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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PARQUE DA JUVENTUDE

CURSO TÉCNICO EM MUSEOLOGIA

JÉSSICA SCHEER SALLES


NATASHA SIQUEIRA

BRASILIDADES

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à


Banca Examinadora da ETEC parque da
Juventude, para obtenção do certificado de
Técnico em Museologia, sob orientação do
Professor João Pedro Rodrigues da Conceição.

SÃO PAULO
2018
2

1. RESUMO

O presente trabalho é possui fruto de diversas camadas de


desenvolvimento que foram acumulados ao longo do curso. Este trabalho de
conclusão de curso tem como principais produtos: as propostas expográfica,
educativa e de comunicação visual para a Museu Casa Mário de Andrade. A
Casa Mário de Andrade possui campos ainda não explorados e acreditamos
que este trabalho pode contribuir para maior conhecimento sobre este museu e
o público que o frequenta.

Palavras-chaves: Casa Mário de Andrade; museu; exposição.


3

Sumário

RESUMO............................................................................................................. 2
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
PROJETO E CONTEXTOS............................................................................. 5
PROPOSTA .................................................................................................... 9
OBJETIVOS .................................................................................................. 12
JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 13
DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 14
DESCRIÇÃO TÉCNICA ................................................................................ 14
PÚBLICO ALVO ............................................................................................ 17
EXPOSIÇÃO ................................................................................................. 20
ADENTRAMENTO SOBRE O PROJETO .................................................... 23
AS REPRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS ....................................................... 29
COMUNICAÇÃO ........................................................................................... 34
LOGO DA EXPOSIÇÃO ............................................................................ 34
CARTÃO DE VISITA ................................................................................. 35
INSTAGRAM ............................................................................................. 35
PUBLICAÇÃO MO INSTAGRAM .............................................................. 36
BANNER ................................................................................................... 36
E-MAIL MARKETING ................................................................................ 37
CARTAZ .................................................................................................... 38
EDUCATIVO ................................................................................................. 39
CRONOGRAMA .............................................................................................. 44
ORÇAMENTO ............................................................................................... 45
CONTRAPARTIDA ....................................................................................... 46
CONCLUSÃO .................................................................................................. 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 48
ANEXOS .......................................................................................................... 51
4

2. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como finalidade discorrer sobre o projeto


expográfico conjuntamente com criação da comunicação visual e atividades
educativas no Museu Casa Mário de Andrade. Esta exposição temporária
ganhou o nome de Brasilidades após realizamos diagnóstico sobre o museu
Casa Mário de Andrade, suas mídias e de seu público. Para maior
entendimento apresentaremos brevemente sobre os contextos que envolvem a
compreensão do Mário de Andrade, do Museu e do trabalho que
desenvolvemos.
Antes de nos adentrar sobre está instituição museal de Andrade seria
interessante entender quem foi esta pessoa e por que esse lugar possui o
nome dele. O Mário de Andrade foi batizado como Mário Raul Moraes de
Andrade, nasceu no dia 9 de outubro de 1893, na cidade de São Paulo. Apesar
de Mário de Andrade ser conhecido pela sua produção literária, ele realizou
muitas produções no âmbito da cultura. Na década de 1910, Mário teve sua
formação em piano clássico, no Conservatório Dramático e Musical de São
Paulo. Após disto, em 1917, ele publicou seu primeiro livro Há uma gota de
sangue em cada poema, com pseudônimo de Mário Sobral.
Após desta publicação, ele conhece jovens artistas com propostas
modernistas e se une a ele na Semana de 1922, quando publica Paulicéia
Desvairada em seu nome. Ainda na década de 1920, ele publica Macunaíma
(1927), que deu maior reconhecimento para o Mário de Andrade.
Nesta mesma década, 1920, Mário se muda para a casa na Rua Lopes
Chaves junto com sua mãe (Maria Luísa de Almeida Leite Moraes de Andrade),
tia (Ana Francisca de Almeida Leite) e irmã (Maria de Lourdes de Andrade
Camargo). A casa comprada já pronta projetada e construída por Oscar
Americano. Maria Luísa de Almeida Leite Moraes de Andrade já viúva, mãe de
Mário, comprou esta casa com outras duas, a casa do meio foi dada ao seu
outro filho Carlos e a terceira casa era para o Mário quando casasse. Ele nunca
casou, logo nunca morou nela.
Na década de 1930, ele foi nomeado Chefe da Divisão de Expansão
Cultural e Diretor do Departamento de Cultura da Municipalidade Paulista.
5

Nesta sua gestão criou e ele aplicou políticas culturais para diversas faixas
etárias. Como seu desempenho na gestão da cultura foi reconhecido e
solicitado para criar a instituição nacional de patrimônio – SPHAN, em 1936.
Desta forma ele organizou Missão de Pesquisas Folclóricas para que
capturassem tanto vídeos, quanto imagens de práticas culturais populares no
Nordeste e Norte do Brasil. Neste mesmo ano foi retirado do SPHAN e mudou-
se para o Rio de Janeiro, assumindo a diretoria do Instituto de Artes da
Universidade do (da época) Distrito Federal, lecionava Filosofia e História da
Arte.
Em 1941, Mário volta a São Paulo, como professor no Conservatório e volta-
se a publicar livros relacionados à música. Depois de três anos de voltar para
sua cidade natal morre de infarto do miocárdio na Casa de sua mãe, onde viveu
grande parte de sua vida.

2.1 PROJETO E CONTEXTOS

O espaço museal Mário de Andrade pertence a um conjunto de casas


produzidas de forma germinada no bairro Barra Funda, na década de 1920,
quando neste bairro vieram indústrias, como Indústrias Reunidas Matarazzo,
tornando um ponto maior de fluxo já que, em 1892, São Paulo Railway criou
uma estação nesta região e 1900 passou a ter o 1º bonde elétrico da cidade,
que ligava Largo de São Bento ao bairro Barra Funda. Após da crise de 1929
houve fechamento e abandono de fábricas e casarões. Torna assim uma região
de casas populares, que na década 1970, recebe a migração nordestina1 ao
bairro. Nesta mesma década, mas especificamente em 1975, a casa onde
Mário de Andrade e sua família viveram é tombada pelo CONDEPHAAT 2 e em

1
MANARESI, Lais de Araujo. A nova habitação social: concepções inovadoras aplicadas em ZEIS. 2009.
Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, 2009, p.22. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/119780>.
2
DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO. SÃO PAULO, 14 DE MARÇO DE 1975. P. 86. Disponível em:
http://sppatrimonio.com.br/wp-content/uploads/2017/09/Res.-de-06.03.75-DOE-14.03.75-pag.-86.pdf
Acessado em: 12/07/2018.
6

2013 também foi tombada pelo CONPRESP3. Contudo, o que aconteceu com
esta casa neste ínterim e sua importância como aparelho de educação e
difusão de cultural será falado a seguir.
A Casa Mário de Andrade, criada nos anos 90, como Oficina Cultural,
administrada pela Organização Social POIESIS4 desde 2015, e, neste ano, de
2018, formalizará uma ação para se tornar museu. Este museu integra a outros
dois Museus Casas Literárias (Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida),
que também são administrados pela POIESIS. Neste momento a instituição
museal Mário realiza funções tanto de oficina cultural quanto de museu. O
espaço museal Mário de Andrade tem como objetivo aplicar atividades de
formação e difusão cultural (literária, musicais, artes plásticas, cinema e teatro)
do legado e a memória do Mário de Andrade. Nós realizamos a análise sobre
parte do fluxo de pessoas pelo Museu e sua estrutura que podem contribuir em
criarmos uma proposta de exposição pensando seu público e seu não público.
Segundo a POIESIS, organização social que gerencia a casa, o seu
funcionamento já se dava como um espaço museológico desde a sua criação,
por conta da Casa ter abrigado o Museu Literário do Estado de São Paulo, em
1983 e posteriormente foi renovada como oficina cultural. Durante os sete anos
em que foi museu, a casa se propunha a abrigar palestras, oficinas e
exposições que retratavam a literatura paulista e brasileira. No ano de 2017
decidiram dar andamento aos trâmites legais para ser reconhecido como um
Museu de fato, mas só que dessa vez a temática seria outra, a vida e as obras
do autor Mario de Andrade.
Em 2018, a antiga residência do escritor torna-se formalmente um
museu da Secretaria de Estado da Cultura, decorrência do processo de
musealização que se encontra em desenvolvimento. A Casa passa a integrar a

