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Artigo: Mutinelli et al.

Anchorage onto deciduous teeth: effectiveness of early rapid maxillary expansion


in increasing dental arch dimension and improving anterior crowding. Progress in Orthodontics (2015)
16:22

A expansão rápida maxilar é um método comumente usado para tratar deficiências transversais, através
da expansão da sutura média palatina, durante o perido de crescimento ósseo.

Alguns autores, demostraram a efetividade do aparelho de Haas modificado ancorado nos dentes
decíduos (canino e 2º molar decíduo), em produzir a expansão transversal em diâmetro do arco
superior. Para além disso, aprece haver menos recidiva da área anterior da expansão mo 1º período de
transição, ou seja, antes do incisivo lateral permanente erupcionar totalmente e na presença de uma
mordida cruzada.

Ancoragem na dentição primaria é um procedimento comum na expansão maxilar rápida. No entanto,


substituir os 1º molares permanentes com os 2º molares decíduos parece ser uma opção para reduzir
alguns dos efeitos negativos durante o tratamento ortodôntico.

A ancoragem em dentes decíduos pode ser uma vantagem para prevenir a reabsorção da raiz, perda
óssea, recessão gengival e lesões brancas na dentição permanente.

Neste artigo, foi confirmada a eficácia do aparelho de expansão do tipo, Haas ancorado em dentes
decíduos, na modificação no arco superior dentário em pacientes com mordida cruzada, tratados no
primeiro período de transição. A dimensão inter-molar manteu-se estável e não foi diferente da de
pacientes adolescentes mais velhos com uma normoclusão.

Em estudos anteriores, verificou-se que a modificação do comprimento inter-molar maxilar era mais
pronunciado em pacientes que fizeram a expansão rápida maxilar antes de atingir o pico pubertário.

Tratamento antecipado com um aparelho de expansão do tipo Haas ancorado na dentição deicdua pode
ser um procedimento satisfatório na resolução de moridas cruzadas e para melhorar o apinhamento
anterior, devido a uma simplicidade no design do aparelho, fácil de manusear e um numero de efeitos
adversos muito baixo.
Artigo: Cozzani M, Rosa M, Cozzani P, Siciliani G: Deciduous dentition-anchored rapid maxillary
expansion in crossbite and non-crossbite mixed dentition patients: reaction of the permanent first
molar. Prog. Orthod. 4, 2003; 15–22

Mordidas cruzadas posteriores desenvolvem-se entre os 19 meses e o 5 anos de idade e estão muitas
vezes associados a uma maxila estreita. Está demonstrado que uma mordida cruzada não é facilmente
corrigida por si só, mas reportadamente, a correção ortodôntica de uma mordida cruzada na dentição
decidua favorece o desenvolvimento de uma oclusão normal na dentição mista.

Varios aparelhos foram usados para corrigir uma mordida cruzada: quad-helix, arco transpalatal de
Coffin, aparelhos removíveis e expansores rápidos da maxila.

Tradicionalmente, os expansores rápidos da maxila são ancorados no 1º molar permanente. Durante a


expansão, estes dentes vão se inclinando para bucal. Na fase ativa, forças pesadas são exercidas contra
os dentes que servem de ancoragem de forma a abrir a sutura média palatina. Mas com os anos, a
resistência originada a partir das várias estruturas do complexo craniofacial vão aumentando. As forças
exercidas durante a fase ativa vão diminuindo lentamente durante a fase de retenção que dura 5-7
semanas. Os ossos basais continuam a recidivar 10 meses após a expansão. Os dentes de ancoragem
podem então sofrer exostoses, cálculos pulpares e reabsorção radicular. Também foi reportado
problemas periodontais nos dentes de ancoragem. De forma a evitar estes efeitos indesejáveis nos
dentes permanentes, pode ser prudente utilizar os dentes decíduos para a ancoragem destes aparelhos
de ERM (Expansao Rapida Maxilar) durante a fase de dentição mista.

Quando a maxila é estreita, muitas vezes o espaço para a erupção do incisivo lateral permanente é
inexistente. Uma vez que, a expansão da sutura média palatina é mais efetiva na região anterior dos
incisivos do que na posterior, esta modalidade terapêutica também pode ser indicada para casos em
que não existe mordida cruzada.

