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SUMÁRIO

CONTEÚDO

Unidade I

Capítulo 1 - conceitos fundamentais da economia

1 Conceitos de Economia

2 Questão de Escassez

3 Sistemas Econômicos

3.1 Sistema de concorrência pura

3.2 Sistema de mercado misto

4 Funcionamento de uma economia centralizada

Unidade II

Capítulo 2 - mercado

1 Demanda

1.2 Curva de demanda

2 Oferta

2.1 Curva de oferta

3 Equilíbrio de mercado competitivo

4 Elasticidade

4.1 Elasticidade-preço da demanda

4.2 Elasticidade-preço da oferta

5 Estrutura de mercado

5.1 Monopólio

5.2 Oligopólio

6 Sistema de contas nacionais

6.1 Produto bruto e produto líquido

6.2 Produto interno e produto nacional

Unidade III

1 O balanço de pagamentos

2 A taxa de câmbio

Unidade IV

1 A moeda: conceito e funções

2 Os agregados monetários

3 O Banco Central

4 Os coeficientes de comportamento e o multiplicador dos meios de pagamento


5 Os determinantes do comércio internacional

Unidade V

Capítulo 5 - inflação

1 Tipos de inflação

2 Principais índices de preços no Brasil

2.1 IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

2.2 Fundação Getúlio Vargas

3 As distorções e as consequências das altas taxas de inflação

Unidade VI

Capítulo 6 - políticas econômicas

1 Política monetária

1.1 Depósitos compulsórios

1.2 Operações de mercado aberto

1.3 Regime de metas para Inflação

1.4 Comitê de Política Monetária (COPOM)

1.5 Formação da taxa de juros

2 Política fiscal

3 Política cambial

3.1 Câmbio fixo: câmbio e currency board

3.2 Taxa de câmbio fixa

3.3 Taxa de câmbio flutuante

3.4 Bandas cambiais

Unidade VII

Capítulo 7 - sistema financeiro nacional

1 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

1.1 Subsistema normativo

1.2 Subsistema de intermediação

1.3 Entidades especiais

Referências Bibliográficas
UNIDADE I

CAPÍTULO 1 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ECONOMIA

1. CONCEITO DE ECONOMIA

Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição, e


consumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego para
oikos (casa) e nomos (costume ou lei), daí “regras da casa (lar).”

Ela estuda as formas de comportamento humano resultantes da


relação entre as necessidades dos homens e os recursos disponíveis
para satisfazê-las. Assim sendo, esta ciência está intimamente ligada
à política das nações e à vida das pessoas, sendo que uma das suas
principais funções é explicar como funcionam os sistemas econômicos
e as relações dos agentes econômicos, propondo soluções para os
problemas existentes.

A ciência econômica está sempre analisando os principais problemas


econômicos: o que produzir, quando produzir, em que quantidade
produzir e para quem produzir. Cada vez mais, esta ciência é aplicada
a campos que envolvem pessoas em decisões sociais, como os
campos religioso, industrial, educação, política, saúde, instituições
sociais, guerra, etc.

2. ESCASSEZ (ECONOMIA)

Em economia, escassez é um termo que descreve uma disparidade


entre a quantidade demandada de um produto ou serviço e o
montante fornecido no mercado. Especificamente, a escassez ocorre
quando há excesso de demanda e, portanto, é o oposto de um
excedente .

Escassez econômica está fortemente relacionada ao preço de um


produto ou item, pois, quando este está abaixo do preço corrente
determinado pela oferta e demanda, haverá uma escassez do item
subvalorizado. Na maioria dos casos, a escassez obriga as empresas a
aumentar o preço de um produto até que ele atinja o equilíbrio de
mercado. Às vezes, porém, as forças externas causam um
prolongamento da escassez em outras palavras, há algo impedindo o
aumento dos preços ou o equilíbrio da oferta e da demanda .

No uso comum, a "escassez" pode se referir a uma situação em que a


maioria das pessoas são incapazes de encontrar um bem desejado a
um preço acessível. Para o aproveitamento econômico de "escassez",
no entanto, a disponibilidade de um bem para a maioria das pessoas
não é uma questão: Se as pessoas desejam ter um certo bem, mas
não podem pagar o preço de mercado, seu desejo não é contado
como parte da demanda.
2.1 EFEITOS

No caso de intervenção governamental no mercado, há sempre um


trade-off, com efeitos positivos e negativos. Por exemplo, estabelecer
um preço máximo a um determinado produto pode provocar uma
escassez, mas irá permitir que uma determinada parcela da
população adquira um produto que possivelmente não iriam
conseguir arcar em decorrência do custo. Escassez econômica é
geralmente vista como um fenômeno indesejável, uma vez que leva à
ineficiência econômica. Na ausência de um mecanismo de preços, os
recursos são menos propensos a serem distribuídos de acordo com a
utilidade das pessoas. Os custos de transação e os custos de
oportunidade, também significam desperdícios no processo de
distribuição. Ambos esses fatores contribuem para uma diminuição na
riqueza agregada.

Mas em geral, independentemente de sua causa, a escassez pode


resultar em:

• Surgimento de mercados negros - os mercados ilegais nos quais


os produtos que não estão disponíveis nos mercados
convencionais são vendidos, ou em que os produtos com
excesso de demanda são vendidos a preços mais elevados do
que no mercado convencional.
• Controles artificiais sobre a demanda, como o racionamento.

• Métodos não monetários de negociação, como tempo (por


exemplo, filas), o nepotismo, ou até mesmo violência.

• A discriminação de preços.

• A incapacidade de adquirir um produto.

2.2 EXEMPLOS DE ESCASSEZ

União Soviética

Na antiga União Soviética durante a década de 1980, os preços


estavam artificialmente baixos por decreto. Cidadãos soviéticos
esperavam na fila para adquirir vários produtos e serviços que tinham
seus preços controlados, tais como carros, apartamentos, ou alguns
tipos de roupas. Do ponto de vista de quem espera na fila, essas
mercadorias eram "escassas", e alguns deles estavam dispostos a
pagar mais do que o teto oficial dos preços, mas foram legalmente
proibidos de fazê-lo. Este método para determinar a alocação de bens
escassos é conhecido como um "racionamento" .
Brasil

Durante o Plano Cruzado no Brasil houve a tática de Congelamento de


preços . O plano começou a fracassar exatamente devido ao
desequilíbrio dos preços relativos da economia. Por não equalizarem
o valor presente dos preços, muitos produtores que corrigiam seus
preços entre dia 1 a 15 dos mês, ficaram com o preço tabelado
abaixo da rentabilidade desejada ou até mesmo abaixo do custo de
produção: algo que ou inviabilizava a venda dos produtos para o
consumo, ou levava a uma queda na sua qualidade. Saíram
beneficiadas, as empresas que reajustaram seus preços nos dias
anteriores ao plano.

Como o congelamento não permitiu o ajuste dos preços sujeitos à


sazonalidade, houve um desequilíbrio de preços. E como resultado
disso, vieram o desabastecimento de bens e o surgimento de ágio
para compra de produtos escassos, principalmente os que se
encontravam na entressafra (carne e leite) e de mercados
oligopolizados (automóveis).

3. O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO

Qualquer que seja a forma de organização da atividade econômica


de uma comunidade – economia de mercado, economia planificada
centralmente ou um sistema misto -, os seus objetivos são muito
semelhantes: busca-se otimizar a satisfação do individuo, de um lado
e, de outro, maximizar a eficiência produtiva.

Esta operacionalidade do sistema econômico deve ser analisada com


base em todos os fatores e forças que interferem nos fluxos de
mobilização de recursos e de produção dos bens e serviços oferecidos
e demandados (consumidos).

Podemos, pois, entender o sistema econômico como a forma pela


qual a sociedade se organiza, visando solucionar os seus problemas
de produção, circulação e distribuição de riqueza.

A forma como a sociedade irá conduzir a solução das questões “o que


e quanto produzir”, “como produzir” e “para quem produzir”
dependerá da sua própria organização social e econômica, apoiada
em distintas concepções filosóficas e políticas.

Assim, em algumas sociedades será o livre mecanismo das forças de


mercado que irá determinar o que, quanto, como e para quem
produzir; em outras, no entanto, a decisão sobre tais questões
competirá a uma agência ou órgãos de planificação central. E outras
sociedades operarão sob a forma de um sistema misto.

Os três sistemas econômicos mais representativos nos dias de hoje


são:

1) os sistemas de livre iniciativa empresarial;


2) os sistemas de planificação central da economia;
3) os sistemas mistos.

Estes sistemas são resultado da evolução por que passaram as


formas de organização da atividade econômica, em busca do sistema
ideal de eficiência produtiva aliada a uma eficiência distributiva da
produção.

Este ciclo evolutivo, iniciado por um sistema em que prevalecia a


tradição e autoridade, passa pelo mercantilismo, pelo liberalismo que
antecedeu a concepção socialista e prossegue rumo a uma
combinação que elimine as ideias radicais das duas formas de
organização prevalecente nas economias modernas.

3.1 SISTEMA DE LIVRE INICIATIVA EMPRESARIAL

Neste sistema impera a propriedade privada dos bens de produção,


ao lado de decisões sobre o que e quanto produzir fundamentadas no
mercado e nos preços. As atividades econômicas são, portanto,
dirigidas e controlada unicamente por empresa privadas, que
competem entre si. Daí a alcunha de “economia de mercado”, porque
o mercado é o habitat natural das empresas.

