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DIAMANTE

Salvador, 28/11/2007.
João Tarcisio de Almeida
Geólogo do 7ºDs/DNPM/BA – 7ºDistrito do Departamento Nacional de
Produção Mineral.
E-mail: joão.almeida@dnpm.gov.br

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O MINERAL DIAMANTE

Diamante Branco

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Diamante Preto

Diamante Cinza

3
Diamante Marrom

Diamante rosa

4
Diamante vermelho

Diamante Champanha

Diamante Amarelo

5
Diamante Azul

Diamante Verde

6
Diamante Laranja

Bracelete

Anél

Corrente

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Colar

Nome do diamante

O nome diamante vem do latim adamas e do grego adámas, que significa


invencível, imbatível, indomável, e foi dado em referência a grande dureza do
mineral.

• Química: C, Carbono elementar.


• Classe: Elemento Nativo
• Sub Classe: Não metálico.
• Grupo: Carbono.
• Usos: Como gema em joalheria e uso industrial como abrasivo.

As gemas são chamadas de as flores do reino mineral.

Tão coloridas como o arco-íris, e brilhantes como cristais finos, as gemas têm
captado há séculos a imaginação e o desejo dos homens e especialmente das
mulheres. A posse de gemas tem sido objeto de lendas, conto de fadas, épicos
e importantes filmes ao longo da história. Atualmente, muito mais gemas
finas, têm sido disponibilizadas pra as pessoas comuns, do que em qualquer
outro tempo da história.

O que faz uma pedra ser considerada uma gema?

Geralmente falando, uma gema é uma pedra, melhor dizendo um mineral que
é bonito, raro e durável (resistente a abrasão, ao faturamento, a reações
químicas etc.). Alguns minerais pedem ser bastante bonitos, porém são
bastante moles, são riscados facilmente, a exemplo da fluorita que é
extremamente colorida e bonita, porém tem dureza 4 na escala de Moh, e tem
4 perfeitas direções de clivagem, o que torna esta gema uma raridade estranha
quando lapidada. Outros minerais são tão comuns que são dados o status de

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semipreciosos (exemplo as ágatas). A maioria das gemas tem boa dureza, ou
seja, maior do que 5 na escala de Moh e um alto índice de refração ( quanto
mais alto o índice de refração maior o brilho). Todas as gemas têm seu grau de
imperfeição, mesmo o mais perfeito dos diamantes, tem quatro direções de
clivagem.

A maioria das gemas são silicatos, que podem ser bastante estáveis. Umas
poucas gemas são óxidos, e apenas uma única gema, o diamante, é composta
de um simples elemento o carbono. Existem também algumas gemas que não
são verdadeiramente minerais e são chamadas de mineralóides, como a opala,
o âmbar e a moldavita.

A gema diamante

O diamante é a gema insuperável, ela tem poucos pontos fracos e muitos


pontos fortes. É bem conhecido que o diamante é a substância mais dura
encontrada na natureza. Mais poucas pessoas sabem que o diamante é quatro
vezes mais duro do que o coríndon (safira e rubi) que é o outro dos minerais
mais duros da natureza. Porém mesmo duro como ele é, não significa que ele
seja inquebrável, impenetrável. O diamante tem quatro direções de clivagem,
significando que se ele recebe uma pancada em uma dessas direções ele se
clivará ou se parirá. Um engastador habilitado em diamantes ou um joalheiro
experiente se previnirá ao lapidar e engastar gema na peça de joalheria
escolhida.

Como gema, um dos poucos defeitos do diamante (sua clivagem perfeita)


pode ser ignorada levando-se em conta a soma das suas qualidades. O
diamante ocorre em várias cores, tem alto índice de refração, alta dispersão ou
fogo, baixa reatividade a produtos químicos, é raro e transparente, tem alta
dureza e durabilidade. O diamante é a pedra dos aniversariantes do mês de
abril.

Em termos de propriedades físicas o diamante é insuperável em várias delas:

Dureza: o diamante é perfeito, o diamante é 10, ou seja, o topo da escala de


dureza.

Transparência: O diamante é transparente a vários comprimentos de onda


(do ultravioleta ao infravermelho) mais do que qualquer outra substancia
sólida ou líquida, nenhuma delas chega perto do diamante.

