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Prof.

Solon Diniz
Apologética = Defesa da fé (A cosmovisão bíblica é a apologética moderna)
A palavra revelação em termos técnicos teológicos sempre refere-se a as escrituras
sagradas, segundo esses mesmos termos o uso da “revelação bíblica” é a palavra
iluminação.
Cosmos = mundo / Visão = O que eu vejo
Períodos da Igreja
I Sec. Da Igreja – É chamado de período apostólico.
O período apostólico ou idade apostólica da história do cristianismo é tradicionalmente
considerado como o período dos Doze Apóstolos, e seria datado entre a grande comissão dos
apóstolos pelas aparições de Jesus em Jerusalém por volta do ano 30 d. C. até a morte do último
dos apóstolos, acreditava-se que do apóstolo João na Anatólia por volta do ano 100 d. C.
Tradicionalmente, acreditava-se que os apóstolos foram dispersos a partir Jerusalem.1 Este é
um momento de especial importância para a tradição cristã, sendo o palco onde viviam apóstolos
diretos de Jesus Cristo. Entre as fontes primárias que refletem a era apostólica as cartas
autênticas de Paulo de Tarso e os Atos dos Apóstolos são contados. Atos transmitir um conjunto
de informações sobre a vida dos apóstolos e as primeiras comunidades cristãs nos anos após a
morte de Jesus. Tradicionalmente atribuída a Lucas, o Evangelista, a sua valorização
historiográfica é no entanto controversa: não é posta em causa a imagem geral que mostra o
livro de Atos, mas para confrontar perto esta carta com as letras autênticas de Paulo de Tarso,
certas nuances aparecem ou ausências no campo de eventos. Além disso, as cartas autênticas
de Paulo são um conjunto de escritos do Novo Testamento composta pelas seguintes obras: 2
Primeira Epístola aos Tessalonicenses, a Epístola aos Filipenses, a Primeira Epístola aos
Coríntios, a Segunda Epístola aos Coríntios, o Epístola aos Gálatas, a Epístola aos Philemon, a
epístola aos Romanos. Este corpus das epístolas autênticas é único em mais de uma maneira:

Porque se sabe ao certo o seu autor, e sua autenticidade é reconhecido amplamente a partir da
análise científica e literária actual.3 4 5 6

Porque a data da sua escrita é o livro mais antigo do Novo Testamento, apenas 20-25 depois da
morte de Jesus de Nazaré anos, e provavelmente é anterior até mesmo a dos Evangelhos em
sua versão final, hoje conhecido, por isso são documentação do capital personagem em qualquer
análise do início cristianismo.7

De acordo com vários estudiosos, [carece de fontes?] Os seguidores de Jesus foram formados
principalmente por seitas judaicas apocalípticos durante a época do Segundo Templo, no
primeiro século alguns dos primeiros cristãos eram estritamente judeus, como os ebionitas e os
primeiros líderes de Jerusalém, todos eles chamados coletivamente judaico-cristã. Durante este
período, eles foram conduzidos por Tiago, o Justo. Paulo de Tarso, vulgarmente conhecida como
St. Paul perseguiu os primeiros cristãos judeus, até que ele se virou e começou seu trabalho
missionário entre os gentios, que seria conhecido mais tarde sob o título de "apóstolo dos
gentios" ou "apóstolo de nações ". De acordo com o Dicionário Oxford da Igreja Cristã e vários
estudiosos bíblicos, a influência de Paul no pensamento cristão é mais significativa do que a de
qualquer outro autor do Novo Testamento.8 10 de setembro após a destruição do Segundo
Templo em 70 D da C ou, pelo menos, após a revolta de Bar Kochba de 132, Jerusalém não era
mais o centro do cristiana.11 Igreja no segundo século, o cristianismo foi estabelecido como uma
religião predominantemente Gentile e espalhados por todo o Império romano e além.

II á VI Sec. Da Igreja – É chamado de Patrística “Os pais da Igreja”, cujo o nome que
mais obteve destaque foi Agostinho.
A reforma protestante tem como como base o pensamento Agostiniano, a exemplo de
que Lutero era um monge da ordem de santo agostinho. Os manuscritos agostinianos
eram: A graça e O Livre arbítrio
Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres
ou Pais da Igreja, os primeiros teóricos —- daí "Patrística" — e consiste na elaboração doutrinal
das verdades de fé do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra
as heresias.
Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar
os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao longo dos sete primeiros séculos do cristianismo.
É a patrística que, basicamente, a filosofia responsável pela elucidação progressiva dos dogmas
cristãos e pelo que se chama hoje de Tradição Católica.

Quando o clero, para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios


pressupostos, apresentou-se como a expressão terminada da verdade que a filosofia grega havia
buscado, mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não
tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio Deus não havia ainda
encarnado.
De um lado, se procura interpretar o cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega,
do outro reporta-se ao significado que esta última dá ao cristianismo. Os primeiros pensadores
cristãos, ao mesmo tempo em que se valeram, também se debateram com os filósofos, quer
com Platão e com Aristóteles, quer, sobretudo, com os estoicos e com os epicuristas. Sem perder
de vista os ideais da doutrina cristã, eles buscaram encontrar, frente à filosofia e aos filósofos, o
lugar apropriado da reflexão filosófica e do pensar cristão.Predominava muito o teocentrismo
Tratando-se de filosofia patrística, não devemos, como outrora, pensar somente nas obras de
filósofos que só foram filósofos. A filosofia da patrística está antes contida nos tratados dos
pastores de alma, pregadores, exegetas, teólogos, apologetas que buscam antes de tudo a
exposição da sua doutrina religiosa. Mas ao mesmo tempo, levados pela natureza das cousas e
dada a ocasião, se põem - a resolver problemas propriamente pertencentes à filosofia; e então,
pela força do assunto, versam a metodologia filosófica.
– Khaio Mendes- 2015
A figura de maior destaque dessa corrente de pensamento cristão é Agostinho de Hipona.

Divisão didática
A patrística divide-se geralmente em três períodos:
 até o ano 200 dedicou-se à defesa do cristianismo contra seus adversários (padres
apologistas, como São Justino Mártir).
 até o ano 450 é o período em que surgem os primeiros grandes sistemas de filosofia cristã
(Santo Agostinho, Clemente Alexandrino, etc.).
 até o século VIII reelaboram-se as doutrinas já formuladas e de cunho original (Boécio, etc.).
Esta divisão da Literatura Patrística em três períodos é geralmente feita, mais didaticamente, da
seguinte forma:
 Período ante-niceno - corresponde ao período anterior ao concílio ecumênico de Niceia (324
d.C.). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o século I e início do século IV.
 Período nicené alguns imediatamente posteriores ao concílio ecumênico de Niceia (324
d.C.). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o início do século IV até o final
deste.
 Período pós-niceno' - corresponde ao período compreendido entre os séculos V e VIII.
O legado da patrística foi passado à Escolástica.

