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Recibido: 30/11/2014 Aceptado: 05/01/2015 Publicado: 20/01/2015
INTRODUÇÃO
O
s trabalhos realizados enquadram-se numa perspectiva de minimização de impactes
sobre o património cultural, decorrentes da execução do projecto de arranjo urbanístico
dos espaços envolventes ao Convento de Cristo e Castelo de Tomar. Neste
enquadramento encontraram-se preconizadas um conjunto de acções de minimização
que implicaram a realização de sondagens arqueológicas, em parte revestidas de uma
natureza de diagnóstico, requeridas pela Direcção Geral do Património Cultural (DGPC)
e executadas pela empresa CRIVARQUE - Estudos de Impacto e Trabalhos Geo-
Arqueológicos, Lda. no período compreendido entre o mês de Novembro de 2012 e o
mês de Maio de 2013. O conflito existente entre o referido projecto e a presença de
estruturas de natureza patrimonial, condicionou parcialmente a empreitada em curso,
tendo-se concluído a necessidade de intervenção arqueológica numa série de áreas do
entorno conventual. Por este meio foi diligenciada a preservação das estruturas
entretanto identificadas, promovendo-se por inerência a conservação do conjunto
preexistente. Na presente intervenção foram considerados como principais objectivos, a
determinação da existência e respectivo grau de conservação de contextos
estratigráficos, sequências de ocupação humana e estruturas, conservados in situ, o
registo dos níveis e estruturas arqueológicas identificadas e sua respectiva
caracterização, bem como a integração cronológica e cultural dos vestígios
identificados, nomeadamente, através do estudo dos materiais arqueológicos
identificados e exumados no decorrer da intervenção.
Numa primeira análise, poderemos dividir a intervenção realizada em dois grupos
particulares. Numa primeira fracção, teremos os trabalhos desenvolvidos nas sondagens
1, 2 e 5 respeitantes a estruturas militares correlacionadas com a fortificação medieval.
Num segundo grupo englobámos as sondagens 3, 4 e 6 cujo objecto incidiu sobre
estruturas conventuais de cronologias balizadas entre o século XVI e XVII. Deverá ser
frisado que a matéria que por agora apresentamos se refere unicamente às unidades de
trabalho do primeiro grupo, que incidem directamente sobre o Alambor do Castelo de
Tomar, sendo realizada igualmente uma breve descrição dos trabalhos realizados na
sondagem 6.
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
2
FERNANDES, Maria Cristina: “A Ordem do Templo em Portugal: algumas considerações em torno das
fontes para o seu estudo”. En: Revista da Faculdade de Letras, História, III série, tomo VIII, Porto, 2007,
pp. 409-420.
3
BARROCA, Mário: “A Ordem Militar do Templo e a Arquitectura Militar do século XII”. En: Revista
da Portugalia, Nova Série, vol. XVII e XVIII, Porto, 1996-1997.
4
BARROCA, Mário : “D. Dinis e a Arquitectura Militar Portuguesa”. En: Revista da Faculdade de
Letras, História, II série, tomo XV, Porto, 1998, pp. 801-822.
5
CONTAMINE, Philippe, (1980) La guerre au moyen âge, París, Presses Universitaires de France.
6
BARBOSA, Pedro: “História Militar Medieval: problemas e metodologias”. En: Actas do III Colóquio e
Dia da História Militar: Portugal e a Europa dos séculos XVII a XX, Lisboa, Comissão Portuguesa de
História Militar, 1992, pp. 291-298.
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2. INTERVENÇÃO ARQUEOLÓGICA
Figura 4-5. Plano final da sondagem 1, com disposição de um caneiro do séc. XVII
disposto sobre pano de Alambor. Pormenor das argamassas de revestimento presentes
na secção de Alambor identificada na sondagem 1. (Autoria Foto: DIAS, Susana)
F4
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7
MACHADO, F. S. Lacerda, (1936) O Castelo dos Templários. Origem da Cidade de Tomar, Tomar,
Comissão de Iniciativa e Turismo de Tomar.
