Você está na página 1de 19

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

ESTUDOS HIDROLÓGICOS PARA O LOCAL DE CONSTRUÇÃO


DO NOVO FÓRUM DA CIDADE DE UBÁ

Estudos hidrológicos para o local de construção


do novo Fórum da cidade de Ubá, visando à
identificação da vazão máxima de enchente e da
cota de inundação do ribeirão Ubá associadas a
diferentes períodos de retorno, conforme objeto
do Termo Aditivo nº 01 ao Convênio nº 092/2005
firmado entre o município de Ubá e a
Universidade Federal de Viçosa - UFV, com
interveniência da Fundação Arthur Bernardes

Demetrius David da Silva - CREA-MG: 49812-D


Felipe de Azevedo Marques - CREA-MG:90476

Viçosa – MG
Dezembro/2006

0
ESTUDOS HIDROLÓGICOS PARA O LOCAL DE CONSTRUÇÃO
DO NOVO FÓRUM DA CIDADE DE UBÁ

Estudos hidrológicos para o local de construção


do novo Fórum da cidade de Ubá, visando à
identificação da vazão máxima de enchente e da
cota de inundação do ribeirão Ubá associadas a
diferentes períodos de retorno, conforme objeto
do Termo Aditivo nº 01 ao Convênio nº 092/2005
firmado entre o município de Ubá e a
Universidade Federal de Viçosa - UFV, com
interveniência da Fundação Arthur Bernardes

Demetrius David da Silva - CREA-MG: 49812-D

Felipe de Azevedo Marques - CREA-MG: 90476

Viçosa – MG
Dezembro/2006

1
Conforme objeto do Termo Aditivo nº 01 ao Convênio nº 092/2005 firmado
entre o município de Ubá e a Universidade Federal de Viçosa - UFV, com interveniência
da Fundação Arthur Bernardes – Funarbe, serão apresentados na seqüência os estudos
hidrológicos para o local de construção do novo Fórum da cidade de Ubá, visando à
identificação da vazão máxima de enchente e da cota de inundação do ribeirão Ubá
associadas aos períodos de retorno de 50 e 100 anos.

Ressalta-se que para a elaboração de tais estudos seria essencial a existência, nas
proximidades do local de construção da obra do novo fórum da cidade de Ubá, de
estação fluviométrica com série histórica de dados de vazão de pelo menos 30 anos no
Ribeirão Ubá visando desta forma a obtenção dos valores das vazões máximas de
enchentes associadas a diferentes períodos de retorno com maior confiabilidade.
Entretanto, como não existe estação fluviométrica na região, adotou-se metodologia
alternativa para a estimativa das vazões de enchente e respectivas cotas de inundação,
visando à análise da possibilidade do nível d´água do ribeirão Ubá por ocasião das
enchentes atingirem o local de construção do novo fórum.

ESTUDOS HIDROLÓGICOS PARA O LOCAL DE CONSTRUÇÃO


DO NOVO FÓRUM DA CIDADE DE UBÁ

Em projetos de estruturas para o controle da erosão e de inundações são


necessárias informações sobre o escoamento superficial. Quando o objetivo é reter ou
armazenar a água, o conhecimento do volume escoado é suficiente, porém quando o
problema é conduzir o excesso de água de um lugar para o outro é mais importante o
conhecimento da vazão escoada (GRIEBELER et al., 2001).

O primeiro passo para determinar a vazão de projeto consiste em calcular a


fração da precipitação que se transforma em escoamento superficial. A aplicação de
métodos empíricos na predição do escoamento superficial, a partir de dados de
precipitação, pode ser considerada como uma primeira aproximação, que deve ser
corrigida posteriormente, com base na avaliação do sistema em operação (BELTRAN et
al., 1988). Em bacias desprovidas de instrumentação, a determinação do escoamento
superficial é mais difícil e menos precisa do que em bacias instrumentadas. Estudo

2
realizado pelo "Water Resources Council", citado por BONTA e RAO (1992), enfatiza a
dificuldade de aplicação dos procedimentos para estimar o escoamento superficial, visto
a imprecisão de alguns métodos costumeiramente usados e a grande variabilidade na
estimativa que pode ser obtida por diferentes profissionais ao seguirem um mesmo
procedimento.