VII á XIII Sec. Da Igreja – Idade média é chamada de milênio de satanás, período em
que as escrituras deixaram de ser observadas.
A Renascença carolíngia foi um período de renascimento cultural e intelectual da literatura, das
artes e dos estudos das escrituras durante o final do século VIII até o século IX, principalmente
durante o reinado de Carlos Magno e Luís, o Piedoso, que eram governantes francos. Para
resolver os problemas do analfabetismo do clero e dos escribas da corte, Carlos Magno fundou
escolas e atraiu a maioria dos sábios de toda a Europa para a sua corte.

Reforma Monástica

Abadia de Cluny
A partir do século VI, a maioria dos mosteiros no Ocidente eram da Ordem Beneditina. Devido à
aplicação estrita das reformar das Regra de São Bento, a Abadia de Cluny se tornou uma líder
reconhecida do monaquismo ocidental a partir do final do décimo século. Cluny criou uma grande
ordem onde os administradores de casas subsidiária serviam como deputados do abade de
Cluny e respondiam a ele. O espírito de Cluny foi uma influência na revitalização da igreja
normanda, em seu auge a partir da segunda metade do século X até o início do século XII .

Abadia de Cister
Bernardo de Claraval em um manuscrito medieval.
A segunda onda de reformas monásticas veio com o Movimento de Cister. Os primeiros
cistercienses fundaram uma abadia em 1098, que ficou conhecida como Abadia de Cister. A
tônica da vida cisterciense foi um retorno à observância literal das regras beneditinas, rejeitando
a evolução dos beneditinos. A característica mais marcante da reforma foi o retorno ao trabalho
manual, especialmente o trabalho de campo. Inspirados por Bernardo de Claraval, o principal
construtor dos cistercienses, a ordem se tornou a principal força de difusão tecnológica da
Europa medieval (ver: Tecnologia medieval). Até o final do século XII, as casas cistercienses
chegavam a 500. No seu auge, no fim do século XV, alegou-ser ter perto de 750 casas. A maioria
delas foram construídas em áreas de deserto, e desempenharam um papel importante em trazer
tais peças isoladas da Europa para o cultivo econômico.

Ordens mendicantes
Um terceiro nível da reforma monástica foi fornecida pelo estabelecimento das Ordens
mendicantes. Vulgarmente conhecido como frades, mendigos vivem sob uma regra monástica
tradicional com os votos de castidade, pobreza e obediência. Entretanto, eles enfatizam a
pregação, a atividade missionária e a educação em um monastério isolado. A partir do século
XII, a ordem franciscana foi instituída pelos seguidores de São Francisco de Assis.
Posteriormente, a ordem dos dominicanos foi iniciada por São Domingos de Gusmão.

XIV Sec. Da Igreja – Começa o renascentismo onde a filosofia volta a cena, os


reformadores tem sua iniciação. Ex. Jhon Huss
1311 – 1312 – CONCÍLIO DE VIENA

Este concílio, que foi chamado pelo Papa Clemente V, dissolveu a ordem dos cavaleiros
Templários, que haviam sido criada após a primeira cruzada com a intenção de proteger a cidade
Santa. Também tentou, sem sucesso, criar novas Cruzadas e condenou os Beguinos e os
Begardos.
1378 – 1417 – GRANDE CISMA DA IGREJA ROMANA

Por muitos anos os franceses haviam dominado o papado, tanto que os papas estavam morando
na cidade francesa de Avinhão. Este período foi chamado alegoricamente de “Cativeiro
Babilônico da Igreja”, porém o papa Gregório XI decidiu mudar-se para Roma. Porém em 1378
Gregório falece e com isto arma-se todo o cenário para o cisma, pois Urbano VI, que foi escolhido
como novo papa acaba alienado os cardeais franceses.

Indignados com esta decisão do papa, os cardeais franceses decidem escolher um outro papa,
que ao seu ver seria legítimo. Este comandaria a Igreja de Avinhão, enquanto o outro estava em
Roma. O papa de Avinhão chamou-se Clemente VII, que após lutar três anos em Roma contra
os apoiadores de Urbano, mudou-se para a cidade francesa. Ambos consideravam-se os únicos
líderes da Igreja.

Em 1389 Urbano morre, e Roma escolhe Bonifácio IX como novo papa. E em 1394 Clemente
morre e Avinhão escolhe Benedito XIII como novo papa. Após a morte de Bonifácio IX Roma
passou pelas mãos de Inocêncio VII (1404-1406) e de Gregório XII.

No ano de 1409 ocorreu um concílio em Pisa, onde a Igreja elegeu Alexandre V como novo papa,
depondo tanto Benedito XIII como Gregório XII, porém ambos, apoiados por um grupo de
cardeais que os apoiavam, recusaram-se a abandonar o “trono de São Pedro”. Assim, a Igreja
Católica passou a ter três papas paralelos.

Esta confusão apenas teve seu fim em 1417, quando o concílio de Constança novamente depôs
o papa de Roma e o de Avinhão, bem como o outro, elegendo no lugar dos três um novo:
Martinho V.

1321 – MORRE DANTE ALIGHERI, ESCRITOR DA OBRA “DIVINA COMÉDIA”

Dante nasceu na cidade de Florença em 1255 e morreu em Ravena em 1321. Além de desenhar
e cantar, foi um grande poeta. Quando foi jovem participou de algumas batalhas entre grupos
locais inimigos, como resultado foi desterrado de Florença, cidade na qual nunca mais pisou.

Em sua obra “Comédia”, que a posteriore chamaram de “Divina Comédia”, todo o material
humano e imaginário da juventude de Dante foi eternizado. A obra tronou-se um clássico da
literatura italiana e mundial, tanto por sua poesia, quanto por seu significado. Pois nela, Dante
consegue expressar perfeitamente o embaraçado e confuso imaginário religioso popular da
Europa no final da Idade Média.

