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Câncer de esôfago

Incidência:

No Brasil, o câncer de esôfago é o sexto mais frequente entre os homens e o


15º entre as mulheres, exceto o câncer de pele não melanoma. É o oitavo mais
frequente no mundo e a incidência entre homens é cerca de duas vezes maior
do que em mulheres.

O tipo de câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma epidermoide


escamoso, responsável por 96% dos casos. Outro tipo, o adenocarcinoma,
vem aumentando significativamente.

Estimativa de novos casos: 10.790, sendo 8.240 homens e 2.550 mulheres


(2018 - INCA).
Número de mortes: 8.402, sendo 6.525 homens e 1.876 mulheres (2015 -
Atlas de Mortalidade por Câncer).

Definição:

O esôfago é um órgão do sistema digestivo que fica localizado entre a faringe e


o estômago que se estende por 25 centímetros. É um tubo muscular importante
para o processo de digestão, pois conduz o alimento da boca até o estômago.

O câncer de esôfago é uma doença na qual células malignas passam a se


desenvolver no revestimento interno do órgão. É classificado como células que
sofreram mutações e se multiplicaram desordenadamente. Os dois tipos mais
frequentes são:

 Carcinoma epidermoide escamoso – É responsável por 90% dos


casos de câncer, mais comum entre os negros. O tumor se manifesta
nas células escamosas que revestem o terço superior médio do esôfago
e está associado ao consumo de tabaco e álcool.
 Adenocarcinoma – É o segundo tipo mais comum e surge de células
glandulares, geralmente da parte inferior do esôfago, e está relacionado
à doença do refluxo gastroesofágico, à obesidade e também ao
tabagismo, mais comum entre os brancos.

Os carcinomas de pequenas células, sarcomas, linfomas, tumores adenoides-


císticos são os tipos mais raros de câncer de esôfago. Todos juntos,
correspondem a 5% dos casos de enfermidades.

Causas:
A irritação crônica do esôfago pode contribuir para mudanças no DNA das
células que revestem o órgão, o que facilita o aparecimento de tumores
malignos.

O fumo é o principal fator de risco para a doença. O outro é a ingestão de


álcool. Em especial, a associação do tabaco (cigarro, charuto ou cachimbo).

Além dos citados, são considerados fatores de risco para o aparecimento do


câncer de esôfago:

 Esôfago de Barrett e esofagite de refluxo – alteração na forma das


células que revestem a parte inferior do esôfago, provocada pela acidez
do refluxo gastroesofágico;
 Acalasia - alteração na cárdia (esfíncter esofágico inferior) que dificulta a
passagem do alimento para o estômago e pode evoluir para a dilatação
do esôfago;
 Tilose – hiperqueratose palmar e plantar (endurecimento da pele
causado pela produção excessiva de queratina);
 Megaesôfago – causado pela doença de Chagas que leva a perda dos
movimentos peristálticos;
 Homens com idade superior a 50 anos;
 Dieta pobre em frutas, legumes e verduras e vitaminas A,B,C;
 Obesidade;
 Infecção pelo Papilomavírus humano HPV;
 Consumo de carnes processadas (salsicha, presunto, blanquette de
peru, entre outros).

Sintomas:

Nas fases iniciais, os tumores de esôfago são assintomáticos e não é raro o


diagnóstico ocorrer por acaso. Os sintomas costumam aparecer quando a
doença já está num estado avançado.

Dentre eles, destacam-se:

 Disfagia – dificuldade de engolir alimentos sólidos e líquidos;


 Odinofagia – dor ao engolir;
 Dor atrás do esterno;
 Perda de peso, provocada pela dificuldade em se alimentar;
 Rouquidão, tosse, falta de ar, náuseas, vômitos, hemorragia digestiva e
pele amarelada.

Diagnóstico e estadiamento:

O diagnóstico é realizado por meio da endoscopia digestiva que investiga o


interior do tubo. Uma vez confirmado o diagnóstico, pode ser necessário
realizar outros exames – tomografia computadorizada, PET-TC, broncoscopia,
ultrassom, ecoendoscopia – para verificar o estadiamento do tumor. Ou seja, é
necessário saber se as células cancerosas estão confinadas na camada
superficial que reveste o esôfago (estádio I), se já atingiram camadas mais
profundas do esôfago (estádio II), ou se o sistema linfático e os órgãos
vizinhos, como os brônquios, traqueia e estômago (estádio III) e se existem
metástases em órgãos mais distantes, como pulmões, fígado e ossos (estádio
IV).

Tratamento:

O tratamento pode ser feito por três abordagens distintas ou combinadas:


cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Para os tumores nos estágios iniciais, a
ressecção endoscópica ainda pode ser um procedimento viável.

Na maioria dos casos, a opção mais indicada é a cirurgia, que pode focar tanto
na retirada do tumor, caso ainda esteja pequeno e na fase inicial, quanto na
retirada da parte de esôfago, recomendado quando o tumor já se espalhou
para estruturas vizinhas e gânglios linfáticos.

Dependendo da extensão da doença, o tratamento pode ser apenas paliativo,


sem finalidade curativa, por meio de radioterapia e quimioterapia.

Referências:

https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-esofago

https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-esofago

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/cancer-de-esofago/

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