conceito intrı́nseco.
Esta propriedade é similar a que foi considerada na Seção 10,
Capı́tulo 3 [L], sobre integrais de superfı́cies.
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Figura 4.1:
Note que segue da definição acima que para uma forma volume
w = a(x)dx1 ∧ dx2 ∧ ... ∧ dxn em Rn , e para um aberto A ⊂ Rn
Z Z
w= a(x)dx1 dx2 ...dxn .
A A
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Figura 4.2:
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ϕ ◦ gβ = (ϕ ◦ gα ) ◦ (gα−1 ◦ gβ ),
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Figura 4.3:
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α = u′1 (0),
β = u′2 (0).
Observe-se agora que dada uma função ϕ, diferenciável em uma
vizinhança de p, podemos restringir ϕ a λ(t) e tomar a “derivada
direcional”de ϕ em relação a v, isto é
d(ϕ ◦ λ) ∂ϕ du1 ∂ϕ du2
= + =
dt t=0 ∂u1 dt ∂u2 dt t=0
∂ ∂
= α +β ϕ.
∂u1 t=0 ∂u2 t=0
Desta maneira, a “derivada direcional segundo v”é um operador
L sobre funções diferenciáveis que só depende de v. Esta será a pro-
priedade que tomaremos no caso geral para definir o vetor tangente
a uma curva.
O vetor v está associado de maneira única ao α e β que definem
o operador L = Lλ sobre funções ϕ tomando valores reais
∂ ∂
Lλ (ϕ) = L(ϕ) = α +β ϕ.
∂u1 t=0 ∂u2 t=0
Em outra palavras, optamos por determinar o vetor v por sua
ação sobre funções diferenciáveis em vez de tomar o objeto geométrico
v ∈ Rk .
Note que o operador acima depende de α e β e não da expressão
escolhida para λ (lembre que várias possı́veis curvas λ tem a mesma
tangente v = (α, β)).
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onde
∂
, i ∈ {1, ..., n}
∂ui 0
são os vetores tangentes em p respectivamente às curvas
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é um elemento da base de Tp S.
Convém estendermos a definição de variedade, dada anterior-
mente, de modo a incluir as variedades com “bordo”. A definição
acima apresentada de variedade diferenciável não inclui, por exem-
plo, o conjunto M (o cilindro com bordo) dado por
M = {(x, y, z) ∈ R3 ; 1 = x2 + y 2 , 1 ≥ z0 ≥ 0},
pois a interseção V ∩M de qualquer vizinhança V em R3 de um ponto
p = (x, y, z0 ) do “bordo”de M com M não é sequer homeomorfa a
um aberto de R2 .
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Figura 4.4:
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x1 6= 0.
Seja W = g1 (V1 ) ∩ g2 (V2 ); aplicação
g1−1 ◦ g2 : U → H n
{(x1 , x2 , ..., xn ) ∈ Rn ; x1 = 0}
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..
.
α β
uα β
n = un (u2 , ..., un )
satisfaz a condição
∂(uα α
2 , ..., un )
> 0.
∂(uβ2 , ..., uβn )
Para isso, observamos que a mudança de coordenadas de gα : Vα →M
a gβ : Vβ → M satisfaz as condições
β
0 = uα β
2 (0, u2 , ..., un )
α β
uα β
2 = u2 (u2 , ..., un )
..
.
β
uα α β
n = un (0, u2 , ..., un ),
e portanto
∂(uα α
1 ...un )
(0, uβ2 , ..., uβn ) =
∂(uβ1 ...uβn )
∂uα ∂(uα α
2 , ..., un )
1
(0, uβ2 , ..., uβ2 ) (0, uβ2 , ..., uβn ) > 0.
∂uβ1 ∂(uβ2 , ..., uβn )
Além disso,
∂uα
1
(0, uβ2 , ..., uβn ) > 0,
∂uβ1
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β β
pois uα β
1 = 0 em (0, u2 , ..., un ) e torna-se negativo com u1 . Portanto
∂(uα α
2 , ..., un )
> 0.
∂(uβ2 , ..., uβn )
Toda variedade diferenciável é uma variedade diferenciável com
bordo.
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Figura 4.5:
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{y ∈ M | d(x, y) < ǫ} ⊂ A.
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Figura 4.6:
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dada por
Z ∞ Z
X
w= φi (q)wq .
A i=1 A
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Exercı́cios
1. Mostre que a esfera x2 + y 2 + y 2 = 1 em R3 admite um atlas
C ∞ que a torna uma variedade orientável.
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Capı́tulo 5
Formalismo Simplético
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w(z, v) = hJz, vi =
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Pn
Logo w pode ser escrita como w(η, θ) = i=1 dpi ∧ dqi (η, θ) =
dp ∧ dq(η, θ).
Observe agora que dado H(v, w) : R2n → R
∂H ∂H
∂q1 ∂p1
.. ..
.
.
∂H ∂H
∂qn ∂pn
J ∂H = ∂H .
∂p1 − ∂q 1
.. ..
. .
∂H ∂H
∂pn − ∂q n
Note que
n n
X ∂H X ∂H
dH(η) = ηi + ηn+i =
i=1
∂qi i=1
∂pi
* !+
∂H ∂H ∂H ∂H
(ηn+1 , ..., η2n , −η1 , ..., −ηn ), , ..., ,− , ..., − =
∂p1 ∂pn ∂q1 ∂qn
hJη, J(∇H)i = w(η, J(∇H)).