Sobre esta obra, Cito Curtis:

“A obra A divina Comédia, de Dante Alighieri, é um longo poema alegóri¬co dividido em três
partes: 0 "Infér¬no" acompanha Dante em sua jorna¬da através de nove círculos concêntri¬cos
no abismo do inferno, na qual ele é guiado pelo poeta romano Virgélio; o "Purgatório" descreve
a jornada de¬les por uma montanha de nove cama¬das na qual as almas salvas trabalham com
o objetivo de limpar seus peca¬dos antes de poderem entrar no para¬iso. A parte final, o
"Paraíso” trata de sua jornada com Beatriz - a mu¬Iher que idolatrou por toda vida - e Bernardo
de Claraval através dos nove círculos concêntricos do céu, onde ele encontra os santos de Deus.

Em termos teológicos, o poema é perfeitamente ortodoxo, embora Dante retrate o papa como
alguém que tem poder sobre o inferno. Essa obra tam¬bem reflete claramente as crenças de sua
época. Aqui, de maneira concreta, podemos ver uma amostra das crenças medievais. “

1330 –1384 – JOÃO WICLIFFE: A ESTRELA D’ALVA DA REFORMA

João nasceu no condado de Yorkshire, Grã Bretanha. Em 1372 tornou-se doutor em Teologia
por Oxford. Em 1375 escreveu “On Divine Dominion” e em 1376 “On civil dominion”, nestas obras
Wifliffe declarava que todos somos “inquilinos” de Deus, e que todo o poder e domínio pertencia
a Ele, que por hora o cedia a alguns homens, hora justos, hora injustos. Porém afirmava que aos
injustos não deveria pertencer o poder, seja civil, seja eclesiástico.
Em seus ensinos dizia que os clérigos que estivessem em pecado deveriam perder seus direitos
e propriedades. Estas afirmações irritavam Roma, que expediu várias bulas papais em 1377
ordenando o silenciar destes ensinamentos. Como resposta, Wicliffe aprofundou suas críticas à
organização e aos ensinos da Igreja Romana. Abaixo os principais ensinamentos de João:

• Rejeição aos dogmas centrais da catolicismo que não estivessem explícitos na Bíblia, pois para
ele, ela deveria ser a base de todo ensinamento;
• Condenou a idéia da transubstanciação;
• Negou o poder sacramental do sacerdócio, afirmando que cada homem possui direitos e deve
ter relações diretas com Deus;
• Negou a eficácia da missa, afirmando que a estrutura sacramental da igreja impedia a
verdadeira adoração;
• Negou a Confissão auricular e a Veneração de Imagens;
• Negou o purgatório e o celibato clerical;
• Iniciou, ainda em vida, uma tradução da Bíblia para o inglês, que foi concluída por seus
discípulos após a morte;

Em 1381 ocorreu na Inglaterra uma revolta dos camponeses. A Igreja Romana, afim de achar
erro em João, acusou-o de contribuir para a revolta. Em 1382 foi morar em sua paróquia, em
Lutter Worth, onde morreu em 1384.

Os seguidores de Wicliffe foram chamados Lollardos. Por levar esta mensagem foram
perseguidos e praticamente todos exterminados até o século XV. Porém, influenciaram João
Huss, e através dos Hussitas sua mensagem prevaleceu. Por Isso Wicliffe é considerado o
precursor da Reforma.

1372 – 1415 – JOÃO HUSS O PRECURSOR DA REFORMA

Nascido na Boêmia, em Husinec, em 1398 fez voto de sacerdócio e passou a lecionar na


Universidade de Praga. Sofreu influência de Wicliffe, pois suas idéias chegavam a esta região,
também conheceu outros reformadores Tchecos da época, como Matheus de Janov.

Passou a pregar na capela de Belém, em Praga, em 1402. Em 1407 identificou-se e


comprometeu-se com as idéias reformadoras, passando a prega-las. Entre as idéias que ele
pregava estavam:

• Contra a imoralidade e a luxúria no Clero;


• Contra a veneração do papa;
• Por uma fé fortemente cristocêntrica, valorizando a responsabilidade direta do homem diante
de Deus;
• Apenas Cristo poderia perdoar pecados e que um dia Deus julgará o mundo todo;
• A importância do pão e do vinho na ceia;
• A importância da palavra de Deus para a transformação do homem;
• Incentivou a tradução da Bíblia para as línguas populares;

Em 1412 teve que deixar a cidade, devido à perseguição, mudando-se para a Boêmia. Em 1414
Huss foi convidado para o concílio de Constança, com uma promessa de “salvo-conduto”, Porém,
lá ele foi preso e julgado por heresia. Quando questionado sobre a veracidade das acusações,
disse que apenas se retrataria se provassem nas escrituras os seus erros (assim como Lutero
faria posteriormente). Huss, porém, foi condenado e queimado à estaca em 6 de julho de 1415.

Cito Elwell:

“Como teólogo, Huss ajudou a restaurar uma visão bíblica da igreja, uma visão que se
concentrava nos ensinos de Cristo e no Seu exemplo de pureza. Alem disso, sua ênfase na
pregação e no sacerdócio universal dos crentes vieram a ser marcas distintivas da Reforma
protestante posterior. Incentivou, também,o cântico de hinos congregacionais, sendo que ele
mesmo escreveu muitos deles. Para os tchecos, Huss não foi apenas um líder espiritual como
também um ponto central de inspiração nacional nos séculos posteriores a sua morte.”
Os seus discípulos foram chamados Hussitas, depois conhecidos como “Unitas Fratruim”, ou
Irmãos Boêmios. A Igreja Romana empreendeu 5 cruzadas contra eles. Em 1431-1449 o Concílio
de Basiléia firmou acordo com os Hussitas.

XV e XVI Sec. Da Igreja – Chegada dos reformadores e da reforma


1456 – GUTEMBERG PRODUZ A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA:

Johhann Gutenberg (João), que nasceu na Mongúncia em 1398, inventou o sistema de


impressão com caracteres móveis de chumbo, que propiciavam a impressão em grande escala
de textos. Era o início da Imprensa.

Em 1456 um grupo do qual Gutemberg fazia parte imprimiu uma cópia da Vulgata, versão latina
da Bíblia. Porém a grande inovação de Gutemberg não estaria exatamente na cópia desta versão
bíblica, pois a grandiosa maioria da população, bem como boa parte dos padres da época, não
liam em latim. Assim, a inovação estava no fato da criação de um eficaz instrumento que
posteriormente seria usado pelos reformadores, como Lutero, para imprimir versões da bíblia em
línguas populares, como o alemão.
1478 – A INQUISIÇÃO ESPANHOLA É INSTALADA.

