Você está na página 1de 3

 ECG NORMAL:

BLOQUEIO AV 2o GRAU:

 TAQUICARDIA SINUSAL:

 BRADICARDIA SINUSAL:

 BLOQUEIO AV 3o GRAU:
 TAQUICARDIA VENTRICULAR
MONOMÓRFICA:

 FIBRILAÇÃO ATRIAL:

 TAQUICARDIA VENTRICULAR
POLIMÓRFICA:

 BLOQUEIO AV 1o GRAU:
 FIBRILAÇÃO VENTRICULAR:
DOENÇA DE CHAGAS
A doença de Chagas é a infecção causada por Trypanosoma cruzi, transmitida por picadas do inseto Triatominae.
Os sintomas se iniciam com uma lesão de pele ou edema periorbitário unilateral; progridem com febre, mal-
estar, linfadenopatia generalizada e hepatosplenomegalia; anos depois, em algumas pessoas, cardiomiopatia
crônica, megaesôfago, ou megacólon se desenvolvem. O diagnóstico é feito pela detecção de tripanossomos no
sangue periférico ou em aspirado de órgãos infectados. Testes de anticorpos são sensíveis e podem ser úteis. O
tratamento é feito com nifurtimox ou benznidazol. T. cruzi é transmitido por insetos barbeiros da família
Triatominae (reduviídeos).

Fisiopatologia
Enquanto picam, os insetos infectados depositam na pele as fezes contendo tripomastigotas metacíclicos. Essas
formas infecciosas entram pela lesão da picada ou penetram na conjuntiva ou nas membranas mucosas. Os
parasitas invadem macrófagos no local de entrada, transformam-se em amastigotas que se multiplicam por
divisão binária e são liberados como tripomastigotas no sangue e em espaços teciduais, de onde infectam outras
células. Células do sistema reticuloendotelial, do miocárdio, dos músculos e dos sistema nervoso geralmente
estão envolvidas.

Ciclo de vida do Trypanosoma.

A infecção também pode ser transmitida por transfusão de sangue, transplantes de órgãos, ou ingestão de
alimento malcozido ou bebida não fervida (p. ex., bebidas feitas do suco da cana-de-açúcar) contaminados pelos
reduviídeos ou por suas fezes. A transmissão por via transplacentária também é possível.

Etiologia
Triatominae infectados são encontrados nas Américas do Norte, Central e do Sul. Mais de 20 milhões de pessoas
nas Américas são infectadas com T. cruzi, mas a prevalência tem diminuído em razão de medidas de controle. Em
algumas partes rurais da América do Sul, a doença de Chagas é uma das causas principais de morte. Os
reservatórios incluem cães, gatos, gambás, ratos e muitos outros animais.

A doença transmitida por vetor é rara nos Estados Unidos, mas alguns imigrantes latinos que moram no país
estão cronicamente infectados. Essas pessoas são fontes potenciais de transmissão por transfusão de sangue ou
doação de órgãos.

Sinais e sintomas
A infecção aguda é seguida por um período de latência (indeterminado) que pode permanecer assintomático ou
progredir para doença crônica. Imunossupressão pode reativar a infecção latente, com alta parasitemia e uma
segunda fase aguda, lesões de pele, ou abscessos cerebrais. A transmissão congênita ocorre em 1 a 5% das
grávidas e resulta em aborto, natimortos, ou doença neonatal crônica com mortalidade alta.
Aguda: A infecção aguda em áreas endêmicas normalmente ocorre na infância e pode ser assintomática. Quando
apresenta sintomas, estes se iniciam 1 a 2 semanas após a exposição. Uma lesão de pele endurecida e
eritematosa (um chagoma) aparece no local de entrada do parasita. Quando o local de inoculação é a conjuntiva,
edema periocular unilateral e palpebral com conjuntivite e linfadenopatia pré-auricular são chamados
coletivamente de sinal de Romaña. A doença de Chagas aguda é fatal em uma porcentagem pequena de
pacientes, em decorrência de miocardite aguda com insuficiência cardíaca ou meningoencefalite aguda. No
restante, os sintomas cedem sem tratamento.
A doença de Chagas aguda primária em pacientes imunocomprometidos, como na AIDS, pode ser grave e atípica,
com lesões de pele e abscessos cerebrais, embora estes últimos sejam raros.
Crônica: A doença crônica se desenvolve em 20 a 40%, após uma fase de latência que pode durar anos ou
décadas. Os principais efeitos são:
Cardíacos
 