As empresas estariam dispostas a oferecer seus produtos à medida


que houvesse possibilidades de obtenção de lucros. Ao lado da
propriedade privada dos meios de produção, os lucros seriam a
segunda grande determinante de uma filosofia liberal.

A perspectiva de lucro resume-se, portanto, à oferta de bens no


mercado. Essa oferta se orientaria pela demanda de bens que
suprissem as necessidades dos indivíduos. É de se supor, então, que
o livre jogo da oferta e da procura, em que imperasse a livre
concorrência, seria fundamental para a operação da atividade
econômica.
Nestas circunstâncias, a intervenção do Estado seria perturbadora e
prejudicial. Ao Estado competiria zelar pelo livre funcionamento do
mecanismo dos preços e do mercado, sem interferir em nenhum
aspecto de produção.

Neste sistema, a decisão sobre “o que e quanto produzir” seria


tomada pelos consumidores e produtores; a decisão sobre o “como
produzir” seria determinada pela competição entre os produtores, em
busca de maior produtividade e redução de custos; a
questão sobre “como distribuir” seria solucionada pela capacidade de
aquisição dos bens produzidos, Isto é, cada indivíduo irá apossar-se
da quantidade de bens e serviços
conforme sua disponibilidade de recursos financeiros.

3.2 SISTEMA DE PLANIFICAÇÃO CENTRAL DA ECONOMIA


Por este sistema, as respostas às questões básicas competem ao
Estado, que se encarregaria de direcionar e controlar o processo
produtivo, através de empresas públicas.

Este direcionamento e controle far-se-ia com base nos interesses


coletivos, que prevaleceriam sobre os individuais.

Desaparecem, segundo esta ordem econômica, a propriedade privada


dos meios de
produção e a instituição do lucro. A meta não é obtenção de lucros,
mas proporcionar o máximo de bem-estar geral. Todos o meios de
produção seriam socializados, isto é, de propriedade coletiva,
administrada pelo Estado.

Um complexo sistema de planificação determinaria “o que produzir”


prioritariamente. Todas as possibilidades de produção seriam
equacionadas e utilizadas de forma a obter um aproveitamento
integral de todos os recursos na solução do problema “como
produzir”. A questão “para quem produzir”, que traz em si o problema
da distribuição da renda, seria solucionada pela quantidade e
qualidade do trabalho executado, independentemente das
necessidades do trabalhador.

O Estado se encarregaria de proporcionar, a preços baixos ou


gratuitamente, os serviços básicos relacionados à saúde, educação,
transporte e moradia, assegurando a todos o direito inalienável ao
trabalho. A participação ativa de todos os trabalhadores no processo
econômico substituiria a competição entre as unidades produtivas, no
sentido prevalecente no regime de livre iniciativa.

3.3 SISTEMAS MISTOS

Não se nota, nem nunca se notou, o funcionamento pleno de formas


puras de economia de mercado ou de economias socialistas. A
intervenção do Estado se processa até mesmo em economias
tipicamente capitalistas e em economias socialistas existem certas
formas de propriedade privada da terra.

Observa-se, nos sistemas mistos, a coexistência entre o setor público


e o setor privado. Muitos aspectos da economia são controlados pelo
Estado, mediante leis, decretos, regulamentos, portarias, etc. Através
de criação de empresas ou de subsídios, controle de créditos,
incentivos fiscais e outras formas, o Estado praticamente decide “o
que e quanto produzir?” de vários setores da economia. O “como
produzir?” se dá primordialmente no setor privado, atendendo aos
ditames da concorrência. A questão “para quem produzir?” é
respondida, de modo geral, pelo livre mecanismo dos preços, porém o
Estado se encarrega de proporcionar alimentação, ensino,
hospitalização, assistência jurídica e outros serviços às camadas
inferiores de renda.

Além disso, o Estado controla certos preços e impõe determinados


padrões de remuneração (salário mínimo, por exemplo) e
recolhimentos compulsórios (os encargos sociais de uma folha de
pagamentos, por exemplo).

4. BENS

4.1 Bem é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os


desejos e necessidades dos seres humanos.

4.2 Tipos de bens

a) SEGUNDO SEU CARÁTER:

a.1) LIVRES – são ilimitados em quantidade ou muito abundantes e


não são apropriáveis.
a.2) ECONÔMICOS - são escassos, em quantidade, dada a sua
procura, são apropriáveis.

Os bens econômicos caracterizam-se, pela utilidade, pela escassez e


por serem transferíveis.

São o objeto de estudo da Economia.

b) SEGUNDO SUA NATUREZA:

b.1) DE CAPITAL – não atendem diretamente às necessidades


humanas.

b.2) DE CONSUMO – destinam-se à satisfação direta das


necessidades humanas.

b.3) DURADOUROS – permitem uso duradouro.

b.4) NÃO-DURADOUROS – acabam em pouco tempo.

c) SEGUNDO SUA FUNÇÃO:

c.1) INTERMEDIÁRIOS – devem sofrer novas transformações antes


de se converterem em bens de consumo.

c.2) FINAIS – já sofreram as transformações necessárias para seu uso


ou consumo.

Os BENS podem ainda se classificar em privados e públicos.

4.3 BENS PRIVADOS – são os produzidos e possuídos privadamente.

4.4 BENS PÚBLICOS - são aqueles cujo consumo é feito


simultaneamente por vários sujeitos, por exemplo, um parque
público.

5. SERVIÇOS

O trabalho, quando não destinado à criação de bens, isto é, de


objetos materiais, visa à produção de serviços. O trabalho de serviços
pode estar relacionado com a distribuição de produtos, como o
realizado por um agente de vendas, ou um transportador; com
atividades que satisfazem as necessidades culturais, como as
realizadas por um professor ou um artista de cinema, um escritor ou
um cantor; ou com outros tipos de atividades, tais como os serviços
oferecidos por um banco ou uma companhia de seguros, todas essas
atividades constituem o que se denomina serviços.

6. RECURSOS OU FATORES DE PRODUÇÃO

Para a satisfação das necessidades humanas é necessário produzir


bens e serviços. Para isso, exige-se o emprego de recursos
produtivos.

6.1 O FATOR PRODUTIVO TRABALHO é a parte da população que


desenvolve as tarefas produtivas.

(população é um conjunto de seres humanos que vivem em uma área


determinada).

6.2 POPULAÇÃO

6.3 População Ativa – A que intervém no processo produtivo.

6.4 Empregados

6.5 Empregados no sentido estrito – têm um trabalho remunerado


ainda que estejam afastados por doença.

6.6 – Empregados ativos marginais – fazem trabalhos periódicos.

6.7 – Desempregados- Reúnem as condições de idade e capacidade


física e mental
para trabalhar, mas não trabalham.

6.8 – População inativa – a que somente consome:

• Aposentados;
• Estudantes;
• Donas de casa;
• Incapacitados para trabalhar.
6.9 FATOR PRODUTIVO CAPITAL

Enquanto os bens de consumo e orientam para a satisfação direta das


necessidades humanas, os bens de capital, não estão concebidos
para satisfazer diretamente às necessidades humanas, mas para
serem utilizados na produção de outros bens.

O capital empregado na produção pode dividir-se em capital fixo e


capital circulante.

6.10 TIPOS DE CAPITAL

a. Capital físico ou real

a.1 CAPITAL FIXO – consiste em todo tipo de instrumentos


empregados na produção,
como edifícios e maquinaria.
Dura vários ciclos de produção.

a.1.1 CAPITAL CIRCULANTE – consiste nos bens em processo de


preparação para o consumo, basicamente matérias-primas e
estoques.

a.2 CAPITAL HUMANO - educação, formação profissional e


experiência, em geral, tudo que eleva a capacidade produtiva dos
seres humanos.

a.3 CAPITAL FINANCEIRO – fundos disponíveis para a compra de


capital físico.

6.11 COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO

Setor primário – constituído pelas unidades produtoras que utilizam


intensamente os recursos naturais (atividades agrícolas, pecuárias e
extrativas).

Setor secundário – constituído pelas unidades produtoras dedicadas


as atividades industriais, através das quais os bens são
transformados. Caracteriza-se pela utilização do fator de produção
“Capital”. Ex: industrias de automóveis, refrigerantes e roupas.

Setor terciário – formado pelas unidades produtoras que prestam


serviços, (bancos, hospitais, comércio).
6.12 FLUXOS FUNDAMENTAIS

O funcionamento do sistema econômico caracteriza-se, de um lado,


pela atividade de obtenção de recursos (ou fatores) de produção em
si e, de outro, pela obtenção de recursos financeiros e sua utilização.

Durante o processo de produção, em que são obtidos bens e serviços,


as unidades produtoras remuneram os fatores de produção por elas
empregados: pagam salários aos seus trabalhadores, aluguel pelas
instalações que ocupam, distribuem lucros aos seus proprietários.
Essa remuneração é recebida pelos proprietários dos fatores de
produção e permite-lhes adquirir os bens e os serviços de que
necessitam.

