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Aula 03

Noções de Direito Constitucional p/ PC-DF (Agente) Com Videoaulas -


2019
Equipe Ricardo e Nádia 01, Equipe Ricardo e Nádia 02, Nádia Carolina, Ricardo Vale

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AULA
DIREITOS SOCIAIS E NACIONALIDADE

Sumário

Direitos Sociais...........................................................................................................................................3

1 Introdução .................................................................................................................................................... 3

2 Os direitos sociais (art. 6º) ........................................................................................................................... 4

2.1- O ........................................................................................................ 5
1172092
2.2- Os direitos sociais e o mínimo existencial: ............................................................................................................ 6

2.3- A vedação ao retrocesso: ...................................................................................................................................... 8

3 Os direitos sociais individuais dos trabalhadores (art. 7º) ......................................................................... 10

4 Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores .......................................................................................... 24

Nacionalidade ..........................................................................................................................................31

1 Introdução .................................................................................................................................................. 31

2 Atribuição de Nacionalidade pelo direito brasileiro ................................................................................... 32

3 Portugueses Residentes no Brasil ............................................................................................................... 39

4 Condição Jurídica do Nacionalizado ........................................................................................................... 39

5 Perda da Nacionalidade ............................................................................................................................. 42

6 Língua e Símbolos Oficiais .......................................................................................................................... 44

Questões Comentadas .............................................................................................................................45

Direitos Sociais ................................................................................................................................................. 45

Nacionalidade .................................................................................................................................................. 58

Lista de Questões .....................................................................................................................................70

Direitos Sociais ................................................................................................................................................. 70

Nacionalidade .................................................................................................................................................. 75

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Gabarito...................................................................................................................................................80

Olá, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem?

Na aula de hoje, daremos continuidade ao estudo dos direitos fundamentais. Falaremos sobre os
direitos sociais e os direitos de nacionalidade.

Um grande abraço,

Nádia e Ricardo

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DIREITOS SOCIAIS

1 INTRODUÇÃO

Ao estudarmos os direitos de 1ª geração, percebemos que estes buscam restringir a ação do Estado
sobre os indivíduos, limitando o poder estatal. São, por isso, direitos que têm como valor-fonte a
liberdade, impondo ao Estado uma obrigação de não-fazer, de não intervir na órbita privada. Em
razão disso, a doutrina os denomina liberdades negativas.

A natureza jurídica dos direitos sociais é diversa. Trata-se de direitos fundamentais de 2ª geração,
E , uma obrigação de ofertar prestações positivas
em favor dos indivíduos, visando concretizar a igualdade material. São, portanto, direitos que têm
como valor-fonte a igualdade; eles buscam possibilitar melhores condições de vida aos indivíduos e,
assim, realizar a justiça social.

Pode-se dizer que os direitos sociais são prestações positivas (ações) realizadas pelo Estado para
melhorar a qualidade de vida dos hipossuficientes, ou seja, dos mais necessitados. Em razão disso,
o Estado deve garantir que todos tenham acesso à educação, saúde, alimentação, trabalho, dentre
outros. Segundo Alexandre de Moraes, os direitos sociais constituem normas de ordem pública,
com a característica de imperativas.

A origem dos direitos sociais remonta à crise do Estado liberal, ocasionada pelo forte avanço da
industrialização. Nas fábricas, os trabalhadores viviam em condições precárias. Movimentos
reivindicatórios passaram, então, a exigir uma postura mais ativa do Estado, que não devia limitar-
se a não intervir, mas também atuar positivamente, garantindo condições mínimas aos
trabalhadores.

Os direitos sociais aparecem, portanto, em um contexto histórico marcado por reivindicações


trabalhistas e pelo surgimento de doutrinas socialistas. Constatava-se que a mera consagração da
igualdade formal não era suficiente para realizar a igualdade material. Como grande marco dos
direitos sociais, citamos a Constituição de Weimar de 1919 (Constituição do Império Alemão).

Na Constituição Federal de 1988, os direitos sociais estão relacionados nos art. 6º - art. 11. Há,
também, outros dispositivos do texto constitucional que versam sobre os direitos sociais. É o caso,
por exemplo, do art. 194 (que trata da seguridade social), art. 196 (direito à saúde) e art. 205 (direito
à educação)

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Origem: crise do estado liberal

Naruteza Jurídica: Direitos de 2a geração

DIREITOS
SOCIAIS Educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia,
Art. 6o, CF transporte, lazer, segurança, previdência social,
proteção À maternidade E À infância, assistência aos
desamparados

2 OS DIREITOS SOCIAIS (ART. 6º)

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

No texto original da Constituição Federal, não se fazia menção à alimentação, à moradia e ao


transporte, cuja inserção na Carta Magna foi obra do Poder Constituinte Derivado. A moradia foi
inserida pela EC nº 26/2000; a alimentação, pela EC nº 64/2010; e o transporte, pela EC nº 90/2015.
Tenham uma especial atenção quanto a esses três direitos sociais! As bancas examinadoras adoram
cobrá-los, especialmente pelo fato de eles não fazerem parte do texto original da CF/88.

Segundo o art. 6º, a Constituição consagra como direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
o trabalho, a moradia, o transporte o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. O STF entende que trata-se de rol
exemplificativo1, pois há outros direitos sociais espalhados pelo texto constitucional. Destaque-se
que os direitos sociais do art. 6º são, todos eles, normas de eficácia limitada e aplicabilidade
mediata, dependendo, para sua concretização, da atuação estatal, seja através da edição de leis
regulamentadoras, seja através da oferta de prestações positivas em favor dos indivíduos.

Uma das discussões mais relevantes sobre os direitos sociais diz respeito, justamente, à sua
concretização. Não basta que esses direitos estejam previstos na Constituição; eles precisam, mais
do que isso, ser efetivados, colocados em prática. Há necessidade, portanto, da firme atuação
estatal por meio de políticas públicas voltadas para a concretização dos direitos sociais. Não se pode
considerar, desse modo, que os direitos sociais são normas estritamente programáticas.

1
STF, ADI nº 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 02.06.2005.

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Para estudarmos a problemática da concretização (efetivação) dos direitos sociais, é necessário


conhecermos três importantes princípios: i) o ; ii) o princípio do
e; iii) o princípio da vedação do retrocesso. É o que faremos a seguir.

2.1- O :

A efetivação dos direitos sociais depende da execução de políticas públicas nas mais diversas áreas,
como, por exemplo, em educação e saúde. Assim, é preciso ter em mente que a concretização dos
direitos sociais depende, em larga escala, de gastos estatais.

A teoria da reserva do possível consiste na ideia de que cabe ao Estado efetivar os direitos sociais,
na medida do financeiramente possível . A teoria da reserva do possível serve,
portanto, para determinar os limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos
direitos sociais. ==11e27c==

Não é lícito ao Poder Público, todavia, simplesmente alegar que não possui recursos orçamentários;
é fundamental que o Poder Público demonstre objetivamente a inexistência de recursos públicos e
a falta de previsão orçamentária da respectiva despesa. Segundo a teoria da reserva do possível, a
efetivação dos direitos sociais encontra, portanto, dois limites: a suficiência de recursos públicos e
a previsão orçamentária da respectiva despesa.

A formulação e execução de políticas públicas são tarefas que competem, primariamente, ao Poder
Executivo e ao Poder Legislativo. No entanto, segundo o STF, é possível que o Poder Judiciário
determine, em bases excepcionais, a implementação, pelos órgãos inadimplentes, de ações
destinadas à concretização dos direitos sociais. Pode-se dizer, portanto, que o controle judicial das
políticas públicas pode ser realizado a fim de suprir a omissão dos órgãos estatais competentes, bem
como para evitar a abusividade governamental. Assim, o Poder Judiciário poderá determinar, por
exemplo, que o Estado conceda tratamento de câncer a um indivíduo. Vejamos trecho de julgado
do STF:

E nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular


e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder Judiciário, determinar,
ainda que em bases excepcionais, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas
pela própria Constituição, sejam estas implementadas pelos órgãos estatais inadimplentes,
cuja omissão por importar em descumprimento dos encargos político-jurídicos que sobre eles
incidem em caráter mandatório mostra-se apta a comprometer a eficácia e a integridade de
2

A atuação do Poder Judiciário na concretização dos direitos sociais não é ilimitada; ao contrário,
encontra limites na cláusula da reserva do possível. Assim, a cláusula da reserva do possível afasta
a aptidão do Poder Judiciário para intervir na efetivação de direitos sociais. No entanto, para que
esse limite à ação do Judiciário seja válido, é necessário que se comprove objetivamente a ausência

