O uso das ondas de choque para celulite vem sendo apresentado em
artigos científicos desde 2004, sendo mais utilizada a ondas de choque radial por se tratar de uma ação mais superficial. Artigos da Suíça, Alemanha, Itália e Holanda são os mais encontrados já que este agente físico tem bastante destaque na Europa em relação ao seu uso em estética. As ondas de choque, além de atuarem na microcirculaçao de maneira efetiva, podem ter sua ação direcionada tanto para uma celulite flácida quanto para uma celulite mais fibrosa. O segredo são os parâmetros (número de pulsos, pressão e frequência). Desde o Congresso Mundial de Dermatologia em Vancouver, já se afirmava que segundo estudos científicos as Ondas de choque são o melhor tratamento para uso após criolipolise. Na palestra do Dr Coleman em Vancouver, um dos maiores referentes no assunto no mundo, ele se refere a “padrão ouro” ao uso conjugado das duas terapias. A vasodilatação imediata por liberação de oxido nítrico com consequente reperfusão e a estimulação de fatores de crescimento do tipo VEGF, principal fator de crescimento regulador da angiogênese levam a resultados mais efetivos. Além disso, o fator de crescimento fibroblástico (FGF) com ação mitótica, sintetizado por fibroblastos é estimulado com a ondas de choque melhorando ainda mais o tônus da pele após a aplicação da criolipolise (Ferraro et al, 2011, Coleman, 2014). Também é capaz de executar a Mecanotransdução que se trata da estimulação e mobilização da matriz celular. Diante destes efeitos, as ondas de choque também são aplicadas para o tratamento de flacidez de pele de maneira isolada ou associada a radiofrequência como protocolo combinado. Alem de servir como tratamento no protocolo “pós criolipólise”, as ondas de choque também apresentam efetividade no tratamento da adiposidade localizada. Adatto et al em 2011 e Rümmelein em 2014, ambos na Suiça, ja publicaram estudos mostrando por meio de ultrassonografia uma redução de camada adiposa após 04 sessões de ondas de choque. Na última avaliação em um follow up de 12 semanas o resultado ainda estava presente. Como qualquer terapia de tratamento LOCALIZADO, as ondas de choque atuam com efeito de cavitação. Por se tratar de uma terapia mecânica, sua ação resulta em cavitação instável, que produz o rompimento da membrana da célula adiposa. E para quem não sabia que o efeito cavitacional existe nas ondas de choque, Huisstede et al desde 2011, escreve uma excelente revisão a respeito dos efeitos das ondas de choque, entre outros autores. Portanto, somado a criolipólise ou como tratamento isolado as ondas de choque começam a demonstrar seus efeitos. Claro, tem que se dominar os parâmetros e adequá-los. Em média, segundo a literatura, utiliza-se 3000 pulsos para tratamento de celulite, sendo uma aplicação por semana e os resultados são visíveis após 4 semanas. Mas para adiposidade localizada e flacidez de pele, ou até mesmo para reperfusão sanguínea pós criolipólise, estes parâmetros se alteram, bem como o número de aplicações.
Referências bibliográficas
1 – Christ C, Brenke R , Sattler G , Siems W , Novak P , Daser A .
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