Você está na página 1de 25

IFTO – GESTÃO PÚBLICA

Disciplina: ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO


4º Período
Profº FRANCISCO VIANA CRUZ
Objetivos do Curso

O objetivo do curso é abordar temas básicos de economia do


setor público integrando os aspectos teóricos, analíticos e
instrumentais de política econômica que cobrem a intervenção
pública no âmbito econômico e social. O curso procura examinar
a racionalidade da participação do Estado na economia. A partir
da abordagem teórica do funcionamento dos mercados
competitivos e suas falhas, processos de escolha coletiva e
decisão política são examinados. O curso contém ainda uma
análise sobre federalismo fiscal e o papel da política fiscal na
macroeconomia recente.
O que é Estado:

 A palavra Estado, grafada com inicial maiúscula, é uma forma


organizacional cujo significado é de natureza política. É uma
entidade com poder soberano para governar um povo dentro de
uma área territorial delimitada.
 As funções tradicionais do Estado englobam três domínios: Poder
Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Numa nação, o
Estado desempenha funções políticas, sociais e econômicas.
 O entendimento de o que é Estado e sociedade política vem
evoluindo desde a Antiguidade, mas já sabemos que ele possui
poder de zelar e tomar decisões em nome da coletividade.
CONTEXTO HISTÓRICO: QUANDO SURGE O
ESTADO?
O conceito de Estado vem evoluindo desde a Antiguidade, a partir
da Polis Grega e das Civitas Romana. A Itália foi o primeiro país a
empregar a palavra Stato, embora tenha um significado vago. Já a
Inglaterra, no século XV, e posteriormente a França e a Alemanha, no
século XVI, usaram o termo Estado como uma definição da ordem
pública. Porém, quem introduziu efetivamente a expressão na
literatura científica foi o filósofo Maquiavel, em seu livro “O príncipe”,
escrito em 1513.
POVO, TERRITÓRIO E SOBERANIA

A formação de um Estado consiste em três elementos: uma população, um território e


um governo. Esses aspectos são essenciais, porque sem eles não poderia existir um
Estado.
 Povo
Diz respeito a todos que habitam o território, englobando todas as pessoas, mesmo que
elas estejam temporariamente no território ou que não tenham qualquer vínculo com o
Estado. Mas há uma diferença entre as referências de população, povo e cidadão. Para
entender: a população refere-se brasileiros e estrangeiros (em território nacional), a
palavra povo se caracteriza pelos natos e naturalizados, e os cidadãos são os nacionais
que possuem direitos políticos.
POVO, TERRITÓRIO E SOBERANIA

 Território
É o lugar onde há aplicação do ordenamento jurídico, a base física
em que está fixado o elemento humano. É nele que o governo pode
exercer a sua organização e validar suas normas jurídicas. Constitui-
se do solo, subsolo, águas territoriais, ilhas, rios, lagos, portos, mar e
espaço aéreo.
POVO, TERRITÓRIO E SOBERANIA

 Soberania
Para o Jurista Miguel Reale, a soberania é o “[…] poder que tem uma
nação de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu
território a universalidade de suas decisões nos limites e dos fins éticos
de convivência”. Soberania é uma autoridade superior que não pode
ser limitada por nenhum outro poder. Com isso em mente, sabemos
que a soberania possui estas características:
Conceito de Economia

• Economia “é uma ciência social que estuda a administração dos


recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos” (Paul
Samuelson).

• Economia é a “ciência social que estuda como o indivíduo e a


sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos
escassos na produção de bens e serviços de modo a distribuí-los entre
as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as
necessidades humanas”. (Vasconcelos e Garcia).
ECONOMIA

• Na dimensão humana, a economia pode ser entendida como


as relações de produção, distribuição e consumo de bens e
serviços.

• Normalmente, nas relações humanas sociais, as relações


políticas e econômicas são interligadas, também com as
relações sociais e culturais.
POLÍTICA

• Relações de poder e de dominação no interior de


uma sociedade humana.
• Relações políticas podem ser públicas ou privadas.
• As relações políticas privadas são as relações entre
os indivíduos.
• As relações políticas públicas são as da esfera do
Estado.
ESTADO E GOVERNO
 Estado pode ser caracterizado como uma fonte de poder e de dominação, que
impõe as regras e as normas sociais e legais. Tem sob seu domínio:
1. Um povo (pode ser mais de um)
2. Território delimitado e ato de força para mantê-lo
3. Governo próprio
4. Instituições sociais e políticas (auxiliam na governabilidade)

 Governo deve ser entendido como uma força política legítima ou legitimada,
que domina o Estado, por um período de tempo delimitado ou não.
TIPOS DE ESTADO E DE GOVERNO
(Modernos)

• Estados • Governos
• Democráticos • Presidencialista
• Ditatoriais • Parlamentarista
• Autoritários • Monarquia parlamentar
• Socialistas • Semi presidencialismo
• Absolutista • República Laica/Secular
• Teocráticos • República religiosa
CAPITALISMO
POLÍTICA E ECONOMIA

• O capitalismo surgiu e desenvolveu-se na Europa,


entre os séculos XV e XIX, á partir da burguesia,
desarticulando a sociedade feudal e dando origem a
sociedade capitalista.