Cito Curtis:

“Os governadores espanhóis do fi¬nal do século XV, o rei Fernando e a rainha Isabel,
acreditavam que seu pais só prosperaria quando fosse verdadeiramente cristão. Pelo fato de
mostrar grande devoção ao catoli¬cismo, os monarcas receberam do papa o titulo de "Reis
CatóIicos". Em 1478, pediram ao papa que estabe¬lecesse a Inquisição na Espanha, e eles
mesmos seriam os inquisidores.

Muitos judeus e muçulmanos da Espanha aparentemente se converte¬ram ao cristianismo, mas


sempre hou¬ve desconfiança de que estivessem praticando secretamente sua antiga Fé. Em
1492, os reis cat6licos expul¬saram todos eles de seu pais.

Tomas de Torquemada, frei dominicano cujo nome se tornaria sinônimo de crueldade, foi o
inquisidor geral da Espanha. Embora parecesse um cristão modelo na vida particu¬lar, pois era
devoto e negava-se a si mesmo, esse homem letrado levava seu ze1o a extremos. Sob sua
direção, muitas pessoas foram levadas a fo¬gueira, ao passo que outros pagavam pesadas
mu1tas ou sofriam penas hu¬milhantes.

Como a Inquisição tinha o poder de confiscar os pertences dos condenados, ela nunca ficou sem
dinhei¬ro para continuar suas perseguições. Ela também vendia a atividade de "familiar", que
transformava a pes¬soa em uma espécie de informante, que desfrutava liberdade, pois, em troca
da informação, o delator não era preso.

Embora 0 protestantismo estives¬se se espalhando rapidamente pela Europa, na Espanha ele


caiu sob a forte mão da inquisição. Ali, os livros protestantes foram banidos e basta¬va a simples
suspeita de que alguém era protestante para que os inquisi¬tores fossem chamados. Embora
pou¬cos protestantes executados fossem espanhóis, a lição ensinada pelo mar¬tírio dessas
pessoas foi suficiente para que muitos se voltassem para a Igreja Cat6lica.

Como resultado, o protestantismo nunca progrediu na Espanha, como aconteceu em outros


paises. Embora os protestantes também enfrentas¬sem perseguição no restante da Eu¬ropa,
ela não tinha a mesma Fúria da Inquisição espanhola, que durou ate o século XIX.”

1452 – 1498 – GIROLAMO SAVONAROLA

Nasceu em Ferrara, desde jovem resistia aos ensinamentos humanistas e renascentistas que
recebia. Tornou-se monge dominicano zeloso e piedoso.
Em 1490 foi para a cidade de Florença, de onde a família Médici governava, trazendo a cidade
para o epicentro da cultura renascentista. Lá Savonarola passou a denunciar a pecaminosidade
da cidade em suas pregações, bem como a corrupção e a ambição dos governantes que se
diziam cristãos. Savonarola atraiu para sai pregação grandes multidões, foi aí que ele predisse
a queda da cidade falsamente cristã, e isto realmente ocorreu em 1492, quando os franceses
invadiram a cidade e derrubaram os governantes.

Savonarola tornou-se governante e grandes modificações ocorreram no comportamento da


população, que buscava redimir-se de seu comportamento do passado. Porém ele não manteve
suas críticas ao comportamento popular, atacando também as atitudes do papa Alexandre VI,
que era até mesmo pai de um grande número de filos ilegítimos.

Em 1495, o papa proibiu Savonarola de pregar, este obedeceu. Um ano depois, pensando que
ele estava redimido, permitiu-o continuar voltar a pregar. Porém já em 1496 ele voltou a atacar a
corrupção que era reinante na Igreja Católica. Em 1497 ele foi excomungado, e, após alguma
resistência popular, foi enviado aos embaixadores do papa, que em 1498 queimaram ele e dois
seguidores na grande praça da cidade.

Apesar da teologia de Savonarola ser católica, muitos líderes protestantes posteriores viriam a
considera-lo um protestante, não por sua teologia, mas por sua busca de que a Igreja e as
pessoas vivessem segundo o exemplo de Cristo.

1492 – CHEGADA DOS EUROPEUS À AMÉRICA.


1500 – CHEGADA DOS PORTUGUESES AO BRASIL.

SÉCULO XVI

1517 – INICIA A REFORMA PROTESTANTE

O tema central da Reforma é a convicção de que o ser humano não pode nem tem necessidade
de salvar-se por si mesmo. Antes, a salvação é dada em Cristo "unicamente pela graça" e aceita
"somente pela fé". A redescoberta desse pensamento, biblicamente fundamentado, originou uma
nova compreensão de todos os aspectos da vida cristã: da Igreja, do sacerdócio, dos
sacramentos, da espiritualidade, da devoção, da conduta moral (ética), do mundo, incluindo aí a
economia, a educação e a política. A ruptura gerada por esta redescoberta é o que chamamos
de Reforma. Para entendermos a Reforma devemos conhecer melhor Martinho Lutero.
1483 – 1546 – MARTINHO LUTERO

Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben, na Alemanha. Na


sua fase estudantil, foi enviado às escolas de latim de Magdeburg (1497) e Eisenach(1498-1501).
Ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes (1502) e de mestre
em artes (1505).

Seu pai fora um aldeão bem sucedido e sonhava em ter um filho advogado. Tendo, assim,
iniciado seus estudos de direito, abruptamente, os interrompeu entrando no claustro dos eremitas
agostinianos em Erfurt. O fato que o levou a isto é bastante estranho e gera controvérsias. A
maioria dos historiadores dizem que isto aconteceu devido a um susto que teve quando
caminhava de Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quando um companheiro de
caminho, ao seu lado, foi atingido por um raio, e ele por um pouco não fora também. Contam que
foi derrubado por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!".
Preocupado com a salvação, o jovem Martinho Lutero decidiu tornar-se monge, a contragosto
da família. Porém, foi consagrado padre em 1507.

Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava muito envolvido em seus
aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também estava envolvido em conflitos internos
pessoais quanto à salvação pessoal. Sua vida monástica e intelectual não forneciam resposta
aos seus anseios interiores, às suas aflitivas indagações. Durante seus estudos, sempre lhe
acompanhava a pergunta: "Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?"
Entre os anos de 1508 e 1512, lecionou filosofia na Universidade de Wurtenberg, onde também
ensinava Teologia. Em 1512 formou-se Doutor em Teologia. Fazia também conferências sobre
Bíblia, especializando-se em Romanos, Gálatas e Hebreus. Foi durante este período que a
teologia do apóstolo Paulo o influenciou, levando-o à percepção claro dos erros que a Igreja
Romana cometia, à luz dos documentos fundamentais do cristianismo primitivo: os livros da
Bíblia.

