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72179-Cristina Rorig PDF
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Resumo
Duhem disait que les faits d’aujourd’hui sont construits avec les théories d’hier. (cf.
Ducrot, 1987)
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A ANL tem seu surgimento marcado pela publicação do livro L’argumentation dans la langue, de Jean Claude
Anscombre e Oswald Ducrot em 1983. A ANL conta com três fases no seu desenvolvimento: a primeira fase:
forma standard (1983); a segunda fase: a Teoria dos Topoi e a Teoria Polifônica da Enunciação (1990); a fase
atual: a Teoria dos Blocos Semânticos (TBS) (a partir da tese de Marion Carel de 1992).
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A teoria da polifonia de Ducrot é inspirada fundamentalmente pelos estudos enunciativos de Charles Bally.
Ducrot (1989) declara que a sal teoria polifônica postula que o sentido dos enunciados consiste em uma sorte de
diálogos, em que diferentes vozes– os enunciadores – são confrontadas. A teoria de Bally permitiu a Ducrot a
construção desses fatos, a percepção, a observação, bem diferentes da lógica, para a qual a interpretação dos
fatos é mais artificial e intuitiva. Para saber mais da influência de Bally sobre Ducrot, ver BARBISAN, 2002.
A polifonia, segundo Ducrot e Carel (2008), pela TBS, momento atual da Teoria,
somente se manifesta em enunciações, porque a frase, abstrata e semanticamente com o valor
da significação, não pode comportar locutor, nem, portanto, enunciador. A frase indica
possibilidades de sentido que podem ser construídas no enunciado, que é de natureza
polifônica, pois conterá a matéria-prima utilizada para estabelecer os pontos de vista desses
enunciadores constitutivos do sentido do enunciado (cf. DUCROT; CAREL; 2008). Na
significação da frase é que serão introduzidos aspectos e encadeamentos, classificados
segundo essas distinções. A TBS preocupa-se em desenvolver os conceitos fundadores da
ANL, principalmente de que a argumentação está inscrita na língua. Os conceitos de que se
serve a polifonia, enunciador, locutor e atitude, não podem ter nenhuma realidade na língua,
mas no uso da língua, na sua transformação em discurso, uma vez que o discurso contém os
encadeamentos argumentativos que a língua une nas suas significações (cf. DUCROT;
CAREL, 2008).
A leitura aprofundada da obra de Ducrot seria tema de uma tese, certamente. Este
trabalho tem o caráter de ser apenas um apanhado mais geral de conceitos de enunciação da
obra de Ducrot. Sabemos, também, que o estudo do tópico em questão não é totalmente
inédito, há outros trabalhos sobre a enunciação (BARBISAN, 2006; BARBISAN,
TEIXEIRA, 2002). Porém, apesar dessas restrições, acreditamos que podemos, a partir de
apontamentos e reflexões sobre a enunciação em Ducrot, contribuir para o entendimento desse
conceito de base da teoria.
Referências