Este é um aspecto fundamental do sistema econômico, e que garante


sua eficiência: a unidade produtora, ao mesmo tempo em que produz
bens e serviços, remunera os fatores de produção por ela
empregados, permitindo que as pessoas adquiram bens e serviços
produzidos por ela e por todas as outras unidades produtoras.

Uma pessoa que trabalha em uma fábrica de roupas, por exemplo,


não vai adquirir apenas o produto de seu trabalho (as roupas) com o
salário que recebe. Precisa também, comprar alimentos, alugar ou
comprar uma casa, tomar condução etc. É através da remuneração
de sua força de trabalho (fator de produção que concorreu para a
produção de roupas) que ela poderá adquirir as coisas de que
necessita para viver. Pode-se dizer, portanto, que num sistema
econômico existem dois fluxos:

O primeiro é o fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos


no sistema econômico, que também recebe o nome de produto.

O segundo é o fluxo nominal ou monetário, formado pelo pagamento


que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo,
também denominado renda.

Esses dois fluxos têm um significado muito importante para a teoria


econômica. O fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos,
constitui a oferta da economia, ou seja, tudo aquilo que foi produzido
e está à disposição dos consumidores. O fluxo monetário, formado
pelo total da remuneração dos fatores produtivos, é a demanda ou
procura da economia, ou seja, aquilo que as pessoas procuram para
satisfazer suas necessidades e desejos.

A oferta e a procura são as duas funções mais importantes de um


sistema econômico.
Essas duas funções formam o mercado onde as pessoas que querem
vender se encontram com as pessoas que querem comprar.

É importante observar que o termo mercado, na Teoria Econômica,


não significa apenas o lugar físico onde as pessoas estão localizadas,
como uma feira livre, por exemplo. Seu significado é mais amplo. O
termo mercado se refere a todas as compras e vendas realizadas no
sistema econômico, tanto de bens de consumo, intermediários e de
capital, como de serviços. Em suma, sintetiza a essência do sistema
econômico, em que as necessidades são satisfeitas através da venda
e da compra de mercadorias e serviços.

6.13 O SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO


UNIDADE II

CAPÍTULO 2 - MERCADO

1. DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO

Introdução

A utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores


atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Ou
seja, a utilidade é a qualidade que os bens econômicos possuem de
satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada em
aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de
consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros, cerveja).

A teoria do valor-utilidade contrapõe-se à chamada teoria do


valor-trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos (Malthus,
Adam Smith, Ricardo, Marx). A teoria do valor-utilidade pressupõe
que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela
satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é, portanto,
subjetiva e considera que o valor nasce da relação do homem com os
objetos. Representa a chamada visão utilitarista, em que prepondera
a soberania do consumidor, pilar do capitalismo.

A teoria do valor-trabalho considera que o valor de um bem se forma


do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporados ao
bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo
fator mão de obra, em que a terra era praticamente gratuita
(abundante) e o capital pouco significativo. Pela teoria do
valor-trabalho, o valor do bem surge da relação social entre homens,
dependendo do tempo produtivo (em horas) que eles incorporavam
na produção de mercadorias. Nesse sentido, a teoria do valor
-trabalho é objetiva (depende de custos de produção).

A teoria do valor-utilidade veio complementar a teoria do


valor-trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento
dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão de obra (ou
mesmo custos em geral) sem considerar o lado da demanda (padrão
de gostos, hábitos, renda e outros).

Utilidade total e utilidade marginal


Ao final do século passado, alguns economistas elaboraram o
conceito de utilidade marginal e dele derivaram a curva da demanda
e suas propriedades. Tem-se que a utilidade total tende a aumentar
quanto maior a quantidade consumida do bem ou serviço.

Entretanto, a utilidade marginal, que é a satisfação adicional (na


margem) obtida pelo consumo de mais de uma unidade do bem, é
decrescente, porque o consumidor vai perdendo a capacidade de
percepção da utilidade proporcionada por mais uma unidade do bem,
chegando à saturação.

O chamado paradoxo da água e do diamante ilustra a importância do


conceito de utilidade marginal. Por que a água, mais necessária, é tão
barata, e o diamante, supérfluo, tem preço tão elevado? Ocorre que a
água tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (é
abundante), enquanto o diamante, por ser escasso, tem grande
utilidade marginal.

1.2 DEMANDA DE MERCADO

A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo


bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em
determinado período de tempo.

A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do


consumidor. São elas:

- o preço do bem ou serviço;


- o preço dos outros bens ou serviços;
- a renda do consumidor;
- o gosto ou preferência do indivíduo.

Para estudar-se a influência isolada dessas variáveis utiliza-se a


hipótese do coeteris
paribus, ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando
separadamente as
decisões do consumidor.

Relação entre quantidade procurada e preço do bem: a lei geral da


demanda
Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade
procurada e o preço do bem, coeteris paribus. É a chamada lei geral
da demanda.

Essa relação quantidade procurada/preço do bem pode ser


representada por uma escala de procura, curva de procura ou função
demanda.

Tabela – Escala de procura

Outra forma de apresentar essas diversas alternativas é pela curva de


procura. Para tanto, traçamos um gráfico com dois eixos, colocando
no eixo vertical os vários preços P, e no horizontal as quantidades
demandadas Q :
Os economistas supõem que a curva ou a escala de procura revelam
as preferências dos consumidores, sob a hipótese de que estão
maximizando sua utilidade, ou grau de satisfação no consumo
daquele produto. Ou seja, subjacente à curva há toda uma teoria de
valor, que envolve, como vimos, os fundamentos psicológicos do
consumidor.

A curva de procura inclina-se de cima para baixo, no sentido da


esquerda para a direita, refletindo o fato de que a quantidade
procurada de determinado produto varia inversamente com relação a
seu preço, coeteris paribus.

A curva de demanda é negativamente inclinada devido ao efeito


conjunto de dois fatores:

o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem


aumenta, a queda da quantidade demandada será provocada por
esses dois efeitos somados:

Efeito substituição: se um bem A possui um bem substituto B, ou seja,


Outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando o
preço do bem A aumenta, coeteris paribus, o consumidor passa a
adquirir o bem substituto (o bem B), reduzindo assim a demanda do
bem A. Ex: se o preço da caixa de fósforos subir demasiadamente, os
consumidores passarão a demandar isqueiros, reduzindo assim sua
demanda por fósforos;

Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem A, tudo o mais


constante (renda do
consumidor e preços de outros bens estando constantes), o
consumidor perde poder aquisitivo, e a demanda por esse produto A
diminui. Assim, embora seu salário monetário não tenha sofrido
nenhuma alteração, eu salário “real”, em termos de poder compra, foi
corroído.

Outras variáveis que afetam a demanda de um bem

Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada


apenas por seu preço.
Existe uma série de outras variáveis que também afetam a procura.
Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto
também, temos um bem normal.

Existe também uma classe de bens que são chamados bens


inferiores, cuja demanda varia em sentido inverso às variações da
renda; por ex, se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo
de carne de segunda e aumentará o consumo de carne de primeira.

Temos ainda o caso de bens de consumo saciado, quando a demanda


do bem não é influenciada pela renda dos consumidores ( como arroz,
farinha, sal).

A demanda de um bem ou serviço também pode ser influenciada


pelos preços de outros bens e serviços. Quando há uma relação direta
entre preço de um bem e quantidade de outro, coeteris paribus, eles
são chamados de bens substitutos ou concorrentes, ou ainda
sucedâneos. Por ex, um aumento no preço da carne deve elevar a
demanda de peixe, tudo o mais constante. Quando há uma relação
inversa entre o preço de um bem e a demanda de outro, eles são
chamados de bens complementares (por ex, quantidade de
automóveis e o preço da gasolina, quantidade de camisas sociais e
preço de gravatas).

Finalmente, a demanda de um bem ou serviço também sofre a


influência dos hábitos e preferências dos consumidores. Os gastos em
publicidade e propaganda objetivam justamente aumentar a procura
de bens e serviços influenciando preferências e hábitos.

Além das variáveis anteriores, que se aplicam ao estudo da procura


pela maior parte dos bens, alguns produtos são afetados por fatores
mais específicos, como efeitos sazonais e localização do consumidor,
ou fatores mais gerais, como condições de crédito, perspectivas da
economia, congelamentos ou tabelamentos de preços e salários.

Podemos então resumir as principais variáveis que afetam a demanda


de determinado bem ou serviço:

Demanda do bem X = F (preço de X, preços dos bens substitutos do


bem , preço dos bens complementares ao bem X, renda dos
consumidores, preferências dos consumidores).

1.3 DISTINÇÃO ENTRE DEMANDA E QUANTIDADE DEMANDADA


Embora tendam a ser utilizados como sinônimos, esse termos têm
significados diferentes.

Por demanda entende-se toda a escala ou curva que relaciona os


possíveis preços a determinadas quantidades. Por quantidade
demandada devemos compreender um ponto específico da curva
relacionando um preço a uma quantidade.

Na figura abaixo, a demanda está indicada pela reta indica pela letra
D; já a quantidade procurada relacionada ao preço Po é Qo. Caso o
preço do bem aumentasse para P1, haveria diminuição na quantidade
demandada, não na demanda. Ou seja, as alterações da quantidade
demandada ocorrem ao longo da própria curva de demanda (reta D).

