Você está na página 1de 4

LTP

Potenciação de Longa Duração

Dentre os mecanismos de plasticidade cerebral, a plasticidade


sináptica é a mais importante (como os neurônios alteram sua capacidade de
intercomunicação). As integrações entre os neurônios, durante seu
desenvolvimento, requerem um ajuste muito fino e a medida que interagimos
com o ambiente estas interações sinápticas sofrem modificações (interagir com
o ambiente modifica nosso cérebro). A transmissão sinaptica está
correlacionada com a liberação de neurotransmissores que interagem com
meléculas protéicas específicas (receptores).

Na LTP (Pontenciação de Longa Duração) a força sináptica é


aumentada da seguinte maneira:

➢ O neurônio pré-sináptico recebe estímulos tetânicos (múltiplos estúmulos


elétricos com frequência suficientemente alta).

Cada estímulo elétrico causa uma contração. Se o tempo entre cada estímulo for suficientemente
grande (estimulação lenta), a tensão do músculo relaxará entre os sucessivos estímulos. Se estes
ocorrerem com elevada frequência as contrações vão-se sobrepor, resultando na contração
tetânica. Quando tetanizada, a tensão de contração do músculo permanece constante.

➢ O neurônio pré-sináptico libera o neurotransmissor glutamato na fenda


sináptica.

A duração da ligação do glutamato ao NMDA é um dos fatores determinantes da plasticidade.


Quando a estimulação é lenta não há plasticidade, pois rapidamente o glutamato sai e um íon
Mg2+ se liga a proteína de membrana e assim ocupando a região. Em contrapartida, quando existe
uma repetição de estímulos, existe um aumento na despolarização do neurônio pós-sináptico
retirando Mg2+ do canal.
➢ Os canais iônicos pós-sinápticos ativados por glutamato permitem a
passagem de Na+ através da célula pós-sináptica, podendo ainda ser
classificados nos subtipos AMPA e NMDA.

Um receptor do tipo NMDA tem duas característica incomuns que o distingue de um receptor
AMPA. Primeira: a condutância do receptor NMDA é dependente de voltagem devido á ação do
íon Mg2+ no canal. No potencial de repouso da membrana, a corrente de entrada através do
receptor NMDA é interrompida pelo íon Mg2+ que entram e se alojam no canal. Quando a
membrana é despolarizada o íon Mg é removido, e a corrente está livre para entrar na célula.
Assim, uma corrente razoável através do canal do receptor NMDA requer a liberação concomitante
de glutamato pelo terminal pré-sinaptico e a despolarização da membrana pós-sináptica

➢ Com a entrada de Na+ através do receptor AMPA ocorre PEPS (potencial


excitatório pós sináptico) na fenda sináptica. Quando um número suficiente
de sinapses é ativada ao mesmo tempo, ocorre no neurônio pós sinaptico
uma despolarização que permite o disparo de um potêncial de ação.

A sinapse torna-se mais forrte quando o glutamato liberado pelo terminal pré-sinaptico
liga-se a receptores NMDA pós-sinápticos e a membrana pós-sináptica é despolarizada
com força sufuciente para deslocar o MG2+ do canal do receptor NMADA.
➢ Com a despolarização o íon Mg2+ sai do canal de NMDA e é liberada a
entrada de Ca+. A entrada de Ca+ através do receptor NMDA ativa proteínas
cinases. Isto (1) altera a efetividade de receptores AMPA pós-sinápticos
preexistentes através de fosforilação ou (2) estimula a inserção de novos
receptores AMPA na membrana pós-sináptica. A (1) fosforilação do receptor
AMPA leva a uma alteração na proteína que aumenta a condutância iônica
do canal.

➢ Após a insersáo de novos receptores para glutamato na membrana pós


sináptica, há um aumento da efetividade, uma determinada quantidade de
neurotransmissor, que antes não causava uma despolarização da
membrana, ou causava em um grau menor, agora provoca a
despolarização

➢ Há também evidências indicando que a estrutura sináptica seja alterada


após a LTP. Em particular, os espinhos dendríticos pós-sinápticos parecem
brotar e formar novos contatos sinápticos com axônios. Assim, após LTP,
um único axônio pode estabelecer múltiplas sinapses no mesmo neurônio
pós-sinaptico. Esse brotamento de sinapses aumenta não apenas a
superfície pós-sináptica responsiva, mas também a probabilidade de que
um potencial de açao no axônio dispare a liberação pré-sinaptica de
glutamato.

LTP

➢ É um aumento na despolarização pós-sináptica devido a estimulações


elétricas breves e de alta frequencia no neurônio pré-sináptico. Após a
realização da estimulação tetânica, um único estímulo elétrico gera LTP.

➢ Aumento de respostas pós-sinápticas durante horas, dias ou semanas após


a breve estimulação repetitiva de aferentes pré-sinápticos. Produção de
aumento da efetividade e da duração das respostas pós -sinápticas.

➢ Com a liberação do neurotransmissor glutamato na fenda sináptica, ocorre


a entrada de Na+ através dos receptores AMPA. Isso causa o PEPS
(potencial excitatório pós sináptico) na fenda sináptica, com a ativação de
um número suficiente de sinapses ao mesmo tempo o neurônio pós
sinaptico é despolarizado. Com a simultânea despolarização e presença de
glutamato, o íon Mg2+ se desloca do canal iônico do receptor NMDA e é
liberada a entrada de Ca+ no neurônio pós-sináptico. Novos receptores são
inseridos na membrana pós-sináptica, aumentando a superfície de contato
e a efetividade. Agora com apenas um estímulo elétrico o neurônio pós-
sináptico é despolarizado e ocorre LTP.

Você também pode gostar