3
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. SECRETARIA DE SÃO PAULO. Resolução n° 33/
CONPRESP/2013. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/RE3313RAECasaMariodeAndrade_1392127318.pdf.
Acessado em: 12/07/2018.
4
Em 1995, a POIESIS iniciou como organização não governamental, a partir de 2008 tornou-se
Organização Social (OS) por parte do Governo do Estado de São Paulo para realizar políticas públicas na
área da cultura. A instituição tem como objetivo de realizar ações sociocultural e educacional com a
difusão e a preservação da língua portuguesa nos mais diversos espaços culturais e museológicos. Cf:
POIESIS – QUEM SOMOS. Disponível em: http://www.poiesis.org.br/new/poiesis/quem-somos.php.
Acessado em: 15/11/2018.
7

Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo, com uma proposta


fundamentada no perfil multifacetado de
Mário de Andrade – “eu sou trezentos, trezentos e cinquenta” –, que atuou em
diversos segmentos da arte e da cultura, bem como em suas pesquisas
relativas às nossas raízes culturais e tradições populares.
O acervo existente consiste em poucas peças originais e muitas
reproduções. Os objetos e documentos de Mário de Andrade, por sua maioria,
estão no IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), da USP; os registros e
documentos gerados pelas Missões de Pesquisa Folclóricas, coordenado por
Mário de Andrade, estão no CCSP (Centro Cultural de São Paulo). A entidade
Casa Mário de Andrade ainda não tem clareza sobre o que exatamente
constituirá o acervo, consideram manter os objetos originais que foram
adquiridos para a exposição permanente, mas indicam que a ideia seria formar
através dos poucos objetos que possuem explorar a memória humanizada do
Mário de Andrade. Utilizando como artifício para relacionar a memória de Casa
foi reconstituir a sala do piano, utilizando reproduções dos móveis e objetos
originais.
O plano da diretoria da POIESIS para a Casa Mário de Andrade possui
certos valores, visões e missão para a instituição, mesmo antes
regulamentação dela como museu. Estas informações contribuem a perceber
se nossa proposta vai de encontro com o que deseja realizar neste museu. Ele
possui como missão do museu perpetuar o acesso à cultura do Brasil. Nesta
proposta desta instituição museal busca se utilizar da busca de Mário de
Andrade em sua ampla produção e conhecimento difundido pelos estudos de
Mário de Andrade. Além disto, a visão escolhida pelos seus coordenadores é
de que este espaço museal promove encontro de gerações através do diálogo
entre tradição e vanguarda, interação entre as artes, educação pela
sensibilidade e acessibilidade. Tendo também como valor a busca pela
responsabilidade fiscal, empreendedorismo, comunicação não violenta e
comprometimento com a missão.
Sabemos que a efetuação do projeto da Casa Mário de Andrade como
museu não acabará quando realizarem o plano museológico, mas será só o
começo de algo que precisa ganha vida e que será repensado com uma
8

frequência para que cada vez melhor esteja mais próximo da normalização de
sua forma de ser museu e toda setores necessários museológicos e de
trabalhadores no museu.
Desta forma buscamos por definições sobre Museu, segundo Claudia
Barbosa Reis, está estruturado na base de conservação, pesquisa e
comunicação, que orienta a pensar o museu e as possibilidades de mensagens
que este ambiente e exposição buscar ter pensando sua missão, objetivos e
valores.
Segundo Reis (2013), o museu literário tem alguns princípios:
“A pretensão deste trabalho é principalmente discutir a apresentação
de temas literários em linguagem de museu. (...) Assim, percebe-se
que a questão de espaço-tempo, memória, biografia e dados
coletados na pesquisa museológica, inclusive aqueles relativos aos
componentes da residência, devem estar presentes na construção do
conteúdo do museu literário. Porém, o estudo da obra, as relações
com os escritores, temas literários, com escolas, a fortuna crítica –
serão esses os elementos passíveis de oferecer aquilo que evidencia
um museu de escritor.” 5

Ela continua dizendo que numa Museu-Casa literário usa a casa do


artista “(...) para sediar o museu que homenageará um escritor e sua obra”. O
que difere de um museu onde o espaço do museu não necessariamente
conversa com a história do artista e suas “relações humanas com os espaços
vividos e seus acervos culturais”.6
Desta maneira, a instituição museal Mário de Andrade precisa adquirir
algumas funções de museu e unir as atividades que já realizam que mobiliza
não só a memória da obra de Mário de Andrade, mas também compreensão
dos seus meandros e suas pluralidades que vão além das atividades literárias e
musicais.

5
REIS, Claudia Barbosa. A literatura no museu. Rio de Janeiro: Cassará Editora, 2013, p. 40.
6
Museus-casa históricas no Brasil. São Paulo: Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do
Governo do Estado de São Paulo, 2013.p. 8
9

2.2 PROPOSTA

A exposição temporária que pensamos se chamará Brasilidades, pois,


pretendemos trazer a diversidade de linguagem popular/coloquial e produção
do Mário ao público. O museu tem como principal relação manter a estrutura de
casa e ter pertencido pelo escritor Mário de Andrade. Então tem a questão de
Museu Casa e museu literário. Pensando na importância de representar tanto a
obra quanto o Mário de Andrade pela perspectiva dele temos o trecho do
posfácio do livro Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade:
“A língua que usei. Veio escutar melodia nova. Ser melodia
nova não quer dizer feia. Carece primeiro a gente se acostumar.
Procurei me afeiçoar ao meu falar e agora que já estou acostumado a
tê-lo escrito gosto muito e nada me fere o ouvido já esquecido da
toada lusitana. Não quis criar língua nenhuma. Apenas pretendi usar
os materiais que a minha terra me dava, minha terra da Amazonas ao
Prata. Fugi cuidadosamente de escrever paulista empregando termos
usados em diferentes regiões do Brasil e modismos de sintaxe ou de
expressão mais ou menos gerais dentro do país. (...)Trata-se mesmo
de acabar o mais cedo possível com o ineditismo desses processos e
de outros do mesmo gênero pra que todas essas expressões
brasileiras, quer vocabulares, quer gramaticais passem a ser de uso
comum passem a ser despercebidas na escritura literária pra que
então possam ser estudadas, codificadas, catalogadas, escolhidas
pra forma futura duma gramática e língua literária brasileiras.(...) E se
tivermos uma língua brasileira e provável também que a diferença
entre ela e a portuguesa nunca seja maior que a que tem entre esta e
a espanhola. O importante, não é aliás a vaidadinha de ter língua
diferente, o importante é se adaptar, ser lógico com a sua terra e o
seu povo. (...) Pra que tenha literatura diferente é só preciso que ela
seja lógica e concordante com terra e povo diferente. O resto sim é
literatura importada só com certas variantes fatais. É literatura morta
ou pelo menos indiferente pro povo que ela pretendeu representar.” 7

Nesta lógica, a vivacidade do linguajar popular, dando significados e se


apropriando de formas diferentes de palavras, expressões e saberes culturais
produzindo neologismos e tradições diversas ao longo do país. Esta variedade
se apresenta em diversos suportes (áudio, vídeo, literatura escrita e fotografia)
na produção do Mário de Andrade. Desta forma, pensamos utilizar cores
vibrantes, usar interatividade, no uso de palavras escritas e provoque
sensações tanto no projeto quanto na comunicação da exposição. Temos como
inspiração destas cores da capa de Pauliceia desvairada, escrito por Mário de

7
ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo. São Paulo: Primavera Editorial, 2016, 120 p.
10

Andrade e o quadro O batizado de Macunaíma, de Tarsila de Amaral. Como


estará no painel de referências, ao final desta página.
A população do entorno trabalha por lá, o que traria mais pessoas
frequentassem o museu, mas não visita o museu. A Barra funda é um lugar de
passagem para muitas pessoas, mas o museu está escondido dentre
concessionarias, galpões e postos de gasolina. Isto torna o museu escondido
junto a algumas residências populares próximas ao museu. A proposta de
trazer maior aceitação do entorno do museu é dar reconhecimento e maior
conexões que interliguem as pessoas com o museu. Desta forma, a proposta
trazendo estas expressões e palavras populares presentes pode se aproximar
da população do entorno. Trazer a cultura sem necessariamente com valor de
superioridade, mas que aproximações de múltiplas camadas e modalidades de
expressões culturais e que espaços como o museu aceitaria algo não só da
cultura escrita.