Suponhamos que agora a curva da procura inicial (nova figura) fosse


a reta indicada pela letra Do. Sendo o bem superior, caso houvesse
um aumento na renda dos consumidores, coeteris paribus, a curva da
procura Do iria se deslocar para a direita, o que estaria indicando
que, aos mesmos preços, por ex. Po, o consumidor estaria disposto a
adquirir maiores quantidades do bem, passando de Qo para Q2. A
nova curva de demanda é representada pela curva D1.
Quadro: antes do aumento da renda e após o aumento da renda.

Dessa forma, movimentos da quantidade demandada ocorrem ao


longo da própria curva, devido a mudanças no preço do bem. Quando
a curva de procura se desloca em virtude de variações da renda ou
de outras variáveis, que não o preço do bem, temos uma mudança na
demanda e não na quantidade demandada.

2. OFERTA DE MERCADO

Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os


produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de
tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de
vários fatores; dentre eles:
- de seu próprio preço;

- do preço (custo) dos fatores de produção;

- alterações tecnológicas;

- número de empresas no mercado.

Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma


correlação direta entre a quantidade ofertada e nível de preços,
coeteris paribus. É a chamada lei geral da oferta.

Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada


uma série de preços, quais seriam as quantidades ofertada a cada
preço:

Escala de oferta

Essa escala pode ser expressa graficamente:


A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço
desse bem deve-se ao fato de que, coeteris paribus, um aumento do
preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção; novas
empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do
produto.

Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada


pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários,
preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do
número de empresas no mercado.

Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada


pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários,
preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do
número de empresas no mercado.

Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou


serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor.

Oferta e quantidade ofertada

Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a


oferta e a quantidade ofertada de um bem. A oferta refere-se à escala
(ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um
ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do
bem provoca um aumento da quantidade ofertada, coeteris paribus
(movimento ao longo da curva – diagrama (a), enquanto uma
alteração nas outra variáveis (como nos custos de produção ou no
nível tecnológico) desloca a oferta (isto é, a curva de oferta).

Por ex., um aumento no custo das matérias-primas provoca uma


queda na oferta: mantido o mesmo preço Po (isto é, coeteris paribus),
as empresas são obrigadas a diminuir a produção (diagrama (b)).
Por outro lado, uma diminuição no preço dos insumos, ou uma
melhoria tecnológica na utilização dos mesmos, ou ainda um
aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento
da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando-se, desse
modo, a curva de oferta para a direita (diagrama C ).
3. EQUILÍBRIO DE MERCADO

A lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio

A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a


quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em dado mercado.

Seja a Tabela abaixo representativa da oferta e da demanda do bem


X:

Tabela – oferta e demanda do bem X

Como se observa na Tabela acima, existe equilíbrio entre oferta e


demanda do bem X
quando o preço é igual a 6,00 unidades monetárias.
Graficamente:

Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E), teremos o


preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que
atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores
simultaneamente.

Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio E


(A, por ex.), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá
uma competição entre os consumidores, pois as quantidades
procuradas serão maiores que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que
forçará a elevação dos preços, até atingir o equilíbrio, quando as filas
cessarão.

Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto


de equilíbrio E (B, por ex), haverá um excesso ou excedente de
produção, um acúmulo de estoques não programado do produto, o
que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a
uma redução dos preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio.
Como se observa, quando há competição tanto de consumidores
como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se
chegar a uma situação de equilíbrio estacionário – sem filas e sem
estoques não desejados pelas empresas.

Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação dos


preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será
observada essa tendência natural de o preço e a quantidade
atingirem determinado nível desejado tanto pelos consumidores
como pelos ofertantes. Para que isso ocorra, é necessário que não
haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas, que
normalmente impedem quedas de preços dos bens e serviços.

Interferência do governo no equilíbrio de mercado

O governo intervém na formação de preços e de mercado, quando


fixa impostos, dá subsídios, estabelece os critérios de reajuste do
salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas, decreta
tabelamentos ou, ainda, congela preços e salários.

Estabelecimento de impostos
Embora seja tratado nos capítulos de Macroeconomia o papel do
governo por meio dos instrumentos da política tributária, é
interessante observar o enfoque microeconômico da tributação, que
ressalta a questão da incidência do tributo, ou seja, é sabido que
quem recolhe a totalidade do tributo é a empresa, mas isso não quer
dizer que é ela quem efetivamente o paga. Assim, saber sobre quem
recai efetivamente o ônus do tributo é uma questão da maior
importância na análise dos mercados.

Os tributos podem ser impostos, taxas ou contribuições de melhoria.


Os impostos dividem-se em:

• Impostos indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre


as vendas. Ex: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

• Impostos diretos: impostos incidentes sobre a renda e o patrimônio.


Ex: Imposto de Renda (IR) e Imposto Predial e Territorial Urbano
IPTU).

Entre os impostos indiretos destacamos:


• Imposto específico: o valor do imposto é fixo, qualquer que seja o
valor da unidade vendida. Ex: para cada carro vendido, recolhe-se, a
título de imposto, R$ 5.000 ao governo (esse valor é fixo e independe
do valor do automóvel);

• Imposto ad valorem: é um percentual (alíquota) aplicado sobre o


valor da venda. Ex: supondo a alíquota do IPI sobre automóveis de
10%, se o valor do automóvel for R$ 50.000, o valor do IPI será de R$
5.000; se seu valor aumentar para R$ 60.000, o valor do IPI será de
R$ 6.000. Assim, como se pode notar, a alíquota permanece
inalterada em 10%, enquanto o valor do imposto varia com o preço
do automóvel.

No Brasil, há poucos impostos específicos, sendo a quase totalidade


dos impostos incidentes sobre o consumo do gênero ad valorem.

No ato do recolhimento, um aumento de impostos representa um


aumento de custos de produção para a empresa. Se ela quiser
continuar vendendo as mesmas quantidades anteriores, terá de
elevar o preço de seu produto, ou seja, procurará repassar o imposto
para o consumidor. Caso contrário terá de reduzir seu volume de
produção.

Quanto mais competitivo ou concorrencial o mercado, maior a parcela


do imposto paga pelos produtores, pois eles não poderão aumentar o
preço do produto para nele embutir o tributo. O mesmo ocorrerá se
os consumidores dispuserem de vários substitutos para esse bem. Por
outro lado, quanto mais concentrado o mercado – ou seja, com
poucas empresas - maior o grau de transferência do imposto para os
consumidores finais, que contribuirão com maior parcela do imposto.

A proporção do imposto paga por produtores e consumidores é a


chamada incidência tributária, que mostra sobre quem recai
efetivamente o ônus do imposto.

Há uma diferença entre o conceito jurídico e o conceito econômico de


incidência. Do ponto de vista legal, a incidência refere-se a quem
recolhe o imposto aos cofres públicos; do ponto de vista econômico,
diz respeito a quem arca efetivamente com o ônus. Normalmente os
impostos indiretos são recolhidos pelas empresas, mas elas repassam
parte do imposto, aumentando o preço do produto e assim onerando
o consumidor final.
Política de preços mínimos na agricultura
Trata-se de uma política que visa dar garantia de preços ao produto
agrícola, com o propósito de protegê-lo das flutuações dos preços no
mercado, ou seja, ajudá-lo diante de uma possível queda acentuada
de preços e consequentemente da renda agrícola. O governo, antes
do início do plantio, garante um preço que ele pagará após a colheita
do produto. Se, por ocasião da colheita, os preços de mercado forem
superiores aos preços mínimos, o agricultor preferirá vendê-la no
mercado. Contudo, se os preços mínimos forem superiores aos preços
de mercado, o produtor preferirá vender sua produção para o governo
ao preço anteriormente fixado. Nesse caso, com o preço mínimo
acima do preço de equilíbrio de mercado, haverá um excedente
adquirido pelo governo, que será utilizado como estoque regulador
em momentos subsequentes.

Nesse caso, o governo pode adotar dói tipos alternativos de políticas:

a) comprar o excedente (política de compras);

b) pagar subsídio no preço (política de subsídios): o governo deixa os


produtores colocarem no mercado toda a produção, o que provocará
grande queda no preço pago pelos consumidores. Os produtores
receberão o preço mínimo, cabendo ao governo bancar a diferença.

Tabelamento

Refere-se à intervenção do governo no sistema de preços de mercado


visando:

• coibir abusos por parte dos vendedores;

• controlar preços de bens de primeira necessidade;

• refrear o processo inflacionário

Como foi adotado no Brasil (Planos Cruzado, Bresser), quando se


aplicou o congelamento de preços e salários.

4.CONCEITO DE ELASTICIDADE

Cada produto tem uma sensibilidade específica com relação às


variações dos preços e da renda. Essa sensibilidade ou reação pode
ser medida por meio do conceito de elasticidade. Genericamente, a
elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável
quando ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus.

4.1 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA

Este conceito diz qual foi a reação dos consumidores em relação a um


aumento no preço de um bem. Formalmente, a elasticidade-preço da
demanda de um bem é a razão entre a variação percentual verificada
na quantidade demandada de um bem e a variação percentual no
preço desse bem.