Em outras palavras ε = J(∇H) = ( ∂H ∂H
∂p , − ∂q ) é o único vetor em
R2n tal que para todo η, vale que w(η, ε) = dH(η).
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∂H ∂H
Observação 5.1. Podemos portanto afirmar que ε = ∂p , − ∂q é
o único vetor tal que para todo η ∈ R2n
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p1 , p2 , ..., pn ,
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onde
∂ϕ
ε=
∂t
e
∂ϕ
, η=
δs
pois ϕ(s, t) = φt (f (s)) parametriza Bτ .
Note que ε é o vetor que define o campo Hamiltoniano.
Por definição de campo Hamiltoniano
∂ϕ
dH(η) = dH( ) = w(η, ε)
∂s
(ver Definição 5.4).
Logo
Z Z ! Z Z ! ! Z
τ τ 1
∂ϕ(s, t)
dH dt = dH ds dt = w.
0 φt (∂A) 0 0 ∂s Bτ
é constante.
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R R
Quando τ → 0, Bτ w converge a ∂A w = 0 (afinal estamos in-
tegrando uma 2-forma em uma superfı́cie com região bidimensional
convergindo a uma curva quando τ vai a zero).
Logo Z
w=0 (5.2)
Bτ
para todo τ .
Como w é simplética satisfaz dw = 0 então:
Z
0= dw. (5.3)
Jτ
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g ∗ (w1 ∧ w2 ) = (g ∗ w1 ) ∧ (g ∗ w2 ) = w1 ∧ w2
wn = (dp ∧ dq)n = dp1 ∧ dp2 ∧ ... ∧ dpn ∧ dq1 ∧ dq2 ∧ ... ∧ dqn .
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h∇Hφt (x) , dφt (x)(η)i = (dH ◦ dφt (x))(η) = dH(η) = h∇Hx , ηi.
k∇H(x)k
.
k∇Hφt (x) k
Sendo assim
k∇Hx k
dφt (x)(ηx ) = ηφ (x) + z1
k∇Hφt (x) k t
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Logo
2n
!
X
wφnt (x) (z1 , ṽ2 , ṽ3 , ..., ṽ2n ) = wφnt (x) αi ṽi , ṽ2 , ..., ṽ2n =
i=2
2n
X
αi wφnt (x) (ṽi , ṽ2 , ṽ3 , ..., ṽi , ..., ṽ2n ) = 0.
i=2
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Exercı́cios
1. Para o Hamiltoniano do pêndulo sem atrito, calcule para cada
nı́vel de energia constante a densidade ψ do Teorema 63.
Assuma que o nı́vel de energia não passe pelo ponto (0,0) ou
(π, 0).
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Capı́tulo 6
Linhas de Vortex em
Mecânica Hamiltoniana
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Isto porque Z Z
Hdt = Hdt = 0,
γ̃1 γ̃2
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2n 2n
onde ∆1 é a região de R ≡ R × t1 tal que δ∆1 = γ˜1 (ver Fi-
gura 4.5). Da mesma forma se φt (∆1 ) = ∆2 então δ∆2 = γ˜2 em
R2n = R2n × t2 , e ainda pelo teorema de Stokes
Z Z Z
pdq = dp ∧ dq.
γ˜1 ∆2
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Exercı́cio
1. Considere o Hamiltoniano H(q, p, t) = p2 + q 2 + t. Calcule as
linhas de vortex em R3 para tal Hamiltoniano.
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Capı́tulo 7
Equações Diferenciais
Parciais: Método das
Caracterı́sticas
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u(x, y) = constante = B.
y ′ (x) y(x)
= .
1 x
Logo
y ′ (x) 1
= ,
y(x) x
e portanto,
d d
(log y(x)) = log x.
dx dx
Sendo assim, log(y(x)) = log x+c, c ∈ R, e finalmente y(x) = ax para
algum a ∈ R. Logo u é constante em semi retas passando pela origem,
e portanto as curvas de nı́veis de u são tais semi-retas. Observe que
em (x, y) = (0, 0) não podemos fazer as considerações acima.
Note que se estabelecermos como condição de fronteira os valores
de u em uma curva diferenciável Γ que é cortada por cada uma das
semi-retas y = ax em apenas um ponto da curva Γ, pelo que de-
duzimos anteriormente, os valores da “possı́vel”(ainda não sabemos
se existe) solução u ficam necessariamente determinados. O valor
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∂u ∂u
a(x, y) + b(x, y) = 0. (7.2)
∂x ∂y
dx
= a(x, y)
dt
dy
= b(x, y). (7.3)
dt
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d ∂u ′ ∂u ′ ∂u ∂u
u(x(t), y(t)) = x + y = a(x, y) + b(x, y) = 0.
dt ∂x ∂y ∂x ∂y
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Figura 7.1:
ẏ = −x.
As soluções desta equação são do tipo
Para cada valor s considere (xs (t), ys (t)) a solução da equação di-
ferencial ordinária com condição inicial (s, 0). Pelo que vimos acima,
devemos escolher u(xs (t), ys (t)) = u(s, 0) = s2 . Em outras palavras,
u é constante em cı́rculos.
Se usarmos coordenadas (s, t) então u(s, t) = s2 , ou alternativa-
mente em coordenadas polares u(r, θ) = r2 .
Se desejarmos encontrar a soluçãop u na variável (x, y), ou seja
obter u(x, y), devemos substituir r = x2 + y 2 , θ = arctan y/x em
u(r, θ) e obter u(x, y) = x2 + y 2 . Fica assim determinada a solução
do problema (7.4) por um método que se baseou fundamentalmente
nas curvas caracterı́sticas.