- Grandezas Associadas ao Escoamento Superficial

Vazão (Q): é definida como o volume de água que atravessa a seção transversal
considerada por unidade de tempo. Geralmente é expressa no sistema internacional em
m3 s-1. A vazão máxima de escoamento superficial representa importante parâmetro para
os projetos de sistemas de drenagem, de obras para controle da erosão e de cheias. Para
o adequado planejamento e manejo integrado de bacias hidrográficas torna-se
fundamental o conhecimento das vazões máximas, médias e mínimas para as
freqüências de interesse.

Coeficiente de escoamento superficial (C): adimensional que representa a


relação entre o volume que escoa sobre a superfície do terreno (ES) e o volume total
precipitado (PT). É expresso pela equação

ES
C (1)
PT

Tempo de concentração (tc): é o tempo que a água que cai no ponto mais remoto
da área considerada leva para atingir a seção de deságüe da bacia, ou seja, é o tempo
necessário (contado a partir do início da chuva) para que toda a bacia contribua com
escoamento superficial na seção considerada.

Período de retorno (T): é o período de tempo médio, expresso em anos, em que


um determinado evento (no caso, uma determinada vazão) é igualado ou superado, pelo
menos uma vez.

- Estimativa do Escoamento Superficial com base no Método Racional

O método Racional permite a determinação da vazão máxima de escoamento


superficial a partir de dados de chuvas para pequenas bacias, sendo a vazão máxima
expressa pela equação:

3
C im A
Q max  (2)
360

em que
Qmax = vazão máxima de escoamento superficial, m3 s-1;
C = coeficiente de escoamento superficial, adimensional;
im = intensidade máxima média de precipitação para uma duração igual ao tempo
de concentração da bacia, mm h-1; e
A = área da bacia de drenagem, ha.

O método está fundamentado nos seguintes princípios básicos (PRUSKI et al.,


2004):

a) as precipitações deverão ter alta intensidade e curta duração, sendo a


vazão máxima de escoamento superficial aquela que ocorre quando a duração da chuva
for igual ao tempo de concentração (tc), situação em que toda a área da bacia deverá
contribuir com escoamento superficial na seção de deságüe. Ao considerar esta
igualdade, admite-se que a bacia é suficientemente pequena para que esta situação
ocorra. Em pequenas bacias, a condição crítica ocorre devido a chuvas convectivas, que
possuem pequena duração e grande intensidade. A consideração de chuvas com duração
superior a tc causaria também a redução da vazão máxima, pois a tendência natural da
intensidade da chuva é decrescer com o aumento da duração. O método não considera
que num tempo inferior a tc, embora nem toda a área esteja contribuindo com
escoamento superficial, a intensidade maior da precipitação pode sobrepujar este fato e
causar uma vazão de escoamento superficial maior do que aquela com duração igual a
tc;

b) a precipitação com duração igual a tc ocorre, uniformemente, ao longo de


toda a bacia;

c) dentro de um curto período de tempo, a variação na taxa de infiltração


não deverá ser grande. Geralmente assume-se que durante o evento extremo o solo
encontra-se saturado e, portanto, com taxa de infiltração estável, que ocorre após longo
tempo de infiltração (Tie) e corresponde à condição mais favorável à ocorrência de
escoamento superficial; e

d) utilização de um único coeficiente de escoamento superficial, estimado


com base nas características da bacia.

4
Uma limitação do método racional é que ele não permite caracterizar o volume
de escoamento superficial produzido e a distribuição temporal das vazões, e sim a vazão
de pico ou vazão máxima de escoamento superficial.

De acordo com SMEDEMA e RYCROFT (1983), o método racional foi


originalmente desenvolvido para estimar vazões máximas de escoamento em pequenas
bacias urbanas, cuja proporção de área impermeável é grande, ou seja, para condições
em que o valor de C aproxima-se da unidade. A ampliação do uso do método racional
para áreas agrícolas é mais apropriada para bacias que não excedem 200 ha. Para
grandes bacias, com longos tempos de concentração, a condição de regime permanente
e a uniformidade da intensidade de precipitação assumida são irreais, sendo que
consideráveis erros poderão ocorrer na estimativa da vazão.