2
STF, RE 436.996 AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005.

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de recursos orçamentários suficientes para a implementação da ação estatal. Nesse sentido,


entende a Corte que:

- além de caracterizar-se pela


gradualidade de seu processo de concretização - depende, em grande medida, de um
inescapável vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal
modo que, comprovada, objetivamente, a incapacidade econômico-financeira da pessoa
estatal, desta não se poderá razoavelmente exigir, considerada a limitação material referida, a
imediata efetivação do comando fundado no texto da Carta Política. Não se mostrará lícito, no
entanto, ao Poder Público, em tal hipótese - mediante indevida manipulação de sua atividade
financeira e/ou político-administrativa - criar obstáculo artificial que revele o ilegítimo,
arbitrário e censurável propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a
preservação, em favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de
existência.3

Por fim, vale destacar que os direitos sociais, por estarem sujeitos à reserva do possível, possuem
uma carga de eficácia menor do que os direitos de primeira geração. Isso porque os direitos sociais
somente podem ser concretizados com a execução eficiente de políticas públicas; por outro lado, a
concretização dos direitos de defesa (direitos de 1ª geração) depende, essencialmente, de
E

Inexistência de recursos

Demonstração objetiva

Cláusula da reserva Ausência de previsão


do possível orçamentária

Tem como limite o "mínimo existencial"

2.2- Os direitos sociais e o mínimo existencial:

Os direitos sociais, na condição de direitos fundamentais, são indispensáveis para a realização da


dignidade da pessoa humana. O Estado, na sua tarefa de concretização desses direitos, deve garantir
o mínimo existencial. Considera-se mínimo existencial o grupo de prestações essenciais que se deve
fornecer ao ser humano para que ele tenha uma existência digna.

O princípio do mínimo existencial é compatível e deve conviver com a cláusula da reserva do


possível. O Estado, na busca da promoção do bem-estar do homem, deve proteger os direitos
individuais e, além disso, garantir condições materiais mínimas de existência aos indivíduos. Assim,

3
ADPF 45 MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 29.04.2004, DJ 04.05.2004.

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os gastos públicos devem ser voltados, prioritariamente, a garantir o mínimo existencial; uma vez
garantido o mínimo existencial, o Estado poderá discutir em que outros projetos investir.

Segundo o STF, o mínimo existencial é uma limitação à cláusula da reserva do possível.4 Isso porque
a reserva do possível só poderá ser alegada pelo Poder Público como argumento para a não
concretização de direitos sociais uma vez que tenha sido assegurado o mínimo existencial pelo
Estado. Em outras palavras, a reserva do possível somente é invocável após a garantia, pelo Estado,
do mínimo existencial. A garantia do mínimo existencial é uma obrigação inafastável do Estado, não
sujeita à reserva do possível.

A visão que apresentamos a respeito da concretização dos direitos sociais busca compatibilizar a
É “TF

Porém, há visões mais radicais: uma delas tende a conferir prevalência à reserva do possível; outra,
defende a primazia do mínimo existencial.

A primeira visão (de caráter liberal) entende que não caberia ao Poder Judiciário, sob pena de
violação à separação dos poderes, intervir na execução de políticas públicas. Nesse sentido, há que
se observar integralmente

A segunda visão (mais intervencionista) limitador


para a concretização dos direitos sociais. Sob essa ótica, os direitos sociais não poderiam ser
considerados normas de caráter meramente programático.

Essa linha de pensamento defende ferrenhamente a judicialização das políticas públicas, com vistas
a promover a máxima efetivação dos direitos sociais. Chega-se até mesmo a argumentar que os
direitos sociais, enquanto direitos fundamentais, teriam aplicação imediata, conforme o art. 5º, §
1º, CF/88.

O Poder Judiciário, com vistas à concretização dos direitos sociais e à garantia do mínimo
existencial, tem adotado inúmeras decisões relacionadas ao direito à saúde. Nesse sentido,
destacamos o seguinte:

a) Segundo o STF, o direito à saúde (art. 196) é um direito público subjetivo, assegurado à
generalidade das pessoas, que conduz o indivíduo e o Estado a uma relação jurídica
obrigacional.

4
STF, RE 639.637. AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 15.09.2011

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Apesar de o art. 196, CF/88, ser uma norma programática, ele impõe aos entes federativos
um dever de atuação positiva. Assim, para que se garanta a força normativa da Constituição,
o Poder Público deve atuar na concretização do direito à saúde. Com base nesse
entendimento, são várias as decisões do Poder Judiciário determinando que a Administração
Pública forneça medicamentos e tratamento médico a indivíduos portadores de doença.

b) O STF decidiu que a Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder
Judiciário, a manter estoque mínimo de medicamento utilizado no combate a doença grave.5
A manutenção de estoque mínimo de medicamento é importante para que se possa garantir
a continuidade dos tratamentos, evitando prejuízos aos pacientes.

c) O STJ considera que o juiz pode determinar o bloqueio e o sequestro de verbas públicas
como forma de garantir o fornecimento de medicamentos pelo Poder Público.6 Assim, caso a
Administração Pública se negue a cumprir decisão judicial que determinou o fornecimento de
medicamentos, o juiz poderá determinar o bloqueio e o sequestro de verbas públicas.

O bloqueio e sequestro de verbas públicas deve ser encarado, todavia, como uma medida de
caráter excepcional, aplicável somente quando ficar configurado que o Estado não está
cumprindo sua obrigação de fornecer os medicamentos e de que essa demora está trazendo
riscos à saúde e à vida do doente.

É notório que a atuação do Poder Judiciário na implementação de políticas públicas com vistas a
concretizar direitos fundamentais tem se intensificado nos últimos anos. Essa atuação tem ocorrido
até mesmo em matéria de política penitenciária e de segurança pública.

Conforme decidiu o STF, o Poder Judiciário pode determinar à Administração Pública que execute
obras emergenciais em estabelecimentos prisionais (presídios) a fim de proteger os direitos
fundamentais dos detentos, assegurando-lhes o respeito à sua integridade física e moral. Não se
pode invocar, para contestar tal decisão, o princípio da separação de poderes ou mesmo a cláusula
da reserva do possível. 7

2.3- A vedação ao retrocesso:

O princípio da vedação ao retrocesso busca evitar que as conquistas sociais já alcançadas pelo
cidadão sejam desconstituídas. Segundo Canotilho, baseado no princípio do não retrocesso social,
os direitos sociais, uma vez tendo sido previstos, passam a constituir tanto uma garantia
institucional quanto um direito subjetivo. Isso limita o legislador e exige a realização de uma política
condizente com esses direitos, sendo inconstitucionais quaisquer medidas estatais que, sem a

5
RE 429.903/RJ. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 25.06.2014
6
REsp 1.069.810/RS. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 23.10.2013.
7
RE 592.581/RS. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 13.08.2015.

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criação de outros esquemas alternativos ou compensatórios, anulem, revoguem ou aniquilem o seu


núcleo essencial.

O “TF cláusula que veda o retrocesso em matéria de direitos a prestações positivas


do Estado (como o direito à educação, o direito à saúde ou o direito à segurança pública, v.g.) traduz,
no processo de efetivação desses direitos fundamentais individuais ou coletivos, obstáculo a que os
níveis de concretização de tais prerrogativas, uma vez atingidos, venham a ser ulteriormente
E .8

(FUB 2015) Os direitos sociais impõem deveres ao Estado que assegurem ao cidadão condições
mínimas para uma vida digna, independentemente da existência de recursos públicos para custeio;
assim, autoriza-se a livre invasão da atividade administrativa pelo Poder Judiciário para efetivação
daqueles direitos, fenômeno conhecido como judicialização de políticas públicas.

Comentários:

A existência de recursos públicos deve ser levada em consideração na efetivação dos direitos sociais,
apesar de o Estado ter a obrigação de assegurar ao cidadão condições mínimas para uma vida digna.
Questão errada.

(PGE / PR 2015) No que toca à realização dos direitos sociais constitucionalmente garantidos, há
que se atentar para a vedação do retrocesso social, que se coloca apenas às políticas públicas
executivas, posto que não se pode ferir a liberdade do legislador.

Comentários:

A vedação ao retrocesso social é um princípio que deve ser observado pelo legislador (e não apenas
pelas políticas públicas executivas). Questão errada.

(PGE / PR 2015) A teoria de efetivação dos direitos sociais na dependência de recursos econômicos
urisprudência constitucional
alemã e integralmente aceita pelo Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

N “TF I
C Q

8
STF, RE 436.996 AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005.

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(MPE / BA 2015) A implementação das prestações materiais e jurídicas exigíveis para a redução
das desigualdades no plano fático, por dependerem em grande medida da disponibilidade
orçamentária do Estado, faz com que estes direitos tenham o seu campo de efetividade mais
dificultado que os direitos de primeira geração.