Vamos considerar novamente o caso geral (7.2).
Definição 7.2. Dada a equação diferencial parcial
∂u ∂u
a(x, y) + b(x, y) = 0,
∂x ∂y
chamamos de superfı́cie integral da equação diferencial uma superfı́cie
na variável (x, y, u) ∈ R3 obtida como gráfico de u(x, y), onde u é
solução da equação diferencial.
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∂u ∂u
hη, (a, b, 0)i = a+ b + 0 = 0.
∂x ∂y
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F (x, y, z, p, q).
∂z ∂z
p= ,q =
∂x ∂y
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Figura 7.2:
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Figura 7.3:
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dy
= Fq (7.6)
dt
dz
= pFp + qF q. (7.7)
dt
Mais duas equações serão adicionadas mais tarde para dp dq
dt e dt .
Primeiro queremos justificar a necessidade de assumir que as três
equações acima sejam satisfeitas.
Para (x0 , y0 , z0 ) fixados, resolvemos em p a equação
F (x0 , y0 , z0 , p, q(p)) = 0.
(x0 , y0 , z0 )
determina que
∂z ∂z
(z − z0 ) = p(x − x0 ) + q(y − y0 ) = (x0 , y0 ) + (x0 , y0 ).
∂x ∂y
dq
0 = (x − x0 ) + (y − y0 ) . (7.8)
dp
dq
Fp + Fq = 0. (7.9)
dp
Eliminando
dq
dp
das duas últimas equações ((7.8) e (7.9)), obtemos
x − x0 y − y0
= .
Fp Fq
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x′ (t) y ′ (t)
= .
Fp Fq
dx
= Fp (7.10)
dt
dy
= Fq (7.11)
dt
dz
= pFp + qFq (7.12)
dt
dp
= −Fx − pFz (7.13)
dt
dq
= −Fy − qFz (7.14)
dt
Estas equações são denominadas equações das caracterı́sticas.
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= Fy + Fz q +Fp py + Fq qy (7.18)
| {z }
Como
∂2z ∂2z
= py = q x =
∂y∂x ∂x∂y
então juntando (7.15) e (7.17) e juntando (7.16) e (7.18) derivamos
(7.13) e (7.14), ou seja,
dp
= −Fx − Fz p
dt
dq
= −Fy − Fz q.
dt
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Observação 7.2. Note que estas 5 quantidades não podem ser esco-
lhidas independentemente pois devem obedecer as relações
dz ∂z dx ∂z dy dx dy
= + =p +q
ds ∂x ds ∂y ds ds ds
e
F (x(s), y(s), z(s), p(s), q(s)) = 0.
Sendo assim a condição inicial será dada apenas por
(x(s), y(s), z(s)). Os valores (p(s), q(s)) devem ser escolhidos satis-
fazendo as equações acima.
Por exemplo, se escolhemos z(s) constante sobre (x(s), y(s)), então
as duas equações acima são F (x(s), y(s), z(s), p(s), q(s)) = 0 e
p(s)x′ (s) + q(s)y ′ (s) = 0.
Como dissemos antes, a maneira correta de entender a condição
inicial na verdade é a seguinte, dada uma curva γ no plano, parame-
trizada por (x(s), y(s)) escolhemos os valores de z (ou u) em γ. Isto
equivale a escolher de fato a condição (x(s), y(s), z(s)).
Vamos agora encontrar a solução pelo método das caracterı́sticas.
Para cada valor s fixado considere a curva em R5
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Figura 7.4:
Denotaremos por
x = x(s, t) = xs (t)
y = y(s, t) = ys (t)
z = z(s, t) = zs (t)
p = p(s, t) = ps (t)
q = q(s, t) = qs (t)
os valores obtidos com o procedimento acima.
Vamos considerar agora a superfı́cie S ⊂ R3 obtida varrendo a
condição de fronteira (x(s), y(s), z(s)) por curvas (xs (t), ys (t), zs (t))
obtidas a partir das curvas caracterı́sticas. Vamos mostrar que a S
assim definida é uma superfı́cie integral.
Para mostrar que S define uma superfı́cie integral, vamos agora
derivar
F (xs (t), ys (t), zs (t), ps (t), qs (t))
em relação a t.
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Exercı́cios
1. Calcule a equação das caracterı́sticas para a equação diferencial
parcial de Hamilton-Jacobi
∂z ∂z
0 = 1 − H x, y, , = F (x, y, z, zx , zt ).
∂x ∂y
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Capı́tulo 8
Equações Diferenciais
Parciais: Método da
Solução Completa
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Figura 8.1:
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∂f
(c, x, y) = 0,
∂c
e a seguir considerar (x, y, z) onde z = fc0 (x, y).
A função u(x, y) = fc0 (x,y) (x, y) define então através do seu gráfico
(x, y, u(x, y)) a envoltória da famı́lia. fc
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O fato de z(x, y) ser solução de (8.1) nos dá uma relação no ponto
(x0 , y0 , z0 ) entre
∂z ∂z
p= (x0 , y0 , z0 ) e q = (x0 , y0 , z0 ).
∂x ∂y
∂f
(x, y, c0 ) = 0, (8.2)
∂c
e então obteremos z = g(x, y) = f (x, y, c0 ).
Note que c0 = c0 (x, y) na verdade depende de (x, y).