Assim, Lutero foi descobrindo ao longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus não
era necessário castigar-se ou fazer boas obras compensatórias, mas somente ter fé em Deus.
Com isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando pensamentos bíblicos
importantes que estavam à margem da vida da igreja já a muito tempo e que naquele momento
gerava aberrações teológicas, tais como as indulgências.

Seus estudos paulinos, porém, deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente diante da
afirmação "o justo viverá pela fé", de Romanos 1:17. Pois ali ele percebia ele que toda a Lei e o
cumprimento das normas monásticas, serviam tão-somente para condenar e humilhar o homem,
e que destas coisas não se pode esperar qualquer ajuda no tocante à salvação da alma.

Tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, passou a ser um pregador muito popular, proclamando
os rudimentos desta fé que redescobrira. Além disso, em sua pregação ele opunha-se a venda
de indulgências, fortemente comandada por João Tetzel.

Lutero decidiu tornar públicas essas idéias e em 31 de outubro de 1517, quando afixou na porta
da Igreja de Wittenberg, sua teses acadêmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgências".
Seu argumento era de que as indulgências só faziam sentido como livramento das penas
temporais impostas pelos padres aos fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a compra das
indulgências ou a obtenção das mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir
Deus de aplicar as punições temporais. Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos
do purgatório. Lutero afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente pelos
cristãos, durante toda a vida, e não algo a ser posto em prática apenas ocasionalmente, por
determinação sacerdotal. Este material resumia a aplicação prática do mais importante de sua
(re)descoberta teológica até aquele momento.

Com isto Lutero pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava
que a Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Em pouco tempo toda
a Alemanha tomou conhecimento do conteúdo dessas teses e elas espalharam-se também pelo
resto da Europa.

Foi João Eck quem denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu para que o mesmo fosse
condenado e excluído do Igreja Romana. Silvester Mazzolini, que era o padre confessor do papa,
concordou com o parecer condenatório de Eck, dando apoio a este contra o monge agostiniano.

Embora estivesse sendo pressionado de muitas formas - excomungado e cassado - para


abandonar suas idéias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções. Suas idéias
atingiram rapidamente o povo e essa divulgação foi facilitada pelo recém inventado sistema de
impressão de textos em série (imprensa).

Após isto Lutero escreveu "Resolutiones", em 1518, defendendo seus pontos de vista contra as
indulgências, dirigindo a obra diretamente ao papa. Mas a obra não mudou o ponto de vista do
papa a respeito dele. Mas muitas pessoas influentes se declararam favoráveis as opiniões de
Martinho Lutero. Num debate teológico em Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido
ao defender suas idéias.

Lutero foi convocado a comparecer a Roma, onde seria julgado como herege. Porém ele apelou
para o príncipe Frederico, o Sábio, e seu julgamento foi realizado em território alemão em outubro
de 1518, perante o Cardeal Cajetano. Diante deles Lutero recusou se retratar de suas idéias,
tendo rejeitado a autoridade papal, abandonando assim a Igreja Romana. Sua saída da Igreja
ficou confirmada num debate em com João Eck, em julho de 1519. A partir de então Lutero
declara que a Igreja Romana necessita de Reforma, e publica vários escritos, dentre eles a "Carta
Aberta à Nobreza Cristã da Nação Alemã Sobre a Reforma do Estado Cristão".

Assim, Lutero procurou o apoio de autoridades civis e começou a ensinar o sacerdócio universal
dos crentes, Cristo como único Mediador entre Deus e os homens, e a autoridade exclusiva das
Escrituras, em oposição à autoridade de papas e concílios. Na obra "Sobre o Cativeiro Babilônico
da Igreja", ele atacou o sacramentalismo da Igreja. Dizia que pelas Escrituras só podem ser
distinguidos dois sacramentos o batismo e a Ceia do Senhor. Opunha-se à alegada repetida
morte sacrificial de Cristo, que ocorreria a cada missa. Em outro livro, "Sobre a Liberdade Cristã",
ele apresentou um estudo sobre a ética cristã baseada no amor.

Em julho de 1520, a Igreja Romana expediu a bula Exsurge Domine, que ameaçava Lutero de
ser excomungado, a menos que se retratasse publicamente. Lutero queimou a bula em praça
pública. Em resposta a isto, Carlos V, Imperador do Santo Império Romano, mandou queimar os
livros de Lutero em praça pública.

Lutero se fez presente na Dieta de Worms, em abril de 1521. Recusando retratar-se, disse que
a sua consciência estava presa à Palavra de Deus, pelo que a retratação não seria correta.
Dizem alguns historiadores que ele concluiu sua defesa com as palavras: "Aqui estou; não posso
fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Como resposta, 25 de maio de 1521, formalizou-
se a excomunhão de Martinho Lutero, e a Reforma também foi condenada.

A Reforma, porém, espalhou-se pela Europa. Em 1530 os líderes protestantes escreveram a


"Confissão deAugsburgo", resumindo os elementos doutrinários fundamentais do movimento.
Por medidas de precaução, Lutero este recluso no castelo de Frederico, o Sábio, cerca de 10
meses, neste período deixou a barba e os cabelos crescerem e era chamado de Cavalheiro
Jorge. Foi neste período que conseguiu tempo de trabalhar na tradução do Novo Testamento
para a língua alemã. Esta tradução foi publicada em 1532. Com a ajuda de Melancton e outros
amigos, a Bíblia toda foi traduzida, e, então, foi publicada em 1532. Essa tradução tornou-se tão
importante ao ponto de unificar os vários dialetos alemães, do que resultou o moderno alemão.

Outro fato digno de nota foi o casamento de Lutero, com Catarina von Bora, filha de família nobre
e ex-freira, que havia aderido à Reforma junto de outras colegas de clausura que fugiram do
convento. Tiveram seis filhos, dos quais alguns faleceram na infância. Adotou outros filhos. Este
fato serviu para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido adotar a
Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.

Em 1546, aos 62 anos de idade, Martinho Lutero faleceu. Porém, só em 1555, o Imperador
reconheceu que haviam duas diferentes confissões na Alemanha: a Católica e a Luterana.