Comentários:

De fato, a concretização (efetivação) dos direitos sociais é mais complexa do que a dos direitos de
liberdade (de primeira geração). Isso porque a efetivação dos direitos sociais depende da execução
de políticas públicas, as quais, para serem realizadas, exigem recursos econômicos. Questão correta.

(DPE / PE 2015) De acordo com o entendimento do STF, é inadmissível que o Poder Judiciário
disponha sobre políticas públicas de segurança, mesmo em caso de persistente omissão do Estado,
haja vista a indevida ingerência em questão, que envolve a discricionariedade do Poder Executivo.

Comentários:

A segurança é um direito social que deve ser garantido mediante políticas públicas do Estado. Porém,
havendo persistente omissão do Estado, poderá, sim, o Poder Judiciário intervir. Questão errada.

3 OS DIREITOS SOCIAIS INDIVIDUAIS DOS TRABALHADORES (ART. 7º)

No art. 7º da Constituição, são enumerados os direitos sociais individuais dos trabalhadores. Leia-o
atentamente, pois ele costuma ser cobrado em sua literalidade.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

Note que a Constituição, no caput do art. 7º, equipara os direitos do trabalhador rural aos do
trabalhador urbano.

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

Esse dispositivo é típica norma de eficácia limitada, exigindo lei complementar que proteja a relação
de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa. Trata-se do direito à segurança no
emprego.

Segundo o art. 10, do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), até a promulgação da
mencionada lei complementar, a indenização contra a despedida arbitrária ou sem justa causa ficará
restrita a 40% sobre os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), realizados em
favor do empregado.

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Cabe destacar que a proteção conferida pela Constituição somente alcança a despedida arbitrária
ou sem justa causa. Não haverá indenização, portanto, diante da despedida por justa causa.

A CF/88 estabilidade decenal , que, apesar de estar prevista na CLT, não foi
recepcionada pela nova ordem constitucional. Pela regra da estabilidade decenal, o empregado que
tivesse mais de 10 anos de empresa não poderia ser demitido, salvo em caso de falta grave ou
circunstância de força maior.

Hoje, nem mesmo a despedida arbitrária ou sem custa causa são proibidas. Elas poderão ocorrer,
cabendo, todavia, indenização. Destaque-se que o art. 10, do ADCT, estabelece 2 (dois) casos de
vedação absoluta à dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) Do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de


acidentes (CIPA), desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;

b) Da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Note que o seguro-desemprego só é devido no caso de desemprego involuntário. As bancas

errado.

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

O FGTS (Fundo de Garantia) é recolhido pelo empregador à alíquota de 8% sobre a remuneração


paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador. Destaque-se que o FGTS não é direito dos
servidores públicos estatutários.

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

O salário mínimo deve ser fixado em lei formal: verifica-se, aqui, hipótese de reserva legal. Em
torno desse tema, houve relevante controvérsia apreciada pelo STF. A Lei nº 12.382/2011
estabeleceu que o valor do salário mínimo seria de R$ 545,00, mas que decreto presidencial seria
responsável pelos reajustes e aumentos salariais segundo determinados índices.

Segundo o STF, a Lei nº 12.382/2011 é constitucional, não havendo óbice a que um decreto
presidencial estabeleça os reajustes, cuja fórmula e índices estão previstos na própria lei. O decreto

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presidencial não estaria, assim, fixando o valor do salário mínimo; ele seria um mero ato
declaratório do valor reajustado segundo a política de valorização prevista na lei. 9

O salário mínimo é único para todo o território nacional, o que impede a existência de salários
mínimos regionais. Destaque- undem
com salário mínimo, e são resultantes de negociações coletivas de trabalho.

O salário mínimo não pode sofrer vinculação, ou seja, servir como indexador, para qualquer fim. É
relevante destacar que esse impedimento à vinculação do salário mínimo tem como objetivo evitar
que aumentos do seu valor se propaguem para toda a economia, prejudicando o poder aquisitivo.
No RE 842.157, contrariando essa regra geral, o STF admitiu a fixação de pensão alimentícia com
base no salário mínimo.10

Para fecharmos esse tópico, é importante que você saiba que o STF permite que os conscritos
recebam remuneração inferior ao salário-mínimo. Veja o que dispõe a Súmula Vinculante no 06,
que poderá ser cobrada em sua prova:

Súmula Vinculante nº 06: N C estabelecimento de remuneração inferior

A justificativa para essa exceção é que a Constituição Federal não estendeu aos militares a garantia
de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores.
O regime a que se submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis,
visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Isso porque os cidadãos
que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da
soberania da pátria. Por isso mesmo, a obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a
fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas
Forças Armadas.

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

O piso salarial é estabelecido por categoria de trabalhadores e fixado mediante negociação coletiva
de trabalho. Na fixação do piso salarial, deve-se levar em consideração a extensão e a complexidade
do trabalho.

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

A irredutibilidade do salário guarda estreita relação com o princípio da vedação ao retrocesso. Assim,
em regra, o salário não poderá ser reduzido. A redução salarial é hipótese excepcional, que

9
STF, ADI 4568/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia. 03.11.2011.
10
ARE 842.157, Rel. Min. Dias Toffoli, 25.11.2015

12
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somente ocorrerá mediante negociação coletiva de trabalho (convenção coletiva ou acordo


coletivo).

Destaque-se que convenção coletiva e acordo coletivo são es


Convenção coletiva de trabalho é uma negociação entre o sindicato dos
trabalhadores e o sindicato patronal. Já o acordo coletivo de trabalho, é uma negociação entre o
sindicato dos trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresas.

A negociação coletiva de trabalho pode, portanto, flexibilizar a irredutibilidade salarial. Essa


flexibilidade se deve ao fato de que, muitas vezes, é mais benéfico para uma categoria aceitar uma
redução salarial (numa crise econômica, por exemplo), que arcar com um grande aumento do
desemprego.

(TRT 2a Região 2015) A irredutibilidade salarial não é absoluta, sendo lícita mediante previsão em
convenção ou acordo coletivo.

Comentários:

É possível a redução salarial através de convenção ou acordo coletivo. Portanto, a irredutibilidade


salarial não é absoluta. Questão correta.

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

Há alguns trabalhadores que possuem remuneração variável. Como exemplo, citamos um


funcionário de uma loja que recebe por comissão de suas vendas. Em meses com alto volume de
vendas, ele recebe muito bem; porém, em um mês de vendas fracas, ele terá uma remuneração
bastante reduzida. A Constituição garante, entretanto, que esse trabalhador nunca receberá uma
remuneração inferior ao salário mínimo.

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

O décimo terceiro salário é o que se conhece por gratificação natalina.

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Esse dispositivo garante aos trabalhadores a percepção de adicional noturno. Destaque-se que o
valor do adicional noturno não é definido pela Constituição Federal, mas sim pela legislação
infraconstitucional.

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É importante que você saiba que a previsão de remuneração do trabalho noturno superior à do
diurno é devida inclusive para os empregados que trabalham em regime de revezamento. É o que
dispõe a Súmula 213 do STF, segundo a qual:

É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de


revezamento

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

A maior parte da população brasileira não possui poupança, dependendo do salário para sobreviver.
O salário é, portanto, uma verba de natureza alimentar; em razão disso é que constitui crime sua
retenção dolosa por parte do empregador.

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de lei para produzir todos os seus efeitos. A
participação nos lucros é desvinculada da remuneração e é uma forma de se estimular a
produtividade do trabalhador.

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

O salário-família é um benefício previdenciário, sendo devido somente ao trabalhador de baixa


renda. É pago em cotas, de acordo com o número de dependentes (se o trabalhador possui um
dependente, ele recebe uma cota do salário-família; se ele possui dois dependentes, ele recebe duas
cotas de salário-família).

Os critérios para o recebimento do salário-família são definidos em lei formal. Mais uma vez,
estamos diante de uma norma de eficácia limitada.

(TRT 2a Região 2015) O salário-família será pago em virtude do dependente do trabalhador, sem
se cogitar da renda por ele auferida, já que se trata de um direito social garantido
constitucionalmente.

Comentários:

O salário família somente é devido ao trabalhador de baixa renda. Questão errada.

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XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;

A regra é a prestação de trabalho por até 8 horas diárias e 44 horas semanais. Normalmente, isso é
feito mediante jornadas de 8 horas de segunda-feira a sexta-feira e de 4 horas no sábado. É possível
a compensação de horários: um trabalhador que tenha um contrato de trabalho de 44 horas
semanais e 8 horas diárias poderá, por exemplo, trabalhar 2 horas a menos em um determinado dia,
compensando-as posteriormente.