Imagem 1 - Painel de referência

O painel apresenta conceitos iniciais sobre o que queremos abordar


nesta exposição. Da esquerda para a direita, temos um painel interativo, onde o
visitante escolhe um pequeno novelo de lã de uma determinada cor, essa cor
está associada a um sentimento, e assim o visitante pode nos contar como se
sente em nossa proposta, de forma anônima e recreativa. Em seguida, temos
imagens que dizem sobre a tradição, diversidade e aproximação, não
queremos perder as raízes das linguagens trazendo um mundo novo,
11

queremos relacionar o novo e o velho de modo que fique perceptível a


presença de no outro. Pensamos nas cores que gostaríamos de ver no
ambiente expositivo, optamos por cores fortes como as que estão presentes na
pintura O Batizado de Macunaíma, de Tarsila do Amaral, e na capa do livro
Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, essas cores foram adotadas, pois,
desejamos falar sobre o Brasil, que em nossa percepção é um país colorido,
percebesse pela sua fauna e flora.
Esta exposição buscará expor reproduções do acervo e produção do
Mário de Andrade não muito explorada, como: registros da imaterialidade e
aspectos presentes na sua literatura. Acreditamos que Mário de Andrade
pesquisou muito sobre a cultura brasileira e que não deve ser lembrado só pela
sua produção escrita. Ele foi importante ao realizar registros escritos,
iconográficos do acervo das Missões de Pesquisas Folclóricas (que está no
CCSP), gravações de áudio e vídeo também deste acervo do CCSP e do
IPHAN, que mostra uma ampla diversidade cultural brasileira e sem
hierarquizá-la. Então este projeto vai trazer não só parte destes registros da
imaterialidade, mas inspirados pela interatividade das práticas vividas faremos
uma proposta com proposta interativa. O que retoma o passado do espaço
como Oficina Cultural, porém, desta vez, já nos processos museológicos
incorporamos práticas culturais e expressões artísticas dentro da proposta
expográfica.
12

2.3 OBJETIVOS

De acordo com os contextos anteriormente explorados, nós


pretendemos com este trabalho criar uma exposição com os seguintes
objetivos:

- Disponibilizar representações de diversas culturas brasileiras;


- Construir maior compreensão sobre a produção do Mário de Andrade;
- Permitir maior interatividade com o espaço e uma linguagem acessível
para que a discussão sobre cultura popular, neologismo e imaterialidade
seja compreendida;
- Atrair maior quantidade e diversidade de público a visitar a CMA; -
Apresentar, de forma contextualizada, as reproduções e referências da
produção de Mário de Andrade para a construção do projeto; - Incluir
diversidades culturais sem hierarquizá-las.
13

2.4 JUSTIFICATIVA

Neste projeto buscamos difundir a produção do Mário de Andrade não


muito explorada – imaterialidade e sua importância em sabermos de tais
práticas culturais ainda hoje – pois, mesmo a Casa Mário de Andrade foque na
produção musical nas suas oficinas, a ambiente não é explorado na sua maior
parte como ambiente expositivo. Mário de Andrade pesquisou muito sobre
cultura brasileira de forma geral, então os registros escritos, iconográficos,
gravações de áudio, vídeo são importantes para falarmos numa diversidade
cultural brasileira e sem preferência hierárquica. Podendo representar maior
diversidade de cultura brasileira e seus protagonistas.
Pensando sobre acessibilidade pensamos em usar a sala maior e no
primeiro andar proporciona maior acesso para diversos públicos. A exposição
temporária será interativa – relembrar do uso deste espaço como Oficina
Cultural – dando espaço para práticas culturais e expressões artísticas dentro
do museu.
Desta forma, acreditamos que a proposta Brasilidades trará mais
diversos públicos e fará ter mais diversas sensações ao entrar em contato com
culturas e propostas educativas que dá voz não só a linguagem popular, mas
suas diversas formas de expressões culturais brasileiras.
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3. DESENVOLVIMENTO
3.1 DESCRIÇÃO TÉCNICA

ANÁLISE SWOT

Forças
-Gratuidade
-Educativo
-Oficinas

Fraquezas
- Pouco Acervo
-Espaço pequeno
-Falta de Acessibilidade
-Comunicação Visual e nas mídias sociais
-Não possui estacionamento próprio nem no entorno

Oportunidades
-Fácil acesso via transporte público
-Parceria com Memorial da Inclusão e Memorial da América Latina

Ameaças
-Falta de sinalização nos arredores
-Estar escondido
-Concorrência dos demais espaços culturais do entorno
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4 P´S

Praça
-Localização - Barra Funda
A localização do museu é no bairro Barra Funda, mas especificamente na Rua
Lopes Chaves, 546, onde ele morou. Este lugar fica próximo a duas estações
de metrô da linha 3 vermelha (Marechal Deodoro e Barra Funda. Na placa do
metrô Barra Funda ainda consta a Casa Mário como oficina, podendo confundir
o visitante. -Fácil acesso via transporte público
A região tem acesso pelo trem e também por ônibus pelo terminal Barra Funda,
que possibilita maior acesso para quem mora em lugares longe de metrô/trem.

-Outros espaços culturais ao redor


No mesmo bairro tem outros espaços de lazer como Memorial da
América Latina, Memorial da Inclusão, Parque da Água Branca e shoppings
Bourbon e West Plaza. Dentre estes, apenas o Memorial da Inclusão possui
uma parceria com o museu Casa Mário de Andrade.

Produto
-Temática desenvolvida a partir dos estudos de Mário
Na exposição Brasilidades trabalharemos com a pluralidade da obra de
Mário trazendo a interatividade. A proposta se preocupará no uso de cores.
Nela utilizamos cores vivas, predominantemente primárias, para remeter a
vivacidade da cultura popular, e também incorporamos objetos que estão tanto
nas tradições populares de viver e expressão. Isto possibilita que tanto a visão
do espaço como oficina ou espaço educativo seja unida.
-Oferecer uma reflexão sobre as semelhanças entre pessoas que se
mostram tão diferentes
A diversidade e variedade cultural é o mote do projeto já que a produção
de Mário de Andrade é muito além da produção escrita e assim faz com que
quem visite o museu conheça outros Brasis.
16

Preço
-Usar da gratuidade para atrair público
O museu não cobra entrada. A divulgação deve ser feita pelas redes
sociais, onde podemos captar a maior quantidade de pessoas. Devemos
reforçar a gratuidade do museu e das atividades lá realizada. Entretanto, o
trajeto até o museu pode ser feito por transporte público ou privado. Desta
forma a pessoa tem que desembolsar dinheiro ou para se deslocar até lá e
também para necessitará ter dinheiro para estacionamento, já que o museu não
tem estacionamento e também terá problema para estacionar perto, pois o
estacionamento mais próximo fica 15 minutos a pé do museu.

-Focar nas atividades e reflexões que a exposição oferece


O Museu possui diversas formas de desenvolver atividades, palestras e
oficinas que traga reflexões. O museu busca por esta abordagem e conversa
com a proposta expográfica e educativa que queremos para nossa proposta.

Promoção

-Divulgação com identidade visual bem definida


A comunicação visual tem com finalidade ampliar a divulgação e trazer
mais público para o museu.