Embora a denominação “racional” dê a impressão de segurança, o método deve


ser aplicado cuidadosamente, pois envolve simplificações e o uso de coeficientes de
grande subjetividade. A imprecisão do emprego do método será tanto maior quanto
maior for a área da bacia, uma vez que as hipóteses anteriores tornam-se cada vez mais
improváveis. Dessa forma, o método não deveria ser aplicado para áreas urbanas
superiores a 500 ha. No entanto, a simplicidade de sua aplicação e a facilidade do
conhecimento e controle dos fatores a serem considerados, tornam seu uso bastante
difundido em estudos sobre as cheias não só em pequenas bacias hidrográficas, mas
também para aquelas com área superior a 500 ha. SMEDEMA e RYCROFT (1983)
salientam que o termo racional foi atribuído à equação na época de seu
desenvolvimento, para distingui-la das outras equações empíricas amplamente usadas.

Objetivando melhorar a estimativa da vazão máxima de escoamento superficial


em bacias hidrográficas de médio porte (até 150 km2), EUCLYDES (1987) fez uma
modificação no Método Racional introduzindo um coeficiente, denominado coeficiente
de retardamento, na equação (2), passando a vazão máxima de escoamento superficial a
ser obtida pela expressão:

C im A
Q max   (3)
360

em que  é o coeficiente de retardamento, adimensional.

5
O coeficiente de retardamento procura corrigir o fato do escoamento superficial
sofrer um retardamento em relação ao início da precipitação. Se este fato fosse
considerado no Método Racional, seria escolhida uma chuva mais longa e,
conseqüentemente, com intensidade mais baixa. Com a aplicação do coeficiente de
retardamento, que varia entre 0 e 1, procura-se uma compensação para este efeito, que
não é considerado no Método Racional.

Em trabalho realizado por Euclydes e Piccolo, citados por EUCLYDES (1987),


na região Sul de Minas Gerais, mais precisamente na microregião do circuito das águas,
foi ajustada uma equação que permite estimar o valor de  em função da área da bacia.

 = 0,278 - 0,00034 A (4)

em que A é a área da bacia, km2.

A seguir são apresentados, de forma individualizada, cada um dos fatores


considerados na estimativa da vazão máxima de enchente no Ribeirão Ubá associada
aos períodos de retorno de 50 e 100 anos.

1. Área de drenagem (A)

A área de drenagem do Ribeirão Ubá à montante do local de construção do novo


Fórum da Cidade de Ubá (Figura 1) foi determinada com base em Modelo Digital de
Elevação Hidrologicamente Consistente – MDEHC (Figura 2) implementado por meio
do software ArcGIS 8.3, perfazendo 119,79 km2 (11.979 ha). Ressalta-se que para
obtenção desta área foram consideradas informações referentes à hidrografia e altimetria
para geração do MDEHC.

2. Coeficiente de escoamento superficial (C)

Muitos são os procedimentos disponíveis para obtenção do valor de C, no


entanto, a principal forma utilizada são tabelas que permitem obter este valor a partir
das condições típicas da área analisada.

Os valores de C utilizados no presente estudo hidrológico foram obtidos a partir


de adaptação do critério de Fruhling (Quadro 1), sendo adotados pela Prefeitura de São
Paulo (WILKEN,1978).

6
Figura 1 – Fotografia aérea evidenciando o Ribeirão Ubá nas proximidades do local de
construção do novo fórum da cidade de Ubá.

