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3 de fevereiro de 2017
(Foto: Shutterstock)
Alguns leitores superficiais da Bíblia, e de hermenêutica refutável, tomam um texto fora do contexto, e dele
fazem um “credo”. Raciocinam que se a palavra espírito – ruach no Antigo Testamento, e pneuma no Novo
Testamento – significa vento, logo o Espírito Santo é apenas um vento, ou energia procedente do Pai e do
Filho. Ora, isto é uma falácia, uma manipulação sofística inaceitável, que não resiste a um amplo exame das
Escrituras. “Jesus nunca chamou o Espírito Santo de “isto” quando falava dEle. Em João 14, 15 e 16, por
exemplo, Jesus falou do Espírito Santo como “Ele”, porque Ele não é uma força ou uma coisa, mas uma
pessoa”.[1] Como o nome Jesus indica a função a Ele destinada (Mateus 1:21), o nome Espírito Santo indica
a sua própria função. Ele daria o fôlego de vida, tanto na criação (Salmo 104:30) como na redenção
(Ezequiel 37:9-14; João 3:5-8); e trabalharia no processo de inspiração das Escrituras (ver 2Timóteo 3:16;
2Pedro 1:20, 21).[2] E estas são funções de uma pessoa.
Observemos algumas evidências de que o Espírito Santo tem personalidade. Ele fala. “Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se
encontra no paraíso de Deus” (Apocalipse 2:7). Pode-se mentir para Ele. “Então disse Pedro: Ananias, por
que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do
campo? …” (Atos 5:3, 4). Pode-se insulta-Lo (Hebreus 10:29). Além disso, Ele intercede (Romanos 8:26).
Ele testemunha (João 15:26). Ele guia (João 16:13). Ele convence (João 16:7, 8). Ele ordena (Atos 16:6, 7).
Ele nomeia (Atos 20:28). O Espírito Santo tem mente (1Coríntios 2:11). Ele tem emoções (Efésios 4:30). Ele
tem vontade (1Coríntios 12:7-11).
Como percebemos, o Espírito Santo é uma pessoa, mas não qualquer pessoa. Ele é Deus. “Então disse Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo… Não mentiste aos
homens, mas a Deus” (Atos 5:3, 4). Ele é eterno – sempre existiu. “Muito mais o sangue de Cristo que, pelo
Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas
para servirmos ao Deus vivo!” (Hebreus 9:14). Ele é Todo-Poderoso (Lucas 1:35). Ele é Onipresente – está
em todo lugar (Salmo 139:7). Ele é onisciente – sabe tudo (1 Coríntios 2:10, 11). Ele é o Criador (Gênesis
1:2), e ressuscita mortos (Efésios 1:20).
Pessoas distintas
Amigo leitor, note que as Escrituras não fazem confusão entre os componentes da divindade. Eles são três
pessoas distintas. O Pai é uma Pessoa (Mateus 6:6, 9; João 17:1). O Filho é outra Pessoa (Mateus 16:16, 17;
João 3:16), e o Espírito Santo é outra Pessoa (João 16:7; Hebreus 3:7). Observe o seguinte texto. “E eu
rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da
verdade que o mundo não pode conhecer, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque Ele
habita convosco e estará em vós” (João 14:16).
O que vemos neste texto? O Filho de Deus está falando aos seus discípulos. Ele disse que rogaria a quem?
Ao Pai. O que pediria ao Pai? Ele rogaria ao Pai que enviasse outro Consolador. Cristo apresenta o Espírito
Santo neste texto como ἄλλον Παράκλητον. As palavras allós Parakletos significam “outro Consolador” ou
“outro Ajudador”. O termo allós significa “outro da mesma espécie”, ou “outro da mesma classe”, ou “outro
igual”. “Visto que a palavra grega allós significa “outro da mesma classe”, se deduz que o Espírito Santo era
da mesma classe que Cristo, a saber, uma pessoa divina”.[3]
Jesus foi o Consolador dos discípulos e agora que retornaria para junto do Pai não os deixaria órfãos. O
Espírito Santo estava com eles, mas, até ali, eles não sentiram falta dEle, evidentemente, devido à presença
do Filho de Deus. Mas, ao ficarem sem sua presença pessoal e visível, eles sentiriam necessidade de um
Consolador. Conforme a promessa de Cristo, a Pessoa do Espírito da Verdade não só estaria com eles, mas
habitaria neles. Que maravilha e bênção extraordinária ter o Espírito Santo não simplesmente conosco, mas
habitando em nós!