Alguns dos pontos mais importantes defendidos por Lutero:

1. Nem o papa nem o padre, tem o poder de remover os castigos temporais de um pecador.
2. A culpa pelo pecado não pode ser anulada por meio de indulgências.
3. Somente um autêntico arrependimento pode resolver a questão da culpa e do castigo, o que
depende única e exclusivamente de Cristo.
4. Só há um Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo.
5. Não há autoridade especial no papa.
6. As decisões dos concílios não são infalíveis.
7. A Bíblia é a única autoridade de fé e prática para o cristão.
8. A justificação é somente pela fé.
9. A soberania de Deus é superior ao livre-arbítrio humano.
10. Defendia a doutrina da consubstanciação em detrimento da transubstanciação.
11. Há apenas dois sacramentos : o batismo e a ceia do Senhor.
12. Opunha-se a veneração dos santos, ao uso de imagens nas Igrejas, às doutrinas da missa e
das penitências e ao uso de relíquias.
13. Contrário ao celibato clerical.
14. Defendia a separação entre igreja e estado.
15. Ensinava a total depravação da natureza humana.
16. Defendia o batismo infantil e a comunhão fechada.
17. Defendia a educação dos fiéis em escolas paroquianas.
18. Repudiava a hierarquia eclesiástica.

1484-1531 - HULDRYCH ZWINGLIO REFORMADOR SUIÇO

Zuingli nasceu em Wildhaus, onde era o filho do prefeito da cidade. Estudou em Basel, Berna,
Viena, e depois em Basel de novo, onde se graduou como Bacharel em Artes em 1504 e como
Mestre em Arte em 1506. Em Basel, absorveu os ensinos de Thomas Wyttenbach sobre as
Escrituras e sobre justificação e também se tornou amigo do humanista Glareanus e de Leo Jud.
Foi ordenado em 1506 e trabalhou por dez anos na paróquia de Glarus, onde provou ser um bom
pastor e um hábil pregador. Continuou seus estudos humanistas, mantendo a língua grega e
tentando aprender sozinho o hebraico. Em 1513 e 1515 serviu ao exército papal como capelão
dos mercenários de Glarus. Suas experiências o levaram a se opor ao sistema mercenário; era
especialmente contrário ao recrutamento francês. Devido ao tumulto resultante, aceitou um novo
posto em Einsiedeln em 1516.

Zuinglio permanceu estudando o Novo Testamentos, principalmente sobre influência de Erasmo.


Em primeiro de janeiro de 1919, quando tornou-se pastor da maior paróquia de Zurique, anunciou
que não seguiria os textos previstos no lecionário e que pregaria sobre o Evangelho de Matheus.
Isso foi visto pela Igreja como um ato de desobediência, mas devido ao início da propagação da
Peste, a confusão foi acalmada. Um terço da população de Zurique foi morta por esta peste, e
no final Zuinglio foi contraiu a doença, levando três meses para recuperar-se, fato que lhe fez
experimentar uma relação de dependência para com Deus. Isso mudaria definitivamente sua
vida.

Depois disso, Zuinglio continuou a pregar o que encontrava na Bíblia, apesar disso contradizer
aquilo que os rituais oficiais da Igreja diziam. Em 1522 muitos párocos de Zuinglio, amparado
pelas Escrituras desafiaram as regras da Igreja comendo carne durante a quaresma, Zuinglio os
apoiou.

Após muitas discussões sobre o controverso pregador, em 1523 o conselho da cidade de Zurique
realizou um debate público sobre assuntos de fé e por fim as idéias de Zuinglio saíram vitoriosas.
Por fim o conselho emitiu um decreto permitindo a continuidade da pregação de Zuinglio.

Dentro de dois anos muitas mudanças na Igreja de Zuinglio já eram vizualizadas: as Imagens
foram retiras, sacerdotes e freiras foram autorizados a casarem-se e a missa foi substituída por
um culto com ênfase quase total na Palavra.

Zuinglio estava realizando a reforma na Suíça, porém muitas foram as oposições encontrada,
não só por parte da Igreja Católica, mas também de grupos reformadores mais radicais que
queriam mudanças mais rápidas. Numa tentativa de tornar a reforma coesa, em 1529 foram
reunidos Zuinglio e Lutero em Marburgo. Das quinze questões discutidas, ambos concordaram
em quatorze. O dilema ficou na questão da eucaristia, onde Lutero a via como o recebimento
concreto do corpo de Cristo, enquanto Zuinglio com um recebimento espiritual.

Por fim, o movimento de Zuinglio espalhou-se por uma maior parte da Suíças, também pela
Alemanha e chegou a Genebra de língua francesa. Porém grande porção rural ainda era
dominada pela Igreja Católica. Devido esta batalha por territórios de influência, iniciaram-se
batalhas entre as tropas católicas e as de Zurique. Zuinglio somou-se a estas batalhas como
soldado e acabou morrendo em 1531 esquartejado na Batalha de Kappel. As batalhas
permaneceram por pois cem anos.
1534 – INGLATERRA EMANCIPA-SE DA IGREJA CATÓLICA

No caso da Inglaterra a reforma não foi realizada pelo anseio de algum pregador que queria fazer
a Igreja retornar aos ensinamentos bíblicos. Lá, apesar de haverem pessoas interessadas numa
mudança profunda na Igreja, esta ruptura para com Roma ocorreu por parte do rei Henrique VIII.
Ele não era nada reformador para com os dogmas da Igreja, pelo contrário em 1521 atacou as
idéias de Lutero e por isso recebeu um título de honra da Igreja Católica.

Porém, depois da morte de seu irmão Henrique casou-se com a cunhada Cararina de Aragão.
Ela porém era estéril e isso atrapalhava o rei nos seu intento de manter sua geração no trono.
Por isso foi atraído por Ana Bolena e procurou se livrar da esposa estéril.

Assim, Henrique escreveu uma carta ao papa solicitando autorização para separar-se, citando
Levítico 20.21, ele afirmava ter errado ao casar-se com a mulher de seu irmão mais velho. O
papa não lhe autorizou devido ao medo que tinha do sobrinho de Catarina, que agora era
imperador do Sacro Império Romano.

Em 1533 Henrique substituiu o arcebispo da Cantuária e este novo lhe autorizou a separação.
No mesmo ano casou-se com Ana, e ainda neste ano nasceu-lhe a filha Elisabete.

Em 1534 o parlamento Inglês promulgou o Ato de Supremacia, declarando que o Rei era o chefe
supremo da Igreja na Inglaterra. Essa mudança simplesmente transformava a Igreja Inglesa em
um órgão do estado. Não houveram mudanças teológicas ou nos sacramentos. Porém Henrique
acabou com os mosteiros, vendeu as terras e pegou o dinheiro para o tesouro real.
1509 –1564 – JOÃO CALVINO - LÍDER FRANCÊS DA REFORMA

Calvin é chamado de "o organizador do Protestantismo" porque em seu trabalho pastoral de


organizar igrejas evangélicas em Estrasburgo e Geneva, desenvolveu um novo modelo de igreja.