A envoltória g será f (x, y, c(x, y)) e satisfará então a equação
∂g ∂f ∂f ∂c ∂f
= + =
∂x ∂x ∂c ∂x ∂x
e
∂g ∂f ∂f ∂c ∂f
= + = .
∂y ∂y ∂c ∂y ∂y
Como fc (x, y) é solução de (8.1) então para fc (x, y) = fc(x,y) (x, y)
= g(x, y) a relação F (x, y, fc (x, y), p, q) = 0 é válida e portanto
pois
∂f ∂g ∂f ∂g
p= = e q= = .
∂x ∂x ∂y ∂y
Portanto g também satisfaz a equação diferencial parcial (8.1).
Note que nas considerações acima, nada foi dito sobre condições de
fronteira.
Obter mais uma solução g a partir de uma famı́lia fc não pa-
rece contribuir muito para a solução geral do problema (8.1). No
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Figura 8.2:
∂f ∂f ′ ∂f ′
0= = a (s) + b (s). (8.7)
∂s ∂a ∂b
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−ax − by + 1
z=p ,
1 − (a2 + b2 )
ou seja,
p a b
1 − (a2 + b2 ) + cos θ + sin θ − 1 = 0. (8.8)
2 2
Já (8.4) significa
ou seja,
a sin θ − b cos θ = 0. (8.9)
De (8.8) e (8.9) se obtém a(θ) = 4/5 cos θ, b(θ) = 4/5 sin θ.
Logo a solução que buscamos z(x, y) (envoltória da famı́lia a um
parâmetro θ)
4 4 5
z = − x cos θ − y sin θ +
3 3 3
que fornece como solução o cone
4p 2 5
z=− x + y2 + .
3 3
A equação de Hamilton-Jacobi é de primeira ordem, e o método da
solução completa será utilizado em breve para analisar tal equação.
Anteriormente estávamos considerando envoltórias de funções. A-
gora iremos considerar envoltórias de curvas, obtendo resultados que
também serão muito importantes em Mecânica Hamiltoniana.
Vamos agora considerar famı́lias de curvas. Estas curvas serão
dadas implicitamente.
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∂f
(x̄, ȳ, ᾱ) 6= 0
∂y
f (x, y, α) = 0 ⇔ y = g(x, α)
∂g
(x̄, ᾱ) = 0.
∂α
Como f (x, g(x, α), α) = 0 para todo (x, α) próximo de (x̄, ᾱ), obtém-
se, diferenciando com relação a α,
∂f ∂g ∂f
0= (x, g(x, α), α) (x, α) + (x, g(x, α), α)
∂y ∂α ∂α
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∂f ∂g ∂f ∂f
0= (x̄, g(x̄, ᾱ), ᾱ) (x̄, ᾱ) + (x̄, g(x̄, ᾱ), ᾱ) = (x̄, ȳ, ᾱ),
∂y |∂α {z } ∂α | {z } ∂α
=ȳ
=0
∂f
(x̄, ȳ, ᾱ) = 0.
∂α
O caso
∂f
(x̄, ȳ, ᾱ) 6= 0
∂x
é análogo.
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Como * +
∇φ
∇φ, = k∇φk,
k∇φk
então * +
v∆
∇φ, = k∇φk.
∆
Ora
φ(x + u1 ∆, y + u2 ∆) − φ(x, y)
h∇φ, ui = h∇φ, (u1 , u2 )i = lim ,
∆→0 ∆
logo * +
v∆
k∇φk = ∇φ, =
∆
" !
1 x(α) − x1 (α)
lim φ x1 (α) + ∆ ,
∆→0 ∆ ∆
! #
(y(α) − x2 (α))
x2 (α) + ∆ − φ(x1 (α), x2 (α))
∆
1 ∆+T −T
lim [φ(x(α), y(α)) − φ(x1 (α), x2 (α))] = lim = 1.
∆→0 ∆ ∆→0 ∆
Sendo assim, k∇φk = 1, ou seja,
!2 !2
∂φ ∂φ
+ = 1.
∂x ∂y
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Figura 8.3:
Exercı́cio
1. Calcule pelo método da solução completa a solução da equação
diferencial parcial
2 2
∂S 1 ∂S
+ = 1,
∂x 4 ∂y
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Capı́tulo 9
O Princı́pio de Huygens
em Mecânica
Hamiltoniana
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ou equivalentemente
s 2 2
∂S ∂S ∂S
+ =− = 1.
∂x1 ∂x2 ∂t
ou equivalentemente
s 2 2
∂S 1 ∂S ∂S
+ =− .
∂x1 4 ∂x2 ∂t
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ou seja
∂S
h∇S, x′ i = − .
∂t
Observação 9.1. Considere S(x, t) que descreve através de S(x, t) =
0 a evolução temporal de uma frente de onda causada por uma fonte
pontual luminosa localizada em um ponto x0 . Para t fixo, a en-
voltória dos caminhos z(s), s ∈ [0, t] (todos com velocidade constante
kz ′ (s)k = 1, s ∈ (0, t)) com ponto inicial x0 = z(0) e ponto final z(t)
determina a frente de onda. Um caminho x(s) entre tantos possı́veis
z(s), que está localizado de tal jeito que x(t) está na frente de onda
S(x, t) = 0 vai representar o raio de luz fisicamente observável. Este
caminho x(s) é o que realmente se chama de raio de luz.
∂S
∂t
− .
k∇Sk
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∂S ∇S ∂S
+ k∇SkH0 (x, )= + H(x, ∇S) = 0. (9.3)
∂t k∇Sk ∂t
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a equação
s 2 2
∂S ∂S ∂S
− = H(x, ∇S) = + .