Para que este conceito fique mais claro, considere a curva de


demanda no gráfico abaixo, que representa a curva de demanda por
carne:

Curva de demanda por carne

Suponhamos que os consumidores estejam sobre o ponto A na curva


de demanda, onde adquirem, ao preço de R$ 200,00, 5 Kg por
semana. Consideremos, agora, que o preço da carne suba para R$
300,00 e verifiquemos, com o auxílio do conceito de elasticidade, qual
será a reação dos consumidores a esse aumento de preço. Como
pode ser visto na figura, os consumidores passaram para o ponto B
sobre a curva de demanda, adquirindo apenas 3 Kg por semana.
Vamos calcular, então a elasticidade-preço da demanda da carne.
A variação percentual na quantidade demandada é obtida através do
emprego da fórmula #Q/Q. #Q é igual à variação da quantidade,
partindo da quantidade final; #Q/Q = 3 – 5/5 = -2/5 = -0,4 = 40%.

Portanto, a diminuição percentual na quantidade demandada


decorrente do aumento de preço foi de 40%.

A variação percentual no preço é calculada pela fórmula #P/P. #P é a


variação no preço, partindo-se do preço final; #P/P = 300 – 200/200 =
100/200 = 0,5 = 50%.

Portanto, a elevação percentual no preço foi de 50%.

Finalmente, a elasticidade-preço da demanda por carne é:

EP = #Q/Q//#P/P = -0,4/0,5 = -0,8

A elasticidade é um conceito que mede a reação do consumidor às


variações de preços em termos percentuais. Assim, em nosso
exemplo:

O preço da carne aumento 50%, de R$ 200,00 para R$ 300,00. Os


consumidores reagiram a esse aumento diminuindo a quantidade
demandada em 40%, ou seja, de 5 KG para 3 Kg por semana. A
elasticidade-preço da demanda é –0,8, que é o resultado da divisão
de – 0,4 por 0,5. O sinal negativo que surge na elasticidade indica a
lei da demanda, isto é, a relação inversa existente entre as variações
de preço e as variações nas quantidades demandadas. De fato, um
aumento de 50% no preço causa uma redução de 40% na quantidade
demandada.

Pelo exemplo acima temos como resultado –0,8 que é menor que 1
(UM), porém poderia ser igual a 1 (UM), ou ainda maior que 1 (UM).
Isso nos remete aos conceitos de demanda elástica, inelástica e de
elasticidade unitária.

1. Demanda elástica – a variação da quantidade demandada supera a


variação do preço. Ocorre nas situações cuja elasticidade-preço da
demanda é maior do que “1”.

Os consumidores desse produto têm grande reação ou resposta, nas


quantidades, a eventuais variações de preços. Em caso de aumentos
de preços, diminui drasticamente o consumo; quando há queda do
preço de mercado, aumenta o consumo.

2. Demanda inelástica: ocorre quando uma variação percentual no


preço provoca uma variação percentual relativamente menor nas
quantidades procuradas, Ocorre nas situações cuja elasticidade-preço
da demanda é menor do que “1”.

Nesse caso, um aumento ou redução, suponhamos de 10% nos


preços, provoca uma redução ou um aumento de 5% nas quantidades
procuradas. Os consumidores desse produto reagem pouco a
variações dos preços, isto é, possuem baixa sensibilidade ao que
acontece com os preços de mercado.

3. Demanda de elasticidade-preço unitária: as variações percentuais


no preço e na quantidade são de mesma magnitude, porém em
sentido inverso. Ocorre nas situações cuja elasticidade-preço da
demanda é igual a “1”.

Dada uma variação no preço do produto, o que acontecerá com a


receita total do produtor?

Tal resposta dependerá da reação dos consumidores, isto é, do grau


de elasticidade-preço da demanda.

Podem ocorrer três possibilidades:

a) demanda elástica – a redução no preço do bem tenderá a


aumentar a receita total, pois o aumento percentual na quantidade
vendida será maior do que a redução percentual do preço (trata-se de
um mercado em que os consumidores têm demanda bastante
sensível a preços). Da mesma forma, um aumento de preço
provocará redução da receita total;

b) demanda inelástica – o raciocínio é inverso – aumento de preço


provoca aumento da receita total, e redução de preço provoca
diminuição da receita total;

c) demanda de elasticidade unitária: aumento ou redução no preço


não afetam a receita total, já que o percentual de variação no preço
corresponde a igual percentual de variação na quantidade (em
sentido contrário).
Incidência tributária e elasticidade-preço da demanda

O recolhimento de impostos aos cofres públicos é feito pelas


empresas;entretanto, isso não significa que ela efetivamente pagará
a totalidade do imposto, pois pode repassar parte do ônus para o
consumidor final, via aumento de preços de seus produtos. Assim
sendo temos:

Quanto mais inelástica for a demanda do bem, maior será a


proporção do imposto repassada ao consumidor e menor a parcela
paga pelo produtor. O consumidor não tem muitas condições de
diminuir o consumo do bem, provavelmente porque tem poucos
produtos substitutos. Trata-se de uma característica mais comum em
mercados em que a produção está concentrada em poucas empresas;

Quanto mais elástica for a demanda do bem, menor será a proporção


do imposto repassada ao consumidor e maior a parcela paga pelo
produtor. Mercados com um número bastante grande de empresa
produtoras costumam apresentar esse comportamento.

4.2 ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA

O mesmo raciocínio utilizado para a demanda também se aplica à


oferta, observando-se, no entanto, que o resultado da elasticidade
será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é
direta. Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário
estará disposto a ofertar.

As elasticidades da oferta são menos difundidas que as da demanda.


A elasticidade-preço da oferta mais frequentemente estudada é a dos
produtos agrícolas, sendo inclusive apontada como a principal causa
da inflação, de acordo com a chamada corrente estruturalista.

Segundo essa tese, em países em via de desenvolvimento, a


elasticidade da oferta de produtos agrícolas seria inelástica, pouco
sensível a variações de preços. Isso se deve à estrutura fundiária na
agricultura, pouco voltada a estímulos dados pela demanda (e,
portanto, de preços):

De um lado há latifúndios que estão mais preocupados com a


especulação com terras do que com a produtividade;
De outro, existem os minifúndios, que praticam uma agricultura
apenas para sua subsistência, não produzindo para o mercado.

5. ESTRUTURAS DE MERCADO

As várias formas ou estruturas de mercado dependem


fundamentalmente de três
características:

a) número de empresas que compõem esse mercado;

b) tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou


diferenciados);

c) se existem ou não barreiras à entrada (ao acesso) de novas


empresas nesse mercado.

No mercado de bens e serviços, as formas de mercado, segundo


essas três características, são as seguintes:

5.1 CONCORRÊNCIA PURA ou CONCORRÊNCIA PERFEITA

É um tipo de mercado em que há grande número de vendedores


(empresas ), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, por ser
insignificante, não afeta os níveis de oferta de mercado e,
consequentemente, o preço do produto.

Nesse tipo de mercado devem prevalecer as seguintes premissas:

• mercado atomizado, composto de grande número de empresas


(número infinito de
firmas), como se fossem “átomos”;

• produtos homogêneos: não existe diferenciação entre produtos


ofertados pelas
empresas concorrentes;
• não existem barreiras para o ingresso de empresas no mercado;

• transparência do mercado: todas as informações sobre lucros,


preços etc. são
conhecidas por todos os participantes do mercado.

5.2 MONOPÓLIO

O mercado monopolista caracteriza-se por apresentar condições


diametralmente opostas às da concorrência perfeita.

Nele existe um único empresário (empresa) dominando inteiramente


a oferta, de um lado, e todos os consumidores, de outro. Não há,
portanto, concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Nesse
caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo
vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto.

Para que existam monopólios, deve haver barreiras que praticamente


impeçam a entrada de novas firmas (empresas) no mercado. Essas
barreiras à entrada podem advir das seguintes condições:

• Monopólio puro ou natural: ocorre quando o mercado, por suas


próprias características, exige elevado volume de capital. As
empresas já instaladas operam com grandes plantas industriais, com
elevadas economias de escala e custos unitários bastante baixos, o
que possibilita a cobrança de preços relativamente baixos por seu
produto, o que acaba sendo uma grande barreira para a entrada de
novos concorrentes;

• Patentes: enquanto a patente não cai em domínio público, a


empresa é a única que detém a tecnologia apropriada para produzir
aquele determinado bem;

• Controle de matérias-primas básicas: por exemplo, o controle das


minas de bauxita pelas empresas produtoras de alumínio;

• Monopólio institucional ou estatal: ocorre em setores considerados


estratégicos ou de segurança nacional, e, são protegidos pela
legislação, por exemplo, energia, comunicações, e petróleo. Isto
ocorreu e ainda ocorre com muitos desses setores no Brasil e no
mundo.
5.3 OLIGOPÓLIO

O oligopólio é um tipo de estrutura de mercado que normalmente se


caracteriza por um pequeno número de empresas que dominam a
oferta de mercado. É um tipo de estrutura de mercado que pode ser
definido de duas formas:

• oligopólio concentrado: pequeno número de empresas no setor,


como exemplo indústria automobilística;

• oligopólio competitivo: há um grande número de empresas, mas


poucas dominam o mercado, como exemplo indústria de bebidas.