Pluralidade na divindade
As Escrituras apresentam uma pluralidade na divindade (Gênesis 1:26; 3:22; 11:7; Isaías 6:1-4, 8; Mateus
28:19; 2 Coríntios 13:13).[4] São três pessoas divinas. O Pai é Deus (Gênesis 1:1, 2; João 20:17); o Filho é
Deus (João 1:1-3; 20:28; Hebreus 1:8; 1João 5:20); e o Espírito Santo também é Deus (Atos 5:4).
Mas, por outro lado, paradoxalmente, as mesmas Escrituras também declaram que Deus é uma ekad, ou
unidade (Deuteronômio 6:4); que há um só Deus (Efésios 4:4-6), e que “Deus é um só” (Tiago 2:19). A
posição bíblica da unicidade de Deus não admite mais que um só Deus.[5] Estamos diante do mistério da
Trindade divina, ou seja, um Deus em três pessoas. As três pessoas são distintas, mas são uma mesma
essência ou natureza. Isto fere sua lógica humana? É um teste de humildade. Um conselho: “tire as sandálias
dos seus pés, pois este lugar é terra santa”. Eles são os maiores poderes do Universo. O Pai no “trono do
Universo” (Daniel 7:9; Apocalipse 4:9-11), o Filho no “trono da graça” (Marcos 16:19; Hebreus 4:16), e o
Espírito Santo no “trono do coração” (1Coríntios 3:16; 6:19, 20). Eles atuaram juntos na obra da criação
(Gênesis 1:1, 2, 27; João 1:1-3, 14), e tem atuado na redenção (Mateus 26:39, 42; Lucas 3:22; João 3:3, 5,
14-16).
Uma das características da divindade é sua subordinação funcional. O Pai primeiro (Colossenses 1:3; João
3:16; 5:37). A seguir, o Filho (Filipenses 2:9; Hebreus 1:8). E o Espírito Santo por último (João 14:16, 26;
16:7, 14; 2 Coríntios 13:13). Porém, nenhuma Pessoa da divindade é inferior à outra. A subordinação não
prejudica a igualdade, pois: “É um só, e o mesmo Deus em natureza, propósito e ação. Ellen White declara:
“Há três pessoas vivas pertencentes à trindade celestial […] o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.[6]
Amigo leitor, há uma terrível advertência quanto a resistir ao Espírito Santo. “Por isso vos declaro: Todo
pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra a Espírito Santo não será perdoada.
Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isto perdoado; mas se alguém falar
contra o Espírito Santo, não lhe será isto perdoado, nem neste mundo, nem no porvir” (Mateus 12:31, 32).
Há neste texto uma aparente sobreposição ou superioridade do Espírito Santo em relação ao Filho de Deus.
Novamente, não é questão de hierarquia, mas de função, pois é o Espírito Santo a Pessoa que nos convence
“do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8). Jesus advertiu seus ouvintes contra o desprezar e resistir a
atuação do Espírito Santo ao ponto de ter uma consciência cauterizada.[8] Uma maneira de chegar a esse
ponto é duvidar da personalidade e divindade do Espírito Santo. Jesus diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3:22). Amigo, agora, ainda é o tempo do Espírito Santo. Você deseja que
2017 seja o ano do Espírito Santo em sua vida? Deixe-o guia-lo através da Bíblia. E aceite a Jesus Cristo
como seu Senhor e Salvador.
Referências:
[1]Este artigo apresenta algumas contribuições de Billy Graham em: O Espírito Santo (São Paulo: Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova), 12. Para um estudo mais detido sobre o Espírito Santo ver: Nisto Cremos
(Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira); Creencias de los adventistas del séptimo día (Buenos Aires:
Asociación Casa Editora Sudamericana, 2007); Fernando L. Canale, “Doutrina de Deus” em Tratado de
teologia adventista, editado por Raoul Dederen (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011).
[2]A expressão “inspirada por Deus” em 2Timóteo 3:16 é tradução do grego θεόπνευστος (theopneustos) que
significa “soprada por Deus”. À luz de 2Pedro 1:21, é indicação da divindade do Espírito Santo.