∂t ∂x1 ∂x2
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mas como vimos na equação acima, tanto faz tomar a raiz quadrada
ou não, para fins de calcular a equação de Hamilton-Jacobi.
Voltaremos a analisar este exemplo em breve.
(q(s, t), p(s, t)) = (x1 (s, t), x2 (s, t), p1 (s, t), p2 (s, t)) =
(q(s), p(s)) = (x1 (s, 0), x2 (s, 0), p1 (s, 0), p2 (s, 0))
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ou seja φ satisfaz
∂φ
1 = H q, ,
∂q
e a condição inicial (ou de fronteira) (q(s), φ(s)) = (q(s), 1).
Então S(x1 , x2 , t0 ) = S(x, t0 ) = 0 vai determinar para cada t0
fixo, a posição de q(s, t1 ) = (x1 (s, t1 ), x2 (s, t1 )), t1 = t1 (t0 ), das
curvas
(xs1 (t), xs2 (t)),
projeção no plano (x1 , x2 ) das curvas (xs1 (t), xs2 (t), ps1 (t), ps2 (t)), solução
do campo Hamiltoniano começando no tempo t = 0 em
s ∈ (a, b). Note que p(s) = (p1 (s), p2 (s)) deve satisfazer a Observação
7.2 da Seção 7.
A Propriedade Importante segue do seguinte fato:
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dx1
= 2p1
dt
dx2
= 2p2
dt
dφ
= 2p21 + 2p22
dt
dp1
=0
dt
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dp2
= 0. (9.6)
dt
Observação 9.2. Note que no caso acima, o vetor gradiente da
frente de onda ∇φ = p é colinear com x′ .
Observação 9.3. Das equações das caracterı́sticas acima, as carac-
terı́sticas (x1 (t), x2 (t), φ(t), p1 (t), p2 (t)) devem portanto satisfazer
!
d2 x1 d dx1 d
2
= = (2pi ) = 0
dt dt dt dt
e !
d2 x2 d dx2 d
= = (2p2 ) = 0.
dt2 dt dt dt
Note que os valores p1 (t) e p2 (t) são constantes.
Da equação acima segue que x1 (t) e x2 (t) são lineares em t, ou
seja, x1 (t) = 2p1 t + c1 e x2 (t) = 2p2 t + c2 .
A conclusão é que a projeção das caracterı́sticas no plano x =
(x1 , x2 ) são linhas retas.
Finalmente, φ′ (t) = 2p21 + 2p22 = 2(p21 + p22 ) = 2 × 1 = 2, pois por
hipótese p21 + p22 = 1.
Logo φ(t) = 2t + c3 .
Sendo assim, concluı́mos finalmente que as caracterı́sticas são re-
tas em R5 .
Vamos agora usar os resultados obtidos anteriormente para cal-
cular soluções da EDP via o método das caracterı́sticas.
Exemplo 9.4. Vamos calcular a solução da equação diferencial par-
cial !2 !2
∂φ ∂φ
+ = 1,
∂x1 ∂x2
sujeita às condições
(x1 (s), x2 (s), φ(s), p1 (s), p2 (s)) = (cos s, sin s, 1, cos s, sin s).
Observe que p1 (s) e p2 (s) são compatı́veis com (x1 (s), x2 (s), φ(s))
como é necessário assumir no problema em consideração (Seção 7).
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Observação 9.4. Note que a partir de p(s) = (p1 (s), p2 (s)) fixado, o
vetor ps (t) = (ps1 (t), ps2 (t)) não se altera, ou seja neste caso particular,
o momento se conserva.
Antes de expressar a função φ nas coordenadas (x1 , x2 ), devemos
relacionar as coordenadas (s, t) e as coordenadas (x1 , x2 ).
Ora, (x1 (s, t), x2 (s, t)) = (cos s(2t+1), sin s(2t+1)), logo x21 +x22 =
cos s(2t + 1)2 + sin2 s(2t + 1)2 = (2t + 1)2 .
2
Portanto, q
1
t= x21 + x22 − 1
2
e como x1 = cos s(2t + 1) então
x1 x1
s = arccos = arccos p 2 .
2t + 1 x1 + x22
Em conclusão
q !
x1 1
(s(x1 , x2 ), t(x1 , x2 )) = arccos p 2 , x21 + x22 −1 .
x1 + x2 2
2
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∂f
0= = −x1 sin s + x2 cos s
∂s
e f (x1 , x2 ) = x1 cos s + x2 sin s.
Seja θ e r > 0 tal que x1 = r cos θ e x2 = r sin θ.
Logo
0 = −x1 sin +x2 cos s = −r cos θ sin s + r sin θ cos s = −r sin(s − θ),
implica que
x2
s(x1 ,x2 ) = arctan .
x1
Portanto, u(x1 , x2 ) = x1 cos s(x1 ,x2 ) + x2 sin s(x1 ,x2 ) =
x2 + x2
q
x1 x2
= x1 + x2 = p1 2 2 2 = x21 + x22 .
r r x1 + x2
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1
H(x, p) = hM −1 p, pi
4
é o Hamiltoniano associado ao Lagrangiano L dado pela métrica Ri-
emanniana (com coeficientes ã, b̃, c̃ constantes). Note que 41 M −1
também é positiva definida.
