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Viçosa – MG
Dezembro/2006
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ESTUDOS HIDROLÓGICOS PARA O LOCAL DE CONSTRUÇÃO
DO NOVO FÓRUM DA CIDADE DE UBÁ
Viçosa – MG
Dezembro/2006
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Conforme objeto do Termo Aditivo nº 01 ao Convênio nº 092/2005 firmado
entre o município de Ubá e a Universidade Federal de Viçosa - UFV, com interveniência
da Fundação Arthur Bernardes – Funarbe, serão apresentados na seqüência os estudos
hidrológicos para o local de construção do novo Fórum da cidade de Ubá, visando à
identificação da vazão máxima de enchente e da cota de inundação do ribeirão Ubá
associadas aos períodos de retorno de 50 e 100 anos.
Ressalta-se que para a elaboração de tais estudos seria essencial a existência, nas
proximidades do local de construção da obra do novo fórum da cidade de Ubá, de
estação fluviométrica com série histórica de dados de vazão de pelo menos 30 anos no
Ribeirão Ubá visando desta forma a obtenção dos valores das vazões máximas de
enchentes associadas a diferentes períodos de retorno com maior confiabilidade.
Entretanto, como não existe estação fluviométrica na região, adotou-se metodologia
alternativa para a estimativa das vazões de enchente e respectivas cotas de inundação,
visando à análise da possibilidade do nível d´água do ribeirão Ubá por ocasião das
enchentes atingirem o local de construção do novo fórum.
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realizado pelo "Water Resources Council", citado por BONTA e RAO (1992), enfatiza a
dificuldade de aplicação dos procedimentos para estimar o escoamento superficial, visto
a imprecisão de alguns métodos costumeiramente usados e a grande variabilidade na
estimativa que pode ser obtida por diferentes profissionais ao seguirem um mesmo
procedimento.
Vazão (Q): é definida como o volume de água que atravessa a seção transversal
considerada por unidade de tempo. Geralmente é expressa no sistema internacional em
m3 s-1. A vazão máxima de escoamento superficial representa importante parâmetro para
os projetos de sistemas de drenagem, de obras para controle da erosão e de cheias. Para
o adequado planejamento e manejo integrado de bacias hidrográficas torna-se
fundamental o conhecimento das vazões máximas, médias e mínimas para as
freqüências de interesse.
ES
C (1)
PT
Tempo de concentração (tc): é o tempo que a água que cai no ponto mais remoto
da área considerada leva para atingir a seção de deságüe da bacia, ou seja, é o tempo
necessário (contado a partir do início da chuva) para que toda a bacia contribua com
escoamento superficial na seção considerada.
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C im A
Q max (2)
360
em que
Qmax = vazão máxima de escoamento superficial, m3 s-1;
C = coeficiente de escoamento superficial, adimensional;
im = intensidade máxima média de precipitação para uma duração igual ao tempo
de concentração da bacia, mm h-1; e
A = área da bacia de drenagem, ha.
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Uma limitação do método racional é que ele não permite caracterizar o volume
de escoamento superficial produzido e a distribuição temporal das vazões, e sim a vazão
de pico ou vazão máxima de escoamento superficial.
C im A
Q max (3)
360
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O coeficiente de retardamento procura corrigir o fato do escoamento superficial
sofrer um retardamento em relação ao início da precipitação. Se este fato fosse
considerado no Método Racional, seria escolhida uma chuva mais longa e,
conseqüentemente, com intensidade mais baixa. Com a aplicação do coeficiente de
retardamento, que varia entre 0 e 1, procura-se uma compensação para este efeito, que
não é considerado no Método Racional.
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Figura 1 – Fotografia aérea evidenciando o Ribeirão Ubá nas proximidades do local de
construção do novo fórum da cidade de Ubá.