Objetivo do artigo: avaliar o comportamento do 1çmolar permanente depois da ERM na dentição mista
em mordidas cruzadas e não cruzadas usando dentes maxilares caninos e 2º molares como ancoragem.

Quando uma maxila estreita leva à formação de uma mordida cruzada ou à falta de espaço para a
erupção dos incisivos permanentes laterais, a expansão maxilar é recomendada o mais cedo possível.
Infelizmente, expansões realizadas na dentição decídua nem sempre promovem uma correta oclusão
dos primeiros molares na dentição permanente. Também é possível que uma mordida cruzada na
dentição decídua se desenvolva espontaneamente numa oclusão molar permanente correta. No
entanto, por razoes funcionais e morfológicas, não é aconselhável deixar uma mordida cruzada
unilateral na dentição decídua por tratar. Pode ser recomendado por exemplo, que uma mordida
cruzada uni ou bilateral numa dentição seja equilibrada para evitar qualquer sequela indesejável
funcional ou morfológica e depois esperar pela erupção dos primeiros molares permanentes.
Alternativamente, pode se realizar a expansão maxilar um pouco antes da erupção dos 1º molares
permanentes na mordida cruzada.

Quando o problema é a falta de espaço para os IL permanentes antes da sua erupção, a expansão antes
da sua erupção pode ser recomendada. Apos a expansão, o aparelho deve ser mantido em vigor para
proporcionar retenção até que o lateral entre em erupção totalmente sem apinhamento ou rotação.
As fibras transeptais tem sido responsáveis pela recidiva das rotações corrigidas. Uma vez que são elas
que provavelmente desenvolvem a orientação à medida que o dente erupciona, seguir esta técnica
pode incentivar a formação de fibras supragengivais que segurarão estes dentes num bom alinhamento.

Aparelhos: Uma imensidão de aparelhos tem sido descritos para realizar a técnica de expansão maxilar.
As variedades removíveis são provavelmente as menos eficazes uma vez que requerem a máxima
cooperação por parte do paciente. Dentro da variedade dos fixos, os aparelhos de ERM do tipo Hass são
os mais utilizados, uma vez que que a higiene pode ser feita facilmente, e durante a fase de retenção
possibilita o contra-ataque das forças centrípetas recidivas pelas faces vestibulares dos dentes de
ancoragem.

O estudo mostrou que:

- os dentes decíduos podem ser usados como ancoragem para forças pesadas como aquelas produzidas
durante a expansão rápida maxilar.

- a dimensão transversal dos 1º molares permanentes pode ser diretamente modificada através da
exerção de força na dentição decídua maxilar.

- a longo prazo, a correção da mordida cruzada molar permanente espontânea é estável.

Artigo: da Silva et al. Rapid maxillary expansion in the deciduous and mixed dentition evaluated through
posteroanterior cephalometric analysis. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics.
Volume 107, No. 3. March 1995

Expansão rápida maxilar indicações:

- constrição do arco superior dentário relacionado com classes esqueléticas II ou III

- constrição do arco superior relacionado com a respiração bucal e palato alto:

- mordida cruzada total

- mordida cruzada posterior com oclusão normal dos segmentos bucais.

Gomes J. Expansão maxilar na dentição mista. Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de


Lisboa. 2011

A deficiência transversal do maxilar superior é um dos problemas esqueléticos mais comuns da região
craniofacial, sendo a expansão maxilar o procedimento mais utilizado para o seu tratamento durante o
período da dentição mista.

A expansão maxilar é indicada não só para a correcção de discrepâncias maxilomandibulares


transversais, como também para resolver problemas de falta de espaço, melhorar a respiração nasal ou
aperfeiçoar a estética do sorriso.

O protocolo de expansão maxilar é estabelecido após um exame clínico detalhado e deve ter em conta a
variabilidade individual. São possíveis duas abordagens de tratamento no paciente em crescimento: a
expansão lenta e a expansão rápida da maxila, estando disponíveis uma diversidade considerável de
aparelhos expansores removíveis e fixos. O tratamento durante a fase inicial da dentição mista permite
o melhor uso do potencial de crescimento do paciente, com necessidade reduzida de tratamentos mais
complexos, menor risco de efeitos adversos iatrogénicos, melhor colaboração do paciente e resultados
melhores e mais estáveis.