Cabe destacar que, excepcionalmente, é possível haver redução da jornada de trabalho, mediante
acordo ou convenção coletiva.

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;

O trabalho prestado em turnos ininterruptos de revezamento é aquele em que há alternância de


horários; nesse regime de trabalho, os trabalhadores se revezam nos postos de trabalho. Em um
determinado dia, trabalha à noite; no outro, pela manhã; no outro, à tarde.

Nesse caso, devido ao grande desgaste para a saúde do trabalhador, a Constituição prevê uma
jornada de seis horas. Note que esta poderá, excepcionalmente, ser aumentada, em caso de
negociação coletiva.

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

Atente para a palavra preferencialmente. Não há obrigação de concessão desse repouso no


domingo: ele pode acontecer em qualquer outro dia da semana.

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do


normal;

A remuneração do serviço extraordinário é o que se conhece por hora-extra. Note a expressão


! Uma questão de concurso que disser que essa remuneração é necessariamente 50%
superior à do serviço normal estará errada.

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

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Esse dispositivo trata do adicional de férias. O trabalhador faz jus a férias, recebendo, durante esse
período, sua remuneração acrescida de, no mínimo, 1/3 do salário normal. Assim, o trabalhador
poderá receber um adicional de férias superior a 1/3 do salário.

Note que a Constituição não dispôs sobre a duração das férias, deixando essa tarefa para a
legislação infraconstitucional.

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

A licença à gestante tem duração de 120 dias, conforme definido pela Constituição. Durante esse
período, a gestante fica licenciada, sem que perca seu emprego e remuneração. Assim, ela mantém
seu vínculo de emprego com a empresa e continua a receber sua remuneração. Cabe destacar que
a licença à gestante é também um direito outorgado às servidoras públicas.

No RE nº 778.889/PE, o STF fixou a tese de que os prazos da licença-gestante não podem ser
superiores aos prazos da licença-adotante, inclusive no que diz respeito às prorrogações. Assim, se
uma lei concede 120 dias de licença à gestante, deverão ser concedidos também 120 dias de licença
à adotante. 11

A licença-paternidade, por sua vez, é benefício que depende de regulamentação por lei: trata-se,
portanto, de norma de eficácia limitada. Como essa lei não foi editada até hoje, está em vigor o
mandamento previsto no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Segundo o art.
10, § 1º, do ADCT, "até que lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX da Constituição, o prazo
da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias".

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

A proteção ao mercado de trabalho da mulher tem como objetivo alcançar a igualdade material.
Nesse caso, almeja-se estabelecer a igualdade de gêneros. Trata-se de mais uma norma de eficácia
limitada.

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
lei;

11
RE 788.889/PE, Rel. Min. Luiz Roberto Barroso. Julgamento: 10.03.2016. Nesse julgado, o STF considerou que o art.
210, da Lei nº 8.112/90, ao conceder apenas 90 dias de licença à adotante, é inconstitucional.

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O aviso prévio se aplica aos contratos de trabalho por tempo indeterminado. É um instituto que tem
como objetivo permitir que o trabalhador tenha um tempo para buscar um novo emprego após
tomar conhecimento da intenção do empregador de demiti-lo.

O aviso prévio deve ser proporcional ao tempo de serviço: quanto maior o tempo de serviço, maior
será o prazo do aviso prévio. Deve-se observar, contudo, que o prazo mínimo do aviso prévio é de
30 dias.

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

A segurança e a saúde no trabalho são considerados direitos essenciais dos trabalhadores. A redução
dos riscos inerentes ao trabalho é, portanto, uma face importante das políticas públicas em matéria
trabalhista. Esse dispositivo é que ampara a edição, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, das
NR N R

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da


lei;

As atividades penosas, insalubres ou perigosas implicam no pagamento de adicional de


remuneração aos trabalhadores. Assim, um trabalhador que exerça atividade perigosa (contato
permanente com inflamáveis e explosivos) receberá adicional de periculosidade; por sua vez, um
trabalhador que exerça atividade insalubre receberá o adicional de insalubridade.

XXIV - aposentadoria;

A aposentadoria é um benefício previdenciário assegurado aos trabalhadores. Não é nosso objetivo,


nesse momento, discorrer sobre os vários tipos de aposentadoria e os requisitos para sua concessão.

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas;

A assistência gratuita em creches e pré-escolas é devida aos filhos e dependentes do trabalhador,


desde o nascimento até 5 (cinco anos) de idade. Atente para esse limite de idade!

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

As negociações coletivas de trabalho podem ser de dois tipos: i) convenções coletivas de trabalho
(celebradas entre sindicato patronal e sindicato dos trabalhadores) e; ii) acordos coletivos de
trabalho (celebrados entre sindicato dos trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresas).

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Destaque-se que as negociações coletivas de trabalho são consideradas fontes do direito do


trabalho.

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

Trata-se de dispositivo que visa evitar que as inovações tecnológicas substituam o papel
desempenhado pelos trabalhadores, buscando garantir que não haja diminuição do número de
postos de trabalho. É uma típica norma de eficácia limitada, cuja concretização depende de lei
regulamentadora.

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

O seguro contra acidentes de trabalho é um encargo do empregador, mas que não o exime de
indenizar o empregado, quando tiver incorrido em dolo ou culpa. Em outras palavras, mesmo
pagando seguro contra acidentes de trabalho, o empregador continua sujeito à indenização caso
estes ocorram. Entretanto, é necessário que haja dolo ou culpa.

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;

Esse inciso precisa ser analisado com atenção. Inicialmente, verifique que, tanto para o trabalhador
urbano quanto para o rural, há possibilidade de se requererem créditos relativos aos últimos cinco
anos do contrato de trabalho. É a chamada prescrição quinquenal.

Entretanto, desfeito o vínculo laboral, o trabalhador terá apenas dois anos para reclamar tais
créditos na Justiça. Nesse caso, entretanto, a cada dia de inércia, perderá um dia de direito. Se entrar
com uma ação trabalhista no último dia do prazo de dois anos, só poderá reaver os créditos
referentes aos três últimos anos do contrato de trabalho, por exemplo.

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do


trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;

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Esses três dispositivos traduzem obrigações de não-discriminação, de isonomia. O inciso XXX proíbe
que sejam estabelecidas diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. O inciso XXXI impede que haja discriminação no tocante
a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência. Por último, o inciso XXXII
veda a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer


trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

D - , temos que:

a) A idade mínima para se trabalhar é aos dezesseis anos. Há, entretanto, uma exceção a esse limite
mínimo de idade: pode-se trabalhar a partir dos quatorze anos de idade, na condição de aprendiz.

b) Os menores de dezoito anos jamais poderão exercer trabalho noturno, perigoso ou insalubre.

Assim, entre os 14 e 16 anos, só pode trabalhar o menor aprendiz. Dos 16 aos 18 anos, qualquer um
pode trabalhar, desde que não seja um trabalho noturno, perigoso ou insalubre. A partir dos 18
anos, o indivíduo pode exercer qualquer trabalho, inclusive o noturno, perigoso ou insalubre.

(TRT 2a Região 2015) O trabalhador faz jus a seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este esta obrigado, apenas quando for resultado de
dolo ou culpa.

Comentários:

É isso mesmo. O trabalhador faz jus a seguro contra acidentes de trabalho. Ademais, a indenização
somente será devida ao trabalhador quando o empregador incorrer em dolo ou culpa. Questão
correta.

(FUB 2015) A realização de trabalho noturno, perigoso ou insalubre por menor de dezoito anos de
idade é permitida desde que o empregador pague a esse trabalhador adicional pecuniário.

Comentários:

Os menores de 18 anos não podem, em qualquer situação, realizar trabalho noturno, perigoso ou
insalubre. Questão errada.

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(TJ / MG 2015) É prevista ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho.

Comentários:

É exatamente o que prevê a literalidade do art. 7º, XXIX, CF/88. Questão correta.

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o


trabalhador avulso.

O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a várias empresas, mas que é contratado por um
órgão gestor de mão-de-obra (OGMO). É o caso, por exemplo, dos estivadores e carregadores que
trabalham nos portos.

A Constituição Federal de 1988 reconhece a igualdade de direitos entre o trabalhador avulso e o


trabalhador com vínculo empregatício permanente.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

O parágrafo único do art. 7º da Constituição sofreu importantes modificações pela Emenda


Constitucional nº 72/2013 que assegurou importantes direitos trabalhistas aos empregados
domésticos. O objetivo da EC nº 72/2013 foi justamente assegurar igualdade de direitos
trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.
Destaque-se que, mesmo após a referida emenda constitucional, nem todos os direitos trabalhistas
foram assegurados aos empregados domésticos:

Na tabela abaixo, relaciono todos os direitos dos domésticos e destaco, em negrito, tudo aquilo que
resulta de previsão da EC no 72/2013:

Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.
Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável (direito
assegurado após a EC no 72/2013).
Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa (direito assegurado após
a EC no 72/2013).
Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria.