-Proposta expográfica
O museu pretende efetuar uma exposição interativa e o educativo poderá
se utilizar deste espaço para criar, desenvolver e aprender modos de fazer,
saberes e celebrações.
17

3.2 PÚBLICO ALVO

Nesta etapa fizemos o questionário e verificamos os dados obtidos deste


questionário. Para realizar esta pesquisa tivemos anteriormente pedir
permissão ao Diretor da Casa Mário de Andrade pediu para que fosse colocado
o logo e marca d´água do ETEC sinalizando que a pesquisa pertencia a um
grupo de estudantes do 2º módulo do técnico de museologia. Logo após este
questionário trará as porcentagens e a interpretação colhida a partir desta
pequena pesquisa de campo (em anexo 1). Nesta pesquisa buscou perceber o
perfil (faixa etária, gênero, transporte e onde mora), entender as preferências
de entretenimento e o que estas pessoas esperem deste Museu-Casa.
Na análise dos resultados (em anexo 2) dá para perceber que a faixa
etária com maior visitação é de pessoas acima dos 40 anos de idade, seguida
por pessoas menores de 18 anos e empatada em terceiro lugar pessoas entre
18 e 25 e pessoas entre 31 e 35 anos. Nesta identificação do público
percebemos que a maioria é do sexo feminino. Isto impacta em pensarmos qual
é a linguagem e interesse destas mulheres pelo museu e podendo ser
interessante investir em proposta que abarque a mais diversos tipos de
mulheres no espaço.
Em outro gráfico dá para ver a renda familiar das pessoas que visitam o museu
por sua maioria é de 3 a 4 salários-mínimos, esse resultado torna
compreensível que estas pessoas que visitaram possuem uma estabilidade
financeira para frequentar outros espaços de cultura. Desta forma, possibilita
que o espaço possa fazer outras atividades de valor simbólico, ou mesmo com
maior duração, pois as estabilidades financeiras permitem que possam
despender seu dia na instituição museal. Já quanto os resultados da
localização onde estas pessoas moram na cidade de São Paulo, de acordo
com as respostas obtidas foram: zona Sul, zona Leste e depois zona Norte. Os
dois casos de pessoas que não moravam em São Paulo responderam que
eram de Campinas e outro respondeu que era da Bahia. Então vemos que
todos necessitaram deslocar até o museu por algum tempo, assim gastaram
financeiramente para estar lá. Isto mostra um deslocamento intencional até o
espaço museal.
18

A escolaridade da maioria das pessoas que visitaram o museu neste dia foram
pessoas que possuíam ensino superior completo, seguido de pessoas com
fundamental completo, superior incompleto e mestrado. Estes dados reafirmam
que a possibilidade das pessoas que visitam também acessa outras formas de
conhecimento e instituições museais.
Pensando na disponibilidade destas pessoas perguntamos sobre os dias e
horários que eles disponibilizavam para fazer isto. O resultado foi que a maioria
disponibilizava para lazer durante os sábados, e, em segundo lugar, aos
domingos. O período mais escolhido para lazer foi durante a tarde.
Dentre as coisas que este público mais gosta de fazer no seu tempo livre
é ir ao cinema, depois ouvir música, em terceiro está ir ao museu. Mostra um
público que gosta de receber informação e se entreter não necessariamente
precisando pensar sobre que busca experiências ao tempo livre que os
relaxem. Em contraponto ao perguntar o que levariam eles ao museu eles
falaram de temática de interesse, em segundo lugar empata oficina e cursos. O
que mostra ser um tanto contraditório, pois vemos que eles não passam seu
tempo livre normalmente em oficinas e cursos, mas espaços que o
entretenimento está mais presente. Veja a tabela seguinte falando das
temáticas de interesses que anotaram.
Apesar das pessoas interessadas quererem exposições de arte e
literatura, estes não voltam a visitar quando tem exposições desta temática.
Vemos que a expectativa deles sobre a visita no museu. A casa Mário não
trabalha com ideia de arte, mas muitas de suas exposições possuem artes
plásticas inspiradas ou que pertenciam ao Mário de Andrade. A segunda
temática está na ideia deste espaço, como Museu Literário.
O deslocamento até a Casa Mário de Andrade destas pessoas é, por sua
maioria, por carro; em segundo utilizam metrô/trem e em terceiro chegaram
através ônibus ou fretado. Nisto vemos que estas pessoas tinham uma intenção
de ir ao museu. Que elas foram até lá para ver o espaço e sua exposição.
Apesar destas pessoas tem intenção de ir ao museu, elas disseram que
vão a museus esporadicamente, mostrando que não possui uma frequência
certa. Porém, havia pessoas que falaram que, pelo menos, vai uma vez por
mês em museus.
19

Quando perguntamos sobre como eles conheceram o museu a resposta


foi que foram por recomendações, ou através de outras formas souberam do
museu. A maioria dos que souberam por outra forma tinha um interesse
profundo em literatura e demonstra um público que busca sobre literatura neste
espaço.
Na pergunta sobre onde buscam informações para opções de lazer em
sua maioria busca normalmente pelo Facebook e procuram no Google (site de
pesquisa) para encontrar opções de lazer. O que difere a forma com que eles
agem para visitar o museu. Neste fator ou o museu não tem muita divulgação
nas redes sociais (Facebook), ou mostra que ele visitantes não frequenta este
espaço convencionalmente.
As duas últimas perguntas eram livres e vimos que as pessoas
normalmente têm contato com o Mário de Andrade pela sua obra literária e
também na escola ou quando estudou para vestibular. A diferença entre
aqueles que foram obrigados a ler e os que leram por que querem, mas neste
caso nos mostra que todos estavam motivados em encontrar o Mário de
Andrade escritor pela exposição.
A última pergunta se refere a experiência pela visitação pelo museu.
Nela a maioria disse que gostou muito, mas alguns não responderam, não
sabemos se não respondeu por pressa, ou por medo de dizer que não
gostaram.
Concluímos assim que o público que visita o espaço museal Casa Mário de
Andrade possui um interesse profundo sobre o escritor Mário de Andrade e não
conhece muito a vida dele para além da sua produção literária. Esse público já
espera uma abordagem sobre quem era o Mário de Andrade e encontrar na
sua casa objetos e histórias sobre sua vida e produção quando vivia na Barra
Funda.
20

3.3 EXPOSIÇÃO

Antes de adentrarmos sobre o projeto, especificaremos sobre o espaço


expositivo, que escolhemos no espaço do qual iremos realizara exposição
temporária Brasilidades. O ambiente em que desejamos realizar a exposição é
o auditório. Esse local era a sala de visitas e sala de jantar. Entre as
modificações realizadas em 2015, pela empresa Arte3, este espaço retirou as
paredes que dividia estes dois cômodos. A altura do piso até o forro é de 3,16
metros, onde tanto o teto quantos suas vigas são de madeiras pintadas de
branco e acabamento os topos das paredes nas seis salas que tiveram forros
retirados. Acreditamos que os revestimentos das salas são de massa corrida e
tinta látex branca. O piso de todas as salas dentro da casa é de madeira
envernizado, que mantém como era originalmente.

Imagem 2 – Planta Baixa do Auditório - espaço escolhido para exposição.


(Fonte: ARTE3. “Planta Baixa da Casa Mário de Andrade.” IN: Morada do
Coração Perdido. 2015.)
21

A iluminação mais utilizada é natural das janelas altura de 1,93m, que


está pintado de Tinta Esmalte Acetinado, na cor azul. A iluminação artificial é
realizada com trilho de spots com lâmpada halógena, para não afetar na
estrutura original da casa. As lâmpadas halógenas são conhecidas como,
dicroica, significa que possui “propriedade dos cristais birrefringentes uniaxiais
que se caracteriza pela manifestação variável de cor em função da polarização
da luz a que estão expostos”. 8 Desta forma, as lâmpadas dicroicas são
lâmpadas incandescentes de quartzo, composta de um tubo de quartzo com
filamentos de tungstênio e partículas de iodo, flúor e bromo. Os spots permitem
uma iluminação direcionada e a lâmpada halógena alta eficiência luminosa na
reprodução de cores e dimensões reduzidas. Elas não distorcem a cor real dos
objetos iluminados, possui uma temperatura de cor agradável aos olhos, no
caso da sala que desejamos realizar a exposição à luz é de temperatura
quente, um pouco puxado amarelo, que pode estar entre 2700 k a 3200 k.9

As salas possuem ar-condicionado, que pode dar uma noção de


controle. Não foi possível verificar em que temperatura estava nas salas, pois,
nem sempre eles ficam ligados. Dentre os ambientes da casa, não possui
reserva técnica, para sabermos como eles tratariam o controle de ambiente
para seu acervo, já que os objetos existentes estão todos expostos, na sala do
piano e na sala de leitura. Nestas salas possui controle de ambiente com ar-
condicionado. Alguns lugares da casa ficam com as janelas abertas com fluxo
de ar natural entrando na casa. O que pode gerar uma variação de temperatura
grande, mas percebemos que tentam o máximo manter a temperatura ambiente
mais amena.

