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Anlise Histrica Do Convento Do Desterro
Anlise Histrica Do Convento Do Desterro
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- Como exemplo da racionalidade da planta e a durabilidade deste tipo eclesial, refira-se a sequência de
fundçaões colegiais da Rua da Sofia e de Coimbra em geral: Igreja do Colégio da Graça, Coimbra (1542),
Colégio de S. Bernardo, Coimbra (1542-1545), Colégio de S. Tomás, Coimbra (1547-1555), Colégio do
Carmo, Coimbra (1548-1600), Colégio de S.Paulo, Coimbra (c. 1550), Colégio de S. Domingos, Coimbra
(1555), Colégio de S. Jerónimo, Coimbra (1565) e Colégio da Companhia de Jesus, Coimbra (1568).
Ainda, no ciclo que interessa aqui salientar, irá ser construída sendo estes princípios um colégio, tardio,
com data de fundação em 1634 e que parece dar o mote para a continuidade desta tipologia: é o caso do
Colégio de S. Bento de Coimbra, da Ordem beneditina.
Planta do Colégio de S. bento de Coimbra (desaparecido). (seg. Kubler)
Colégio de S. bento de Coimbra (desaparecido). Desenho de Albrecht Haupt)
Igreja de S. Vicente de Fora, Lisboa, 1581-1587 (Juan de Herrera, 1581; Filipe Terzi, 1581-1587; Baltazar Álvares,
1587-1624; Teodosio de Frias, 1611) (seg. Kubler)
À esquerda: planta da Igreja do Colégio da Companhia de Jesus de Santo Antão, em Lisboa (desparaceida) (Baltasar Álvare,1579,
1613; P. Silvestre Jorge 8até 1608); Diogo Marques Lucas (1614). À direita: planta da igreja do Colégio novo da Companhia de
Jesus em Coimbra, actual Sé Nova (1598‐1698 (Baltazar Álvares, 1598) (seg. Chico; seg. Kubler)
Para este contexto da produção arquitectónica portuguesa que abrange o ciclo
filipino como se disse atrás, mas também as realizações arquitectónicas pós‐
Restauração (pós‐1640), cite‐se Miguel Soromenho, quando refere “os interiores
tendencialmente homogéneos da arquitectura portuguesa posterior à reforma
tridentina acompanhavam, a par e passo, as inovações litúrgicas europeias e, com
especial atenção, as que entretanto ocorriam em Itália (…), desaguando em três
modelos planimétricos diferentes, segundo a classificação proposta por G. Kubler (…),
mas que devemos talvez reconhecer como variantes de uma matriz única, gerada a
partir da supressão da divisão interna em múltiplas naves, mesmo no chamado tipo
criptocolateral, onde elas se mantinham, camufladas numa sucessão de capelas
ligadas por um corredor contínuo”. 2
O protótipo para o tipo de fachadado Desterro e de outros –muitos‐ templos
derivando desta organização formal, encontra‐se na arquitectura do Mosteiro de S.
Vicente de Fora.
Fachada da igreja de S. Vicente de Fora, Lisboa, 1581-1587 (Juan de Herrera, 1581; Filipe Terzi, 1581-1587; Baltazar
Álvares, 1587-1624; Teodosio de Frias, 1611)
2
- SOROMENHO, Miguel, A arquitectura do ciclo filipino, Porto, FUBU Editores, 2009, p. 26-27.
3
- SOROMENHO, idem, p. 31.
A fachada deste edifício consagrou este tipo de disposição dos seus elementos
constituintes, com uma arcaria tripla em baixo dando entrada para um nartex,
de onde partem pilastra de ordem “gigante” até à cimalha. Os copos das torres
são decorados segundo dois registos, com nichos em baixo, e em cima. As
janelas que iluminam a nave são três, no corpo central da fachada e situam-se
no segundo piso.
Igreja do Colégio da Companhia de Jesus de Santo Antão, em Lisboa (desparecida) (Baltasar Álvares,1579, 1613; P. Silvestre Jorge
(até 1608); Diogo Marques Lucas (1614). (seg. Haupt)
Igreja do Mosteiro do Desterro, em Lisboa (parcialmente preservada) (Felipe Terzi, 1591; Baltasar Álvares ?; Diogo Marques
Lucas. (seg. Haupt). Concluída em 1640
Igreja do Mosteiro do Desterro, em Lisboa (fahcada original antes do Terramoto)) (Felipe Terzi, 1591; Baltasar Álvares ?; Diogo
Marques Lucas. (seg. Haupt). Concluída em 1683