Figura 2 – MDEHC para área de drenagem do Ribeirão Ubá à montante do local de


construção do novo Fórum de Ubá

7
Quadro 1 – Valores de C segundo adaptação do critério de Fruhling adotados pela
Prefeitura de São Paulo

Zonas C
Edificações muito densas: partes centrais, densamente
construídas de uma cidade com ruas e calçadas 0,70 - 0,95
pavimentadas
Edificações não muito densas: parte adjacente ao
centro, de menor densidade de habitantes, mas com 0,60 - 0,70
ruas e calçadas pavimentadas
Edificações com poucas superfícies livres: partes
residenciais com construções cerradas e ruas 0,50 - 0,60
pavimentadas
Edificações com muitas superfícies livres: partes
residenciais com ruas macadamizadas ou 0,25 - 0,50
pavimentadas
Subúrbios com alguma edificação: partes de
arrabaldes e subúrbios com pequena densidade de 0,10 - 0,25
construção
Matas, parques e campo de esportes: partes rurais,
áreas verdes, superfícies arborizadas, parques 0,05 - 0,20
ajardinados e campos de esporte sem pavimentação
Fonte: (WILKEN,1978)

Com base em imagens orbitais da área em estudo (Figuras 3 e 4) classificou-se o


uso e ocupação do solo da seguinte forma:

- 25 % (2994,75 ha) da bacia ocupada por edificações muito densas - partes


centrais, densamente construídas de uma cidade com ruas e calçadas pavimentadas
(C = 0,75);

- 75 % (8.984,25 ha) da bacia ocupada por Subúrbios com alguma edificação -


partes de arrabaldes e subúrbios com pequena densidade de construção (C=0,15).

Vale ressaltar que adotou-se como critério a utilização de valores de C próximos


aos limites inferiores apresentados no Quadro 1, pelo fato da cidade de Ubá apresentar
menor grau de urbanização comparativamente à Cidade de São Paulo.

8
Figura 3 – Imagem orbital da área de drenagem do Ribeirão Ubá à montante do local de
construção do novo Fórum de Ubá.

Figura 4 - Imagem orbital da área de drenagem do Ribeirão Ubá à montante do local de


interesse, com individualização das classes de ocupação do solo.

9
Como há variação do coeficiente de escoamento superficial ao longo da área
analisada, este foi determinado com base na seguinte equação:

C A
i 1
i i
(5)
C
A

em que
C = coeficiente de escoamento superficial para a área de interesse, adimensional;
Ci = coeficiente de escoamento superficial para a subárea i, adimensional;
Ai = subárea considerada, ha; e
A = área total considerada, ha.

2994,75 x 0,75  8984,25 x 0,15


C  0,30
11979

3. Intensidade máxima média da precipitação (im)

A intensidade a ser considerada para a aplicação do método racional é a máxima


média (im), observada para uma duração correspondente ao tempo de concentração (t c) e
para o período de retorno (T) estabelecido no estudo.

Para o município de Ubá-MG, em função da inexistência de estação


pluviográfica, a equação de chuvas intensas que relaciona a intensidade, duração e
freqüência de precipitação foi obtida por meio do software Pluvio 2.1 – Chuvas Intensas
para o Brasil (www.ufv.br/dea/gprh), tendo sido adotado para a obtenção da equação o
procedimento de interpolação baseado no Método do Inverso da Quinta Potência da
distância e considerando as informações de todas as localidades do Estado de Minas
Gerais em que a equação de intensidade-duração-frequência é conhecida.

3795,182 T 0,210
im  (6)
(t  30,501)1, 001
em que
im = intensidade máxima média de precipitação, mm h-1;
T = período de retorno, anos; e
t = duração da precipitação, min.

10
- Duração da precipitação considerada no método racional

A duração da chuva considerada crítica para fins de obtenção da vazão máxima


de escoamento superficial pelo método racional é aquela correspondente ao tempo de
concentração da bacia.

Dentre as inúmeras equações empíricas e que permitem obter o valor do tempo


de concentração em função de algumas características físicas da bacia, a mais utilizada é
a Equação de Kirpich, expressa por:

0 , 385
 L3 
t c  57   (7)
H 

em que
tc = tempo de concentração, min;
L = comprimento do talvegue, km; e
H = diferença de nível entre o ponto mais remoto da bacia e a seção de deságüe,
m.