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Condutividade Térmica: os diamantes conduzem calor melhor de qualquer
substância, cinco vezes melhor do que a prata que o segundo colocado.

Ponto de Fusão: o diamante tem o mais alto ponto de fusão (3.546, 84


gruas Centígrados).

Densidade atômica: os átomos de diamante são empacotados tão juntos


entre si, maiores do que os átomos de qualquer substância.

O diamante é um polimorfo do elemento carbono. A grafite é outro polimorfo.


Os dois compartilham a mesma química, ou seja, ambos são carbonos, porém
eles têm diferentes estruturas e propriedades. O diamante é duro, a grafite é
mole (lembre do miolo do lápis) O diamante é um excelente isolante de
eletricidade e a grafite é um bom condutor de eletricidade. O diamante é o
melhor abrasivo e a grafite é um ótimo lubrificante. O diamante é transparente
a grafite é opaca. O diamante se cristaliza no sistema isométrico e a grafite no
sistema hexagonal.

Características Físicas:

Cor: é variável e é, incolor, branco, rosa, amarelo, marrom, cinza, azul,


vermelho, verde, etc. E ocorre em vários tons do pálido ao escuro.

Brilho: adamantino a ceroso.

Transparência: são transparentes a translúcidos nos cristais brutos.

Sistema Cristalino: isométrico.

Hábito Cristalino: incluem formas isométricas como cubos, octaedros e


formas geminadas também ocorrem.

Dureza: 10 na escala de Moh.

Densidade: 3,5

Clivagem: perfeita em quatro direções formando octaedros.

Fratura: conchoidal.

Traço: branco.

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Minerais associados: aqueles encontrados nos quimberlitos e em rochas
ígneas ultramáficas compostas principalmente de olivina.

Índice de Refração: 2,4 (bastante alto).

Dispersão: 0,044.

Ocorrências Notáveis: África do Sul, e outros paises da África, Índia, Brasil,


Rússia, Austrália, Estados Unidos etc.

MINERAÇÃO DE DIAMANTES.

De todos os diamantes minerados no mundo a cada ano, menos da metade são


de qualidade gemológica, a outra parte é classificada em duas categorias
principais, a primeira como quase gema e a outra como diamante industrial. O
diamante qualificado como gema, mostra um alto padrão de excelência em
qualidade e é usado em joalheria. A pureza destes diamantes vai do limite
sem defeitos ao de inclusões visíveis.

Os diamantes classificados como quase gemas, representam aquelas pedras de


qualidade entre as gemas e os diamantes industriais, e de fato podem ser
usados para qualquer um dos fins, dependendo da qualidade da pedra
individualmente. Os limites de variação destas pedras vão de inclusões
visíveis ao diamante industrial.

Os diamantes de qualidade industrial são de baixa qualidade gemológica, tem


bastantes inclusões e só são adequados ao uso industrial, como, por exemplo,
usados nas brocas de dentista, em brocas de sondagem de rochas e em outros
equipamentos de movimentação de terra.

Minas de diamantes.

Os diamantes são recuperados por meio de minas denominadas cachimbos ou


chaminés (pipes) ou minas aluvionares.

Minas em cachimbos ou chaminés

As minas em chaminés referem-se às extrações ou lavras de diamantes de


chaminés vulcânicas. Tipicamente uma grande área tem que ser coberta. Uma

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média de 250 toneladas de minério deve se minerada a fim de produzir um
quilate de gema de qualidade.

Na maioria das minas em chaminés a rocha hospedeira é o quimberlito ou


também escrita kimberlito, chamada de rocha azul, quando a rocha foi
bastante serpentinizada ou rocha amarela quando a rocha próxima à superfície
foi bastante intemperizada e oxidada. Inicialmente o quimberlito é lavrado a
céu aberto e depois em minas subterrâneas. A rocha minerada é transportada
para plantas de beneficiamento onde os diamantes são separados da rocha.

Minas Aluvionares.

Estas minas envolvem a lavra de diamantes de camadas de rochas de praias de


rios e oceanos. Milhões de anos atrás, no tempo em que as chaminés de
diamantes foram formadas, a intemperização retirou os diamantes da rocha
hospedeira e os arrastou a grandes distâncias ao longo de rios chegando até
aos oceanos.

