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GRUPO SER EDUCACIONAL

SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – SESPI


FACUDADE MAURÍCIO DE NASSAU – UNIDADE PARNAÍBA
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

THAYS ARAUJO SOARES

RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO:” O SUS E A POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DE


SAÚDE “.

PARNAÍBA-PI
2019
O SUS e a Política Nacional de Promoção de Saúde: perspectiva resultados, avanços e
desafios em tempos de crise, é um artigo escrito por Deborah Carvalho Malta (da Escola de
enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em saúde coletiva), Ademar
Arthur Chioro dos Reis (Político, médico sanitarista e professor do departamento de Medicina
Preventiva, escola paulista de medicina da Universidade Federal de São Paulo). Patrícia
Constante Jaime (Nutricionista, professora associada do departamento de nutrição da faculdade
de saúde pública (FSP), Pós Doutora em Epidemiologia Nutricional pelo Núcleo de Pesquisa
Epidemiológicas em Nutrição e Saúde. Otaliba Libanio de Morais Neto (Médico pela Universidade
Federal de Goiás, Mestre e Doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas).
Marta Maria Alves da Silva (graduada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás e Mestra
em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas) e Marco Akerman (Médico e
Especialista em Saúde Pública e Medicina Social pela Universidade Federal de Minas Gerais,
especialista em Gestão Hospitalar para o setor público pela Fundação Getúlio Vargas, Mestre em
Planejamento e Financiamento do Setor de Saúde e PhD Epidemiologia e Saúde Pública pela
Universidade de Londres.
Os autores do texto trazem uma discussão sobre as dificuldades de executar a Política
Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). A PNPS foi aprovada em 2006 e revisada em 2014 e
tem como objetivo principal analisar as condições e substâncias sociais da saúde no processo de
saúde-doença. E algumas prioridades são a intersetorialidade e a criação de redes (como o
enfrentamento ao uso de tabaco e seus derivados, alimentação adequada e saudável, práticas
corporais e atividades físicas, promoção do desenvolvimento sustentável, o enfrentamento do uso
abusivo de álcool e outras drogas, promoção de mobilidade segura e sustentável e a promoção
da cultura da paz e de diretos humanos) que tragam benefícios a qualidade de vida.
De acordo com o texto, para promover a saúde é necessário uma série de estratégias
para produzir saúde tanto individual quanto em grupo, em prol da melhoria na qualidade de vida,
atendendo as necessidades sociais de saúde. O texto também vem trazer uma avaliação dos
resultados prioritários da PNPS e discutir as forma de mantê-la em tempos de crises.
A primeira prioridade foi o enfretamento do tabagismo que no ranking de principais fatores
de risco de doenças, o tabaco caiu de segundo em 1990 para quarto lugar em 2015 segundo o
estudo do Carga Global de Doenças para o Brasil. Entre as estratégias para esse declínio temos
a proibição da propaganda do tabaco na década de 1990. Outra estratégia complementar no Brasil
foi em 2006, onde o país ratificou através do decreto N° 5.659 a Convenção –Quadro sobre
controle do uso do Tabaco – CQCT. A Lei nº12.546 de 2011 que proíbe o ato de fumar em
ambiente coletivo, aumenta a taxa do cigarro em 85%, o preço mínimo para a venda e impedir a
venda de produtos contrabandeados. Outro decreto presidencial, o nº 8.262 de 2014, também
aumenta o espaço de advertências do cigarro, regulamenta ambientes livres para fumo e definiu
como responsabilidade da vigilância sanitária de estado e município a fiscalização assim também
como a penalidade para infração. As medidas tomadas são excelentes, mas no Brasil ainda falta
muita fiscalização quanto a isso, é muito precária e para que melhore necessitamos de punições
mais severas ao infrator. E não é porque tivemos uma melhora que devemos parar, muito pelo
contrário, ainda temos muito que avançar e melhorar.
Depois temos o enfretamento ao uso abusivo de álcool que temos como destaque a
implementação dos Centros de Apoio Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS-Ad). Também a
temos Lei seca que tem como objetivo impedir consumo de bebidas alcoólicas para condutores
de veículos automotores. A OMS defende a preconização em aplicar proibições sobre a exposição