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Quadro 1 – Valores de C segundo adaptação do critério de Fruhling adotados pela
Prefeitura de São Paulo
Zonas C
Edificações muito densas: partes centrais, densamente
construídas de uma cidade com ruas e calçadas 0,70 - 0,95
pavimentadas
Edificações não muito densas: parte adjacente ao
centro, de menor densidade de habitantes, mas com 0,60 - 0,70
ruas e calçadas pavimentadas
Edificações com poucas superfícies livres: partes
residenciais com construções cerradas e ruas 0,50 - 0,60
pavimentadas
Edificações com muitas superfícies livres: partes
residenciais com ruas macadamizadas ou 0,25 - 0,50
pavimentadas
Subúrbios com alguma edificação: partes de
arrabaldes e subúrbios com pequena densidade de 0,10 - 0,25
construção
Matas, parques e campo de esportes: partes rurais,
áreas verdes, superfícies arborizadas, parques 0,05 - 0,20
ajardinados e campos de esporte sem pavimentação
Fonte: (WILKEN,1978)
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Figura 3 – Imagem orbital da área de drenagem do Ribeirão Ubá à montante do local de
construção do novo Fórum de Ubá.
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Como há variação do coeficiente de escoamento superficial ao longo da área
analisada, este foi determinado com base na seguinte equação:
C A
i 1
i i
(5)
C
A
em que
C = coeficiente de escoamento superficial para a área de interesse, adimensional;
Ci = coeficiente de escoamento superficial para a subárea i, adimensional;
Ai = subárea considerada, ha; e
A = área total considerada, ha.
3795,182 T 0,210
im (6)
(t 30,501)1, 001
em que
im = intensidade máxima média de precipitação, mm h-1;
T = período de retorno, anos; e
t = duração da precipitação, min.
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- Duração da precipitação considerada no método racional
0 , 385
L3
t c 57 (7)
H
em que
tc = tempo de concentração, min;
L = comprimento do talvegue, km; e
H = diferença de nível entre o ponto mais remoto da bacia e a seção de deságüe,
m.
Para a área de drenagem do Ribeirão Ubá foram obtidos os seguintes dados com
base no MDEHC:
- L = 24,074 km;
- H = 570 m (cota do ponto mais distante do local de interesse = 893m e cota do
local de interesse = 323m)
0 , 385
24,074 3
t c 57 195,2 min
570
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4. Vazão máxima associada aos períodos de retorno de 50 e 100 anos (Qmáx)
máxima associada aos períodos de retorno de 50 e 100 anos no Ribeirão Ubá no local de
construção da nova sede do Fórum de Ubá foi estimada com base na equação 3:
C im A
Q max ,
360
Interpretação: a cada 100 anos, em média, ocorre no local em estudo uma vazão no
Ribeirão Ubá maior ou igual a 105,39 m3/s.
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Figura 5 – Imagem do curso d’água nas proximidades do local de construção do Fórum.
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Figura 7 – Imagem do local de construção do Fórum, situado na margem esquerda do
Ribeirão Ubá.
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- Relatório do estudo da profundidade associada à vazão máxima com recorrência
de 50 anos:
Dados de entrada:
Resultados:
Profundidade normal: 3,92 m
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- Relatório do estudo da profundidade associada à vazão máxima com recorrência
de 100 anos:
Dados de entrada:
Resultados:
Profundidade normal: 4,22 m
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Parecer conclusivo:
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Referências Bibliográficas
BELTRAN, J.M., SANCHEZ, I.G. e FRUK, M.P. Drenaje agricola. In: CURSO
INTERNACIONAL DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE
IRRIGAÇÃO, 2, 1988, Brasília, DF. II Curso... Brasília, DF:PRONI, 1988.
BONTA, J.V. e RAO, A.R. Estimating peak flows small agricultural watersheds. Journal
of Irrigation and Drainage Engineering, 118(1):122-137, 1992.
FREITAS, A.J., SILVA, D.D., PRUSKI, F.F., PINTO, F.A., PEREIRA, S.B., GOMES
FILHO, R.R., TEIXEIRA, A.F., BAENA, L.G.N., MELLO, L.T.A., NOVAES, L.F.
Equações de chuvas intensas no Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte:
Companhia de Saneamento de Minas Gerais; Viçosa : Universidade Federal de
Viçosa, 2001. 65p.
PRUSKI, F.F., BRANDÃO, V.S., SILVA, D.D., Escoamento superficial. Viçosa: UFV.
2ª Ed. 2004. 87p.
WILKEN, P.S. Engenharia de drenagem superficial. São Paulo: CETESB, 1978. 477p.
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