Sendo assim, se S(q, t) é da forma S(q) − t, a equação
∂S ∂S 1
0= + H(x, ∇S) = + hM −1 ∇S, ∇Si =
∂t ∂t 4
r
1 −1 1
−1 + M ∇S, ∇S = −1 + hM −1 ∇S, ∇Si
4 4
vai descrever a evolução de frentes de onda em um meio homogêneo
mas não isotrópico.
Note que H também define uma forma quadrática positiva defi-
nida, pois se M é positiva definida, M −1 também é.
Das equações das caracterı́sticas obtemos que p(t), q(t) são cons-
tantes pois a equação diferencial definida por F não depende de z, x1 , x2 .
Sendo assim o vetor normal às distintas superfı́cies de nı́vel (evo-
luindo no tempo) a partir de um vetor inicial dado é constante.
Se assumirmos por exemplo que
1 −1 1 0
M = ,
4 0 1/4
ou seja que
1/4 0
M= ,
0 1
então a equação de Hamilton-Jacobi associada é
2 2
∂S 1 ∂S
0 = −1 + + .
∂x1 4 ∂x2
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são
∂F
x′1 (t) = = 2ap1 + 2cp2
∂p1
∂F
x′2 (t) = = 2cp1 + 2bp2
∂p2
∂F
p′1 (t) = −
∂x1
∂F
p′2 (t) = − .
∂x2
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Capı́tulo 10
A Equação da Onda
∂ 2 φ ∂ 2 φ ∂ 2 φ η2 ∂ 2 φ
+ + − 2 2 =0 (10.1)
∂x21 ∂x22 ∂x23 c ∂t
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φ(x1 , x2 , x3 ) = φ(x1 , x2 , x3 , t0 ) =
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A análise que vamos fazer neste caso corresponde aos raios de luz
em um meio não homogêneo.
Uma solução φ para a equação com η variável, não vai mais neste
caso ser uma onda plana. A solução que se busca é da forma
φ = eA(x)+i(S(x) k0 −w t) . (10.6)
w2
k02 = . (10.7)
c2
Vamos tentar agora relacionar a teoria descrita acima com a Te-
oria de Hamilton-Jacobi. Em particular desejamos tentar entender
melhor o papel desempenhado por S.
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e
∆S + 2 h∇A, ∇Si = 0.
Logo, se S e A satisfazem tais equações, φ descreve um raio de
luz.
Observação 10.1. Vamos assumir agora que k02 é muito grande em
termos relativos com a parte ∆A + k∇Ak2 . Esta hipótese traduz
em termos matemáticos precisos a afirmação que “η(x) é fracamente
variável com a posição x”feita anteriormente.
Portanto, com esta hipótese,
∆A + k∇Ak2
+ (η 2 − k∇Sk2 ) = 0
k02
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∆S + 2 h∇A, ∇Si = 0,
φ = eA(x)+i(S(x) k0 −w t) .
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Capı́tulo 11
O Método da Fase
Estacionária e suas
Aplicações em Ótica
11.1 Introdução
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F (τ ) ∼ G(τ )
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é de decrescimento rápido.
Demonstração: De fato, segue de propriedades de Séries de Fourier
(apenas integração por partes) que
Z ∞ Z
iτ x −1 ∞ df (x) iτ x
F (τ ) = f (x)e dx = e dx
−∞ iτ −∞ dx
e repetindo a integração por parte n vezes, obtemos
Z ∞ n
−1n d f (x) iτ x
F (τ ) = e dx.
(iτ )n −∞ dn x
n
Então |τ n F (τ )| ≤ (b − a)Maxa≤x≤b d dfn(x)
x , onde o intervalo (a, b)
contém o suporte de f e a, b são constantes reais.
Logo F (τ )τ n é limitada para todo n, portanto
F (τ )τ n−1 tende a zero para todo n quando τ vai a infinito. Re-
sultado análogo vale para as derivadas k-ésimas. Logo, tal F (τ ) tem
decrescimento rápido.
Utilizando o ponto de vista de equivalência ∼, podemos dizer, do
ponto de vista da Definição 11.2 que podemos substituir F (τ ) por 0
para τ grande, ou seja
Z ∞
F (τ ) = f (x)eiτ x dx ∼ 0.
−∞
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′
Proposição 11.2. Se φ (x) não tem zeros no suporte de f então
vale que
Z ∞
F (τ ) = f (x)eiτ φ(x) dx ∼ 0.
−∞
′
Demostração: Para cada τ tal que φ (τ ) = 0, podemos escolher um
intervalo aberto Uτ = (τ −ǫ, τ +ǫ) disjunto do suporte de f . Por outro
′
lado, para cada τ tal que φ (τ ) 6= 0 podemos escolher um intervalo
′
aberto Uτ = (τ − ǫ, τ + ǫ) tal que φ (x) 6= 0, ∀x ∈ U¯τ . Tomando
uma partição da unidade subordinada ao recobrimento assim obtido,
basta provar que Z a
f (x)eiτ φ(x) dx ∼ 0,
b
′
quando (a, b) contém o suporte de f e φ (x) 6= 0 em [a, b]. O resultado
segue da proposição 1 pela mudança de coordenadas φ(x) = y.
′ ′′
Se φ (a) = 0, φ (a) 6= 0 dizemos que a é ponto estacionário or-
′ ′′
dinário (é crı́tico não degenerado para φ). Se φ (a) = 0, φ (a) = 0
dizemos que a é ponto de cáustica.
Um caso importante foi estudado por Fresnel, que corresponde a
φ(x) = x2 . Neste caso x = 0 é ponto estacionário ordinário para φ.
