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O Programa de Controle Ergonômico – PCE é um conjunto de técnicas e instrumentos utilizados no sistema de gestão de ações
ergonômicas dentro da empresa. Os membros do comitê foram divididos em sub-comitês que contaram com um líder, um
secretário e funcionários. Cada sub-comitê foi constituído por uma média de cinco funcionários. Um treinamento de ergonomia
com duração de 24horas/aula foi ministrado para os gerentes, supervisores e funcionários da empresa. Um exemplo de ação do
comitê foi à análise ergonômica do posto de trabalho do setor de passadores. Funcionário transporta 160 latas de carda por turno.
O funcionário deve alimentar 5 passadores, e retornar com as latas vazias. Estas latas se movimentam por um sistema de rodízio
com buchas que estavam gastas e travadas devido ao acúmulo de pó e fios de algodão. Este fato dificultava puxar as latas
sobrecarregando as articulações dos membros superiores e da coluna vertebral do trabalhador. Este fato foi confirmado com o alto
índice de afastamento devido a lombalgia e dores nos ombros observados no ambulatório médico. O esforço para puxar as latas foi
de 14 Kg e de empurrar a lata de 15 Kg. Foi sugerido a substituição do sistema de rodízio para rodízio com rolamento e nylon. No
teste de esforço com as novas rodas observou-se uma redução de 54,7% no esforço exigido ao puxar a lata e 57,5% ao empurrar
lata. O novo sistema de rodas é mais barato levando a uma economia de R$ 32.160,00 em 18 meses. O Programa de Controle
Ergonômico está na fase final de implementação na empresa. A próxima etapa será o desligamento do consultor da empresa
permitindo que o grupo seja o seu próprio gestor das questões ergonômicas. Num período ainda a ser determinado pela empresa
teremos auditorias para certificar a continuidade e a eficácia do programa.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho teve seu início a partir do diagnóstico das condições ergonômicas da empresa. Após uma detalhada
análise ergonômica dos postos de trabalho foi elaborado um relatório indicando as situações criticas e recomendações.
Com a demanda gerada sugeriu-se a criação do Programa de Controle Ergonômico – PCE como um instrumento de
gestão que pudesse viabilizar a implementação das recomendações e uma administração das novas demandas pela
própria empresa.
O PCE, portanto, constituiu-se em um conjunto de técnicas e instrumentos utilizados no sistema de gestão de ações
ergonômicas dentro da empresa. Este programa está ligado ao serviço de engenharia de segurança e medicina do
trabalho (SESMT). Nesta indústria o PCE foi inserido dentro do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO). O PCE, juntamente com o Programa de Conservação Auditiva (PCA) e o Programa de Proteção
Respiratória (PPR), compõem a Comissão Interna de Apoio aos Programas de Proteção, Controle e Conservação de
Saúde Ocupacional (CIAPS). O PCE trabalha também em sintonia com os programas de ações da segurança do
trabalho, de Controle de Qualidade, de Gestão do Meio Ambiente e outros programas da empresa.
2. OBJETIVOS DO PCE
3. COMITÊ DE ERGONOMIA
O comitê de ergonomia teve a participação de vários membros da empresa, preenchendo os seguintes cargos:
coordenador, secretária geral e membros do comitê. Os membros do comitê foram divididos em sub-comitês que
contaram com um líder, um secretário e funcionários. O número de sub-comitês foi determinado de acordo com o
número de setores que o comitê teve que se responsabilizar. Cada sub-comitê foi constituído por uma média de cinco
funcionários escolhidos de acordo com os critérios abaixo:
A coordenação geral do comitê ficou a cargo da engenheira de segurança. Ela ficou responsável por coordenar todos os
sub-comitês e por ser o contato entre os trabalhadores e o comitê deliberativo, gerência ou diretoria da empresa.
A secretária geral era um funcionário do SESMT. Este funcionário ficou responsável pelo controle documental e pelas
convocações para as reuniões. Para este cargo buscou-se um funcionário com as seguintes características:
1) Ser uma pessoa organizada;
2) Ter conhecimento de informática;
3) Ter facilidade de escrita e síntese.
Para liderança do sub-comitê foi escolhido um funcionário da produção, que tivesse um bom conhecimento de todo o
processo produtivo da empresa e que tivesse uma boa relação interpessoal. A função deste funcionário era de gerenciar
as ações dos integrantes do sub-comitê e ser o elo de conexão do sub-comitê com o coordenador do comitê de
ergonomia.