O som ecoa pelas salas facilmente, pois o piso é de madeira e as janelas


fechadas pode permitir isto esses espaços. Na sala do piano e de leitura

8
SILVA, Adalberto Prado e; MICHAELIS, Henriette. Michaelis: moderno dicionário da língua
portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1998. Disponível em:
http://michaelis.uol.com.br/modernoportugues/busca/portugues-brasileiro/dicro%C3%ADsmo/
Acessado em: 22/05/2018.
9
MARTELETO, Douglas Coelho. Avaliação do Diodo Emissor de Luz (LED) para Iluminação de
Inetriores; 2011; Trabalho de Conclusão de Curso; (Graduação em Engenharia Elétrica) -
Universidade Federal do Rio de Janeiro; Orientador: Jorge Luiz do Nascimento. 96 p. Disponível em:
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10003763.pdf Acessado em: 22/05/2018.
22

possuem caixas de som onde tocam músicas e textos falados pelo próprio
Mário de Andrade, apesar de boa propagação do som estes não afetam na
comunicação dentre pessoas na casa e na escuta de pessoas e áudios tocados
em outras salas próximas. Após darmos este panorama sobre o ambiente, a
seguir, iremos nos focar em descrever as intenções da proposta temática, como
utilizaremos este espaço e as escolhas na utilização de acervo/reprodução de
acervo.

A exposição temporária Brasilidades tem como maior intensão de ser interativo


inspirado Hélio Oiticica, Bia Lessa e Denise Mattar (esses são as referências
para construção da nossa proposta expográfica), com uso da produção de
Mário de Andrade. Também temos com interesse nesta proposta explorar a
vulnerabilidade, que foi apontada por Amanda Palmer, como algo que permite
que as pessoas se permitam entrar em contato com outra pessoa que nunca
viu.10 A intensão deste projeto é atingir o público-alvo e trazer outros públicos
que não frequentam tanto museu, mas participam de oficinas na Casa Mário de
Andrade.
Quando falamos em público-alvo óbvio aqui falamos em pessoas que se
interessam pela produção do Mário de Andrade, leitores, educadores,
estudantes, pesquisadores, pessoas que gostam de registros fotográficos de
culturas populares, fotógrafos e grupos/coletivos com propostas culturais,
artistas de rua, pessoas que gostem de música popular e músicos, pessoas
que se interessam em museu, pessoas que trabalham em museu, pessoas que
se interessam pela História do IPHAN e assim se interessa conhecer mais
sobre o SPHAN.
Então delimitamos os seguintes públicos que também queremos direcionar a
exposição: grupos escolares, pessoas em vulnerabilidade e pessoas que já
frequentam as oficinas e cursos do espaço externo (galpão) da Casa Mário de
Andrade. Os grupos escolares pelo despertar interesse sobre a diversidade da
cultura brasileira e conhecer mais sobre a produção do Mário de Andrade em
vida. No caso das pessoas em vulnerabilidade social é permitir com que
pessoas que vivem no entorno possam adentrar ao museu e sentir a vontade

10
PALMER, Amanda. A arte de Pedir. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015, p. 305.
23

de visitar e fazer um trabalho sociocultural permitindo que suas experiências


sejam ouvidas e compreendidas. No último público que desejamos atendem
são pessoas que frequentam o espaço museal, mas não como museu e sim
como oficina para conscientizar e trocar experiências neste espaço frequentado
por estes, mas como museu.

3.4 ADENTRANDO SOBRE O PROJETO

Agora entraremos na proposta expográfica temporária e interativa. Primeiro


mostraremos duas imagens de cima para visualizar a disposição da sala.
Depois disso iremos nos aprofundar em cada elemento que foi posto e por que
nestes lugares.

Imagem 3 – Exposição no Auditório pelo lado das portas


24

Imagem 4 – Exposição no Auditório pelo das janelas

Quando entramos no auditório pela porta dupla podemos ver uma placa de
MDF com o texto curatorial com o logo (como dá para ver na imagem 5). Nesta
imagem chama o público para descobrir o que tem por dentro deste espaço.
Sendo que estas portas possuem vidros, o que permite, que mesmo se as
portas estejam fechas, as pessoas que passam consigam ler o texto curatorial.
Isto pode gerar uma expectativa sobre o que vão ver ao entrar.

Imagem 5 – MDF com texto curatorial e logo. (FONTE: Feito por Jéssica
Scheer Salles; Nathalia Vieira Rodrigues; Natasha Siqueira, 2018)
25

Imagem 6 – Mostra a esquerda a porta feita de fitas coloridas e ao longe


instrumentos musicais

Na imagem passada podemos ver a porta com fitas coloridas foi inspirada
pelas fitas do senhor do Bonfim, que possuem cores intensas. Estas fitas
possuem um vínculo mais intenso do que apenas sua tradição católica, pois
diversos tipos de pessoas compram e usam as fitas do Senhor do Bonfim, seja
porque pretende realizar um desejo, ou, por lembrança de viagem, ou, por
achar bonito. A ressignificação destas fitas não tirou a importância dela, mas
deu outros significados para algo icônico. Nesta proposta, os visitantes podem
fazer desejos e fazer um nozinho em uma fita.
Na próxima imagem iremos ver o texto introdutório da exposição
contextualizando as quatro reproduções fotográficas. Neste texto traz o
contexto da cultura e a importância de trazemos imagens, instrumentos, sons e
reproduções audiovisuais de práticas culturais que vão além da cultura formal e
culta. Ao lado desta parede há alguns puff´s individuais, para que as pessoas
possam se sentar dentro do espaço expográfico. Eles são leves e podem ser
deslocados pela sala expositiva.
26

Imagem 7 – Parede com Texto introdutório e reproduções fotográficas

Imagem 8 – Paredes com esteiras de palhas, instrumentos musicais e puff´s

Depois da parede com texto introdutório, as pessoas encontrarão com


um canto com instrumentos musicais de diversos formatos e gêneros com as
paredes cobertas de esteiras de palha. Estes instrumentos musicais vêm com a
proposta de permitir o visitante tenha acesso e contato com a música em sua
diversidade. Isto pode aguçar o interesse, difundir e promover o aprendizado.
Nesta disposição qualquer um pode tocar, ou mesmo seja, um espaço de
divulgação de músicos ou grupos musicais de diversos estilos. Os
instrumentos, além de ser espaço de fruição, pode ser proposta educativa e
mesmo para pessoas difundem seus saberes e canções no espaço.
27

Imagem 9 – Parede de MDF com texto sobre Patrimônio Imaterial

Na imagem anterior podemos ver o texto sobre Patrimônio Imaterial com


três tablets e fones para que vejam e escutem registros audiovisuais das
Missões de pesquisas Folclóricas e registros feitos de patrimônios
salvaguardados pelo IPHAN. Nesta parte as pessoas ficam livres para escolher
o que querem conhecer, mas caso não tem interesse isto não afeta na
experiência do projeto.

Imagem 10 – Parede de MDF com Neologismos


28

Após passar pelo texto sobre cultural imaterial e os tablets com registros,
temos a parede com neologismos. Nela possui um breve texto sobre
neologismo, e possui diversos círculos coloridos com palavras utilizadas por
Mário de Andrade na sua produção literária. 11 Estes círculos viram o que
permite que haja um jogo de adivinhar o que significaria tal palavra.
Usaremos as definições realizadas por (PINHEIRO, 2006) para os
significados de cada palavra escolhida, que são: fotar – fotografar; peraltagem
– ato de pessoa peralta, traquinas; olho de babosa – olho amarelado, com cor
de babosa; capenguice – jeito manco e desleixado de andar; brilhantinados -
lustroso; chuva de preguiça – início da chuva com pingos espaçados e finos;
oceanidade – características pertinentes ao oceano – suas ondas e a espuma;
ijucapirama do amor – acovardarse perante o amor; cabritante – saltitante,
saltar como cabrito; enfeitadeira – enfeitar demais, adorna-se em exagero;
guascar – verbo criado de tira de couro cru batendo.

Imagem 11 – Parede com Painel de Sensações

Na imagem acima tem o painel das sensações, nesta proposta


colocamos diversas palavras e deixamos quatro tipos cores de novelos de lã
para um significado. Nesta proposta queremos que os visitantes criem a partir

11
PINHEIRO, Noslen Nascimento. A expressividade dos neologismos sintagmáticos na prosa
de Mário de Andrade. (Dissertação de Mestrado em Filologia e Língua portuguesa) São Paulo,
Universidade de São Paulo, 2008, p. 146.
29

de suas concepções e sentimentos para estas palavras. Então vamos às cores


escolhidas e suas associações: a cor vermelha foi escolhida para o sentimento
de representatividade; a cor amarela para o sentimento de liberdade; a cor azul
para o sentimento de saudade; a cor verde para a sensação de sorte.

