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INTRODUÇÃO
• Peste negra: 50 milhões de óbitos
As doenças infectocontagiosas são consideradas um problema de saúde pública desde
os primórdios da humanidade. A peste bubônica, também conhecida como peste negra, é
uma doença causada pela bactéria do rato, Xenopsylla cheopis, que, quando infecta os
seres humanos, causa a doença, passando-a então a ser transmitida por gotículas de ar.
Acredita-se que ela tenha surgindo no século VI, na Ásia, e causou 3 grandes pandemias,
chegando a dizimar mais de 50 milhões de pessoas. Na imagem, é possível visualizar a
foto de um médico da Idade Média responsável por tratar de doenças infecciosas.
Naquela época, acreditava-se na teoria dos miasmas, a qual dizia que as enfermidades
eram ocasionadas devido aos maus odores. Dentro da máscara em formato, havia
perfumes e ervas que acreditavam auxiliar na proteção das infecções.
• Formas de transmissão
O vírus é transmitido principalmente por via sexual através da relação entre um indivíduo
contaminado e outro sadio sem o uso de preservativo. Outras formas de transmissão
incluem também o sangue, como a transfusão de sangue contaminado e por objetos
perfurocortantes, e também pelo leite materno. O vírus está presente tanto no sêmen
quanto nas células vaginais e no útero, penetrando no organismo por meio de pequenas
ulcerações. Diante disso, estudos apontam que a relação anal receptiva possui maior
probabilidade na transmissão da doença, visto que o ânus é um órgão dotado de pouca
lubrificação, o que pode provocar micro-lesões locais que facilitem a entrada do vírus no
organismo.
O diagnóstico pode ser feito pela aplicação de testes rápidos por imunoensaios, que
consiste na detecção de anticorpos por meio da obtenção de sangue por punção digital
(furo no dedo). Testes complementares, mais específicos, como western blot e imunoblot,
são testes moleculares mais sensíveis e visam encontrar proteínas do próprio vírus no
sangue.
• Manifestações clínicas
A infecção por gonococo costuma ser localizada no trato genital, mas também pode ser
disseminada pelo sangue para outros órgãos. Nos homens, a infecção é facilmente
percebida por sua sintomatologia que ocorre após poucos dias desde o início da infecção,
caracterizada por uretrite (inflamação da uretra), acompanhada por disúria (dor ao urinar)
e secreção purulenta (que contém pus). Nas mulheres, a infecção localiza-se no
endocérvix (porção visível do colo do útero), provocando secreção vaginal purulenta e
cervicite (inflamação do útero), além de infecções nas tubas uterinas que pode causar
esterilidade ou gravidez ectópica. As paredes da vagina são compostas por células
estratificadas (i. e., possui mais de uma camada de células) e, por isso, não são
colonizadas, o que torna a detecção mais difícil de ser percebida.
Na imagem abaixo é possível ver o caso de uma secreção purulenta ocasionada por uma
uretrite num indivíduo com caso agudo de gonorreia.
• Tratamento
A recomendação atual é utilizar no início do tratamento cefalosporinas, como a
ceftriaxona ou o cefixime. As fluoroquinolonas deixaram de ser recomendadas devido ao
rápido desenvolvimento de resistência da bactéria a elas. Os parceiros sexuais também
devem passar pelo tratamento, a fim de diminuir o risco de reinfecção e a incidência de
infecções sexualmente transmissíveis em geral.
• Morfologia
O gênero Candida possui morfologia em forma de levedura oral, podendo também
apresentar pseudo-hifas, que são leveduras alongadas que permaneceram unidas entre
si.
As hifas são estruturas alongadas presentes em diversos fungos que têm como função
auxiliar na reprodução e digestão extracelular. Dessa maneira, para diferenciar a hifa de
um fungo qualquer e uma pseudo-hifa da Candida, basta observar a presença de
constricções (pequenas saliências) no filamento do fungo [imagem inferior].
Outras estruturas presentes na Candida são o clamidoconídios, que seriam estruturas
de resistência semelhantes a esporos das bactérias, formados quando o ambiente está
impropício, por exemplo, na escassez de água e nutrientes. E os blastoconídios, que
seriam pequenos brotos formados durante a reprodução do fungo que podem se
diferenciar em pseudo-hifas posteriormente. A presença de blastoconídios e pseudo-hifas
constituem fatores de patogenecidade do fungo, pois indicam adaptação dele nas
condições do ambiente.
Perceba que o protozoário possui uma forma alongada [ver imagem no slide]. Algumas
estruturas importantes dele são:
- Flagelos: possui ao todo 4 e realizam o movimento semelhante ao de uma onda,
responsável por auxiliar na movimentação. O termo Trichomonas, inclusive, indica o
número de flagelos que o gênero possui. Se fossem dois flagelos, Ditrichomonas; três
flagelos, Tritrichomonas e assim sucessivamente;
- Membrana ondulante: é um dos 4 flagelos, em que esse recobre o corpo do protozoário
e também ajuda na movimentação do protozoário;
- Axóslito: é uma estrutura em forma de fita constituída pela justaposição de microtúbulos.
Acredita-se que desempenha a função de sustentação do parasita.
• Transmissão
A tricomoníase pode ser transmitida em banheiros e pelo compartilhamento de roupas e
tecidos íntimos, como as toalhas de banho, porém o principal meio de transmissão é a via
sexual. O parasita tem um tempo de incubação entre 4 a 28 dias e a infecção costuma
ocorrer, nas mulheres, quando a acidez do órgão é alterada, fazendo com que o
protozoário possa crescer de maneira exacerbada. Isso faz com que o organismo
acumule leucócitos no local da infecção em resposta a invasão do protozoário, formando
um corrimento vaginal de cor amarelo-esverdeada e com odor fétido.
Já nos homens, a doença costuma ocorrer de maneira assintomática. Contudo, nos
indivíduos que apresentam alguma sintomatologia, geralmente ocorre uretrite pela
infecção local. Estudos recentes vem apontando que o parasita pode provocar problemas
relacionados gravidez, como a gravidez ectópica e infertilidade; e no neonato, sendo
associado a episódios de prematuridade. Felizmente, o tratamento é relativamente
simples e é feito pela administração de metronidazol em ambos os parceiros sexuais,
capaz de curar totalmente a infecção.
• Diagnóstico
Como nos homens a infecção costuma ser assintomática e nas mulheres ocorre
sintomatologia comuns, como corrimento vaginal, o diagnóstico clínico é insuficiente e
poderia ser associado a outras DSTs, havendo a necessidade de realizar o
microbiológico.
O Trichomonas vaginalis é um protozoário anaeróbio facultativo e ele costuma habitar a
vagina e o trato uretral. Então, pode-se dizer que ele costuma crescer bem na ausência
de oxigênio e em meios ricos com pH ácido.
A cultura ainda é o método de predileção utilizado no diagnóstico porque apresenta maior
sensibilidade. Para a obtenção do material biológico, coleta-se um swab da região
exocérvice, mais conhecida como colo do útero, w