ao anúncio de álcool (na mídia) e impor restrições sobre a disponibilidade física de álcool
comercializado (redução dos horários de venda). Também existe a baixa fiscalização da lei
nº13.106/15 que criminaliza a venda de bebida alcoólica para crianças e adolescentes. A OMS
também recomenda proibir promoções de bebidas alcoólicas em relação a patrocínio e atividades
voltadas para jovens. Outro grande problema é a lei Nº 9.294/1996 que considera restrições ao
marketing do álcool somente para bebidas com teor alcoólico superior a 13 graus Gay Lussac,
excluindo assim as cervejas e as bebidas ices. A droga do álcool é quem mais atinge a nós jovens
e todos alcoólatras começaram da nossa idade ou mais cedo. Então necessitamos de programas
voltados com mais atenção para isso. Para que os jovens de hoje aprendam beber o mais tarde
possível e sem com segurança e responsabilidade. E para necessitamos de mais fiscalização
também, conscientização a comerciantes, donos de festa e a própria família. Pois ainda é muito
falho a fiscalização de bebidas alcoólicas para menores de idades, assim como a entrada em
festas.
A PNPS também sugeri promover mobilidade segura e sustentável. Uma das medidas
principais é o Projeto de Vida no Trânsito (PVT) que foi implantado em Belo Horizonte, Curitiba,
Teresina, Palmas e Campo Grande. Teve excelente resultado e foi expandido para todas as
capitais e cidades acima de 1 milhão de habitantes em 2011. A prioridade em intervir desse projeto
foi a associação entre álcool e direção, e a velocidade excessiva ou inadequada para a via. Os
resultados foram positivos, foram utilizadas a taxa de mortalidade por acidente de transporte
terrestre (ATT) e como causa de comparação todas as mortes, exceto as eternas. O estudo
mostrou redução relativa da taxa de mortalidade por ATT nas capitais estudadas, exceto Campo
Grande. Já que o resultado foi muito significativo falta mesmo fiscalizar, aumentar o números de
blitz de trânsito, cobrar mesmo boas atitudes no trânsito já que todos estão sendo conscientizados.
Um dos objetivos a se alcançar também é a promoção da cultura da paz e dos direitos
humanos. Um dos avanços intersetoriais é a Lei Maria da Penha, a Política Nacional de
enfretamento ao Tráfico de Pessoas, Plano Nacional de Enfretamento à violência Sexual infanto-
juvenil e o Plano Juventude VIVA que tem como objetivo prevenir homicídios em jovens negros.
O VIVA permite mostrar a violência doméstica e sexual que ainda está imperceptível pela
sociedade. Esse assunto precisa ser muito debatido, pois de acordo com o texto o número de
violência principalmente contra as mulheres teve aumento de 70% entre os anos de 2011 e 2015
e por mais quem tenham sido articuladas ações de proteção às vítimas é extremamente um
monitoramento nessas leis constantemente. E um plano que realmente mantenha vítima segura
após a primeira denúncia, longe de qualquer contato com o agressor. O texto ressalta um grande
risco de retrocesso nas políticas de direitos humanos. O estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826,
de 22/12/2003) reduziu os homicídios em 2004, mostrando ser possível prevenir violência. Estudo
de Souza et al., apontou redução de cerca de 3,2 mil homicídios em decorrência do recolhimento
de arma. Mas que infelizmente nesse ano de 2019 essa lei foi revogada, com a proposta do atual
presidente que tem como objetivo armar toda a população. Outras dificuldades é enfrentar a
redução da maioridade penal, garantindo o ECA e não permitir retrocessos na Lei do Aborto que
garanti a mulher o direito de fazer aborto nos casos previstos na legislação. Acredito que esse seja
o âmbito de maior dificuldade no atual cenário político em que estamos vivendo, já que além da
revogação da lei do desarmamento também foi criado um decreto pelo atual presidente que
garante que mais de 2 bilhões de munições podem ser compradas por brasileiros que já têm
armas. Outras propostas também pelo atual governo que precisam ser barrada é a redução da
maioridade penal de 18 para 16 anos, a proibição do aborto e a tentativa de revogar a lei do
feminicídio que foi criada em 2015. Aproveito ainda para salientar que o artigo traz como um dos
motivos a tentativa do suicídio, as violências homofóbicas contra as mulheres e homens em todas
as idades que levou o STF a tomar a atitude de aprovar uma lei que criminalize a homofobia e