Imagem 12 – Parede grafitada

Nesta última parte da nossa proposta temos uma parede grafitada. Esta
imagem que utilizamos um painel chamado Etnias, que foi feito de Eduardo
Kobra, como inspiração para uma contratação de grafiteiro e arte que
desejarmos.

3.5 SOBRE AS REPRODUÇÕES FOTOGRÁFICAS

Todas as reproduções que utilizamos na proposta pertencem ao Centro


Cultural São Paulo e ao IPHAN, pretendemos entrar em contato com eles para
pedir permissão e divulgar o uso no projeto que pretendemos realizar. Então,
as reproduções utilizadas que utilizaremos na Expografia, seguem logo abaixo:
30

FOTOGRAFIA 1 – Instrumentos apreendidos (Fonte: SAIA, Luis. Material


apreendido em Xangôs pela polícia. Recife, Pernambuco (mar/1938).
Pertence ao Acervo do Centro Cultural São Paulo/Acervo de Pesquisas
Folclóricas.)

Esta fotografia foi escolhida para representar como o período do governo


Vargas, no Estado Novo, tratava os cultos afro-brasileiros. Esta época, os
governantes incentivavam a ser apreender, perseguir as manifestações
culturais e religiosas de matriz africana e indígena. Comumente confiscavam os
instrumentos e praticantes de manifestações culturais afro-brasileiras e
indígenas. A prisão anteriormente era esporádica, mas neste período se torna
mais recorrente. Os policiais criminalizavam as práticas de pais e mães de
santo e seus praticantes. Quando não se apoderavam dos instrumentos,
adornos e símbolos sagrados, os policiais destruíam, usavam normalmente os
objetos como prova para acusavam de “macumbeiros”.12 Acreditamos que esta
imagem representa muito bem os motivos de práticas culturais imateriais não
foi permitida entrar como patrimônio nacional no SPHAN e demais questões,
das quais Mário de Andrade se desilude com o governo político da época.

12
COSTA, Valéria Gomes; GOMES, Flávio. Religiões Negras no Brasil: Da escravidão à
pósemancipação. São Paulo: Selo Negro, 2016.
31

FOTOGRAFIA 2 – Dança do Bumba-meu-boi (Fonte: SAIA, Luis. Bumba-meu-


boi. Belém, Pará (29/6/1938). Pertence ao Acervo do Centro Cultural São
Paulo/Acervo de Pesquisas Folclóricas.)

A imagem acima representa um aspecto não muito conhecido do Bumba-


meuboi. Esta manifestação folclórica possui danças, cantos e está associada à
vida e morte do boi. 13 Entre novembro e janeiro no Nordeste e partes do
Sudeste e Sul realizavam essa expressão cultural. A origem dela é do século
XVIII, nas fazendas do Nordeste, onde havia práticas do reisado (Folia de
Reis), que adquiriu aspectos lúdicos da prática católica. Assim, a prática teatral
representava a sociedade rural do Nordeste através de cantos e danças. A
escolha desta imagem busca a pensar em outros modos de viver que tornou
uma expressão cultural.
Na próxima imagem veremos a prática dos Reis do Congo foi
manifestada no Brasil no século XVIII, no Recife, através de um desfile
animado em formato de cortejo de africanos da nação Congo. Neste cortejo
dançavam, cantavam e tocavam tambores e tamborins. Os reis do Congo

13
RANGEL, Fabiana Mendes. Estatuto da igualdade racial: informações adicionais e comentários.
Volume 4 de Construindo a cidadania. Marilia: Cultural do Brasil, 2018, p. 55 e 56.
32

representam a nobreza daqueles que foram retirados de sua terra para ser
escravo no Brasil, então o coroamento destes negros que realizaram atos
heroicos (como libertar escravos) e a festa é em homenagem a santos católicos
e protetores dos africanos e seus descendentes. 14 Portanto, o uso desta
fotografia poderá representar processos de resistências não só culturais, mas
também política dos negros no Brasil, o que permite que pensassem os negros
escravizados não como pessoas passivas a dominação dos homens brancos e
europeus, mas também que existiram diversas formas de resistir.

FOTOGRAFIA 3 – Cena da celebração dos Reis do Congo (Fonte: SAIA, Luis.


Reis do Congo. Pombal, Paraíba (11/4/1938). Pertence ao Acervo do Centro
Cultural São Paulo/Acervo de Pesquisas Folclóricas.)

A última fotografia selecionada é da manifestação cultural chamada


Caboclinho que influenciada pela tradição da dança indígena representando a
caça, colheita e batalhas. A dança comumente de carnaval na Paraíba,
Pernambuco e Rio grande do Norte. Utilizam flautas, tambores e chocalhos
para realizar seu bailado. Eles usam adornos de penas e arco e flechas.
Markman (2007, p. 126) diz que a coreografia do Caboclinho reproduz o Toré
indígena com influências da cultura afro-brasileira, com personagens que
representam os membros da sociedade indígena. Acreditamos que é muito

14
SILVA, Vagner Gonçalves da; SILVA, Rubens Alves da; GUSMÃO, Neusa Maria Mendes de; SOUZA,
Mônica Dias de; NUNES, Maria Helena; SANTOS, Lourival dos; ZALUAR, Amelia. Imaginário, Cotidiano e
poder. Volume 3 de Coleção Memória afro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2007, p. 44-46.
33

importante esta imagem mostrando como é sincrético a relações de práticas


culturais e religiosas africanas e indígenas.

FOTOGRAFIA 4 – Manifestação cultural do caboclinho (Fonte: SAIA, Luis.


Caboclinho. Itabaiana, Paraíba (4/5/1938). Pertence ao Acervo do Centro
Cultural São Paulo/Acervo de Pesquisas Folclóricas.)

Estas práticas conservam a alma de tradições culturais e religiosas


antigas de povos que viveram o Brasil e estas manifestações protegem a
memória destes que não se tornaram a cultura tradicional brasileira. Vemos que
estas manifestações como resistências sociais e políticas em formas de
práticas religiosas e culturais. O trabalho do Mário de Andrade junto com seu
grupo de pesquisa folclórica permitiu que pudéssemos escolher poucas
fotografias e mesmo assim trazer uma diversidade de narrativas e
representatividades, das quais queremos que sejam vistas e escutadas
pertencentes da polifonia da cultura brasileira.
34

3.6 COMUNICAÇÃO

Na criação da identidade visual, usamos como referências as fitas do


Senhor do Bonfim, as cores e obra de Macunaíma, cesta de palha, e as cores
cinza e pretas.
A ideia do logo é que pareça um trançado de tiras com as pontas soltas,
trazendo o conceito de que a Brasilidade se entrelaça, e não cria ideologias
fechadas.
As cores das tiras foram pensadas nas cores da obra “O batismo de
Macunaíma”, e arco-íris representando a tropicalidade. A cor cinza nas letras
do nome Brasilidades representa a miscigenação, a mistura do preto e branco,
e o fundo do logo preto, enaltecendo as cores claras e fortes.
A tipografia utilizada em todo o material gráfico foi Caviar Dreams Bold,
pois não dará conflito com as cores usadas nos elementos do logo. Foram
feitas aplicações em banners, posts nas redes sociais, E-mail Marketing e em
cartões de visitas, onde terá informando as redes sociais, e QR code,
facilitando o acesso ao site do museu, e as atividades da exposição. Todo o
material terá imagens, e informações breves sobre o projeto.