A deficiência transversal do maxilar superior é um dos problemas esqueléticos


mais comuns da região craniofacial (McNamara, 2000). Pode traduzir-se clinicamente
pela presença de uma mordida cruzada posterior unilateral ou bilateral, constrição e
assimetria dos arcos dentários, apinhamento ou protrusão dentária (McNamara, 2000;
Araújo e Buschang 2004), sendo estes dois últimos derivados de discrepâncias entre o
tamanho da base óssea e o tamanho dentário (McNamara, 2000).
consenso entre pesquisadores e clínicos que a fase de dentição mista,
caracterizada pela transição entre a dentição decídua e a permanente, coincide
geralmente com um intenso crescimento da criança, frequentemente caracterizada pela
manifestação de alterações ortodônticas e ortopédicas (Zanetti, 2003).
Com a finalidade de corrigir a deficiência transversal da arcada maxilar, a
expansão da maxila foi incorporada integralmente na mecanoterapia moderna,
independentemente da técnica empregada (Martins et al., 2009), sendo um
procedimento com uma longa história (Bishara e Staley, 1987), consagrado na prática
ortodôntica (Martins et al., 2009).
Vários métodos têm sido utilizados para expandir arcadas maxilares estreitas.
Tendo em conta a frequência das activações, a magnitude da força aplicada, a duração
do tratamento e a idade do paciente (Sandikçioglu e Hazar, 1997) são possíveis duas
abordagens de tratamento no paciente em crescimento: a expansão lenta maxilar e
expansão rápida maxilar (Lagravere et al., 2005).
A expansão rápida da maxila consiste na aplicação de forças de alta magnitude
aos dentes posteriores, de forma a maximizar a separação ortopédica da sutura palatina,
sem que ocorra movimentação dentária ou mudanças fisiológicas dos tecidos. Assim, a
força é transferida para a sutura palatina, sem dar tempo suficiente para o movimento
dentário, resultando numa maior abertura da sutura do que expansão dentária (Cleall,
1965; Cotton, 1978; Hicks, 1978; Bell, 1982; Huynh 2009).
Na expansão rápida da maxila, a expansão ocorre a uma velocidade de 0,2 a 0,5
mm por dia, durante uma fase activa de 1 a 3 semanas (Hicks, 1978; Bell, 1982),
proporcionando forças que variam dos 15 aos 50 newtons em activações simples do
parafuso, que podem resultar em forças acumuladas diárias de 100 newtons por
múltiplas activações (Isaacson e Ingram, 1964). A programação das activações do
aparelho é individual, dependendo da quantidade de expansão desejada e da tolerância
do paciente (Bell, 1982).
Têm sido descritas algumas limitações associadas à expansão rápida da maxila,
que incluem a presença de mordida aberta, recidiva, microtrauma na articulação
temporomandibular, microfracturas na sutura palatina mediana, flutuação de fragmentos
ósseos, reabsorção radicular, excessiva inclinação dos dentes de ancoragem, dor e
grande impacto nos tecidos com desorganização vascular e inflamação do tecido
conjuntivo da sutura palatina mediana (Cotton, 1978; Henry, 1993; Lagravère et al.,
2005).
Aparelhagem:

Os aparelhos de expansão removíveis não são recomendados se uma alteração


esquelética significativa for necessária. A separação da sutura é possível, mas não é
previsível (Bishara e Staley, 1987). Para estes aparelhos serem efectivos apenas devem
ser usados na dentição decídua ou na fase inicial da dentição mista (Bishara e Staley,
1987; Proffit, 2000). O sucesso do tratamento com aparelho removível depende da
cooperação do paciente e do controlo da força aplicada ao aparelho (Proffit, 2000),
devendo este apresentar retenção suficiente para ser