[3]Fernando L. Canale, “La Doctrina de Dios”, en Teología: fundamentos bíblicos de nuestra fe, vol. 2
(Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2005), 95.
[4]Ibíd., 74.
[5]Ibíd. 72, 73.
[6]Ellen G. White, Evangelismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira), 615.
[8]Edwin Reynolds, “?Qué es el pecado imperdonable?”, en Interpretación de las Escrituras, ed. Gerhard
Pfandl (Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2012), 258-260.
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Alberto R. Timm
A obra fundamental do Espírito Santo no mundo é chamar os pecadores ao arrependimento e conduzi-los à
salvação em Cristo. Sua missão individual é bem descrita nas palavras: “Eis que estou à porta e bato; se
alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo.” (Apoc. 3:20).
E o conselho divino é: “Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações…” (Heb. 3:15).
Cristo afirmou que o Espírito Santo viria para O glorificar (João 16:14), e para convencer “o mundo do
pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8). Estes são aspectos cruciais da salvação; pois a consciência da
pecaminosidade própria é indispensável para a aceitação da justiça de Cristo que, por sua vez, é o único meio
pelo qual podemos ser provados no juízo divino. E o Espírito Santo é também o agente regenerador (Tito
3:5) que torna eficaz o sacrifício de Cristo na vida do crente. Outro aspecto da Sua missão aparece na
declaração de Cristo: “Quando vier, porém, ‘o Espírito da verdade’, Ele vos guiará a toda a verdade” (João
16:13). “O Espírito é chamado ‘o Espírito da verdade’, pois sua obra é guiar os seguidores de Jesus ‘a toda a
verdade’. Enquanto os dias passam, o Espírito os guiará mais e mais profundamente no conhecimento da
verdade.”1 Esta é uma obra de santificação, pela qual o próprio Cristo orou em Sua oração sacerdotal:
“Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). E o salmista acrescenta: “A Tua Lei é a
própria verdade” (Salmo 119:142). Foi o Espírito Santo quem inspirou as Sagradas Escrituras e é Sua missão
guiar a vida dos seguidores de Cristo em conformidade com a Palavra de Deus e com a Sua Lei, tornando-os
mais semelhantes a Cristo, que é a Verdade personificada (João 14:6). O Espírito Santo não iniciou Sua obra
por ocasião do Pentecostes. Desde Gênesis 1:2, Ele é inúmeras vezes mencionado no Antigo Testamento.
Deus já prometera aos israelitas após o êxodo: “O Meu Espírito habitará no meio de vós” (Ageu 2:5). E,
mesmo antes do Pentecostes, Cristo afirmou a Seus discípulos: “o Espírito da verdade… habita convosco e
está em vós” (João 14:17).
A obra especial do Espírito Santo
A Bíblia menciona também uma obra especial do espírito Santo entre os crentes, e é a esta obra que Cristo Se
referiu ao prometer a Seus discípulos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
Minhas testemunhas…” (Atos 1:8). Portanto a obra especial do Espírito Santo significa uma capacitação
especial dos crentes para a proclamação do evangelho. À semelhança da obra universal do Espírito Santo
quanto à salvação, também esta obra é de natureza cristológica – Cristo disse que eles receberiam poder para
serem Suas testemunhas! O apóstolo São Paulo denomina essa capacitação especial de “dons espirituais” (I
Cor. 12:1), e acrescenta que esses dons não são concedidos sem motivo, mas “visando um fim proveitoso (I
Cor. 12:7), e que este fim é o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do Seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo” (Efé. 4:12).