3.6.1 LOGO DA EXPOSIÇÃO


35

3.6.2 CARTÃO DE VISITA

3.6.3 INSTAGRAM
36

3.6.4 PUBLICAÇÃO NO INSTAGRAM

3.6.5 BANNER
37

3.6.6 E-MAIL MARKETING


38

3.6.7 CARTAZ
39

3.7 EDUCATIVO

Pensando em todos os processos de criação da Exposição, o educativo


vem para aflorar e dar dinamismo que a exposição própria já tem. A casa Mário
de Andrade tem uma bagagem literária, cultural e educativa desde o início, o
histórico do Museu vem junto de oficinas, palestras que promove a
aproximação de um público com objetivo apenas em estudos e pesquisas
acadêmicas, sem interesse extra no espaço,
“dificultando” a aproximação às obras do Mário, e a apropriação do lugar.
A exposição Brasilidades vem justamente com a proposta expográfica
educativa de promover e ativar as ações imersivas no espaço. A imersão do
público no espaço (através da própria expografia e das ações do educativo)
estimulará a perceber a obra de Mario de Andrade por um caminho sensorial e
representativo. Pensando nesse seguimento, pensamos em fazer três
atividades educativas presentes da lógica expositiva:

1. PRODUÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS: Mário era professor de


música e estudioso da musicalidade popular, tinha projetos com
músicas, dava aulas de piano, e para dar vida e valorizar a música que
sempre foi enaltecida por ele, uma oficina de produção de instrumentos
musicais com coisas do cotidiano como; panela, colher de pau, tampa de
panela, balde, garrafas com grãos dentro, etc. Permitindo que o público
tenha o incentivo de se apropriar daquilo que é tão forte na cultura
brasileira: A música.

2. PAINEL DE SENSAÇÕES: Sendo propriamente inserida na exposição


interativa, propõe uma tela com pregos e com palavras que trarão a
memória um sentimento e ou/ o que a palavra represente, e para que
isso seja interativo terá gavetas com novelos de lã de cores diferentes,
em que as pessoas iram fazer ligações às palavras e as cores, por
exemplo: a cor azul para algumas pessoas representa saudade, clareza,
plenitude, paz. E assim será com todas as cores, dando vida a um
emaranhado colorido, remetendo a sensação de arco-íris, união das
40

cores, com o objetivo de que as pessoas percebam que as palavras, os


gostos, sensações, sentimentos nos une independente da região do
Brasil.

3. PAINEL DE NEOLOGISMO: Pensando na trajetória de Mário de


Andrade pela literatura, identificamos que ele “abrasileirava” as palavras,
como por exemplo: Fotar, que foi o nome que deu para o ato de
fotografar. Sendo assim, atribuído o neologismo, que é emprego de
palavras novas, derivadas ou formadas de outras já existentes, na
mesma língua ou não. Sendo assim, vimos à importância de termos um
painel de neologismo em nossa exposição. O painel foi criado com a
intenção de explorar o repertorio de linguagens e formas de expressões
populares das quais o Mário de Andrade se utilizou em sua produção
literária.

Pensando nessas possibilidades, é fato que consequentemente pensamos


em que público quer alcançar, e a exposição nos dá a oportunidade de
recebermos uma diversidade de públicos, sendo assim, nosso enfoque inicial é
trabalhar com grupos escolares de ensino fundamental aprimorando seu
repertório cultural, e grupo de pessoas refugiadas, inserindo-as na cultura, arte,
educação, sem que seja algo complexo ao se apropriar.

Projetos educativos de acordo com público-alvo


GRUPOS ESCOLARES:
Pensamos em trabalhar com ensino Fundamental I e Fundamental II,
realizando atividades de formas diferentes.
Ação Educativa I
Público: estudantes do ensino Fundamental I.
Materiais: Objetos diversos reciclados – plástico papelão e metal.
Duração: Um dia, depende da quantidade de estudantes para determinar
horas gastas, mas entorno de 2 a 5 horas.
Local: Realização no espaço do museu.
41

Proposta: Musicalização e experiências sensoriais ao produzir os


instrumentos e ressignificar os objetos tornando instrumentos musicais.
Atividade: Fabricação de instrumentos a partir de objetos recicláveis e
objetos do cotidiano. A partir disto será feito uma visita no espaço expositivo
mediada.

Ação Educativa II
Público: estudantes do ensino Fundamental II.
Materiais: Retroprojetor, notebook, caixa de som, acesso à internet,
fotografias e objetos que os alunos trarão.
Duração: Dois dias – primeiro na escola e outro no museu.
Parceria/permissão: Museu da Pessoa e Iphan
Local: Escola e Museu.
Proposta: Trabalhar a contação de histórias. Sendo dividido em dois
momentos.
Atividades:
Primeiro dia - Na escola: De início faremos a apresentação do projeto com
registros de cultura imaterial do Iphan e vídeos pertencentes ao Museu da
pessoa. Seguido disso, será pedido para que cada um traga a memória um
objeto, história ou pessoa que faça parte da família, ou seja, importante cada
um deles. Este objeto ou registro de memória será utilizado no segundo
momento da atividade.
Segundo dia - No museu: Será a utilizado o material solicitado na primeira
atividade para que seja compartilhada a história por traz este objeto ou
registro com o grupo. Com a possibilidade de trazer a pessoa especial,
tornado a atividade mais dinâmica. Após isto, haverá visitação pelo espaço
da exposição (trazendo a histórias por traz cada cantinho da exposição).

GRUPO DE PESSOAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL:


Consideramos importante realizar atividades com esse grupo, justamente pelo
fato de que ao entorno da instituição existem ocupações, e muito moradores de
ruas, e são pessoas que diante a sociedade são invisíveis. Mas
independentemente, sabemos que essas pessoas possuem uma bagagem
cultural também, por estarem vulneráveis presenciam coisas diferentes e
42

conhecem coisas diferentes. Então, pensamos em fazer essa atividade em


duas partes.
Público: Pessoas em vulnerabilidade social.
Materiais: Café, copos descartáveis, biscoitos salgados, objetos diversos
reciclados – plástico papelão e metal.
Duração: Dois dias.
Parceria: CTA Brigadeiro Galvão
Local: Museu
Proposta: Acolhimento deste público no espaço do museu, trocar de
experiências, contação, musicalização, ressignificar os objetos tornando
instrumentos musicais.
Atividades:
Primeiro dia: Antes disso faremos o acolhimento do Museu a partir de
conversa sobre modo de viver e saberes, com comes e bebes, para
aproximar o público, e se sentirem confortáveis. A primeira parte trabalhará
com o Painel de sensações, Painel de Neologismo, sendo realizada a troca
com experiências de sensações e de memórias.
Segundo dia: Trabalharemos com a produção de instrumentos musicais,
com a intenção de que se apropriem do espaço e do instrumento que
produziram, e a partir disso, explorar o tema da exposição e aproximar suas
vivências e histórias, através de Mário de Andrade.

PESSOAS QUE FREQUENTAM AS OFICINAS NO MUSEU:


Esse público que mais frequenta o espaço do galpão e não entende ainda
como integrante do museu. Desta forma, nosso interesse é fazer com que
estes tenham interesse e vivenciem o espaço como Museu.
Materiais: Retroprojetor, notebook, caixa de som, acesso ao internet,
instrumentos musicais, microfones, reservar sala, entre outros.
Parcerias: UNESP ARTES, Associação Cultural e Social Escola de Samba
Mocidade Camisa Verde e Branco, Memorial da Inclusão, oficineiros sem
pagamento e sim certificado.
43

Local: Museu
Proposta: Atrair esse público com programação de oficinas, cursos e
espetáculos numa configuração de museu.
Atividades: Serão realizadas oficinas sobre história da música, e culturas
populares, ensino de instrumentos musicais, apresentações acadêmicas e
performáticas sobre culturas populares brasileiras, oferecer palestras e
workshops fornecendo certificados. Colocar 1 hora antes de a real atividade
visitar com esse público pela exposição.
Observação: Inscrição online – exceções pessoas em vulnerabilidade e
estudantes durante a visitação e ação educativa pode fazer inscrição este
pessoalmente.