A expansão maxilar tem sido o procedimento mais utilizado para o tratamento


da deficiência transversal da maxila durante o período da dentição mista. É indicada não
só para a correcção de discrepâncias maxilo-mandibulares transversais, como também
pode ser utilizada para resolver discrepâncias leves a moderadas entre o tamanho
dentário e o perímetro do arco, facilitar a erupção dos caninos maxilares, nivelar a curva
de Wilson, melhorar a respiração nasal e aperfeiçoar a estética do sorriso. Não é
aconselhada em indivíduos com o perfil convexo, plano mandibular acentuado, presença
de mordida aberta anterior e falta de espaço severa.
É necessário ter em conta a variabilidade individual para determinar o protocolo
de expansão maxilar adequado. Este é estabelecido após um exame clínico detalhado e
deve ter em conta a origem basal da anomalia, o grau de discrepância esquelética, o
grau de compensações dentárias, a presença ou ausência de desvio funcional e a idade
do paciente.
A expansão rápida da maxila consiste na aplicação de forças de alta magnitude
aos dentes posteriores, de forma a maximizar a separação ortopédica da sutura palatina,
sem que ocorra movimentação dentária ou mudanças fisiológicas dos tecidos. Por outro
lado, a expansão lenta da maxila permite uma resposta mais fisiológica e tolerável dos
tecidos, associada a uma maior estabilidade e menor potencial de recidiva durante a
reorganização do complexo maxilar. A proporção entre as alterações esqueléticas e
dentárias provocadas pela expansão maxilar depende da idade do paciente e do plano de
tratamento realizado. No entanto, apesar da grande diferença inicial, a expansão rápida e
lenta da maxila apresentam resultados finais semelhantes relativamente ao efeito
dentoalveolar e esquelético.
Numerosos aparelhos têm sido utilizados para obter expansão da maxila na dentição mista. Os
aparelhos removíveis apenas devem ser usados na dentição decídua ou na fase inicial da
dentição mista e o sucesso do tratamento depende da cooperação do
paciente e do controlo da força aplicada ao aparelho. Os aparelhos quad-helix e arco em “W”
são aparelhos flexíveis, indicados para a movimentação ortodôntica através da expansão lenta
da maxila. Os aparelhos expansores fixos e rígidos, como o Haas (dentomuco-suportado), o
Hyrax (dento-suportado) e o McNamara (de adesão directa) estão mais indicados para a
expansão rápida maxilar e o aparelho expansor de Minnesota para a expansão lenta da maxila.
Durante a disjunção da maxila, a sutura palatina mediana apresenta uma separação esquelética
assimétrica, apresentando maior expansão na crista alveolar a nível dos incisivos centrais com
separação progressivamente menor póstero-superior. A maxila desloca-se para baixo e para a
frente e a mandíbula tende a deslocar-se para baixo e para trás. O efeito da expansão maxilar
na alteração do fluxo nasal depende da causa, localização e severidade da obstrução nasal,
sendo injustificadas as indicações puramente rinológicas para a expansão maxilar. Durante a
expansão maxilar podem ocorrer alguns tipos de iatrogenia, como problemas periodontais e
pulpares, descalcificação do esmalte, inclinação dos dentes de ancoragem, perda óssea,
reacções dolorosas, como edemas e lesões palatais, dificuldade de higienização, reabsorção
radicular nos terços cervicais e médio dos dentes de ancoragem e danos no periodonto.
A mordida cruzada na dentição mista raramente é auto-corrigivel. O tratamento
precoce, durante a fase inicial da dentição mista, permite o melhor uso do potencial de
crescimento do paciente, com necessidade reduzida de realização de extracções e
cirurgia ortognática, menor risco de efeitos adversos iatrogénicos, melhor colaboração
do paciente e resultados melhores e mais estáveis. Do mesmo modo, as alterações
esqueléticas são mais significativas e efectivas quando a expansão maxilar é realizada
na criança antes do pico de crescimento esquelético, uma vez que a sutura palatina
mediana se encontra pouco sinuosa e o grau de interdigitação é menos acentuado.
A resposta clínica a longo prazo demonstrou a eficácia e a estabilidade da
expansão maxilar, sendo desejada a sobreexpansão da arcada e um período de retenção
após a fase activa.

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