O exemplo clássico desta capacitação especial para testemunhar de Cristo é o dom de línguas que os
discípulos receberam no Pentecostes. Nesta ocasião, estavam em Jerusalém pessoas das mais diversas
nacionalidades (Atos 2:5, 9-11), as quais, ao ouvirem o testemunho dos discípulos ser-lhes dado na sua
“própria língua materna” (Atos 2:8), maravilharam-se profundamente; e o resultado para a igreja cristã foi
um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2:41). Portanto a manifestação do dom de línguas
no Pentecostes não tinha um fim em si mesmo, para a satisfação e orgulho pessoal dos apóstolos, mas sim
um objetivo evangelístico. E o próprio apóstolo São Paulo esclarece ainda mais este assunto ao dizer que “as
línguas constituem um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos” (I Cor. 14:22), e ele acrescenta:
“Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil
palavras em outra língua” (I Cor. 14:19)
A Bíblia afirma ainda que “os dons são vários, mas o Espírito é o mesmo” (I Cor. 12:4), e que esses dons são
concedidos a cada um individualmente, segundo apraz ao Espírito Santo (I Cor. 12:11). Portanto não é o
indivíduo que escolhe os dons que deseja possuir, pois isso cabe ao Espírito Santo. A Parábola dos Talentos,
em São Mateus 25:14-30, ilustra bem esse princípio.
Condições para o recebimento do Espírito Santo
Uma vez que a iniciativa da nossa salvação é divina (Apoc. 3:20), a parte que nos corresponde para o
recebimento do Espírito Santo é simplesmente aceitarmos o Seu convite; pois é Ele quem efetua em nós
“tanto o querer como o realizar” (Filip. 2:13). Todos os impulsos de nossa parte para aceitarmos a salvação,
são por ele motivados; porém cabe a nós a decisão de os aceitar ou de os rejeitar. Mas “a todos os que
aceitam a Cristo como o Salvador pessoal, o Espírito Santo vem como Consolador, Santificador, Guia e
Testemunha”. 2
A Bíblia menciona, entretanto, algumas condições para o Espírito Santo permanecer em nós e capacitar-nos
com um poder especial para sermos testemunhas de Cristo. Em primeiro lugar, é necessário arrepender-nos
dos nossos pecados: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão
dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). Em segundo lugar, é necessário
crermos: “a fim de que recebêssemos pela fé o espírito prometido” (Gál. 3:14). Em terceiro lugar, é
necessário que obedeçamos toda a vontade de Deus como expressa em Sua Palavra: “… o Espírito Santo,
que Deus outorgou aos que Lhe obedecem” (Atos 5:32). “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos. E
Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (João
14:16). “Dar-vos- ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e
vos darei coração de carne. Porei dentro em vós o Meu Espírito, e farei que andeis nos Meus estatutos,
guardeis os Meus juízos e os observeis” (Ezeq.36:26 e 27). Em quarto lugar, é necessário que perseveremos
em oração: “… o Pai celestial dará o espírito Santo àqueles que Lho pedirem” (Luc. 11:13). “Tendo eles
orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo, e, com intrepidez,
anunciavam a palavra de Deus” (Atos 4:31). Mas mesmo a nossa oração deve ser sempre submetida à
vontade de Deus: “Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu” (Mat. 6:10). Biblicamente o
batismo em nome de Cristo e do Espírito Santo são simultâneos. Assim como Cristo recebeu a unção do
Espírito Santo por ocasião do Seu batismo por João Batista (Mar. 1:10), todos aqueles que aceitarem as boas
novas da salvação devem ser batizados ao mesmo tempo “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”
(Mat. 28:19).
Cada cristão deve buscar com profundo ardor e insistência diariamente o poder regenerador e santificador do
Espírito Santo na vida; porém a escolha dos “dons espirituais” não lhe cabe decidir, pois isto pertence à
vontade do Espírito santo, de acordo com as necessidades e conveniências (I Cor. 12:11). É por este motivo
que Cristo condena a busca de milagres, ao declarar que “uma geração má e adúltera pede um sinal”
(Mat.16:4). E em Seu diálogo com Tomé, Cristo valoriza a fé sem milagres, ao afirmar: “Porque viste,
creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29).
Evidências do recebimento do Espírito Santo
Muito embora um cristão que seja cheio do Espírito Santo possa receber poder para operar milagres, como
ocorreu com os apóstolos por ocasião do Pentecostes, não é esta a evidência decisiva de alguém possuir o
Espírito Santo na vida. Cristo, com o Seu olhar profético, declarou que nos últimos dias surgiria um grande
movimento de simulação da verdadeira obra do Espírito Santo: “Porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível os próprios eleitos” (Mat. 24:24). E
Ele acrescenta: “Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no dos Céus, mas aquele que faz a vontade
de Meu Pai que está nos Céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor, Senhor! porventura, não temos
nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos
milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a
iniquidade” (Mat. 7:21-23).