Lembre que
Z ∞ Z ∞ √
2 1 2 π
eix τ dx = √ eiy dy = √ eiπ/4
−∞ τ −∞ τ
Desejamos calcular
Z ∞
2
F (τ ) = f (x)eiτ x dx
−∞
Ora
√ Z ∞ Z ∞
π iπ/4 iτ x2 2
F (τ ) − f (0) √ e = f (x)e dx − f (0) eiτ x dx =
τ −∞ −∞
Z R
2
= lim (f (x) − f (0))eiτ x dx.
R→∞ −R
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′
c
Seja g(x) tal que f (x) − f (0) = xg(x), onde g ∈ C ∞ (R) e g = x2
para x fora do suporte de f .
Ora
Z R Z R
2 2
(f (x) − f (0))eiτ x dx = xg(x)eiτ x dx =
−R −R
2 Z R
eiτ x g(x) x=R 1 ′ 2
|x=−R − g (x)eiτ x dx.
2iτ 2iτ −R
Se R é grande, g(R) = − fR
(0)
e g(−R) = f R
(0)
.
Decorre daı́ que
Z R Z ∞
2 1 ′ 2
lim (f (x) − f (0))eiτ x dx = − g (x)eiτ x dx.
R→∞ −R 2iτ −∞
Sendo assim,
Z ∞
√ i ′ 2
F (τ ) = eiπ/4 f (0) πτ −1/2 + g (x)eiτ x dx.
2τ −∞
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quando Z ∞
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F (τ ) = f (x)eiτ x dx.
−∞
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√ 2k
Note que dependendo de f o termo π(i/2)k f(2k)!! (0)
pode ser qual-
quer coisa. De qualquer modo através de (1), no caso φ(x) = x2 , fo-
mos capazes de caracterizar o comportamento assintótico de F para
τ grande.
Vamos apresentar a seguir, a tı́tulo de ilustração, um exemplo
que embora não seja exatamente o caso considerado acima dá a idéia
exata das questões que desejamos analisar aqui.
O caso que vamos apresentar a baixo tem a vantagem de utilizar
apenas resultados elementares de Cálculo Diferencial e Integral.
Considere a função F (τ ) tomando valores reais como função da
variável τ (vamos estar interessados apenas em valores grandes de τ ):
Z ∞ −τ x
e
F (τ ) = dx.
0 1+x
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é limitada quando τ → ∞.
Neste caso dizemos que
∞
X
F (τ ) ∼ gn (τ ).
n=0
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Z ∞ Z ∞
e−τ x xN e−τ x xN N!
|EN (τ )| = dx < dx = N +1 ,
0 1+x 0 1 τ
e N ! é uma constante.
Sendo assim, na Definição 11.4, dado s = N + 1 devemos escolher
M = N . Note que para s = N + 1 fixado, a constante N ! é muito
grande (se N é grande) mas fixa.
Acreditamos que com o exemplo acima ficou claro o sentido da
afirmação
∞
X (−1)n n!
F (τ ) ∼ ,
n=0
τ n+1
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Observamos que ambas as somas são finitas e que basta pela Pro-
posição 11.2 examinar
XZ ∞
ǫm (x)f (x)eiτ φ(x) dx.
m −∞
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na vizinhança de pj . Temos
dy
(pj ) > 0.
dx
Tomamos Vj = (pj − δj , pj + δj ) tal que seja válida a mudança de
variável neste intervalo. Depois escolhemos os Um tais que
δj δj
Um ∩ pj − , pj +
2 2
Z +∞ Z pj +δj
ǫj (x)f (x)eiτ φ(x) dx = ǫj (x)f (x)eiτ φ(x) dx =
−∞ pj −δj
Z pj +δj
= eiτ φ(pj ) ǫj (x)f (x)eiτ (φ(x)−φ(pj )) dx =
pj −δj
Z y(pj +δj )
2 dx
= eiτ φ(pj ) ǫj (x(y))f (x(y))eiµj τ y dy =
y(pj −δj ) dy
Z +∞
dx iµj τ y2
= eiτ φ(pj ) ǫj (x(y))f (x(y)) e dy,
−∞ dy
onde ǫj (x(y)) = 1 na vizinhança de 0. Seja:
2k dx
d f (x(y)) dy
cjk = (0).
dy 2k
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1o ′′
¯ caso) φ (pj ) > 0. Neste caso, µj = 1. Pelo visto antes,
Z +∞ +∞ k
dx iτ y2 √ iπ X i cjk −k− 1
ǫj (x(y))f (x(y)) e dy ∼ πe 4 τ 2.
−∞ dy 2 (2k)!!
k=0
2o ′′
¯ caso) φ (pj ) < 0. Neste caso, µj = −1. Observemos que:
Z +∞ Z +∞
−iτ y 2
g(y)e dy = ḡ(y)eiτ y2 dy
−∞ −∞
−∞ dy 2 (2k)!!
k=0
Finalmente, Z +∞
f (x)eiτ φ(x) dx ∼
−∞
+∞ k
" # 1
√ X i iπ
X
iτ φ(pj ) k −i π
X
iτ φ(pj ) τ −k− 2
∼ π e 4 e cjk +(−1) e 4 e cjk .
2 ′′ ′′
(2k)!!
k=0 φ (pj )>0 φ (pj )<0
Por definição
−1 √
dx dy f (pj ) 2f (pj )
cj0 = f (pj ) (0) = f (pj ) (pj ) =p =p .
dy dx µj ψj (pj ) |φ′′ (pj )|
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para τ → +∞.