Calvino nasceu no noroeste da França, sendo 25 anos mais jovem que Martinho Lutero. Seu
nome real era Jean Cauvin, o qual mudou para "Calvin" anos mais tarde. Sendo estudioso,
adotou a forma latina Calvinus. Sua cidade natal, Noyon, era um importante e antigo centro da
Igreja Católica Romana, tanto que um bispo morava lá e a vida da cidade praticamente girava
em torno da catedral.

João Calvino era oriundo de uma família de classe média. Gerard, seu pai, depois de servir à
Igreja Romana em várias funções, inclusive como escrivão, veio a ser o secretário do próprio
bispo. Assim, o jovem Calvino crescia fortemente ligado aos assuntos da igreja.

Afim de capacitar seu filho a alcançar uma posição de importância na Igreja, o pai de Calvino
investiu na melhor educação possível, tanto que aos catorze anos de idade Calvino entrou para
a Universidade de Paris, que era o centro intelectual da Europa Ocidental. Lá ele freqüentou o
Colégio de Mantaigu, a mesma instituição na qual Erasmo estudou uns trinta anos antes. Embora
Calvino se dedicasse a uma carreira similar em teologia, por diversos motivos sua formação
tomou um rumo inesperado. Primeiro devido ao novo aprendizado do Renascimento, o
Humanismo, que estava travando uma bem sucedida batalha contra o escolasticismo, a velha
teologia católica da antiga Idade Média. Calvino se deparou com este novo aprendizado através
de outros estudantes e foi rapidamente ganho por estas idéias. Em segundo lugar, inciava-se em
Paris um forte movimento para reforma da Igreja, liderado por Jacques Lefèvre d Etaples (1455-
1536). E Calvino se tornou um amigo íntimo de alguns dos alunos de Lefèvre. O terceiro motivo
está ligado ás obras e idéias de Martinho Lutero que estavam circulado em Paris por algum
tempo, causando uma agitação moderada; sem dúvida, Calvino se familiarizou com elas durante
os anos de estudante.

Por fim, o pai de Calvino teve uma discussão com os oficiais da igreja em Noyon, incluindo o
bispo. Em 1528, assim que Calvino obteve o seu grau de mestre de artes, seu pai lhe disse para
deixar a teologia e estudar as leis. Sem se opor Calvino se mudou para a escola de leis em
Orleans. Ali ele se dedicou ao estudo das leis, sendo elogiado por sua maestria na matéria. Com
freqüência, dava aulas pelos professores ausentes.

Depois de três anos de estudo em Orleans, Bourges e Paris, conseguiu o seu doutorado e licença
em leis. Durante esse percurso aprendeu grego e mergulhou nos estudos clássicos, que eram
de grande interesse dos humanistas contemporâneos. Ligou-se a um grupo de estudantes que
discordavam dos ensinos e práticas do Catolicismo Romano.
Em 1531, com a morte do pai de Calvino, ele se viu livre para escolher a carreira que iria
prosseguir e não vacilou, optando por teologia. Excitado e desafiado pelo novo aprendizado,
mudou para Paris para se dedicar a uma vida e de pastoreio.

Em 1536 ele publicou a primeira versão de “Institutas da Religião Cristã”, um resumo sistemático
da teologia da Reforma. Ao ler este material, o reformador de Genebra Guilherme Farel
persuadiu Calvino a ir para aquela cidade afim de auxilia0lo na implantação da Reforma naquele
lugar. Lá ele pastoreou a Igreja de St. Pierre e pregava em três cultos por dia. Ainda durante sua
estada nesta cidade ele produziu panfletos devocionais, doutrinários e resumos comentados da
maior parte dos livros da Bíblia, apesar de ter sofrido com diversas doenças, principalmente
enxaquecas.

Apesar de Genebra inicialmente oferecer grande oposição as idéias de Calvino, principalmente


por este tentar faze-los ter um viver cotidiano condizente com os ensinos de Cristo, rapidamente
sua influência se espalhou pelo solo mais fértil: as escolas. De lá saíam muitas lideranças que
reproduziam a confissão de fé Calvinista.

O livro de Calvino que gerou impacto na sociedade na qual viveu, bem como na posteridade foi
“As Institutas”, na qual trouxe um resumo bem claro e definido das idéias do protestantismo. Esta
obra passaria a ter três volumes, sendo que um deles era dedicado ao Credo apostólico e outro
à doutrina da predestinação. Este ensinamento não era uma unanimidade de Calvino, mas de
todos os protestantes, porém pelo fato de ele dar uma grande ênfase a esta doutrina, ela ficou
com o tempo imaginariamente atrelada a este líder.

A teologia de Calvino consiste em uma compreensão de toda a história da relação homem-Deus.


Desde a preexistência de Deus, anterior a tudo, que projetou todas as coisas, que criou anjos e
foi traído, que criou o universo, transformou a Terra, e criou o Homem. O qual desde a eternidade
ele sabia que iria cair em pecado, querendo ser autônomo, dentre os quais desde a eternidade
ele predestinou a muitos para viver a eternidade consigo. Por isto do plano de redenção e da
entrega de seu Filho por muitos.

A estes, separados desde a Eternidade, Deus envia o Espírito Santo, levando-os a ter fé em
Cristo, e assim serem salvos. O porquê disto não é motivo de estudo de Calvino, que destina a
Deus um verdadeiro status de Senhor, de misterioso e misericordioso Soberano, o qual a
ninguém revelou o motivo desta atitude, pois por justiça poderia ter condenado a todos, mas por
misericórdia salvou a muitos.

Calvino lutava, em seus ensinos, contras as doutrinas Católicas da salvação pelas obras
afirmando a soberania de Deus, mostrando que ele como Deus não pode nem deve ser
enganado. Ele não cansou de afirmar: “Você não pode manipular Deus ou torna-lo seu devedor.
É Ele que o Salva; pois você não pode fazer isso por si mesmo.”

Porém ele não deixava de afirmar em seus enérgicos ensinos que os crentes deveriam
demonstrar sua salvação através de suas atitudes. No quarto volume das Institutas, Calvino
dedicou-se a organizar a vida prática da igreja através da organização eclesiástica voltada ao
presbitério e à santidade.
1540 – IGREJA CATÓLICA APROVA ORDEM DOS JESUÍTAS.