A experiência ocorrida no Egito, quando os sábios de Faraó simularam os milagres que o Senhor operara
através de Moisés e Arão (Êxo. 7:11), repetir-se-ia nos últimos dias (II Tes. 2:9-11). É por essa razão que o
próprio Espírito Santo inspirou o apóstolo João a alertar os crentes a esse respeito: “Amados, não deis crédito
a qualquer espírito: antes provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído
pelo mundo fora” (I João 4:1). E a Bíblia acrescenta: “ À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta
maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:20). E ela ainda adverte que os sensuais… não têm o Espírito” (Jud.
19).
Mas qual é a verdadeira evidência de que alguém possui o Espírito Santo? Na verdade, a evidência da
presença do Espírito Santo na vida de uma pessoa “é tão ampla quanto a Sua obra”. 3 Cristo disse que “pelos
seus frutos os conhecereis” (Mat. 7:20), e o apóstolo São Paulo acrescenta que “o fruto do Espírito é: amor,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gál. 5:22 e 23).
Portanto a evidência concreta é o fato de sua vida ter sido transformada de acordo com o padrão divino,
procurando conhecer e viver em conformidade com “toda a verdade”, pois esta é a obra do espírito Santo.
Jesus disse que os que entrarão no reino do Céus são aqueles que fazem a vontade de Deus (Mat. 7:21) A
Bíblia declara que João Batista era “cheio do Espírito Santo” (Luc. 1:15), mas “não fez nenhum sinal, porém
tudo quanto disse a respeito dEste era verdade” (João 10:41). E isto foi suficiente para Cristo afirmar que
“entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João” (Luc. 7:28). Muito embora a obra universal do
Espírito Santo seja universalmente a mesma, não podemos generalizar a Sua obra especial no vida dos
crentes. Como “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo” (I Cor. 12:4), e esses dons são distribuídos
pelo Espírito a cada um, “como Lhe apraz” (I Cor. 12:11); o fato de um genuíno cristão viver em plena
conformidade com a vontade de Deus, mas não possuir determinado dom, não é evidência de que ele não
seja cheio do Espírito Santo. Por outro lado, o próprio fato de alguém vangloriar-se de possuir determinado
dom que outra pessoa não possui, é evidência clara de que ele não está sendo guiado pelo Espírito Santo
(Gál. 5:25 e 26).
Na verdade “todos quanto anseiam ter semelhança de caráter com Deus, serão satisfeitos. O Espírito Santo
nunca deixa sem assistência a alma que está olhando a Cristo. …Se o olhar se mantiver fixo em Jesus, a obra
do Espírito não cessa, até que a alma esteja conforme a Sua imagem”. 4 E “não há limites à utilidade de uma
pessoa que, pondo de parte o próprio eu, oferece margem à operação do Espírito Santo na alma, e vive uma
vida de inteira consagração a Deus”. 5
PDF: O Espírito Santo – Quem? Como? Por Quê?
Referências:
1. Leon Morris, The Gospel According to John. (Grand Rapids: Michigan, Wm. B. Eerdmans Publ. Co.,
1979), p. 700.
2. Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 49.
3. Wilson H. Endruweit, Movimento Carismático. Um Estudo Exegético e Teológico de Suas Principais
Características. (São Paulo, Instituto Adventista de Ensino, 1977), p. 27.
4. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações. p. 285.