• O capitalismo pode ser entendido em sua dimensão


política e em sua dimensão econômica através de
duas vertentes teóricas e ideológicas do liberalismo.
LIBERALISMO POLÍTICO

• Seu principal teórico foi o filósofo inglês John Locke (1632/1704), que
em sua obra “Dois Tratados sobre o Governo” (1690), defendeu a
idéia, que se transformou em ideologia, sobre a natureza humana,
sobre o ser humano em seu Estado Natural, nasceria racional, livre,
igual e proprietário.

• Essa filosofia política, incorporada pela burguesia, valoriza o indivíduo,


sua liberdade, sua igualdade e o direito à propriedade (natural).
LIBERALISMO POLÍTICO

•Locke, defendeu o Estado Liberal, através


de um Contrato Social, com um poder
legitimado no Poder Legislativo e com
pouca ou mínima intervenção do Estado.
LIBERALISMO ECONÔMICO

• Seu principal teórico foi o filósofo e economista


escocês Adam Smith (1723/1790), que em sua obra
“Uma investigação sobre a natureza e a causa da
riqueza das nações” (1776), em que defendeu a
ideia, que se transformou em ideologia, que cada
indivíduo, ao trabalhar/produzir, não se preocupa
com o bem estar da coletividade, mas sim, é movido
pelo seu próprio interesse.
LIBERALISMO ECONÔMICO

• Adam Smith, defendeu, na obra, a livre iniciativa


privada, sem intervenção governamental, pois
dessa forma “o mercador ou comerciante, movido
apenas pelo seu próprio interesse egoísta, é levado
por uma ”mão invisível” a promover algo que nunca
fez parte do interesse dele: o bem-estar da
sociedade."
KEYNESIANISMO

• A Teoria Keynesiana, inspirada na obra de John


Maynardes Keynes (1883/1946), economista inglês,
defendia a intervenção estatal, do Estado
intervencionista, através de políticas monetárias e
fiscais, para diminuir problemas sociais e econômicos
durantes ciclos de crises econômicas.
• Tal teoria serviu de base para os Estados do Bem
Estar Social ou o New Deal norte americano.
NEOLIBERALISMO

 O Neoliberalismo surgiu após a queda do Muro de Berlim


(1989), com o fim da Guerra Fria (1945/1991), com a
desarticulação do Socialismo na Europa.
 Pode ser entendido em sua dimensão econômica
(globalização) e em sua dimensão política (Estado Neoliberal,
ou seja, o Estado Mínimo).
 Amparado pelo desenvolvimento tecnológico, que possibilitou
a produção e seu acompanhamento em qualquer ponto do
planeta, as forças capitalistas liberais, exigiram a
flexibilização da produção, do trabalho, do consumo e das leis
econômicas.
CONSENSO DE WASHINGTON

 Consenso de Washington foi um conjunto de medidas


formulado em novembro de 1989 por economistas de
instituições financeiras situadas em Washington (EUA), como
o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos
EUA, fundamentadas num texto do economista John
Williamson, do International Institute for Economy, e que se
tornou a política oficial do FMI, em 1990, quando passou a
ser "receitado" para promover o "ajustamento
macroeconômico" dos países em desenvolvimento que
passavam por dificuldades.
CONSENSO DE WASHINGTON

• Esse consenso  Disciplina fiscal


determinou a política  Reforma Tributária
econômica neoliberal,  Desregulamentação da economia
inspirados em de  Liberalização das taxas de juros
governos como o Reagan
(EUA) e de Margaret  Taxa de câmbio competitiva
Thatcher (Reino Unido),  Revisão das prioridades dos
através de uma lista das gastos públicos
políticas de mercado  Maior abertura ao investimento
recomendadas, que estrangeiro direto
incluíam:  Fortalecimento do direito de
propriedade.
CRISE NEOLIBERAL DE 2008

• Excessiva liberdade econômica ao mercado


• Mínima regulamentação (intervenção) governamental no
mercado
• Expansão do crédito e facilitação aos empréstimos
• Alavancagem excessiva (bancos e empresas)
• Derivativos em excesso (“mercado futuro”)
• Crise de inadimplência
• Crise de confiança no sistema de créditos
• Falência do Banco Lehman Brothers (15/09/08)
CRISE NEOLIBERAL DE 2008

• Países mais atingidos, de Países menos atingidos, de


economia e de Estado economia e de Estado
Neoliberal interventores e reguladores

• EUA • Brasil
• Reino Unido • China
• Países da União • Índia
Europeia ou da Zona • Rússia
do Euro
• Novo “keynesianismo”?
Política e economia no Brasil

• Redemocratização após a Ditadura Militar (64/85)


• Constituição de 1988
• Estado Liberal Democrático (em construção)
• Tripartição dos poderes, mas excessivo poder ao Poder
Executivo
• Medidas Provisórias – não são leis, mas têm força de lei –
Prerrogativa do Poder Executivo Federal
• Presidencialismo de coalizão
Política e economia no Brasil

 Economia capitalista, em desenvolvimento, capitaneado pelo


Estado – Capitalismo de Estado?
 Desigualdade social
 Diminuição da desigualdade social, á partir do governo Lula/Dilma?
 Intervenção dos governos na economia industrial e financeira
 Prática política do patrimonialismo
 Patrimonialismo, cultura política, por parte dos detentores do poder
político de obter fidelidade, obediência e subalternidade através da
distribuição de poder, cargos e patrimônio público.

Você também pode gostar