Para a área de drenagem do Ribeirão Ubá foram obtidos os seguintes dados com
base no MDEHC:

- L = 24,074 km;
- H = 570 m (cota do ponto mais distante do local de interesse = 893m e cota do
local de interesse = 323m)

0 , 385
 24,074 3 
t c  57    195,2 min
 570 

Considerando o valor obtido para o tc e os períodos de retorno (T) de 50 e 100


anos, obteve-se a intensidade máxima média de precipitação (im) com base na eq. 6:

3795,182 (50) 0,210


T = 50 anos  im   38,03 mm/h
(195,2  30,501) 1, 001

3795,182 (100) 0,210


T = 100 anos  im   43,99 mm/h
(195,2  30,501) 1, 001

11
4. Vazão máxima associada aos períodos de retorno de 50 e 100 anos (Qmáx)

Finalmente, considerando todos os valores obtidos anteriormente, a vazão

máxima associada aos períodos de retorno de 50 e 100 anos no Ribeirão Ubá no local de

construção da nova sede do Fórum de Ubá foi estimada com base na equação 3:

C im A
Q max  ,
360

sendo  = 0,278 - 0,00034 A = 0,278 – 0,00034 (119,79) = 0,24


0,30 x 38,03 x 11979
T = 50 anos  Q max  0,24  91,11 m 3 / s
360

Interpretação: a cada 50 anos, em média, ocorre no local em estudo uma vazão no


Ribeirão Ubá maior ou igual a 91,11 m3/s.

0,30 x 43,99 x 11979


T = 100 anos  Q max  0,24  105,39 m 3 / s
360

Interpretação: a cada 100 anos, em média, ocorre no local em estudo uma vazão no
Ribeirão Ubá maior ou igual a 105,39 m3/s.

5. Verificação da Cota de Inundação associada aos valores de vazão máxima de


enchente para os períodos de retorno de 50 e 100 anos

Visando a identificação da cota de inundação associada às vazões máximas de


enchente obtidas para os períodos de retorno de 50 e 100 anos fez-se o levantamento da
seção transversal de escoamento do Ribeirão Ubá nas proximidades do local de
construção do novo fórum (Figuras 5 a 7). O perfil da seção transversal do curso d’água
é apresentado na Figura 8.

12
Figura 5 – Imagem do curso d’água nas proximidades do local de construção do Fórum.

Figura 6 – Imagem do Ribeirão Ubá nas proximidades do local de construção do Fórum,


em ocasião do levantamento do perfil transversal de escoamento.

13
Figura 7 – Imagem do local de construção do Fórum, situado na margem esquerda do
Ribeirão Ubá.

Figura 8 – Perfil da seção transversal do Ribeirão Ubá nas proximidades do local de


construção do novo fórum.

Com base no levantamento feito e utilizando o software CANAL, desenvolvido


pelo Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos – GPRH do Departamento de Engenharia
Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, disponível no site www.ufv.br/dea/gprh,
foram obtidas as profundidades de escoamento correspondentes às vazões máximas de
enchente associadas aos períodos de retorno de 50 e 100 anos.

14
- Relatório do estudo da profundidade associada à vazão máxima com recorrência
de 50 anos:

Incógnita do problema: Profundidade Normal

Dados de entrada:

Vazão: 91,11 m³/s Largura da superfície: 37,15 m

Declividade: 0,005 m/m Metodologia de cálculo: Convencional

Resultados:
Profundidade normal: 3,92 m

Largura da superfície molhada: 24,06 m Área molhada: 59,66 m²

Perímetro molhado: 26,29 m Profundidade crítica: 2,13 m

Regime de escoamento: Subcrítico Número de Froude: 0,31

Energia específica: 4,04 m Velocidade de escoamento: 1,53 m/s

Figura 9 – Seção transversal do curso d’água com profundidade correspondente à vazão


máxima com recorrência de 50 anos.