Fica então determinado o termo dominante de F (τ ) como o termo
1
a esquerda da última linha (vai a zero como τ − 2 ).
Seja
Z +∞
F (τ ) = eiτ φ(x) dx
−∞
Lema 11.2. Z +∞
g(x)eiτ φ(x) dx,
−∞
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Logo,
1 Z +∞ iτ 1 3 2 2
τ 3 3 x +x − 3
F (τ ) = Re e dx
2π −∞
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Obtemos:
2 π 2 π
" i − 3 τ + 4 i 3 τ − 4 ! #
1
τ3 √ e √ e 1
F (τ ) = Re 2π √ + 2π √ τ − 2 + 0(τ −1 )
2π 2 2
1 1 2 π 2
= π − 2 τ − 6 cos τ− + 0(τ − 3 )
3 4
Logo,
− 12 − 41 2 3 π
G(t) = π t cos t2 − + 0(t−1 )
3 4
resultado que melhora o de Olver página 103 mas que resulta também
de Olver página 392.
O mesmo método aplicado a Ai(t) para t → +∞ mostra que
Ai(t) ∼ 0 para t → +∞.
Prova do Lema 11.2. Vamos notar Ck∞ (IR) os espaço das funções
C ∞ f : IR → C
I tais que, para todo j = 0, 1, · · · , vale
dj f
= 0(|x|−k )
dxj
para x → ±∞.
Por exemplo, se f ∈ C ∞ (IR) e se existe K > 0 tal que
p(x)
f (x) =
q(x)
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Com efeito,
Z +∞ Z
1 +∞ g(x) iτ φ(x)
g(x)eiτ φ(x) dx = e iτ φ′ (x)dx
−∞ iτ −∞ φ′ (x)
g(x)
∈ C ∞ (IR)
φ′ (x)
!
′
porque g é nula sobre um aberto que contém os zeros de φ . Logo,
Z +∞ +∞ Z
1 g(x) iτ φ(x) i +∞
g(x)eiτ φ(x) dx = e + g1 (x)eiτ φ(x) dx
−∞ iτ φ′ (x) −∞ τ −∞
onde
p(x)
g1 (x) =
q(x)
para |x| bastante grande, com p, q polinômios e grau q-grau p = n
(lembremos que (g(x) = 1 para |x| bastante grande). Logo, como
g(x) = 1 para |x| bastante grande e grau φ′ ≥ 1,
Z +∞ Z
i +∞
g(x)eiτ φ(x) dx = g1 (x)eiτ φ(x) dx
−∞ τ −∞
onde g1 (x) ∈ Cn∞ (IR). Iterando este procedimento, decorre a afirmação.
Da afirmação com k = 2, já resulta que
Z +∞
g(x)eiτ φ(x) dx
−∞
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satisfaz
Z ∞ Z ∞
iτ xm m
Fk′ (τ ) m
= ix f (x)e dx = 1/(mτ ) (xf (x)) (ixm−1 mτ eiτ x )dx.
−∞ −∞
Ou seja,
Z ∞
m
mτ Fk′ (τ ) + Fk (τ ) = − xf ′ (x) eiτ x dx.
−∞
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Ora,
é de decrescimento rápido.
A partir da definição acima note que as considerações feitas ante-
riormente mostram que Fk (τ ) é solução de
dy(τ )
mτ + (k + 1)y(τ ) ∼ 0,
dτ
ou equivalentemente
dy(τ )
mτ + (k + 1)y(τ ) = b(τ )
dτ
onde b(τ ) é de decrescimento rápido.
Uma solução particular da equação acima é
Z
−1 −(k+1)/m ∞ (k+1−m)/m
y(τ ) = τ x b(x)dx
m τ
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onde g ∈ C0∞ .
Podemos substituir na análise f (x) por f (x)h(x) onde h(x) tem
suporte em uma pequena vizinhança de 0 (usando uma partição da
unidade) ou seja, basta analisar o assintótico de
Z ∞
F (τ ) = h(x)(a0 +a1 x+a2 x2 +...+ak−1 xk−1 +xk g(x))eiτ φ(x) dx =
−∞
Z ∞
(h(x)a0 +h(x)a1 x+h(x)a2 x2+...+h(x)ak−1 xk−1+xkh(x)g(x))eiτ φ(x)dx.
−∞
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Capı́tulo 12
Apêndice - Aplicação de
Primeiro Retorno para
Equações Diferenciais
Ordinárias
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Figura 12.1:
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Figura 12.2:
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Figura 12.3:
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Figura 12.5:
Figura 12.6:
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Figura 12.9:
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Figura 12.10:
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Figura 12.11:
lim T n (y) = z0 .
n→∞
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real menor que 1 (ver [PM], [Ro2]) então os conjuntos γi (z0 ) e γe (z0 )
são realmente curvas passando por z0 e a dinâmica em torno deste
ponto é descrita pela Figura 12.9. Mais exatamente, as condições
iniciais y ∈ γe (z0 ) convergem a z0 através da evolução temporal
T n , n > 0 e as condições iniciais y ∈ γi (z0 ) convergem a z0 para
a evolução temporal com tempo negativo T n (y), n < 0.
Figura 12.12:
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Figura 12.13:
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Bibliografia
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BIBLIOGRAFIA 251
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252 BIBLIOGRAFIA
[PP] W. Parry and M. Pollicott, Zeta functions and the periodic orbit
structure of hyperbolic dynamics, Asterisque 187-188 (1990)
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