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DIMENSIONAMENTO

DO PAVIMENTO
FLEXÍVEL
Prof. Heber Oliveira
Módulo: Dimensionamento do Pavimento Flexível

Sumário
1. Introdução
2. Tráfego
3. Materiais
4. Dimensionamento
- Pavimentos novos (DNIT)
- Reforço e restauração (DNIT)

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DIMENSIONAMENTO –
PAVIMENTOS NOVOS (DNIT)

1. Introdução

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1. Introdução
- O dimensionamento de estruturas de pavimentos objetiva
garantir os serviços prestados aos usuários:
- Segurança da rodovia: boas condições de regularidade,
drenagem e aderência;
- Regularidade dos serviços: manutenções podem
ocasionar interrupção do tráfego;
- Conforto do usuário: tratamento visual, nível de ruído e
boas condições da superfície de rolamento.

- O dimensionamento de um pavimento tem como objetivo


calcular e/ou verificar espessuras e compatibilizar os
materiais de forma que a vida útil corresponda a um certo
número projetado de repetições de carga.

1. Introdução
- A vida útil de um pavimento é o período após o qual este
atinge um grau inaceitável de deterioração, sob o aspecto
estrutural ou funcional;

- O fissuramento generalizado do revestimento asfáltico, por


exemplo, indica o fim da sua vida útil;

- Não existe ruptura súbita em um pavimento, e sim, uma lenta


progressão de defeitos ao longo dos anos, em função da
qualidade dos materiais, tráfego e clima.

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1. Introdução
- A análise e previsão do comportamento de pavimentos é de
extrema complexidade:
- Milhões de aplicações de carga;
- Configurações de cargas diferentes;
- Materiais complexos (elasto-visco-plásticos e
viscoelásticos);
- Condições climáticas, etc.

- Portanto, para prever o desempenho de pavimentos


necessita-se de um grande número de simplificações.

1. Introdução
- A formulação para o desenvolvimento do dimensionamento
dos pavimentos pode ser analisada fundamentalmente
através de dois métodos:
- Mecanísticos-empíricos;
- Empíricos.

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1. Introdução
- Os mecanísticos-empíricos consideram a análise das
tensões e deformações em meios não perfeitamente elásticos
(solos e misturas asfálticas) e comparam estas respostas da
estrutura com critérios pré-estabelecidos de
dimensionamento para determinar as espessuras das
camadas do pavimento. Na verdade, não existe ainda um
método puramente mecanístico.

1. Introdução
- Os empíricos se baseiam em experiências repetidas várias
vezes no campo e se limitam a prever espessuras
adequadas, garantindo assim o critério de ruptura por
deformação permanente e têm como melhor fundamento o
método do USACE (Corpo de Engenheiros do Exército dos
Estados Unidos), que se baseia no ensaio CBR e que foi o
ponto de partida para a evolução da engenharia rodoviária
mundial. O USACE já revisou o método outras vezes, desde a
sua criação.

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1. Introdução
- A proposição do ensaio de penetração CBR é um marco na
história da engenharia de pavimentação mundial. Por sua
concepção simples, e requerendo equipamento portátil no
campo, embora empírico, teve ampla divulgação em todo
mundo e deu origem a vários métodos de dimensionamento
também empíricos.
- A ideia básica é que, para um dado valor de CBR do
subleito, existe uma espessura de pavimento que protege
este subleito de deformações excessivas ou mesmo de ruptura.
As primeiras observações foram de trechos de estradas da
Califórnia, umas de desempenho satisfatório e outras que se
romperam em pouco tempo.

1. Introdução
- Das observações de campo surgiu a ideia de se saturar o
material a ser ensaiado para representar a condição mais
crítica atingida durante a vida útil do pavimento, que seria a
entrada de água em excesso na estrutura, conforme se
detectava nos trechos americanos sujeitos aos maiores
defeitos (degelo da primavera). No Brasil, recomenda-se
usar a umidade ótima.

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MÉTODO DO DNER (DNIT)

2. Método do DNER (DNIT)


- O método do DNER (Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem) para projeto de pavimentos flexíveis é uma
adaptação efetuada pelo Eng. Murillo Lopes de Sousa
(1966), do método USACE que utiliza algumas conclusões da
pista experimental AASHO (1958 a 1960).

- O método do DNER segue as seguintes 4 etapas de


trabalho:
- 1) Definição da capacidade de suporte do subleito;
- 2) Definição dos materiais;
- 3) Determinação do tráfego;
- 4) Dimensionamento do pavimento da pista de rolamento
e acostamentos.