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Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho (direito assegurado após a EC no 72/2013).
Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
D Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal
I (direito assegurado após a EC no 72/2013).
R
Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
E
I Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias.
T Licença-paternidade, nos termos fixados em lei.
O Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.
S Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (direito
assegurado após a EC no 72/2013).
D Aposentadoria.
O Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho (direito assegurado após a EC no
72/2013).
D
Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
O
sexo, idade, cor ou estado civil (direito assegurado após a EC no 72/2013).
M
É Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
S portador de deficiência (direito assegurado após a EC no 72/2013).
T Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
I menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos (direito
C assegurado após a EC no 72/2013).
O Integração à previdência social.
Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos (direito assegurado
após a EC no 72/2013).
Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário (direito assegurado após a EC no 72/2013).
Fundo de garantia do tempo de serviço (direito assegurado após a EC no 72/2013).
Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (direito assegurado após a EC no 72/2013).
Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei
(direito assegurado após a EC no 72/2013).
Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas (direito assegurado após a EC no 72/2013).
Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (direito assegurado após a EC no 72/2013).

Outro ponto importante é que alguns dos direitos previstos pela EC no 72/2013 precisam de
regulamentação para que possam ser usufruídos. Em outras palavras, eles não puderam ser
usufruídos de imediato, assim que foi promulgada a EC nº 72/2013. Foi necessária a
regulamentação, que só ocorreu por meio da Lei Complementar nº 150/ 2015. São eles:

- Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

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- Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

- Fundo de garantia do tempo de serviço;

- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

- Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da


lei;

- Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas;

- Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a


que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

Não custa sistematizar tudo isso em outra tabela, para melhor compreensão:

Direitos assegurados aos Direitos assegurados aos domésticos pela PEC no 72/2013
domésticos por normas
originárias da Constituição
De exercício imediato:
 Salário mínimo, fixado em
lei, nacionalmente unificado,
 Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
capaz de atender a suas
percebem remuneração variável;
necessidades vitais básicas e às
 Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
de sua família com moradia,
retenção dolosa;
alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene,  Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias
transporte e previdência social, e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários
com reajustes periódicos que lhe e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
preservem o poder aquisitivo, trabalho;
sendo vedada sua vinculação  Remuneração do serviço extraordinário superior, no
para qualquer fim; mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
 Irredutibilidade do  Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
salário, salvo o disposto em normas de saúde, higiene e segurança;
convenção ou acordo coletivo;  Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
 Décimo terceiro salário trabalho;
com base na remuneração  Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e
integral ou no valor da de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
aposentadoria; civil;
 Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

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 Repouso semanal  Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a


remunerado, preferencialmente menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
aos domingos; anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
 Gozo de férias anuais
remuneradas com, pelo menos,
um terço a mais do que o salário
normal; Direitos de exercício condicionado à obediência à
 Licença à gestante, sem regulamentação legal
prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de cento e vinte  Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
dias; ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
 Licença-paternidade, nos indenização compensatória, dentre outros direitos;
termos fixados em lei;  Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
 Aviso prévio proporcional  Fundo de garantia do tempo de serviço;
ao tempo de serviço, sendo no  Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
mínimo de trinta dias, nos termos  Salário-família pago em razão do dependente do
da lei; trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
 Aposentadoria;  Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
 Integração à previdência nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
social.  Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa.

Como poucos direitos listados nos incisos do art. 7º C


poucos não foram atribuídos aos domésticos, acho interessante lista-los abaixo, para que você não

 Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do


trabalho;
 Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão
da empresa, conforme definido em lei;
 Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
Direitos que não foram,
 Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
atribuídos, pela CF/88, aos
incentivos específicos, nos termos da lei;
domésticos.
 Adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
 Proteção em face da automação, na forma da lei;
 Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho;

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 Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e


intelectual ou entre os profissionais respectivos;
 Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Obviamente, alguns desses direitos não foram previstos para o doméstico pelas próprias
N
que não trabalham em uma pessoa jurídica.

Apesar dessa aparente falta de isonomia, é importante que você atente para um detalhe: a
Constituição Federal prevê, sim, a igualdade de direitos entre domésticos e demais trabalhadores,
urbanos e rurais. Nos termos da PEC no 72/2013, diz- altera a redação do parágrafo
único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre

(UEG 2015) Os empregados domésticos passaram a ter direitos sociais antes previstos apenas para
os demais trabalhadores em geral. É o caso do piso salarial nacional, que deve ser proporcional à
extensão e à complexidade do trabalho.

Comentários:

A EC nº 72/2013 não atribuiu aos empregados domésticos o direito ao piso salarial proporcional à
extensão e à complexidade do trabalho. Questão errada.

4 OS DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS TRABALHADORES

Em seus arts. 8º a 11, a Constituição enumera vários direitos coletivos dos trabalhadores. Que tal
lermos esses dispositivos juntos, fazendo os apontamentos necessários para gabaritar as questões
de prova a eles referentes?

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;

A fundação de sindicato independe de autorização estatal (nem mesmo a lei poderá fazer tal
exigência). Todavia, a fundação de sindicato necessita de registro em órgão competente, ou seja,

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registro no Ministério do Trabalho e Emprego. Destaque-se que é vedada a interferência do Poder


Público nos sindicatos (princípio da autonomia sindical).

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de


categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

Esse dispositivo consagra o princípio da unicidade da organização sindical, que é um limitador da


autonomia sindical. Segundo esse princípio, não podem coexistir mais de um sindicato da mesma
categoria profissional (trabalhadores) ou econômica (empregadores) dentro de uma idêntica base
territorial, que não poderá ser inferior à área de um Município. Como exemplo, só poderá haver um
Sindicato de professores no Município de Belo Horizonte.

E em caso de existirem mais dois sindicatos na mesma base territorial?

Nesse caso, estaremos diante de um conflito, a ser resolvido pela anterioridade, ou seja, a categoria
será representada pela entidade que primeiro realizou seu registro no órgão competente. Percebe-
se, aqui, que o registro do sindicato no Ministério do Trabalho e Emprego é um instrumento
essencial para que o Estado realize o controle da unicidade sindical.

(TCE-PE 2017) Por imposição de lei, se um órgão estadual for criado, os servidores ocupantes de
cargo efetivo desse órgão poderão, desde que com prévia autorização do órgão estatal competente,
fundar sindicato.

Comentários:

A criação de sindicato independe de autorização do Poder Público. Segundo o art. 8º, I, CF/88, a lei
não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical
Questão errada.

(Manausprev 2015) O princípio da unicidade sindical garante a existência de uma única


organização sindical representativa de um mesmo grupo de trabalhadores ou de empresários numa
mesma base territorial.

Comentários:

De fato, o princípio da unicidade sindical, previsto no inciso II do art. 8º da Constituição, determina


que não podem coexistir mais de um sindicato da mesma categoria profissional (trabalhadores) ou

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econômica (empregadores) dentro de uma idêntica base territorial, que não poderá ser inferior à
área de um Município. Questão correta.

(Manausprev 2015) A fundação de sindicato depende de autorização estatal, cabendo ao Poder


Público definir a abrangência territorial de determinada organização sindical.

Comentários:

A fundação de sindicato independe de autorização estatal. A abrangência territorial da organização


sindical é definida pelo trabalhadores ou empregadores interessados. Questão errada.

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive
em questões judiciais ou administrativas;

Destaca-se que o STF, com base no inciso acima, entende que o sindicato pode atuar na defesa de
todos os direitos individuais e coletivos dos integrantes da categoria que representa. Exemplo: o
sindicato dos Auditores da Receita Federal poderá atuar na defesa judicial ou administrativa de um
único membro acusado de acesso imotivado aos sistemas do órgão.

O STF considera, ainda, que o art. 8º, inciso III, assegura ampla legitimidade ativa aos sindicatos para
atuarem como substitutos processuais das categorias que representam, na defesa de direitos e
interesses coletivos ou individuais de seus integrantes. Conforme já se sabe, quando se trata de
substituição processual, não há necessidade de prévia autorização dos trabalhadores.12

IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será


descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;

É fundamental sabermos a diferença entre a contribuição confederativa e a contribuição sindical.

A contribuição confederativa tem fundamento no art. 8º, inciso IV, CF/88. Possui caráter
facultativo, sendo cobrada apenas dos filiados do sindicato. Sabe-se que ninguém é obrigado a filiar-
se ou manter-se filiado, mas aqueles que o fizerem deverão pagar a contribuição confederativa. Não
possui natureza jurídica tributária, sendo seu valor fixado pela assembleia geral.