5. Ibid., p. 227.
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Referências
1 Ellen G. White, Evangelismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), 614. ↑
2 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001), 352. Esta
afirmação do Espírito de Profecia denota claramente a personalidade e divindade do Espírito Santo. ↑
3 LeRoy E. Froom, A Vinda do Consolador (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), 40. À página 36
da edição castelhana, acrescenta-se ao final do parágrafo a seguinte colocação: “Mas se O reconhecemos
como Pessoa, estudaremos como nos submeter a Ele de modo que nos use segundo Sua vontade.” ↑
4 Ibid, 41, 42. ↑
5 Ricardo Nicotra, “Eu e o Pai Somos Um” (São Paulo: Ministério Bíblico Cristão, maio/2004), 9, 34 e 35;
Jairo Carvalho, A Divindade (Contenda, PR: Ministério 4 anjos, s.d.), 114. ↑
6 Ibid, 35. ↑
7 Ibid. ↑
8 Embora, de vez em quando, palavras sejam proferidas ou escritas por aí sem, ao menos, se pensar nelas. ↑
9 É bom lembrar neste momento que Jesus é chamado Logos, “Palavra” (a Almeida verte “Verbo”), nos
escritos joaninos (Jo 1:1, 14; 1Jo 1:1; Ap 19:13), e nem por isso iríamos afirmar que Ele, na encarnação,
procedeu de dentro do Pai. O emprego da preposição prós, “com”, no prólogo do quarto Evangelho indica
que Jesus veio da íntima companhia do Pai, de um relacionamento face a face, de um companheirismo como
iguais (ver A. T. Robertson, A Grammar of the Greek New Testament in the Light of Historical Reserarch
[Nashville, TN: Broadman, 1934], 613, e The Divinity of Christ in the Gospel of John [New York: Fleming
H. Revell, 1916], 39): “O Verbo estava com [prós] Deus… Ele estava no princípio com [prós] Deus” (Jo 1:1,
2). Vemos, então, que é sempre importante levar em conta a preposição usada e sua conotação. ↑
10 Robertson, A Grammar, 613; ver pp. 553-649 para uma abordagem geral das preposições gregas. ↑
11 Atos dos Apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1986), 52. ↑
12 A fórmula é de Rui Barbosa em alusão às prerrogativas papais de infalibilidade (ver O Papa e o Concílio
[Rio de Janeiro: Elos, s/d], I:113). ↑
13 Nicotra, 8, 9. Carvalho, 44-46, 74, 110. ↑
14 Nicotra, 8, 9, 11. ↑
15 Por exemplo, muito da “teologia” grega do tempo dos apóstolos era antropomórfica, o que naturalmente
recebeu o repúdio da fé cristã. ↑
16 ↑Nicotra, 12, 32, 33, 36; Carvalho, 18, 19, 20, 21, 26, 31, 32, 50, 51,
17 Sabelianismo, de Sabélio, herege do terceiro século, que afirmava que uma única Pessoa na Divindade se
manifesta de três modos distintos: às vezes como Pai, outras como Filho, e ainda outras como Espírito Santo.
Assim, para Sabélio, o Espírito Santo era às vezes o Pai, outras vezes o Filho. ↑
18 Carvalho, 21. ↑
19 Ibid. ↑
20 Nicotra, 8. ↑
21 Ibid, 28. ↑
22 Carvalho, 24. ↑
23 Ibid, 132, 133. ↑
24 Ibid., 80, 134, 135, 136, 137. ↑
25 Ibid., 80, 137. ↑
26 Ver nota a seguir. ↑
27 “A partir da Divindade”, em vez de “da Divindade”, é como Jairo Carvalho verte o original inglês “of the
Godhead”, do texto em apreço de Ellen G. White. Ele recorre ao Webster’s Dictionary em apoio à sua
versão, afirmando que, segundo este, “of ” é sinônimo de “from”, que ele afirma significar “a partir de”
(107). Mas, na acepção que o dissidente requer, é duvidoso atribuir tal significado à preposição “from”. Em
sua edição mais completa, o aludido dicionário supre os diversos casos de equivalência entre “of” e “from”, e
nenhum deles coincide com o que o dissidente imagina (ver “of ” em Webster’s Dictionary of the English
Language – Unabridged – Encyclopedic Edition [Chicago, IL.: J. G. Ferguson Publishing Company, 1979],