O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, sendo possível


encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de
cosméticos, indústria de papel, indústrias de bebidas, indústria
química, indústria farmacêutica, dentre outras.

No oligopólio, podemos encontrar duas formas de atuação das


empresas:
a) concorrem entre si, via guerra de preços ou de promoções (forma
de atuação pouco frequente);
b) formam cartéis, onde tanto as quantidades ofertadas como os
preços são fixados entre as empresas, determinando a política de
preços para todas as empresas que atuam naquele segmento de
mercado.

5.4 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA OU CONCORRÊNCIA


IMPERFEITA
É uma estrutura de mercado, intermediária entre a concorrência
perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio,
pelas seguintes características:
• número relativamente grande de empresas produzindo um dado
bem ou serviço, com certo poder concorrencial, cada empresa produz
um produto diferenciado, mas com substitutos próximos;
• margem de manobra para fixação de preços não muito ampla, dado
que os produtos são diferenciados, e o consumidor tem opções de
escolha, de acordo com sua preferência. Como exemplo desse tipo de
mercado, temos o mercado de sabonetes, aspirinas, serviços
médicos, odontológicos etc. portanto, é um modelo mais realista que
o de concorrência perfeita, que supõe produtos completamente
homogêneos, idênticos, sem diferenciação.
6. SISTEMAS DE CONTAS NACIONAIS
6.1 PRODUTO BRUTO E PRODUTO LÍQUIDO

6.2 PRODUTO INTERNO E PRODUTO NACIONAL


UNIDADE III

1. BALANÇO DE PAGAMENTOS

O balanço de pagamentos é o registro contábil de todas as transações


de um país com outros países do mundo. Assim, no balanço de
pagamentos estão registradas todas as importações que o Brasil faz
de outros países, todas as exportações brasileiras, os fretes pagos a
navios estrangeiros, os empréstimos que o Brasil recebe em moeda
estrangeira, o capital das firmas estrangeiras que abrem filiais no
Brasil, o capital das firmas estrangeiras que saem do Brasil, entre
outros.

Como pode-se concluir dos exemplos anteriores, no balanço de


pagamentos estão registradas todas as compras e vendas de moeda
estrangeira. As compras de moedas estrangeiras são efetivadas ou
para importar mercadorias de outros países, ou para pagar serviços
prestados por estrangeiros a brasileiros, ou para que as firmas
estrangeiras possam enviar seus lucros aos países de origem, ou para
pagamento de juros de empréstimos estrangeiros, ou para
pagamento de royalties e patentes a outras nações do mundo. As
vendas de moedas estrangeiras são efetivadas pelos exportadores
que receberam suas receitas em dólares pelas firmas estrangeiras
que estão montando filiais no Brasil e precisam de reais ou pelas
entidades que receberam empréstimos de outros países e precisam
convertê-los em reais para realizar seus pagamentos.

Todas as compras de moeda estrangeira são registradas no lado


esquerdo do balanço de pagamentos, isto é, são lançadas a débito.
Por outro lado, todas as vendas de moeda estrangeira são registradas
no lado direito do balanço de pagamentos, isto é, sã, lançadas a
crédito.

Esquematicamente, teremos, então:

O total de compras de moeda estrangeira deve ser sempre


exatamente igual ao total de vendas de moeda estrangeira, pois,
sempre que alguém está vendendo alguma coisa, outra pessoa está
comprando essa mesma coisa. Em outras palavras, o balanço de
pagamentos, assim como qualquer registro contábil , precisa estar
sempre em equilíbrio, ou seja, o montante de débitos deve sempre
coincidir com o montante de créditos, da mesma forma que qualquer
registro contábil de lançamentos por partidas dobradas.

Desse modo, apresentado, o balanço de pagamentos não fornece


nenhuma informação sobre o comércio internacional de uma nação.
Na realidade, para Do lado esquerdo – Débito Do lado direito - Crédito
Compra de moeda estrangeira Venda de moeda estrangeira que
essas informações possam ser obtidas, é necessário subdividir o
balanço
de pagamentos em algumas categorias mais importantes.
Geralmente, ele é dividido em três grandes categorias relativas a três
tipos de transações. Em primeiro lugar, existe a chamada balança
comercial, que registra todas as exportações de mercadorias
brasileiras e todas as importações de mercadorias do resto do mundo.
Depois, existe a chamada balança de serviços, que registra o
montante pago pelo Brasil por serviços prestados por estrangeiros,
como serviços de transportes, serviços de assistência técnica, os
juros que o Brasil paga pelos empréstimos fornecidos por outras
nações do mundo, bem como os lucros remetidos pelas
multinacionais aqui localizadas. Registra também os recebimentos do
Brasil por serviços prestados a estrangeiros. Dessa forma, o balanço
de pagamentos poderia ser representado como na Tabela a seguir:

A balança comercial e a balança de serviços, consideradas


conjuntamente, formam a chamada balança de transações correntes,
a qual não registra os capitais das firmas estrangeiras que entram e
saem do Brasil, os empréstimos que o Brasil recebe de entidades e
nações internacionais, e outros. Todas essas transações que não se
referem à produção e venda de serviços ou bens, ou seja, todas as
transações que não se referem à produção corrente são registradas
na terceira divisão do balanço de pagamentos, a balança de capitais.
Nessa balança, são registrados o capital das firmas estrangeiras que
ingressam no país, o capital estrangeiro que ingressa sob a forma de
empréstimos, os empréstimos de outros governos ao Brasil, os
empréstimos do FMI, entre outros.

Apesar de termos afirmado que o balanço de pagamentos está


sempre em equilíbrio, isto não significa de forma alguma que as
diversas divisões do balanço de pagamentos também estejam em
equilíbrio; não é necessário que o montante de importações
brasileiras seja igual ao de exportações brasileiras, e que o montante
de renda de serviços pago aos brasileiros seja igual ao de serviços
pago a estrangeiros, ou que o montante de capital que ingressou no
país seja igual ao que abandonou o país. O que afirmamos é que a
soma dos débitos das três balanças, conjuntamente, deve ser igual à
soma dos créditos das três balanças conjuntamente.

Um exemplo auxiliará na compreensão desse fato. Suponhamos que o


Brasil tenha exportado $ 15 bilhões durante um determinado ano, que
neste mesmo ano tenha importado $ 17 bilhões e que os serviços
prestados pelo Brasil chegassem ao montante de $ 3 bilhões, ao
passo que os serviços de transporte e de juros devidos aos
estrangeiros fossem elevados a $ 5 bilhões. Neste caso, teríamos a
situação mostrada na Tabela abaixo.

Como afirmamos que o balanço de pagamentos está sempre em


equilíbrio, isto é, que sempre o montante de dólares recebidos precisa
ser exatamente igual ao montante de dólares pagos, o saldo devedor
de $ 4 bilhões precisa ser coberto de alguma forma. Se o Brasil
importou $17 bilhões e pagou $ 5 bilhões de transportes, precisa de $
22 bilhões para cobrir seus pagamentos. Recebeu pelas exportações
$ 15 bilhões e pelos serviços $ 3 bilhões, tendo um montante de $ 18
bilhões. Mas, para pagar $ 22 bilhões, faltam ainda $ 4 bilhões.
Suponha que algumas firmas estrangeiras tenham ingressado no país
e para isto tenham vendido $ 1 bilhão em troca de reais para realizar
suas compras no Brasil. Faltam, mesmo assim, $ 3 bilhões. Uma das
formas de cobertura desta diferença poderia ser por meio de um
empréstimo do FMl de, digamos, $ 1 bilhão. Outra forma poderia ser
por meio da venda de dólares que o governo possuísse em reserva
exatamente para essas situações. E, finalmente, $ 1 bilhão restante
deveria ser obtido por empréstimos tomados pelas firmas brasileiras
no mercado financeiro internacional.

Dessa forma, portanto, estaria o balanço de pagamentos em


equilíbrio. O superávit da balança de capitais se compensa pelo
déficit do balanço de transações correntes, como não poderia deixar
de ser, pois o montante de dólares pagos pelo Brasil precisava ser
exatamente igual ao montante de dólares recebidos pelo Brasil.

Cabem, agora, algumas explicações adicionais sobre o significado do


saldo devedor da balança de transações correntes, apresentado no
exemplo anterior. Em primeiro lugar. é muito comum falar em
desequilíbrio no balanço de pagamentos ou em saldo negativo desse
saldo. Como ficou demonstrado, não pode existir desequilíbrio no
balanço de pagamentos, já que o montante de recebimentos é igual
ao de pagamentos. O que acontece é que na prática, por saldo
devedor do balanço de pagamentos quer se referir a saldo devedor na
balança de transações correntes ou na balança de capitais e não no
balanço de pagamentos como um todo.
Em segundo lugar, é preciso compreender o significado do saldo
negativo na balança de transações correntes. Suponha que, no
exemplo anterior, as relações apresentadas se referissem somente ao
comércio entre o Brasil e os Estados Unidos. Nesse caso, o Brasil teria
produzido um total de $18 bilhões ($15 bilhões de exportação e $ 3
bilhões de serviços), isto é, teria auferido uma renda de $18 bilhões
no comércio internacional. Em troca dessa produção, entretanto, o
Brasil recebeu $ 22 bilhões, isto é, $ 4 bilhões a mais. Os Estados
Unidos, por outro lado, produziram $ 22 bilhões e receberam somente
$18 bilhões, isto é, $ 4 bilhões a menos. Esses $ 4 bilhões de
diferença são renda dos Estados Unidos colocada à disposição da
economia brasileira. É um montante de renda que não foi consumido
nos Estados Unidos, isto é, foi poupado, mas que foi transferido para
o Brasil. Trata-se, portanto, de uma transferência de poupanças dos
Estados Unidos para o Brasil.