Sobre a contribuição confederativa, o STF editou a Súmula Vinculante nº 40:

Súmula Vinculante nº 40: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

12
STF, RE nº 193.503/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa. 12.06.2006.

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A contribuição sindical, por sua vez, tem fundamento no art. 149, CF/88, possuindo natureza
jurídica tributária. Com a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), a contribuição sindical passou
a ser obrigatoriamente recolhida pelos empregadores apenas daqueles empregados que assim
autorizarem.13 Seu valor é fixado em lei.

Para melhor fixação das duas possíveis contribuições a serem fixadas por sindicato, veja o quadro
abaixo:

Contribuição confederativa Contribuição sindical

É facultativa; É obrigatoriamente recolhida pelos


Fixada pela assembleia geral empregadores daqueles empregados que
assim autorizarem;
Fixada em lei;
Natureza de tributo

(Manausprev 2015) A contribuição confederativa é encargo de caráter tributário, compulsório,


que sujeita, além dos filiados, todos os profissionais da categoria.

Comentários:

A contribuição confederativa é exigida apenas dos filiados e, em razão disso, não possui natureza
tributária. Questão errada.

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

Trata-se do princípio da liberdade de inscrição sindical, segundo o qual os trabalhadores são livres
para decidirem se filiar ou se manterem filiados a sindicato. Em outras palavras, a participação em
sindicato não é compulsória. Cabe destacar que o art. 8º, V, CF/88 é corolário (consequência) do
princípio da liberdade de associação (5 XX ninguém poderá ser compelido a
associar-se ou manter-se associado

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

Os sindicatos tem atuação importante nas negociações coletivas de trabalho (convenções coletivas
e acordos coletivos). Nas convenções coletivas, a negociação se dá entre sindicato de trabalhadores

13
Art. 582, CLT.

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e sindicato patronal; nos acordos coletivos, entre o sindicato de trabalhadores e uma empresa ou
grupo de empresas. Em todos os casos, percebe-se que haverá participação do sindicato.

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

A CF/88 garante ao aposentado filiado ampla participação no sindicato da categoria, podendo votar
e ser votado. Assim, o aposentado poderá ser eleito dirigente sindical.

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de


direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Trata-se da estabilidade sindical, que consiste em proteção especial dispensada aos dirigentes
eleitos dos trabalhadores. O empregado que se candidatar a cargo de direção ou representação
sindical, não poderá ser dispensado a partir do registro de sua candidatura. Se eleito (mesmo
suplente), não poderá ser dispensado até um ano depois de findo o mandato, exceto se cometer
falta grave, nos termos da lei.

Perceba que, mesmo após ter sido eleito dirigente ou representante sindical, o empregado poderá
ser dispensado. No entanto, a dispensa somente poderá ocorrer caso ele cometa falta grave.

A estabilidade sindical é relativa, sendo possível a dispensa do empregado em virtude da extinção


da empresa na qual ele e “ “TF a garantia constitucional
assegurada ao empregado enquanto no cumprimento de mandato sindical (CF, art. 8º, VIII) não se
destina a ele propriamente dito, ex intuitu personae, mas sim à representação sindical de que se
investe, que deixa de existir, entretanto, se extinta a empresa empregadora 14

(Manausprev 2015) A garantia constitucional assegurada ao empregado enquanto no


cumprimento de mandato sindical se destina à pessoa do empregado e tem intuitu personae.

Comentários:

A jurisprudência do STF é no sentido contrário. Segundo a Corte, a garantia da estabilidade sindical


não se destina à pessoa do empregado, mas sim à representação sindical de que ele se investe.
Questão errada.

14
RE 222.334. Rel. Min. Maurício Corrêa. DJ: 08.03.2002.

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Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de


colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

A Constituição Federal, para não deixar qualquer margem de dúvida, dispôs que as regras do art.8º
também se aplicam aos sindicatos rurais e de colônias de pescadores.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das


necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

O art. 9º da CF assegura aos trabalhadores o direito de greve. Não se trata de direito absoluto, uma
vez que as necessidades inadiáveis da comunidade deverão ser atendidas e aqueles que abusarem
do direito ficarão sujeitos a penas fixadas em lei.

A doutrina majoritária considera que o direito de greve dos trabalhadores da iniciativa privada
(regidos pela CLT) é norma de eficácia contida, pois poderá ser restringido por lei. Recorde-se que
o direito de greve dos servidores públicos é norma de eficácia limitada, dependendo, para seu
exercício, da edição de lei regulamentadora.

“ “TF não constitui falta grave a entrada do empregado em greve, desde que não se trate
de movimento condenado pela Justiça do Trabalho e desde que o comportamento seja pacífico no
pertinente 15 Com efeito, a adesão ao movimento grevista não pode ser considerada falta grave,
mas sim um direito do trabalhador.

Observe que, apesar de o direito de greve ser considerado um direito social, ele não envolve
qualquer prestação positiva por parte do Estado. Ao contrário, deverá o Estado abster-se de atuar,
permitindo que os trabalhadores defendam seus interesses por meio de movimento grevista.

(TJ / SC 2015) O direito de greve é um direito social, não dependendo de uma prestação estatal
específica para o seu exercício.

15
STF, RE nº 51.301. Rel. Min. Cunha Melo.

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Comentários:

Apesar de ser um direito social, o direito de greve não depende de prestação estatal específica para
o seu exercício. Questão correta.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.

Esse dispositivo é, normalmente, cobrado em sua literalidade. Basta saber que os trabalhadores e
empregadores têm direito a participar no colegiado de órgãos públicos em que seus interesses
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Apenas para ilustrar com
um exemplo, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) é um órgão colegiado do qual
participam representantes do Governo, dos trabalhadores em atividade, dos empregadores e dos
aposentados.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

O objetivo do art. 11 é melhorar a interlocução entre empregadores e empregados naquelas


empresas com grande número de trabalhadores. Assim, nas empresas com mais de 200
empregados, é assegurada a eleição de um representante destes. Esse representante terá a tarefa
(finalidade exclusiva) de promover o entendimento direito entre os empregados e os empregadores.

(Polícia Rodoviária Federal 2014) Nas empresas com mais de cem empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover o entendimento direto
com os empregadores.

Comentários:

A questão foi no detalhe! Essa regra somente se aplica às empresas com mais de 200 empregados.
Questão errada.

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NACIONALIDADE

1 INTRODUÇÃO

Segundo a doutrina dominante, os elementos constitutivos do Estado são território, povo e governo
soberano. Dentre esses três elementos, o povo é o que constitui a dimensão pessoal do Estado. Ao
contrário da população (composta pelo conjunto de pessoas que habitam o território de um Estado),
o povo compõe-se dos seus nacionais, independentemente do local em que residam.

A nacionalidade é justamente o vínculo jurídico-político entre o Estado soberano e o indivíduo, que


torna este um membro integrante da comunidade que constitui o Estado. Segundo Mazzuoli, a
nacionalidade comporta duas dimensões: a dimensão vertical (que liga o indivíduo ao Estado) e a
dimensão horizontal (que liga o indivíduo ao elemento povo).16 A dimensão vertical da
nacionalidade impõe obrigações ao indivíduo perante o Estado, próprias de uma relação de
subordinação. Já a dimensão horizontal, pressupõe uma relação sem grau hierárquico, isto é, uma
relação paritária do indivíduo com a comunidade à qual pertence.

Compete a cada Estado legislar sobre sua própria nacionalidade, respeitando, é claro, os
compromissos gerais e particulares aos quais tenha se obrigado. O Estado soberano é, afinal, o único
outorgante possível da nacionalidade. É ele quem tem poder para determinar quem são seus
nacionais, quais as condições de aquisição da nacionalidade e, ainda, disciplinar sua perda. Pode-se
afirmar, portanto, que o estabelecimento de critérios para a concessão de nacionalidade é ato de
manifestação da soberania estatal.

Nacionalidade não se confunde com cidadania. A cidadania é um atributo que diferencia aqueles
que possuem pleno gozo dos direitos políticos daqueles que não possuem esse direito. Já a
nacionalidade é o que diferencia os nacionais dos estrangeiros, isto é, diferencia os indivíduos que
possuem uma ligação pessoal com o Estado daqueles que não o tem. O conceito de nacionalidade
é mais amplo que o de cidadania, o que se pode depreender a partir do exame do caso brasileiro.
Como regra geral, todos aqueles que possuem cidadania brasileira também possuem nacionalidade
brasileira. Já o contrário nem sempre é verdade! Uma criança de 5 anos de idade possui
nacionalidade brasileira, mas não possui cidadania, pois ainda não goza plenamente de seus direitos
políticos.