encaixe na lei de racismo. Uma lei como essa que apenas garante a segurança de cidadãos já
devia ter sido criada há muito tempo.
Outra prioridade da PNPS é a alimentação adequada e saudável que é um direito básico
determinante da saúde. Diversas ações foram aplicadas pela segurança alimentar e nutricional
(SAN) como articulações intersetoriais e intrassetoriais, buscando a produção do cuidado e a
autonomia dos indivíduos e das comunidades, implementação de equipes de apoio
matricial(NASF), o acompanhamento sistemático das condições de saúde dos beneficiários do
programa bolsa família (PBF), a implementação do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e
Nutricional (SISVAN), o incentivo ao aleitamento materno, o programa de saúde na escola (PSE).
Além de incentivar o aumento de consumo de hortaliças, a redução do consumo de sal e deter o
crescimento de obesidade. E embora a redução do consumo de sódio tenham sido
estatisticamente significantes ainda é um grande desafio vencer a obesidade no país. Sabemos
que o que falta mesmo é uma reeducação alimentar. E para isso é necessário a inserção de
nutricionistas nas escolas, principalmente nas bases, no jardim. Além de inserir também este
profissional no meio familiar, ou seja, nas comunidades.
A Prática Corporal/atividade física é outro eixo da PNPS e tem como foco a organização
da vigilância de fatores de risco e de proteção de doenças crônicas não transmissíveis. Que deu
grande avanços no financiamento de projetos municipais de atividade física e a criação do
Programa Academia da Saúde que tem objetivo a atenção básica, buscando a integralidade das
práticas, a inserção da promoção de saúde no cotidiano das equipes e a articulação com os
Núcleos de Apoio à Saúde Familiar (NASF). Está iniciativa já foi excelente, só falta mesmo
campanhas ao combate do sedentarismo. Para que as pessoas conheçam os risco e saiam do
seu comodismo e adotem uma prática de vida mais saudável, com exercícios diários e alimentação
adequada.
E por fim do top 7 de prioridades temos a Promoção do Desenvolvimento Sustentável,
em áreas como a região turística do meio norte (Piauí, Maranhão e Ceará) e plano de
desenvolvimento sustentável do Xingu. A saúde é uma pré-condição para esses
desenvolvimentos. Essas regiões turísticas que necessitam de mais apoio e prevenção quanto de
saúde quanto no meio ambiente. Tanto para a saúde dos próprios moradores quanto os turistas
do mundo inteiro.
E por fim os resultados da PNPS chegou ao financiamento de projetos para promoção de
saúde, como os programas citados acima que foram criados. Os avanços também garantiram a
inserção da PNPS na programação orçamentária, financiamentos para projetos de atividade física,
alimentação saudável, prevenção de tabagismo, da violência e mobilização social. Ela também
permite reconhecer o quanto o Estado é capaz de desenvolver ações e programas de acordo com
as políticas públicas. Porém a PNPS está gravemente ameaçada com o atual cenário político-
social em que estamos vivendo. A diminuição dos recursos federais afeta muito os serviços do
SUS, dificultado a sustentabilidade da PNPS e do mesmo. Estudos de Stuker e Basu apontam
que esses cortes não são justos, por haver distribuição desigual dos sacrifícios.
Conclui-se que ainda estamos longe de superar o modelo centrado na doença e na
assistência médico-hospitalar. A PNPS é fundamental para o SUS. Pois existe a necessidade
muito grande de produzir estratégias para uma melhor saúde brasileira. A ordem conservadora é
quem interfere nos segmentos da vida, causando forte impacto nas políticas públicas. E todas as
dificuldades envolvidas interfere na implementação do SUS e de políticas como a PNPS. Acredito
que todos os profissionais na área da saúde devem estar unidos de acordo com às políticas
públicas em prol de um objetivo maior que é fazer com que o SUS funcione mais e melhor. E para
isso é sempre bom discussões em todo país de conscientizando sobre a importância da PNPS. E
como isso afeta toda a população, em especial as população mais pobre.
Esse artigo é de muita importância para todos brasileiros, mas é mais ainda necessário a
todos os profissionais e estudantes da área da saúde, para que possamos desenvolver a cada dia
mais com novas ideias, resultando em uma melhor sustentabilidade para o SUS.

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