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2. Método do DNER (DNIT)
- 1) Definição da capacidade de suporte do subleito:
- Determinada através do CBR, relação entre a pressão
necessária para produzir uma penetração de um pistão
num corpo-de-prova de solo, e a pressão necessária
para produzir a mesma penetração numa brita
padronizada, dado em percentagem.
- Este ensaio foi introduzido por Porter em 1929 para o
dimensionamento de pavimentos rodoviários flexíveis,
sendo mais tarde adaptado pelo USACE para o projeto
de aeroportos, mantendo-se ainda hoje como um
parâmetro de projeto bastante utilizado quando da
adoção de procedimentos empíricos de projeto.

2. Método do DNER (DNIT)


- 2) Definição dos materiais - Especificações:
- Subleito:
CBR ≥ 2% e Expansão ≤ 2%.
- Reforço de subleito:
Características geotécnicas superiores a do subleito
(CBR, LL, LP, granulometria). CBR > CBR do subleito e
Expansão ≤ 1%.
- Sub-base:
CBR ≥ 20%, IG = 0 e Expansão ≤ 1%.
- Base:
CBR ≥ 80%, Expansão ≤ 0,5%, LL ≤ 25% e IP ≤ 6%;
Faixas granulométricas e algumas ressalvas.

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2. Método do DNER (DNIT)
- 3) Determinação do tráfego:

2. Método do DNER (DNIT)


- 4) Dimensionamento do pavimento:
- Aos materiais são designados coeficientes de
equivalência estrutural (K), tendo como base o valor 1,0
para base granular;
- Materiais com maior rigidez são associados a maiores
valores de K (neste caso 2,0);
- Materiais com menor rigidez como sub-base e reforço do
subleito são associados a valores menores do que 1,0
(neste caso 0,77 e 0,71, respectivamente);
- KR, KB, KS, e KRef são as designações dos coeficientes
estruturais para o revestimento, base, sub-base, e
reforço, respectivamente.

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2. Método do DNER (DNIT)
- 4) Dimensionamento do pavimento:

2. Método do DNER (DNIT)


- 4) Dimensionamento do pavimento:

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2. Método do DNER (DNIT)
- 4) Dimensionamento do pavimento:

2. Método do DNER (DNIT)


- 4) Dimensionamento do pavimento:

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2. Método do DNER (DNIT)
- 4) Dimensionamento do pavimento:

2. Método do DNER (DNIT)


- 4) Dimensionamento do pavimento:

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2. Método do DNER (DNIT)
- 4) Dimensionamento do pavimento:

2. Método do DNER (DNIT)


- 4) Dimensionamento do pavimento:
- Uma vez determinada as espessuras Hm, Hn, H20, através
do gráfico, e R pela tabela, as espessuras de B, h20 e hn
são obtidas pelas inequações:
R.KR + B.KB > H20
R.KR + B.KB + h20.KSB > Hn
R.KR + B.KB + h20.KSB + hn.KRef > Hm

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2. Método do DNER (DNIT)
- 4) Dimensionamento do pavimento:
- Observações:
- Caso CBR ou IS < 2%, recomenda-se substituir pelo
menos 1,0 m do subleito por material com CBR ou IS
> 2%;
- As espessuras máxima e mínima de compactação das
camadas granulares são de 20 cm e 10 cm,
respectivamente;
- Espessura construtiva para camadas granulares
mínima de 15 cm.

2. Método do DNER (DNIT)


- 4) Dimensionamento do pavimento:
- Observações:
- A espessura do acostamento está de antemão
condicionada a pista de rolamento, podendo ser feita
uma redução na espessura e/ou qualidade da
camada de revestimento (redução de custo);
- Mesmo que o CBR ou IS da sub-base seja > 20%, a
espessura de pavimento necessária para protegê-la
é determinada como se o valor do CBR fosse 20. Por
isso, usam-se sempre os símbolos H20 e h20 para
designar as espessuras de pavimento sobre a sub-
base e a espessura da própria sub-base.

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2. Método do DNER (DNIT)
- Exemplo de aplicação:

2. Método do DNER (DNIT)


- Exemplo de aplicação:

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2. Método do DNER (DNIT)
- Exemplo de aplicação:

2. Método do DNER (DNIT)


- Exemplo de aplicação:

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2. Método do DNER (DNIT)
- Exemplo de aplicação:

2. Método do DNER (DNIT)


- Exemplo de aplicação:

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2. Método do DNER (DNIT)
- Exemplo de aplicação:

DIMENSIONAMENTO
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