A fim de se extrair estes diamantes das praias, paredes têm que ser construídas
para deter a força das ondas. Às vezes camadas de mais de 25 metros de
profundidade de areia tem que ser retiradas para se alcançar à camada rica em
diamante. Uma vez alcançada a camada rica, a mesma é minerada e
transportada para plantas de beneficiamento onde os diamantes são separados.

Lapidação e Polimento de diamantes.

A história da lapidação e polimento de diamantes teve sua origem na Índia,


onde ele foi descoberto há muitos anos atrás pelos lapidadores indianos, que
começaram a polir os diamantes esfregando-os uns aos outros.

Hoje os diamantes e seu pó têm um importante papel na lapidação e polimento


do diamante e de outras gemas. Hoje as máquinas modernas tomaram lugar
das ferramentas tradicionais de lapidação.

A lapidação e o polimento de diamantes em qualquer lugar requerem de


diversas horas e até meses para serem feitos. Durante este processo o diamante
perde em media metade de seu peso original.

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Todos os tipos de lapidação de diamante têm fórmulas geométricas que foram
deixadas como legados e aperfeiçoadas por mestres lapidadores através dos
anos. A moderna lapidação tipo brilhante (a mais difundida no mundo) foi
inventada em 1919 por Marcel Tolkowsky. Esta lapidação tem 57 ou 58
facetas, cada uma ajustada para cobrir uma superfície definida em um ângulo
determinado. Mesa é o nome do topo plano da lapidação chamada de
brilhante. A mesa é também a maior face ou faceta o brilhante.
A face oposta à mesa é a costeleta, a menor, a minúscula faceta da base do
brilhante. Vide figura abaixo:

A lapidação brilhante tem várias formas, como a redonda, oval, pêra,


marquesa, coração, radiante, esmeralda, princesa etc. Vide figura abaixo:

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Na figura acima vemos diferentes tipos de lapidação, do alto, da esquerda para
direita, de cima para baixo: redondo, marquesa, oval, esmeralda, pêra,
coração, lapidação simples e baguete.

A lapidação princesa é uma forma quadrada da lapidação tipo brilhante,


enquanto a lapidação chamada de tipo esmeralda refere-se à variação da
lapidação tipo brilhante na qual as facetas são alongadas na forma de um
retângulo.

PESQUISA DE DIAMANTE

A seguir falaremos de uma maneira sucinta como se realiza a pesquisa de


diamante. A pesquisa ou exploração de diamante é uma atividade de alto risco,
que requer grandes investimentos e um compromisso de longo prazo pra se
alcançar à devida recompensa econômica. Deste modo, somente grandes e
experientes empresas em geral se comprometem e se arriscam nesta área.

Prospecção mineral

Geoquímica

O método geoquímico usado na exploração mineral do diamante baseia-se


principalmente no reconhecimento de minerais indicadores da presença de
diamante em rochas do manto superior da terra, das quais falaremos adiante. O
diamante é estável sob altas pressões.

Depósitos econômicos de diamantes são encontrados em quimberlitos e


lamproitos e também em aluviões. Os quimberlitos e lamproitos são rochas
ígneas originadas de grandes profundidades na crosta terrestre. Elas contêm
minerais pesados e possivelmente diamantes, que são transportados até a
superfície da crosta, quando estas rochas entram em erupção. Os minerais
pesados são muito mais abundantes do que o diamante, mais ocorrem
associados com ele, nos quimberlitos e lamproitos erodidos. Por isto, na
prospecção do diamante, analisamos amostras para estes minerais indicadores,
muito mais do que inicialmente para o próprio diamante. Amostras de solos,
tilitos, sedimentos de corrente e rochas são coletadas e cuidadosamente
processadas para se separar os minerais pesados que são inspecionadas grão
por grão para se determinar o espécime e a abundancia destes minerais
indicadores e se há diamantes presentes. O conhecimento dos mecanismos e as
direções de transporte destes materiais nos permitem traçar a localização fonte