Conjuntura:

- Igreja Católica caindo em descrença pela sua frouxidão moral prática;


- Crescimento do protestantismo;

Fundador:

- Inácio de Loyola, que havia sido um soldado espanhol e ficara um bom tempo s convalescendo,
ao ler um livro sobre a vida dos santos inicia uma busca interior por Deus dentro de sua alma. E
torna-se uma mistura de soldado e monge, auto abnegado e devoto.
- Escreveu o livro “Exercícios Espirituais”, que trata-se de um manual devocional com alguns
passos para se encontrar a Deus.
- Uma espiritualidade profunda e uma obediência leal a Igreja Romana: Estes ensinos de Loyola
foram a base da Companhia de Jesus, Ordem que veio a ser criada.
A Companhia:
- A finalidade da Companhia de Jesus é a Evangelização e a Educação.
- Logo haviam missões jesuíticas em vários países.
- O papa Paulo III percebeu o quanto uma ordem deste porte, com ênfase na mensagem de
Cristo e na evangelização poderia ajudar a conter a onda protestante.
- Enquanto o conflito com os protestantes acirrava-se na Europa, os jesuítas partiam para o
exterior, levando missões ao Japão, Brasil, Índia e Etiópia por exemplo.

1545 – CONCÍLIO DE TRENTO: O INÍCIO DA CONTRA-REFORMA

Conjuntura:

- Igreja Romana perdendo espaço na Europa frente ao protestantismo.


- Sacerdotes mundanos.

Convocador:

- Papa Paulo III. Ele convocou uma equipe de cardeais para lhe fazer um relatório da situação
da Igreja. As constatações foram catastróficas.

Decisões:

- Término das Indulgências.


- Solicitação ao Clero de evitar até mesmo as menores falhas.
- Reafirmou os 7 sacramentos como indispensáveis para a salvação. Em detrimento aos dois 2
sacramentos protestantes.
- Reafirmou a transubstanciação.
- Reafirmou a missa em Latim.
- Reafirmou que a única interpretação das Escrituras válida era a feita pela Igreja. Rejeitando
inclusive a impressão da Bíblia nas línguas locais.
- Por fim, as reformas deste concílio ainda separaram mais as idéias católicas das protestantes.

1514 – 1572 – JOHN KNOX: REFORMADOR ESCOCÊS

Knox nasceu em East Lothian na Escócia. Era filho de um fazendeiro de classe média. Depois
da escola em Haddington, Knox frequentou a Universidade St. Andrews, onde foi aluno de John
Mair, um dos líderes dos estudiosos escoceses daqueles dias que era um forte defensor das
idéias dos concílios para a administração da Igreja.

Após formar-se, ele foi ordenado padre na Igreja Católica (1536) e por causa de estudo das leis
se tornou um escrivão papal (1540). Ao mesmo tempo, enquanto trabalhava como tutor dos filhos
de alguns proprietários de terra, teve contato com várias famílias protestantes.

Não sabemos nem como e nem quando Knox se tornou um protestante, pois nunca revelou nada
sobre sua conversão, mas, aos que parece que foi por volta de 1545. Naqueles dias, um homem
chamado George Wishart, um escocês que tinha passado algum tempo na Suíça e Inglaterra,
retornou a sua terra natal onde começou a pregar o evangelho. Em janeiro de 1545, depois de
pregar em outros lugares, foi para East Lothian onde Knox trabalhou como seu guarda-costas.
Apesar da aceitação de Wishart pelas famílias locais, ele foi preso pelo conde de Bothwell e
levado para St. Andrews, onde, depois de ser julgado diante do Cardeal Beaton, foi queimado
num poste como um herege em março de 1546.

Assim que começo a pregar a fé protestante na Escócia Knox foi aprisionado e passou 19 meses
como escravo de franceses. Após isto, conseguindo escapar pastoreou durante 5 anos uma
igreja na Inglaterra e depois ficou outros 5 anos na suíça, onde muito aprendeu e cresceu com a
teologia de Calvino e outros.

Após isto, em 1559 ele retornou para a escócia, onde permaneceu até a morte pregando
incansavelmente. A pregação de Knox logo via seu resultado, pois em 1560 o parlamento
escocês adotou uma profissão de fé calvinista e deliberou que o papa não tinha jurisdição sobre
a escócia, além de proibir as missas.

Knox e seus apoiadores escreveram o “Livro da Disciplina” que era um verdadeiro manual de
organização e prática da igreja, em moldes presbiterianos, além de dar incentivo a criação de
escolas e universidade públicas.

1572 – MASSACRE DO DIA DE SÃO BARTOLOMEU.

Conjuntura:

- A França estava divida entre protestantes e católicos, os protestantes eram chamados de


huguenotes;
- Em 1555 já haviam na França cerca de 400mil huguenotes espalhados em mais de 2000
igrejas;
- A rainha Catarina de Médici era católica e via ampla oposição nos líderes huguenotes.

O massacre:

- Em 24 de agosto de 1572, as quatro da manhã a rainha deu ordem aos seus soldados e a
assassinos contratados para que matassem os principais líderes huguenotes de Paris. Estes
eram homens do comércio.
- Logo pela manhã, em meio a grande confusão gerada por esta decisão a população católica
(maioria) pobre foi mobilizada contra os huguenotes e o massacre cresceu em proporções;
- Durante dias estas pessoas foram perseguidas e assassinadas em toda a França. Historiadores
falam entre 20 e 100 mil mortos naqueles dias.

Ainda nesse período surgem os Morávios, o Pietismo e o Metodismo.

** Indicação de Leitura: O Século do Espirito Santo (Vinson Synan, Editora Vida, 2011)

Apologética

Porque, na verdade, tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu, foi
posto junto de seus pais e viu a corrupção.
Atos 13:36

O Texto fala sobre servir durante a sua própria geração


Cosmovisão é:

1) Uma Leitura da Vida (Da nossa vida)


2) O que defendemos e o que vivemos
3) A minha vida, a nossa vida

Ministério
Família Politica

Cosmovisão
Esportes Trabalho
Bíblica

Lazer Educação
Relacionamentos

É necessário que tenhamos uma cosmovisão central, para que assim posamos ter
cosmovisões periféricas.

 Aquilo que está no centro da nossa cosmovisão é o que vai determinar como
enxergaremos os demais aspectos sociais

Cosmovisão Fundamental Cosmovisão Periférica

Um exemplo é Workaholic (Trabalhador compulsivo ou Workaholic meio que um


"trabalhólatra" também, adito ao trabalho, dependente do trabalho ou workaholic designa uma
pessoa viciada em trabalho.)

Qual é a minha relação com a cosmovisão bíblica?

Como ser um Cristão eficiente em um mundo sofisticado ?

“A cosmovisão é um filtro através do qual o indivíduo enxerga o mundo”


Francis Schaeffer

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