16
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010.

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2 ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE PELO DIREITO BRASILEIRO

A doutrina fala na existência de dois tipos de nacionalidade: a nacionalidade originária (primária) e


a nacionalidade derivada (adquirida ou secundária).

A nacionalidade originária é aquela que resulta de um fato natural, o nascimento; diz-se, portanto,
que é uma forma involuntária de aquisição de nacionalidade. É atribuída ao indivíduo em razão de
jus sanguinis jus soli O
a nacionalidade originária são chamados de .

A nacionalidade derivada, por sua vez, é aquela cuja aquisição depende de ato de vontade (ato
volitivo), praticado depois do nascimento; diz-se que a nacionalidade derivada é obtida mediante a
naturalização. Os brasileiros que recebem a nacionalidade derivada são chamados de
.

Nascimento

Primária (originária)
Jus us
NACIONALIDADE )

Secundária (adquirida ou Ato volitivo


derivada)

Vejamos, a seguir, como se dá a atribuição de nacionalidade originária e nacionalidade derivada no


ordenamento jurídico brasileiro. Comecemos com a atribuição de nacionalidade originária: quem
são, afinal, os brasileiros natos?

Conforme já havíamos comentado, a nacionalidade originária pode ser estabelecida tanto pela
origem sanguínea jus sanguinis anto pela origem territorial jus soli P
primeiro critério, é nacional todo aquele filho de nacionais, independentemente de onde tenha
nascido. Já pelo segundo, é nacional quem nasce no território do Estado que o adota,
independentemente da origem sanguínea dos seus pais.

A Constituição Brasileira, como você verá a seguir, jus soli . Há, entretanto,
exceções, nas quais pre jus sanguinis Vamos à análise do art. 12 da CF?

Art. 12. São brasileiros:

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I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

No art. 12, inciso I, estão as hipóteses de aquisição de nacionalidade originária; em outras palavras,
é esse dispositivo que define quem são os brasileiros natos. Tente memorizá-las, caro (a) aluno (a),
pois elas são constantemente cobradas nos concursos em sua literalidade.

Na C jus soli considerando brasileiro


nato qualquer pessoa nascida em território nacional, mesmo que de pais estrangeiros. Entretanto,
há uma exceção: se o nascido no Brasil for filho de estrangeiros que estejam a serviço de seu Pais,
não será brasileiro nato.

Vamos a dois exemplos para ilustrar melhor esse dispositivo!

Suponha que Diego e Martha, casal de argentinos, venha ao Brasil passar suas férias. Martha está
P N
Dieguito Jr! Trata-se de nascido no Brasil, filho de pais estrangeiros que não estavam a serviço de
seu País (estavam de férias!). Será, então, brasileiro nato.

Agora, imagine que Vladislav Spetanovich, diplomata russo, venha servir aqui no Brasil, junto com
sua esposa Marianova Chevichenko. Marianova engravida e nasce, aqui no Brasil, o filho do casal,
Vladislav Jr. Apesar de ter nascido em território brasileiro, Vladislav Jr. é filho de pais estrangeiros
que estavam a serviço da Rússia. Portanto, ele não será brasileiro nato.

D três situações
possíveis:

a) Um filho de pai ou mãe brasileiros, ou ambos, nasce em território brasileiro: será brasileiro
nato.

b) Um filho de pais estrangeiros, sendo que um deles, ou ambos, estejam no Brasil a serviço
de seu país nasce em território brasileiro: não será brasileiro nato. Cabe destacar que é uma
regra consuetudinária de direito internacional que os filhos de agentes de Estados
estrangeiros, como diplomatas e cônsules, sejam normalmente excluídos da atribuição de
jus soli

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Cuidado! P
necessário o cumprimento cumulativo de 2 (duas) condições:

- ambos os pais serem estrangeiros e;

- algum dos pais ou ambos estarem a serviço de seu país.

Atenção! Imagine o seguinte caso! Um diplomata italiano está no Brasil a serviço de seu país
e casa-se com uma brasileira. Eles têm um filho que nasce em território brasileiro. O filho será
jus soli
cumprida algum dos pais ou ambos estarem a serviço de seu país A
ambos os pais serem estrangeiros

c) Um filho de estrangeiros que não estão a serviço de seu país nasce em território brasileiro:
será brasileiro nato.

P território brasileiro
abrange, além das terras delimitadas pelas fronteiras geográficas, o mar territorial e espaço aéreo.

Na , a Constituição estabelece que são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai


brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do
Brasil. O legislador constituinte adotou, aqui, o jus sanguinis , prevendo, todavia um
requisito adicional: o fato de qualquer um dos pais (ou ambos) estar a serviço da República
Federativa do Brasil, o que significa qualquer serviço prestado por órgão ou entidade da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Suponha, por exemplo, que Miguel, diplomata brasileiro, vá servir na Alemanha. Lá ele conhece a
alemã Denise Fürst e com ela tem um filho: Miguel Jr. Apesar de ter nascido no exterior, Miguel Jr.
é filho de pai brasileiro que estava a serviço da República Federativa do Brasil. Ele será, portanto,
brasileiro nato.

R
cumprimento cumulativo de dois requisitos:

a) Ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, ou de ambos.

b) O pai ou a mãe, ou ambos, deverão estar a serviço do Brasil no exterior.

M ileira e estes
não B

Excelente pergunta! Partimos aí para a terceira hipótese de aquisição de nacionalidade originária,

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Na C os nascidos no estrangeiro de pai


brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacional

Assim, há duas possibilidades diferentes de aquisição de nacionalidade quando o indivíduo nasce


no exterior, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira que não estão a serviço do Brasil:

a) O indivíduo é registrado em repartição brasileira competente ou;

b) O indivíduo vem a residir no Brasil e opta, em qualquer tempo, depois de atingida a


maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Na primeira possibilidade, o registro do indivíduo perante repartição competente é condição


suficiente para que ele seja considerado brasileiro nato. Na segunda possibilidade, o indivíduo
precisa residir no Brasil e, além disso, manifestar sua vontade. É o que a doutrina denomina
nacionalidade potestativa.

Ressalte-se que essa manifestação de vontade somente poderá ocorrer após a maioridade.
Destaque-se que a opção pela nacionalidade brasileira deverá, nesse último caso, ser feita em juízo,
em processo que tramita perante a Justiça Federal. Trata-se de processo de jurisdição voluntária,
que se encerra com sentença judicial que homologa a opção feita pelo indivíduo. A homologação
da opção pela nacionalidade brasileira produz efeitos ex tunc17, o que faz com o indivíduo seja
considerado brasileiro nato desde o seu nascimento.

E tejam a serviço do Brasil e que tenha nascido no exterior vier a


Q

Excelente pergunta! Nesse caso, o menor será considerado brasileiro nato. Entretanto, a aquisição
definitiva de sua nacionalidade dependerá de sua manifestação após a maioridade. Uma vez tendo
sido atingida a maioridade, fica suspensa a condição de brasileiro nato, enquanto não for efetivada
a opção pela nacionalidade brasileira. A maioridade passa a ser, então, condição suspensiva da
nacionalidade brasileira até o momento em que for feita a opção.

(MPT 2015) A nacionalidade potestativa será incorporada pelo indivíduo se for registrado em
repartição brasileira no exterior e vier a residir no Brasil antes da maioridade.

Comentários:

17
RE 916.043/RS. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgamento: 31.03.2017.

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A nacionalidade potestativa será adquirida quando o indivíduo nasce no exterior, filho de pai
brasileiro ou mãe brasileira, e não é registrado em repartição brasileira competente. Aí, ele vem a
residir no Brasil e opta, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira. Questão errada.

(PC / DF 2015) Suponha-se que Antônio tenha nascido no estrangeiro, sendo filho de pai brasileiro
e mãe estrangeira. Nesse caso, Antônio poderá optar, em qualquer tempo, depois de atingir dezoito
anos de idade, pela nacionalidade brasileira originária, desde que venha residir no Brasil.

Comentários:

É A I “ os
nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Questão
correta.

(DPE / RO 2015) Ernesto, filho de pais brasileiros, nascido e registrado na República do Paraguai,
ao atingir a maioridade, decide vir para o Brasil. Ao chegar neste País, consulta um Defensor Público
a respeito dos seus direitos. É correto afirmar que Ernesto é considerado brasileiro nato pelo simples
fato de seus pais serem brasileiros.

Comentários:

De jeito nenhum! O simples fato de ser filho de brasileiros não faz com que Ernesto seja brasileiro
nato. Ernesto será brasileiro nato se vier a residir no Brasil e optar, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Questão errada.