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dos quimberlitos ou lamproitos e também identificar depósitos aluviais de
interesse econômico.
Um grão individual do mineral indicador é analisado e através das
informações coletadas podemos determinar a que temperatura e pressão ele foi
formado. E se estas temperaturas e pressões coincidirem com as pressões e
temperaturas de formação do diamante, então é altamente provável que o
quimberlito e lamproito fonte possa conter diamante. Então poderemos focar a
pesquisa nestas ocorrências com indicadores muito mais de que em
ocorrências sem indicadores.
Certos minerais estão presentes nas rochas mo manto superior que ocorrem
com diamantes nos cachimbos ou dutos de quimberlito e lamproitos, também
encontrados nas proximidades destes corpos de rochas em casos como
xenólitos ou inclusões de diamantes. Alguns destes minerais, como são
resistentes ao intemperismo e como são mais densos do que as areias
quartzosas, se concentram nos fundos dos canais de drenagem. Minerais
indicadores - porque eles ocorrem mais abundantemente do que os diamantes,
os geólogos de exploração mineral procuram por estes minerais chamados de
“indicadores” e também de “satélites”, nos cascalhos das regiões a serem
exploradas, com potencial de serem ricas em diamantes”.
Os minerais indicadores de diamante, em ordem decrescente de importância
são: granada, cromita, ilmenita, clinopiroxênio, olivina e zircão. E em ordem
de persistência nas drenagens são; zircão, ilmenita, granada, diopsídio
cromitífero, e olivina. O diamante obviamente é o mais importante indicador.

A maioria dos minerais indicadores tem


uma cor distinta. Vistos acima temos
piropo, granadas vermelhas, piroxênios
cromitíferos verdes, ilmenitas e
cromitas pretas, e olivinas amarelo

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esverdeadas. Foto: George E. Harlow.

Geofísica

A maioria dos quimberlitos e lamproitos ocorre como canos ou cachimbos ou


corpos em forma de cenouras com diâmetro que vão de poucos metros a
centenas de metros. E por causa de sua origem especial de profundidades da
terra, eles são distintivamente magnéticos e condutivos. Estas propriedades
podem ser medidas a despeito destas rochas ocorram aflorando ou cobertas
por solos, outras rochas ou por água.

Por esta razão pesquisas geofísicas são conduzidas para se medir as


propriedades magnéticas e elétricas das rochas próximas a superfície da
crosta. Estas medidas podem ser feitas usando aviões ou helicópteros ou
podem ser feitas no solo. Feições magnéticas ou elétricas circulares,
subcirculares (anomalias) possivelmente refletindo a presença de quimberlitos
e lamproitos podem ser investigadas então para se verificar a presença de

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minerais indicadores e diamante e depois a pesquisa pode ser prosseguida com
sondagens.

Sondagens

As sondagens fornecem amostras de fragmentos, lascas e testemunhos das


rochas da superfície da terra que são perfuradas ou sondadas. E estas amostras
permitem testes e analises para as fontes de minerais indicadores e de
diamante, dos locais de anomalias elétricas e magnéticas. As sondagens são os
passos finais e mais caros da exploração mineral, a depender dos locais que se
encontram as anomalias e da necessidade de sondagens de grande diâmetro,
para retirada de amostras de grande volume. As sondagens de grande volume
são importantes, pois os resultados das analises destas amostras, são
estatisticamente mais representativos do que as de sondagens de menor
diâmetro. Os dados coletados das análises das amostras de sondagens são
usados na avaliação de reservas do depósito mineral.

As amostras de fragmentos e testemunhos de sondagens são em geral


transportadas para laboratórios, onde são digeridas por soda cáustica que
dissolve a maioria dos minerais exceto os diamantes. A detecção da presença
de diamante é bastante encorajadora para continuidade da exploração mineral.
Enquanto que o número de diamantes recuperados por quilograma dá uma
indicação preliminar do potencial econômico do depósito.

Se as sondagens de reconhecimento revelam diamante de potencial


econômico, sondagens posteriores e amostras de grande volume são retiradas
para se determinar o teor do depósito (quilates por toneladas) e o valor dos
diamantes (dólares por quilates).

Salvador, 28/11/2007.
João Tarcisio de Almeida
Geólogo do 7ºDs/DNPM/BA – 7ºDistrito do Departamento Nacional de
Produção Mineral.
e-mail: joão.almeida@dnpm.gov.br

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