II:1241, 1242). Igualmente não pode ser alegado que, “na época em que o texto [de Ellen G. White] foi
escrito, por volta de 1890”, um dos significados de “of ” era “a partir de” (Carvalho, 107, 128), pois o
mesmo Dicionário supre os significados obsoletos do termo e também nenhum deles é o que o dissidente
pretende. Quisesse a serva do Senhor declarar o que ele afirma, teria registrado algo como “starting from”
em lugar do simples “of ”. ↑
28 Evangelismo, 617. Se é apenas pelo poder do Espírito Santo que se vence o inimigo, o que será dos que O
negam e rejeitam? Senhores dissidentes, pensem nisso! ↑
29 Carvalho, 22, 52, 114, 116, 117, 118, 121, 122, 124, 125, 142, 143, 159. ↑
30 Evangelismo, 614. ↑
31 Carvalho, 165. ↑
32 Atos dos Apóstolos, 52. ↑
33 Evangelismo, 617. ↑
34 Afirmar, como o Sr. Nicotra faz (18-24), que a fórmula batismal no tríplice nome de Deus em Mateus
28:19 foi interpolada posteriormente ao texto original do Evangelho, sendo, portanto, apócrifa, não é
verdade, como ficou evidenciado em Jose C. Ramos, “Mateus 28:19 ¯ falso ou autêntico?”, Revista
Adventista, maio de 2005, 10, 11. ↑
35 Veja, por exemplo, Lucas 2:27; João 3:5, 6; 16:8; Romanos 8:4, 23; 14:17; Gálatas 5:17, 22, 23; 1 Pedro
1:2; 2 Pedro 1:21. ↑
36 Ellen G. White, “The Word Made Flesh,” Review and Herald, 5 de abril de 1906, 8. ↑
37 Evangelismo, 615 (itálicos supridos). ↑
38 Ibid., 616. ↑
39 Quanto à genuinidade da fórmula “que está no céu” em João 3:13, ver José C. Ramos, “La Revelación de
Dios em JesuCristo en el Cuarto Evangelio”, Theologika VII, 2 (1993) 93: 112-127, principalmente 117-121.
↑
40 O Desejado de Todas as Nações, 669. Ênfase suprida. ↑
41 Manuscrito 14, 23 e 24. Ênfase suprida. ↑
42 Ellen G. White, “Our Battle with Evil”, Review and Herald, 10 de fevereiro de 1903, 8. ↑
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Referências
1 Ellen G. White, Evangelismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), 614. ↑
2 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2001), 352. Esta afirmação do Espírito de Profecia denota claramente a
personalidade e divindade do Espírito Santo. ↑
3 LeRoy E. Froom, A Vinda do Consolador (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1988), 40. À página 36 da edição castelhana, acrescenta-se ao final do parágrafo a
seguinte colocação: “Mas se O reconhecemos como Pessoa, estudaremos como nos
submeter a Ele de modo que nos use segundo Sua vontade.” ↑
4 Ibid, 41, 42. ↑
5 Ricardo Nicotra, “Eu e o Pai Somos Um” (São Paulo: Ministério Bíblico Cristão,
maio/2004), 9, 34 e 35; Jairo Carvalho, A Divindade (Contenda, PR: Ministério 4 anjos,
s.d.), 114. ↑
6 Ibid, 35. ↑
7 Ibid. ↑
8 Embora, de vez em quando, palavras sejam proferidas ou escritas por aí sem, ao
menos, se pensar nelas. ↑
9 É bom lembrar neste momento que Jesus é chamado Logos, “Palavra” (a Almeida
verte “Verbo”), nos escritos joaninos (Jo 1:1, 14; 1Jo 1:1; Ap 19:13), e nem por isso
iríamos afirmar que Ele, na encarnação, procedeu de dentro do Pai. O emprego da
preposição prós, “com”, no prólogo do quarto Evangelho indica que Jesus veio da íntima
companhia do Pai, de um relacionamento face a face, de um companheirismo como
iguais (ver A. T. Robertson, A Grammar of the Greek New Testament in the Light of
Historical Reserarch [Nashville, TN: Broadman, 1934], 613, e The Divinity of Christ in
the Gospel of John [New York: Fleming H. Revell, 1916], 39): “O Verbo estava com
[prós] Deus… Ele estava no princípio com [prós] Deus” (Jo 1:1, 2). Vemos, então, que
é sempre importante levar em conta a preposição usada e sua conotação. ↑