O secretário de cada sub-comitê era um técnico de segurança e apresentava o mesmo perfil da secretária geral. Este
funcionário ficou responsável pelo controle documental e pelas convocações para as reuniões. Os outros membros
representantes dos sub-comitês foram selecionados dentro do seguinte perfil:
1) Conhecimento do processo produtivo;
2) Ter um papel de destaque e liderança nos seus respectivos setores;
3) Ter boa relação com os colegas;
O Comitê de Ergonomia fazia pelo menos uma reunião mensal para cumprir o gerenciamento ergonômico. Estas
reuniões foram previstas no calendário anual da empresa. Os principais objetivos que o comitê tinha que alcançar
seguem listados abaixo:
• Atender a legislação vigente, NR17 do ministério do trabalho;
• Identificar situações críticas de problemas ergonômicos;
• Criar soluções que melhor se aplicassem aos problemas ergonômicos;
• Desenvolver medidas preventivas visando redução de transtornos músculo esqueléticos entre os
trabalhadores;
• Criar o mapa do nível de risco ergonômico para todos os setores da empresa;
• Acompanhar o andamento das implementações ergonômicas;
• Preparar agenda das ações ergonômicas para um período de 6 meses;
• Prestar conta periodicamente das atividades ao diretor industrial da unidade;
• Promover um ambiente de trabalho seguro e sadio, estabelecendo um eficiente método de gerenciamento
de riscos ergonômicos;
• Participar de forma ativa de novos projetos de reestruturação, criação ou expansão das áreas de trabalho; e
• Contribuir nas certificações que envolvessem saúde, segurança e meio ambiente e qualidade total, em
especial OSHAS 18001,18002.
4. CONSELHO DELIBERATIVO
O conselho deliberativo foi composto pelo gerente da fábrica (Presidente do Conselho), médico coordenador do
PCMSO, engenheiro de segurança e o coordenador de recursos humanos. A função deste conselho era deliberar sobre
questões que não puderam ser resolvidas pelo comitê de ergonomia. Tais como:
• Questões ergonômicas que requeressem intervenções de ordem organizacionais
• Questões ergonômicas que requeressem aprovação de orçamento
• Conflitos entre integrantes do comitê
• Substituições com nomeações de um novo membro
• Outras
5. TREINAMENTO EM ERGONOMIA
Um treinamento de ergonomia com duração de 24horas/aula foi ministrado para os gerentes, supervisores e
funcionários da empresa. O conteúdo programático abordava os seguintes tópicos:
• Definição de ergonomia;
• Considerações sobre a biomecânica ocupacional com ênfase nas regiões da coluna vertebral e dos membros
superiores;
• Fatores de risco associados a disfunções musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho;
• Posturas no trabalho;
• Apresentação de estudos de casos ilustrativos de intervenções ergonômicas;
• Conceitos de sistema;
• Equipe multidisciplinar;
• Papel do ergonomista;
• Ergonomia participatória;
• Conceitos de microergonomia e macroergonomia;
• Conceito de organização do trabalho;
• Fatores organizacionais que influenciam a relação homem X trabalho;
• Discussão sobre a Norma Regulamentadora de Ergonomia – NR 17;
• Métodos e procedimentos utilizados na coleta de informações para análise ergonômica;
• Instrumentação;
• Apresentação de estudos de casos;
• Discussão de situações problemas;
• O papel do comitê de ergonomia; e
• Abordagem prática do grupo analisando situações de trabalho dentro da fábrica.
Funcionário transporta 160 latas de carda por turno. O peso calculado foi de 87,5Kg cada, totalizando 14.000
kg./turno. O funcionário deve alimentar 5 passadores, e retornar com as latas vazias (Figura 1). Estas latas se
movimentam por um sistema de rodízio com buchas que estavam gastas e travadas devido ao acúmulo de pó e fios
de algodão (Figura 2). Este fato dificultava puxar as latas sobrecarregando as articulações dos membros
superiores e da coluna vertebral do trabalhador.
Ao aplicar um questionário de dor/desconforto nos funcionários deste setor observou-se queixa de 74% na
articulação do ombro e 65% na região lombar. Este fato foi confirmado com o alto índice de afastamento devido a
lombalgia e dores nos ombros observados no ambulatório médico.
Com o objetivo de quantificar o esforço exigido ao transportar as latas foi feito o teste de dinamômetria usando
uma célula de força e um dinamômetro digital. O esforço para puxar as latas foi de 14 Kg (Figura 3) e de
empurrar a lata de 15 Kg (Figura 4).
6.1.2 Medidas Proposta
Substituição do sistema de rodízio atual (bucha e borracha) das latas das cardas para rodízio com rolamento e nylon
(Figura 5). Para justificar esta medida um levantamento dos custos envolvidos e nova avaliação de esforço usando
dinamômetro foi feito com os novos rodízios com rolamento e nylon.
No teste de esforço observou-se uma redução de 54,7% no esforço exigido ao puxar a lata e 57,5% ao empurrar
lata.
6.1.3 Justificativas para substituição e ganhos para os funcionários e empresa
7. CONCLUSÃO:
O Programa de Controle Ergonômico está na fase final de implementação na empresa. Os comitês estão começando a
desenvolver suas atividades de uma forma mais independente sem muita participação do consultor para direcionar as
suas ações. A próxima etapa será o desligamento do consultor da empresa permitindo que o grupo seja o seu próprio
gestor das questões ergonômicas. Num período ainda a ser determinado pela empresa teremos auditorias para certificar
a continuidade e a eficácia do programa.
FIGURAS EM ANEXO
FIGURAS ANEXO