Esse mesmo raciocínio pode ser explicado para as relações


comerciais do Brasil com todas as nações do mundo. Se houver um
saldo negativo na balança de transações correntes, trata-se de uma
transferência de poupanças do resto do mundo para o Brasil.

Em terceiro lugar, é necessário compreender como se relaciona o


balanço de pagamentos com as contas nacionais, analisadas na seção
de macroeconomia. É preciso lembrar que, quando medimos o
produto nacional de uma nação, estamos medindo a produção
corrente de bens e serviços. Assim, a venda de uma casa produzida
há dois anos não entra no cômputo do produto. Analogamente, em
relação ao balanço de pagamentos, não são incluídos os itens que se
referem à produção de bens e serviços ou de renda relativa a
períodos anteriores. Só deve ser incluída a produção corrente de bens
e serviços exportados. Se uma firma estrangeira, por exemplo,
transfere seu capital, isto é, suas máquinas para o Brasil, essa
operação não deve ser considerada no PIB, pois se trata da produção
de anos passados. Se o Brasil contrai empréstimos, estes não devem
ser incluídos no PIB, pois não se trata de produção. Conclusão: só
devem ser incluídas no cômputo do PIE as transações correntes e não
as transações de capital, já que o PIE mede o produto corrente de
uma nação.

Formalmente, o PIB é definido como:


PIB = C+I+ G+X-M, em que:

C = montante de bens consumidos;


I = montante de investimentos;
G = despesas governamentais;
X = exportações;
M = importações.

A diferença de X - M é exatamente o saldo positivo ou negativo da


balança de transações correntes.
Agora pode-se dar uma nova explicação para o significado do saldo
negativo na balança de transações correntes. A condição de equilíbrio
em macroeconomia é:

Demanda agregada = RN ou C+I+G+X-M=C+S+T, em que S é a


poupança agregada, e T o nível de arrecadação do governo.

Cortando C, vem:
I + G + X - M = S + T ou I = S + (T - G) + (M - Xl.
M - X é o saldo negativo da balança de transações correntes que é
somado à poupança interna (privada e pública), permitindo, portanto,
um investimento maior.

Muitos países em desenvolvimento apresentam saldo negativo na


balança de transações correntes. Normalmente, esses países têm um
volume de poupanças pequeno, já que sua renda é pequena, e
complementam a poupança interna com saldo negativo na balança de
transações correntes. Isso não significa que o saldo negativo seja
sempre favorável ao país subdesenvolvido: se o saldo negativo for
compensado pela entrada de capitais estrangeiros que venham a
montar firmas no Brasil, por exemplo, mais tarde serão remetidos os
lucros dessas firmas para o país de origem. Isso não constitui um
problema muito grave no balanço de pagamentos, pois, se houver
escassez de divisas para a remessa dos lucros, quem pagará taxas de
câmbio mais elevadas serão as próprias firmas. Se o saldo negativo
for coberto por empréstimos, a situação pode ser mais prejudicial,
pois os juros desse empréstimo podem se tornar elevados, agravando
num período posterior a situação da balança de transações correntes.

Se essa situação for muito delicada, podem ser contraídos


empréstimos a juros muito altos e prazos muito curtos, o que
fatalmente agravará a situação no ano seguinte.

De qualquer forma, um saldo negativo na balança de transações


correntes representa uma transferência de poupanças do resto do
mundo para o Brasil. Além disso, é necessário considerar custos desta
transferência e suas consequências na situação do balanço de
pagamentos nos anos seguintes.

2. A TAXA DE CÂMBIO

Taxa de câmbio é o preço de uma unidade monetária de uma


moeda em unidades monetárias de outra moeda.
A taxa de câmbio pode ser definida em termos directos (ao incerto)
ou em termos indirectos (ao certo). A taxa de câmbio está definida
em termos directos quando exprime o preço de uma unidade
monetária estrangeira em unidades monetárias de moeda nacional
(exemplo: a taxa de câmbio USD/EUR está definida de forma directa
para os habitantes da zona euro; ou está definida de forma indirecta
para os habitantes dos EUA).
A taxa de câmbio está definida de forma indirecta quando exprime o
preço de uma unidade monetária de moeda nacional em unidades
monetárias de moeda estrangeira (exemplo: taxa de câmbio EUR/USD
está definida em termos indirectos para os habitantes da zona euro,
pois exprime o preço de 1 unidade monetária nacional, o euro, em
unidades monetárias de moeda estrangeira, o dólar).
A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação a
outra, dividindo-se em taxa de venda e taxa de compra. Pensando
sempre do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a
operar pelo Banco Central), a taxa de venda é o preço que o banco
cobra para vender a moeda estrangeira (a um importador, por
exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco
aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um
exportador, por exemplo).
Portanto, o câmbio é uma das variáveis mais importantes
da macroeconomia, sobretudo no que se refere ao comércio
internacional. Quando se deseja negociar ativos de um país para
outro, quase invariavelmente temos de mudar a unidade de conta do
valor desses ativos – da moeda doméstica para a moeda estrangeira.
Nesse sentido, pode-se definir a taxa de câmbio de um país como o
número de unidades de moeda de um país necessário para se
comprar uma unidade de moeda de outro país. Em outras palavras, é
o preço de uma moeda em termos de outra.

2.1 DIVISAS
A moeda transacionada no mercado de câmbio é chamada de divisas,
geralmente emitida por países de economia forte como Estados
Unidos ou da Comunidade Européia. O FMI possui a sua própria divisa
chamada de Direito Especial de Saque (DES). As moedas do ponto de
vista estritamente cambial são classificadas em "conversíveis"
(tipicamente são as divisas), inconversíveis (tais como as moedas dos
países sul-americanos) e escritural ou de convênio (usada entre
países de moedas inconversíveis ou sem reservas internacionais,
geralmente tendo o dólar como valor de referência - chamando-se
nesse caso de dólar-convênio).

2.2 ARRANJOS DE CÂMBIO


Existe uma variedade bastante ampla de diferentes arranjos de
câmbio adotados pelos países ao longo da história. Todos esses
arranjos podem ser agrupados em dois segmentos básicos: regimes
cambiais fixos ou flutuantes. A diferença básica entre esses dois
regimes é que, enquanto no caso dos câmbios fixos a taxa de câmbio
é definida pelas autoridades monetárias nacionais, em câmbios
flutuantes essa mesma taxa é formada no mercado cambial através
dos movimentos de oferta e demanda por ativos em moeda
estrangeira.

É importante conhecer o conceito de mercado de câmbio e relembrar


o de política cambial, também ligados ao câmbio:

Mercado de câmbio é o ambiente (físico ou virtual, pois as trocas de


moeda podem ser feitas também por meio eletrônico, sem a presença
física dos participantes) onde se realizam as operações de câmbio
entre os agentes autorizados pelo Banco Central (bancos, corretoras
e distribuidoras) e entre esses e seus clientes.

Política cambial é o conjunto de medidas e ações do governo que


influem no comportamento do mercado de câmbio e da taxa de
câmbio.

2.3 REGIMES CAMBIAIS


Fixos: valor de divisas pré-fixado pelo Banco Central por tempo
indeterminado. Essa medida geralmente é irrealista e só possui
chance de funcionar em países sem inflação.Há um tipo de fixação
conhecida em inglês como dirty-floating na qual não há pré-fixações
mas intervenções sem mostrar ao mercado as metas cambiais da
autoridade cambial. As autoridades brasileiras tentaram durante
muitos anos, a partir de 1968, o sistema de minidesvalorização
cambial (Crawling peg), tentando frear a especulação no mercado de
câmbio em função da aceleração dainflação que duraria até a década
de 1990. A fixação usa indicadores de desvalorização cambial tais
como o Índice Geral de Preços (IGP, Brasil) ou o Wholesale Price Index
(Estados Unidos) para estabelecer os valores da taxa de câmbio.
Outro indicador observado informalmente durante muitos anos no
Brasil foi o do chamado mercado paralelo (black)1

Flexíveis ou Flutuantes: quando seu valor é determinado no mercado


de divisas através de interação das forças de oferta e demanda. É
chamado de "Câmbio Livre" ou clean floating quando há plena
liberdade de variação da taxa de câmbio, determinada pelas forças
de mercado. Há paises que adotam ou adotaram a flutuação por
faixas, um tipo de câmbio administrado (managed floating), quando a
flutuação é livre dentro de uma faixa de valores (crawling band)
estabelecida. A adoção desse sistema entre países que comercializam
entre si visa impedir a overshooting-effect, aceleração da flutuação
cambial para beneficiar exportações em detrimento das de outros
países.1