15
- Relatório do estudo da profundidade associada à vazão máxima com recorrência
de 100 anos:

Incógnita do problema: Profundidade Normal

Dados de entrada:

Vazão: 105,39 m³/s Largura da superfície: 37,15 m

Declividade: 0,005 m/m Metodologia de cálculo: Convencional

Resultados:
Profundidade normal: 4,22 m

Largura da superfície molhada: 25,25 m Área molhada: 66,90 m²

Perímetro molhado: 27,62 m Profundidade crítica: 2,32 m

Regime de escoamento: Subcrítico Número de Froude: 0,31

Energia específica: 4,34 m Velocidade de escoamento: 1,58 m/s

Figura 10 – Seção transversal do curso d’água com profundidade correspondente à


vazão máxima com recorrência de 100 anos.

16
Parecer conclusivo:

O presente estudo hidrológico baseou-se em procedimentos consagrados na


literatura especializada para a estimativa de vazões máximas de enchentes em locais que
não dispõe de informações fluviométricas coletadas em nível de campo. Ressalta-se,
portanto, que as análises hidrológicas ficaram prejudicadas pela ausência das referidas
informações para o local de interesse, o que aumentaria sobremaneira a confiabilidade
dos estudos.
Após a realização dos estudos hidrológicos para o Ribeirão Ubá, nas
proximidades do local da construção do novo fórum da cidade de Ubá, verificou-se que
as vazões máximas de enchentes associadas aos períodos de retorno de 50 e 100 anos
foram de 91,11 e 105,39 m3/s, respectivamente. Para estes valores de vazões obteve-se
no local em que foi feito o levantamento do perfil transversal de escoamento do ribeirão
Ubá as profundidades de 3,92 e 4,22m, respectivamente.
Considerando que o local de construção do novo fórum, situado na margem
esquerda do ribeirão Ubá, apresenta desnível de 5,60 m em relação ao fundo do curso d
´água, valor este superior às profundidades associadas às vazões máximas de enchente
correspondentes a períodos de retorno de 50 e 100 anos, conclui-se que o risco de
inundação da referida área para as recorrências analisados é muito pequeno. Aliado a
isto existe o fato da margem esquerda do rio estar situada 2,67 m acima da margem
direita e, conseqüentemente, mesmo no caso de ocorrência de vazões superiores àquelas
correspondentes aos períodos de retorno analisados, as inundações ocorreriam na
margem direita e não na margem esquerda onde se pretende construir o novo fórum.

17
Referências Bibliográficas

BELTRAN, J.M., SANCHEZ, I.G. e FRUK, M.P. Drenaje agricola. In: CURSO
INTERNACIONAL DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE
IRRIGAÇÃO, 2, 1988, Brasília, DF. II Curso... Brasília, DF:PRONI, 1988.

BONTA, J.V. e RAO, A.R. Estimating peak flows small agricultural watersheds. Journal
of Irrigation and Drainage Engineering, 118(1):122-137, 1992.

EUCLYDES, H.P. Saneamento agrícola. Atenuação das cheias: metodologia e projeto.


Belo Horizonte: RURALMINAS, 1987. 320 p.

FREITAS, A.J., SILVA, D.D., PRUSKI, F.F., PINTO, F.A., PEREIRA, S.B., GOMES
FILHO, R.R., TEIXEIRA, A.F., BAENA, L.G.N., MELLO, L.T.A., NOVAES, L.F.
Equações de chuvas intensas no Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte:
Companhia de Saneamento de Minas Gerais; Viçosa : Universidade Federal de
Viçosa, 2001. 65p.

GRIEBELER, N.P., PRUSKI, F.F., MARTINS JÚNIOR, D. e SILVA, D.D. Avaliação de


um modelo para a estimativa da lâmina máxima de escoamento superficial. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, 25:411-417, 2001.

PRUSKI, F.F., BRANDÃO, V.S., SILVA, D.D., Escoamento superficial. Viçosa: UFV.
2ª Ed. 2004. 87p.

SMEDEMA, L.K. e RYCROFT, D.W. Land drainage: planning and design of


agricultural drainage systems. New York: Cornell University Press, 1983. 376p.

WILKEN, P.S. Engenharia de drenagem superficial. São Paulo: CETESB, 1978. 477p.

18

Você também pode gostar