8
MONTEIRO, João Gouveia: “Cercos e Outras Operações”. En Id. y J. M. Filipe de Gouveia: A guerra
em Portugal nos finais da Idade Média, Lisboa, Editorial Notícias, 1998, pp. 337-318.
Figura 6. Base do Alambor sobre o estrato geológico, na fase final de escavação com
pormenor do estrato de enrocamento que sustenta toda a estrutura. (Autoria Foto: DIAS,
Susana)
9
PONTE, Salete; FERREIRA, Rui y MIRANDA, Judite: «Intervenção Arqueológica no Castelo de
Tomar». En: Mil Anos de Fortificações na Península Ibérica e no Magreb (500-1500), Actas do Simpósio
Internacional sobre Castelos, Colibri, Câmara Municipal de Palmela, 2001, pp. 423-438.
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Figura 11-12. Vista aérea do Castelo de Tomar e Convento de Cristo, com indicação
dos troços de muralha identificados (Fonte: © Google Earth). Proposta de Lacerda de
Machado para a disposição das muralhas do Castelo de Tomar (MACHADO, 1936)
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10
MACHADO, F. S. Lacerda, op. cit.
11
SANTOS, Carlos: “A Charola Templária de Tomar. Uma construção Românica entre o Oriente e o
Ocidente”. En: Revista Medievalista, 4 (2008)
F12
Figura 13-14. Vista da Boca do Túnel da Micha durante intervenção. Ponto de ligação
do túnel com o dreno que sai da cisterna do Claustro da Micha.
F13
12
Descrição sumária do sistema hidráulico do Convento de Cristo em Tomar. Excerto do texto acessível
online em www.conventocristo.pt. Consultado por última vez 01/04/2014.
13
CONDE, Manuel Sílvio, (1996) Tomar Medieval. O Espaço e os Homens, Cascais.
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Figura 16. Desenho dos distintos alçados do Túnel da Micha da sondagem 6 com
indicação da pendente do pavimento interno (Autoria Desenho: DIAS, Susana)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
14
ALMEIDA, Carlos A. F. y BARROCA, Mário, (2001) História da Arte em Portugal. O Românico,
Lisboa, Editorial Presença.
15
CARVALHO, Sérgio Luís, (1989) Cidades Medievais Portuguesas: Uma Introdução ao seu Estudo,
Lisboa, Livros Horizonte.
BIBLIOGRÁFICA DE REFERÊNCIA
BIBLIOGRAFIA GENÉRICA
CONTAMINE, Philippe – Guerre, état et soiété à la fin du moyen âge: études sur les armées
des rois de France 1337-1494, École Pratique des Hautes Études Sorbonne, Paris, 1972.
CRUXEN, Edison Bisso – «História, Arqueologia, Arquitectura Militar e Fronteiras: uma
pesquisa sobre Portugal Medieval, séculos XIII e XIV», in Revista Aedos, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, n.º 2, vol. II, Junho de 2009, pp. 56-70.
DUFFY, Christopher – Siege Warfare: Fortress in the Early Modern World, 1494-1660,
Routledge, London, 1996.
HARTLEY, Dorothy & ELLIOT, Margaret – Life and Work of the People of England. The
Fourteenth Century, London, 1929.
MARTINS, Luís Augusto Ferreira – História do Exército Português, Inquérito, Lisboa, 1946.
MATEOS, António Navareño – «El Castillo Bajomedieval: Arquitectura e Táctica Militar», in
Actas del I Simpósio Nacional: Las Armas en la Historia, siglos X – XIV, Revista
Gladius, vol. Especial, n.º 18, 1988, pp. 113-152.
MONTEIRO, João Gouveia – «Cercos e Outras Operações», in A guerra em Portugal nos
finais da Idade Média, Editorial Notícias, Lisboa, 1998, pp. 337-318.