10 Robertson, A Grammar, 613; ver pp. 553-649 para uma abordagem geral das
preposições gregas. ↑
11 Atos dos Apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1986), 52. ↑
12 A fórmula é de Rui Barbosa em alusão às prerrogativas papais de infalibilidade (ver
O Papa e o Concílio [Rio de Janeiro: Elos, s/d], I:113). ↑
13 Nicotra, 8, 9. Carvalho, 44-46, 74, 110. ↑
14 Nicotra, 8, 9, 11. ↑
15 Por exemplo, muito da “teologia” grega do tempo dos apóstolos era antropomórfica,
o que naturalmente recebeu o repúdio da fé cristã. ↑
16 ↑Nicotra, 12, 32, 33, 36; Carvalho, 18, 19, 20, 21, 26, 31, 32, 50, 51,
17 Sabelianismo, de Sabélio, herege do terceiro século, que afirmava que uma única
Pessoa na Divindade se manifesta de três modos distintos: às vezes como Pai, outras
como Filho, e ainda outras como Espírito Santo. Assim, para Sabélio, o Espírito Santo
era às vezes o Pai, outras vezes o Filho. ↑
18 Carvalho, 21. ↑
19 Ibid. ↑
20 Nicotra, 8. ↑
21 Ibid, 28. ↑
22 Carvalho, 24. ↑
23 Ibid, 132, 133. ↑
24 Ibid., 80, 134, 135, 136, 137. ↑
25 Ibid., 80, 137. ↑
26 Ver nota a seguir. ↑
27 “A partir da Divindade”, em vez de “da Divindade”, é como Jairo Carvalho verte o
original inglês “of the Godhead”, do texto em apreço de Ellen G. White. Ele recorre ao
Webster’s Dictionary em apoio à sua versão, afirmando que, segundo este, “of ” é
sinônimo de “from”, que ele afirma significar “a partir de” (107). Mas, na acepção que o
dissidente requer, é duvidoso atribuir tal significado à preposição “from”. Em sua edição
mais completa, o aludido dicionário supre os diversos casos de equivalência entre “of”
e “from”, e nenhum deles coincide com o que o dissidente imagina (ver “of ” em
Webster’s Dictionary of the English Language – Unabridged – Encyclopedic Edition
[Chicago, IL.: J. G. Ferguson Publishing Company, 1979], II:1241, 1242). Igualmente
não pode ser alegado que, “na época em que o texto [de Ellen G. White] foi escrito, por
volta de 1890”, um dos significados de “of ” era “a partir de” (Carvalho, 107, 128), pois
o mesmo Dicionário supre os significados obsoletos do termo e também nenhum deles
é o que o dissidente pretende. Quisesse a serva do Senhor declarar o que ele afirma,
teria registrado algo como “starting from” em lugar do simples “of ”. ↑
28 Evangelismo, 617. Se é apenas pelo poder do Espírito Santo que se vence o inimigo,
o que será dos que O negam e rejeitam? Senhores dissidentes, pensem nisso! ↑
29 Carvalho, 22, 52, 114, 116, 117, 118, 121, 122, 124, 125, 142, 143, 159. ↑
30 Evangelismo, 614. ↑
31 Carvalho, 165. ↑
32 Atos dos Apóstolos, 52. ↑
33 Evangelismo, 617. ↑
34 Afirmar, como o Sr. Nicotra faz (18-24), que a fórmula batismal no tríplice nome de
Deus em Mateus 28:19 foi interpolada posteriormente ao texto original do Evangelho,
sendo, portanto, apócrifa, não é verdade, como ficou evidenciado em Jose C. Ramos,
“Mateus 28:19 ¯ falso ou autêntico?”, Revista Adventista, maio de 2005, 10, 11. ↑
35 Veja, por exemplo, Lucas 2:27; João 3:5, 6; 16:8; Romanos 8:4, 23; 14:17; Gálatas
5:17, 22, 23; 1 Pedro 1:2; 2 Pedro 1:21. ↑
36 Ellen G. White, “The Word Made Flesh,” Review and Herald, 5 de abril de 1906, 8. ↑
37 Evangelismo, 615 (itálicos supridos). ↑
38 Ibid., 616. ↑
39 Quanto à genuinidade da fórmula “que está no céu” em João 3:13, ver José C.
Ramos, “La Revelación de Dios em JesuCristo en el Cuarto Evangelio”, Theologika VII,
2 (1993) 93: 112-127, principalmente 117-121. ↑
40 O Desejado de Todas as Nações, 669. Ênfase suprida. ↑
41 Manuscrito 14, 23 e 24. Ênfase suprida. ↑
42 Ellen G. White, “Our Battle with Evil”, Review and Herald, 10 de fevereiro de 1903,
8. ↑