Flutuação o valor da taxa de câmbio no mercado se alterará à


medida que haja mudança em outras variáves que influenciam a
demanda e a oferta de divisas.
A demanda por divisas é afetada, além da taxa de câmbio, pelas
seguintes variáveis:
(1) Nível do Produto Interno (Y) - é de se esperar que, quanto
maior Y, maior será a demanda por importações do País e, portanto, a
demanda por moeda estrangeira;
(2) Nível geral de Preços Interno (Pi) e Externo (Pe) - coeteris
paribus, caso Pi aumente, o preço real das importações em moeda
nacional diminuirá e, portanto as importações e a demanda por
divisas serão incentivadas; caso Pe aumente, o preço real das
importações em moeda nacional se elevará e, portanto as
importações e a demanda por divisas serão desestimuladas;
(3) Taxas de Juros Interna (Ii) e Externa (Ie) - coeteris
paribus, caso Ii, se eleve, haverá um incentivo à entrada líquida de
capitais no País, pois ela se tornou mais atrativa que a externa, logo a
oferta de divisas no país aumenta, com uma demanda constante;
caso contrário, se Ie aumentar, ocorrerá um estímulo á saída líquida
de capitais para o exterior, já que ela está mais alta que a interna
logo a oferta de divisas diminui, com uma demanda constante.
(4) Produto Interno Bruto (PIB)
UNIDADE IV

1. A MOEDA: CONCEITO E FUNÇÕES

Moeda é o meio pelo qual são efetuadas as transações monetárias. É


todo ativo que constitua forma imediata de solver débitos, com
aceitabilidade geral e disponibilidade imediata, e que confere ao seu
titular um direito de saque sobre o produto social.
É importante perceber que existem diferentes definições de “moeda”:
(i) o dinheiro, que constitui as notas (geralmente em papel);(ii) a
moeda (a peça metálica);(iii) a moeda bancária ou escritural,
admitidas em circulação; e,(iv) a moeda no sentido mais amplo, que
significa o dinheiro em circulação, a moeda nacional. Em geral, a
moeda é emitida e controlada pelo governo do país, que é o único
que pode fixar e controlar seu valor. O dinheiro está associado a
transações de baixo valor; a moeda (no sentido aqui tratado), por sua
vez, tem uma definição mais abrangente, já que engloba, mesmo no
seu agregado mais líquido (M1), não só o dinheiro, mas também
o valor depositado em contas correntes.

A moeda tem diversas funções reconhecidas, que justificam o desejo


de as pessoas a reterem (demanda):

• Meio de troca: A moeda é o instrumento intermediário de


aceitação geral, para ser recebido em contrapartida da cessão de
um bem e entregue na aquisição de outro bem (troca indireta em
vez de troca direta). Isto significa que a moeda serve para solver
débitos e é um meio de pagamento geral.
• Unidade de conta: Permite contabilizar ou exprimir
numericamente os ativos e os passivos, os haveres e as dívidas.

Esta função da moeda suscita a distinção entre preço absoluto


e preço relativo. O preço absoluto é a quantidade de moeda
necessária para se obter uma unidade de um bem, ou seja, é o
valor expresso em moeda. O preço relativo exige que se
considere dois preços absolutos, uma vez que é definido como
um quociente. Assim, P1 e P2 designam os preços absolutos dos
bens 1 e 2, respectivamente. P1/P2 é o preço relativo do bem 1
expresso em unidades do bem 2. Ou seja, é a quantidade de
unidades do bem 2 a pagar por cada unidade do bem 1.

• Reserva de valor: A moeda pode ser utilizada para


acumulação de poder aquisitivo, a usar no futuro. Assim, tem
subjacente o pressuposto de que um encaixe monetário pode
ser utilizado no futuro. Isto porque pode não haver sincronia
entre os fluxos da despesa e das receitas, por motivos de
precaução ou de natureza psicológica. A moeda não é o único
ativo a desempenhar esta função; o ouro, as ações, as obras de
arte e mesmo os imóveis também são reservas de valor. A
grande diferença entre a moeda e as outras reservas de valor
está na possibilidade de mobilização imediata do poder de
compra (maior liquidez), enquanto os outros ativos têm de ser
transformados em moeda antes de serem trocados por outro
bem. 13

Sachs e Larrain (2000) observam ainda que, em períodos de


alta inflação, a moeda deixa de ser utilizada como reserva de
valor, mas, em outros casos (embora haja ativos tão seguros
quanto a moeda mas que rendem juros), ela é preferida como
reserva de valor por alguns grupos (especialmente aqueles que
realizam atividades ilegais), pois mantém o anonimato de seu
dono - ao contrário, por exemplo, dos depósitos a prazo, que
podem ser facilmente rastreados.

2. OS AGREGADOS MONETÁRIOS

É difícil definir moeda. Por razões práticas, os economistas chegaram


a uma classificação dos diversos tipos de moeda e “quase moeda”, de
acordo com a satisfação dos requisitos de suas principais funções
(meio de troca, unidade de conta e reserva de valor) e com sua
liquidez10 . Alguns agregados mais comuns são:

• M1 (“narrow definition of money”): moedas em circulação


+ cheques de viagem + depósitos à vista + outros depósitos. É o
agregado mais líquido. 11

• M2 (“broader definition of money”): M1 + aplicações de


overnight + fundos mútuos do mercado monetário (exceto
pessoas jurídicas) + contas de depósito no mercado monetário +
depósitos de poupança + depósitos a prazo de menor valor.
• M3: M2 + fundos mútuos do mercado monetário (pessoas
jurídicas) + depósitos a prazo de grande valor + acordos de
recompra + eurodólares.

• M4 : Abrange o M1, o M2 e o M3, mais os títulos públicos para


captação de recursos emitidos pelo Tesouro Nacional e Banco
Central.12 O montante relacionado aos títulos públicos compõem a
chamada DPMF - Dívida Pública Mobiliária Federal.

3. O BANCO CENTRAL

Um banco central é uma entidade independente ou ligada ao Estado


cuja função é gerir a política econômica, ou seja, garantir a
estabilidade e o poder de compra da moeda de cada país e do
sistema financeiro como um todo. Além disso tem como objetivo
definir as políticas monetárias (taxa de juros ecâmbio, entre outras) e
aquelas que regulamentam o sistema financeiro local. O banco faz
isso interferindo mais ou menos no mercado financeiro, vendendo
papéis do tesouro, regulando juros e avaliando os riscos econômicos
para o país.

4. OS COEFICIENTES dE COMPORTAMTENTO E O
MULTIPLICADOR DOS MEIOS DE PAGAMENTO.

O Multiplicador Monetário (α) é uma variável que indica, dada


a base monetária, o volume de meios de pagamento que está
circulando na economia num determinado momento. Sintetiza o
mecanismo de multiplicação da base monetária através do processo
de criação de moeda escritural pelos bancos comerciais. É divulgado
mensalmente pelo Banco Central.

Os bancos comerciais, ao receberem os depósitos à vista, devolvem


uma parte dos mesmos ao público mediante concessão de
empréstimos. Isso é possível porque os bancos estão cientes de que o
público não utiliza o total depositado de uma única vez e por isso
fornecem meios de pagamentos em um nível superior aos encaixes
em moeda corrente. A partir desta operação, os bancos multiplicam a
quantidade de moeda corrente e geram maior liquidez à economia,
tendo em vista que os meios de pagamento são ativos plenamente
líquidos e, portanto, apresentam poder de compra imediatamente
disponível.
Significado do multiplicador: cada unidade a mais de base
monetária dá origem a α unidades monetárias de meios de
pagamento.

É utilizado na seguinte expressão:

ΔMP= αΔB

MP = meios de pagamento

B = base monetária

Δ = variação

Significado: Se o multiplicador de uma economia


corresponde a 1,45 e o Banco Central fez a base monetária
variar em 200 milhões de unidades monetárias, então os
meios de pagamentos foram expandidos em 290 milhões de
unidades monetárias.
UNIDADE V

CAPÍTULO 5 - INFLAÇÃO

1. TIPOS DE INFLAÇÃO
2. PRINCIPAIS ÍNDICES DE PREÇOS NO BRASIL

2.1 - IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E


ESTATÍSTICA)
2.2 FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
3. AS DISTORÇÕES E AS CONSEGUÊNCIAS DAS ALTAS TAXAS
DE INFLAÇÃO
UNIDADE VI

CAPÍTULO 6 - POLÍTICAS ECONÔMICAS

1. POLÍTICA MONETÁRIA
1.1 Depósitos Compulsórios
1.2 Operações de Mercado Aberto
1.3 REGIME DE METAS PARA INFLAÇÃO
1.4 Comitê de Política Monetária (COPOM)
1.5 Formação de taxa de juros

2. Política fiscal
3. Política cambial
3.1 Câmbio fixo: câmbio e currency board

3.2 Taxa de câmbio Fixa


3.3 Taxa de câmbio flutuante

3.4 Flutuação suja (dirty-floating)

3.5 Bandas cambiais


3.6 Currency board

UNIDADE VII

Capítulo 7 - sistema financeiro nacional.

1. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

1.1 Subsistema normativo


1.2 Subsistema de intermediação
1.3 Entidades especiais.
1.4 Outros intermediários, auxiliares financeiros e
participantes do mercado
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Escassez_%28economia%29

http://www.dnadosaber.com.br/datafiles/documentos/Economia%20e
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