Finalização dos projetos educativos


Público: Pessoas em vulnerabilidade social, escolares, interessados nas
oficinas e apresentações na Casa Mário e parentes/amigos destes.
Materiais: Café, copos descartáveis, biscoitos salgados, Retroprojetor,
notebook, caixa de som, acesso ao internet, instrumentos musicais,
microfones, reservar sala, entre outros.
Duração: variada distribuída por um mês – Fevereiro para Março.
Parceria: CTA Brigadeiro Galvão
Local: Museu
Proposta: No último mês de exposição, será feito um calendário buscando
reunir esses grupos para trocas de conhecimentos, vivências e experiências.
44

4. CRONOGRAMA

O currículo do curso de Museologia dura 18 meses. O nosso grupo iniciou o


curso de museologia a partir de agosto de 2017 e terminará em dezembro de
2018. No primeiro semestre, os grupos realizaram pesquisas de avaliação dos
museus que fariam os seus projetos de trabalho de conclusão de curso. Desta
forma, o ano de 2018 (primeiro e segundo semestre) iniciamos a criação da
exposição através das atividades promovidas das disciplinas ligadas a
Expografia, Educativo, Comunicação, Produção e Gestão, dos quais
contribuíram na idealização, planejamento e articulação deste projeto, tudo isto
compõem a produção. Deixamos o primeiro semestre de 2019, como o período
de realização da montagem, ação educativa, pesquisa de público e
desmontagem.
Tabela 1 – Cronograma da produção e gestão das atividades deste projeto

M A M Ju Ag Set Ou Nov Dez Ja Fev M A M Ju


ar b ai nh os em tub emb emb nei erei ar b ai nh
ço ril o o to bro ro ro ro ro ro ço ril o o

Pesquisa

Produção

Montagem

Educativa

Pesquisa de
público
Desmontagem

Fonte: (Feito por Jéssica Scheer Salles, em outubro de 2018)


45

4.1 ORÇAMENTO

Esse é o resultado final obtido da avaliação dos custos que a exposição


despenderá. Para mais informações sobre orçamento acesse o anexo 3.

Tabela 2 – Orçamento total do projeto

Fonte: (Feito por Jéssica Scheer Salles, em outubro de 2018)


46

4.2 CONTRAPARTIDA

A contrapartida desta exposição será alcançando novos públicos e


interagindo com os moradores e espaços culturais do entorno do museu para
que formemos assim a associação dos amigos do museu. Acreditamos que
isto, incorporaria a recorrência de visitantes naquele espaço, tornando um
espaço mais conhecido não só para quem frequenta museus, mas para que
vive próprio a ele.
Outra ideia para contrapartida seria a realização de atividades educativas
em escolas do entorno utilizando a ação de painel de sensações, promovendo
a sensibilização e contextualização sobre o que os estudantes encontrarão na
exposição. Acreditamos que isto permitirá maior interesse e até faça que eles
queiram mostrar aos seus familiares à exposição e contribuindo para difusão do
conhecimento e fruição.
O terceiro público que desejamos atrair, que são as pessoas em
vulnerabilidade possam aprender e trocar com o museu conhecimentos e
experiências, permitindo que estes sintam acolhidos, inclusos e visíveis no
museu casa. Este trabalho será muito cuidadoso para tirar o medo deles em
conhecer o espaço e sintam seguros para trocar com os educadores e o
espaço museal. Permitindo que sejam reconhecidos pelo que viveu, sabe e
aprendeu, assim como os outros públicos.
47

5. CONCLUSÃO

O projeto Brasilidades visa em abranger maior compreensão sobre a


diversidade cultural brasileira e como Mário de Andrade foi fundamental para o
registro destas polifonias de culturas brasileiras. A proposta desenvolvida,
neste trabalho de conclusão de curso técnico em museologia, buscou
evidenciar possíveis saídas e leituras sobre o espaço museal Casa Mário de
Andrade que abranja maior interatividade aos públicos presente no convívio e
entorno do museu. A integração de diversas de camadas da produção do Mário
de Andrade tem interesse em abranger vários públicos e culturas brasileiras.
Esse interligar e entrelaçar da cultura brasileira na sua mais ampla definição,
seja ela material, imaterial sem hierarquizá-las transparecendo a multiplicidade
das práticas, saberes, celebrações, objetos, edifícios e artefatos históricos no
território brasileiro que influenciaram na produção ou mesmo foram registradas
por Mário de Andrade.
Esse trabalho promoveu o aprendizado e compreensão das diversas
funções práticas dentro de um museu e de como dá trabalho. A exposição
Brasilidades foi desenvolvida a partir das disciplinas dadas neste curso durante
um ano e meio. Tivemos muitos problemas ao longo do percurso até o último
semestre, porém assim persistimos e focamos na conclusão desta proposta. O
produto final só pode ter sido esse, graças a diversas correções, reuniões e
auxílios dos professores que ministraram o curso durante o curso. Desejamos
que esse projeto vire uma semente de ideia para Casa Mário de Andrade e que
essa plantinha que somos consigamos crescer ainda mais dentro da
museologia, contribuir com nossos conhecimentos e habilidades.
48

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTES

AMARAL, Tarsila de. O batizado de Macunaíma. (óleo sobre tela) 1956.


Petercente a coleção particular.

ARTE3. “Planta Baixa da Casa Mário de Andrade.” IN: Morada do Coração


Perdido. 2015.

GRABKOWSKA, Dorota. Birmigham Made Me Design Expo (15-22 Junho de


2012).
Instalado no Shopping Mailbox Birmingham, Birmingham, Inglaterra. Disponível
em:
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Lourival dos; ZALUAR, Amelia. Imaginário, Cotidiano e poder. Volume 3 de
Coleção Memória afro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2007.
51

7. ANEXOS Anexo 1 – QUESTIONÁRIO PARA OS VISITANTES DO


MUSEU CASA MÁRIO DE ANDRADE

Qual é sua faixa etária?

( ) Menos de 18 anos ( ) Entre 18 e 25 anos

( ) Entre 25 e 30 anos ( ) Entre 31 e 35 anos

( ) Entre 35 e 40 anos ( ) Acima de 40 anos

Sexo

( ) Feminino

( ) Masculino

( ) Não Binário

Renda Familiar

( ) Menos de 1 salário mínimo

( ) de 1 a 2 salários

mínimos ( ) de 3 a 4

salários mínimos

( ) de 5 ou mais salários mínimos

Quantas pessoas dependem dessa renda?

_______________________________________________________________

Você mora em São Paulo? Qual Região?

( ) Norte ( ) Leste

( ) Sul ( ) Oeste

( ) Não moro em São Paulo, sou de______________________________


Qual é sua escolaridade?
Ensino Incompleto Completo

Fundamental
Médio
Superior
Outros*
*Se você assinalou outros, diga qual é?
_____________________________________________________________
52

Quais horários e dias da semana você tem disponibilidade para lazer?


( ) Domingo ( ) Quinta-feira

( ) Segunda-feira ( ) Sexta-feira

( ) Terça-feira ( ) Sábado

( ) Quarta-feira

( ) manhã ( ) tarde ( ) noite

O que você gosta de fazer no seu tempo livre?

( ) música ( ) teatro

( ) balada ( ) dança

( ) bares ( ) viagem

( ) museu ( ) trilha

( ) galeria ( ) parques

( ) shopping ( ) futebol

( ) cinema ( ) academia

O que te faz ir em museu?

( ) música ( ) oficina

( ) cinema ( ) cursos

( ) teatro ( ) festas

( ) dança ( ) trilha

( ) sarau ( ) temática de interesse*

*Caso assinalou temática de interesse, diga qual ou quais seriam temas


atrativos para
você:___________________________________________________________
53

Qual sua forma de deslocamento até aqui?

( ) ônibus/fretado ( ) bicicleta

( ) metrô/trem ( ) motocicleta

( ) taxi e afins ( ) carro

( ) a pé*

* Como você lida com este deslocamento a pé até o museu?

Com que frequência visita museus?

( ) Uma vez no mês

( ) 2 a 4 vezes no mês

( ) Mais de 5 vezes por mês

( ) Esporadicamente

( ) Nunca tinha ido, é a minha primeira vez

Como você conheceu o Museu Casa Mário de Andrade?

( ) Facebook ( ) Anúncio no metrô

( ) Site do museu ( ) Recomendações

( ) Outros: _____________________ _

Onde você busca informações sobre opções de lazer?

( ) Facebook ( ) Recomendações

( ) Instagram ( ) Outro(s).*
Qual?__________________________________________________________

Como é a sua relação com a produção de Mário de Andrade (música,


literatura, fotografia, projetos na secretaria da cultura, crítica literária,
SPHAN, folclore e registro de patrimônio imaterial)?

_______________________________________________________________
54

Como foi a sua experiência nesta visita? Você recomendaria a alguém?

_______________________________________________________________
Anexo 2 - RESULTADOS DA PESQUISA PELO QUESTIONÁRIO
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Anexo 3 – ORÇAMENTO DETALHADO


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