Gastrintestinais


A cardiomiopatia crônica provoca dilatação flácida de todas as câmaras, aneurisma apical e lesões degenerativas
localizadas no sistema de condução, produzindo insuficiência cardíaca, síncope, morte súbita resultante de
bloqueio cardíaco ou arritmia ventricular e tromboembolismo. Eletrocardiograma (ECG) pode mostrar bloqueio
completo ou do ramo direito do coração.
Doença GI produz sintomas que se assemelham à acalasia ou à doença de Hirschsprung. O megaesôfago de
Chagas apresenta-se com disfagia e pode conduzir a infecções pulmonares por aspiração ou por desnutrição
grave. Megacólon pode resultar em períodos prolongados de obstipação e vólvulo intestinal.

Diagnóstico
Microscopia óptica de esfregaços de sangue (finos ou gota espessa) ou outra amostra de líquidos. O número de
tripanossomos no sangue periférico é alto durante a fase aguda e prontamente detectado por exame em
esfregaços finos ou espessos. Em contraste, poucos parasitas estão presentes no sangue durante infecção latente
ou doença crônica. O diagnóstico definitivo pode ser feito por meio de exame de aspirado de órgãos, tais como
linfonodos.
Testes sorológicos, incluindo anticorpo fluorescente indireto e imunoensaios enzimáticos (EIA, enzyme
immunoassays) são sensíveis, mas podem apontar resultados falso-positivos em pacientes com leishmaniose ou
outras doenças. Outros métodos diagnósticos incluem xenodiagnóstico (examinando-se os conteúdos retais de
insetos de laboratório, após alimentarem-se do sangue de um paciente com suspeita da doença de Chagas) e
detecção do DNA amplificado do parasita por PCR, em sangue ou fluidos teciduais.

Tratamento

Nifurtimox ou benznidazol


Medidas de suporte


Na fase aguda, o tratamento reduz a parasitemia rapidamente, encurta a doença clínica e reduz o risco de
mortalidade decorrente de infecção crônica.
Recomenda-se tratar crianças e adultos jovens com infecções indeterminadas, mas muitos não ficam curados. O
tratamento de adultos com doença indeterminada é controverso. Uma vez que os sinais da doença de Chagas
tenham aparecido, as drogas antiparasíticas não são úteis.
Medidas de suporte incluem tratamento para insuficiência cardíaca, marca-passos, drogas antiarrítmicas,
transplante cardíaco, dilatação esofágica, injeção de toxina botulínica no esfíncter esofágico inferior e cirurgia do
trato GI.

As únicas drogas eficazes são



Nifurtimox: para adultos, 2 a 2,5 mg/kg, VO, 4 vezes/dia, durante 3 a 4 meses.


Para crianças de 11 a 16 anos
de idade, 3 a 3,75 mg/kg, 4 vezes/dia, durante 3 meses.


Para crianças de 1 a 10 anos de idade, 4 a 5 mg/kg, 4
vezes/dia, durante 3 meses


Benznidazol: para adultos e crianças > 12 anos de idade, 2,5 a 3,5 mg/kg, VO, 2 vezes/dia, durante 1 a
3 meses.


Para crianças com 12 anos de idade ou menos, 5 mg/kg, 2 vezes/dia, durante 1 a 3 meses


Ambos os medicamentos têm toxicidade substancial. Esses esquemas longos de tratamento são frequentemente
associados a graves efeitos adversos GI, neuropatia periférica, pouca tolerância e baixa adesão.

Prevenção
Para controlar insetos Triatominae, devem-se rebocar paredes e substituir telhados colmados, ou borrifar as
casas repetidas vezes com inseticidas residuais (de ação prolongada). A infecção em viajantes é rara e pode ser
evitada ao não se dormir em moradias de barro ou pelo uso de mosquiteiros, caso seja inevitável dormir em tais
habitações.
Os doadores de sangue e órgãos são triados em muitas áreas endêmicas e, desde 2006, nos Estados Unidos, para
evitar transfusão e transplante de órgãos relacionados com a doença de Chagas.

Você também pode gostar