(SSP / AM 2015) Peter, filho de um casal austríaco, nasceu no território brasileiro quando seus pais
aqui estavam a serviço da Embaixada da Áustria. Após o seu nascimento, permaneceu no Brasil por
cerca de dez anos, até que a família retornou ao País de origem. Como Peter passou a ter sólidos
laços afetivos com o Brasil, sendo frequentes as suas viagens a passeio para este País, tomou a
decisão de candidatar-se a um cargo eletivo que é privativo de brasileiro nato. É possível afirmar que
Peter somente pode ser considerado brasileiro nato caso sua família tenha providenciado o seu
registro de nascimento no Brasil, enquanto aqui residiu.

Comentários:

Apesar de ter nascido no Brasil, Peter não será brasileiro nato. Isso porque ele é filho de pais
estrangeiros que estavam no Brasil a serviço de seu País (no caso, a Áustria). Questão errada.

Dando continuidade à análise do art. 12, que tal verificarmos as condições para a aquisição
secundária (derivada) da nacionalidade?

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Art. 12. São brasileiros:


(...)
II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais


de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

Observe que, no Brasil, a aquisição de nacionalidade derivada somente se dará por manifestação do
interessado (ou seja, será sempre expressa), mediante naturalização.

Na , temos a hipótese de naturalização ordinária, concedida aos estrangeiros que


cumpram os requisitos descritos em lei (Lei da Migração). No caso de estrangeiros originários de
países de língua portuguesa, o processo de naturalização é facilitado, sendo apenas exigidos dois
requisitos:

a) residência no Brasil por um ano ininterrupto;

b) idoneidade moral.

Cabe destacar, entretanto, que o mero cumprimento dos requisitos não assegura ao estrangeiro a
concessão da nacionalidade brasileira. A concessão da naturalização ordinária é ato discricionário
do Chefe do Poder Executivo, ou seja, depende de uma análise quanto à conveniência e à
oportunidade por parte deste.

Na , está prevista a naturalização extraordinária, que depende do cumprimento de 3


(três) requisitos:

a) Residência ininterrupta no Brasil por mais de quinze anos;

b) Ausência de condenação penal;

c) Requerimento do interessado.

Ao contrário do que ocorre na naturalização ordinária, cumpridos esses três requisitos, o interessado
tem direito subjetivo à nacionalidade brasileira. Portanto, esta não pode ser negada pelo Chefe do
Executivo; trata-se de ato vinculado do Presidente da República.

O STF já referendou esse entendimento. No caso levado à apreciação da Corte, uma estrangeira
que residia há mais de 15 anos ininterruptos no Brasil e sem condenação penal foi aprovada em
concurso público. Obtida a aprovação, apresentou requerimento da sua naturalização

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extraordinária. Na data da posse, todavia, a sua nacionalidade ainda não tinha sido reconhecida pelo
Estado brasileiro. Diante dessa situação, seria nula a posse no cargo público?

Segundo o STF, o reconhecimento da naturalização extraordinária pelo Poder Executivo gera


efeitos declaratórios (e não constitutivos), retroagindo à data de apresentação do requerimento.
Assim, o requerimento da naturalização extraordinária seria suficiente para viabilizar a posse no
cargo público. 18

Por último, é importante destacar entendimento do STF no sentido de que não se revela possível,
em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição da nacionalidade brasileira jure matrimonii,
19
. Isso porque tal hipótese
não foi contemplada pela Constituição.

Esquematizando:

Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde

Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer


Brasileiros R F B
natos Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira (nacionalidade potestativa)
Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
Brasileiros moral (naturalização ordinária concessão é ato discricionário do Presidente da
naturalizados República)
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização extraordinária concessão é
direito subjetivo do interessado)

(MPT 2015) A naturalização extraordinária apresenta como requisitos: residência no Brasil há


quinze anos ininterruptos, ausência de condenação penal, requerimento do interessado e
idoneidade moral.

Comentários:

18
RE 264.848-5 / TO. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. Julgamento em 29.06.2005.
19
Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010.

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A idoneidade moral não é requisito para a naturalização extraordinária. Questão errada.

(SEFAZ / PE 2014) A naturalização extraordinária, que beneficia qualquer estrangeiro que resida
no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, depende de requerimento,
cuja resposta, em caso positivo, tem efeitos constitutivos.

Comentários:

O reconhecimento da naturalização extraordinária gera efeitos declaratórios (e não constitutivos).


Questão errada.

3 PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL

Art. 12...........................................................................................
(...)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.

A Constituição Federal de 1988 estabelece condições favoráveis para os portugueses, que receberão
tratamento igual ao de um brasileiro naturalizado. Segundo a doutrina, trata-se de uma situação
quase-nacionalidade

Para que possam receber esse tratamento, todavia, é necessário o cumprimento de dois requisitos:

a) os portugueses deverão ter residência permanente no Brasil;

b) deverá haver reciprocidade de tratamento em favor dos brasileiros, ou seja, Portugal


deverá conferir os mesmos direitos aos brasileiros que lá residam.

Veja que não há atribuição de nacionalidade aos portugueses nem aos brasileiros que residam em
Portugal. O português vivendo com ânimo permanente no Brasil continua português; o brasileiro
vivendo em Portugal continua brasileiro. O que existe é tão somente concessão de direitos inerentes
aos nacionais do Estado. Dessa forma, não é necessário que um português se naturalize brasileiro
para que possa gozar dos mesmos direitos que um brasileiro naturalizado, pois, sem fazê-lo, já deles
pode usufruir.

4 CONDIÇÃO JURÍDICA DO NACIONALIZADO

Segundo o art. 12, § 2º, CF/88, a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Em outras palavras, os brasileiros natos
e os brasileiros naturalizados devem ser tratados com isonomia. Somente poderá haver

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discriminação entre um e outro nos casos previstos na própria Constituição. Leis que discriminem
entre brasileiros natos e naturalizados são flagrantemente inconstitucionais.

Uma das principais distinções entre brasileiros natos e naturalizados diz respeito à ocupação de
alguns cargos, conforme previsto no art. 12, § 3º, CF/88:

Art. 12............................................................................................
(...)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas;

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Os cargos acima fazem parte de uma lista taxativa, caro (a) aluno (a)! Quem não está na lista não
precisa ser brasileiro nato para assumir o cargo.

Como decorar a lista? Achando a lógica dela! Vamos à explicação...

O legislador constituinte buscou assegurar que o Presidente da República fosse brasileiro nato para
garantir a soberania nacional, ou seja, para garantir que o Chefe do Executivo não usaria o cargo
para servir a interesses de outros Estados. Para isso, também só permitiu a brasileiros natos o acesso
a cargos que podem suceder o Presidente: Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos
Deputados, Presidente do Senado Federal e Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Também em nome da defesa da soberania nacional, nosso constituinte restringiu o acesso à carreira
diplomática. Isso porque o diplomata representa o Brasil em outros Estados, e poderia mais
facilmente sucumbir aos interesses destes se fosse naturalizado. Seria difícil para um argentino
naturalizado brasileiro celebrar um tratado que favorecesse o Brasil em detrimento da Argentina,
por exemplo.

A explicação para o acesso somente de brasileiros natos aos dois últimos cargos é ainda mais óbvia!
Somente o brasileiro nato pode ser oficial das Forças Armadas ou Ministro do Estado da Defesa.

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Isso para diminuir o risco de os ocupantes desses cargos favorecerem qualquer outra nação em caso
de guerra. Imagine as Forças Armadas pedirem a um naturalizado que bombardeie a terra em que
nasceu! Dificilmente a ordem seria acatada, não é mesmo? E o Ministro da Defesa? Como planejaria
usar as Forças Armadas brasileiras contra seus próprios conterrâneos? Seu julgamento certamente
ficaria comprometido, com graves danos à segurança do Brasil...

As bancas examinadoras adoram fazer pegadinhas sobre esse tema. Vejamos, abaixo, alguns
detalhes sobre os quais vocês devem ficar bastante atentos:
1) O Senador ou Deputado Federal não precisa ser brasileiro nato. Apenas devem ser brasileiros
natos o Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do Senado Federal.
2) O único Ministro de Estado que deve ser brasileiro nato é o Ministro da Defesa. Os outros
Ministros podem ser brasileiros naturalizados.
3) Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos privativos de brasileiro nato. Isso porque
eles recebem o tratamento de brasileiro naturalizado.

Há, ainda, outras distinções constitucionais entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados:

a) O art.89, inciso VII, da CF/88 estabelece que 6 (seis) vagas do Conselho de República, órgão
superior de consulta do Presidente da República, foram reservadas para brasileiros natos.

b) O art. 5º, inciso LI, da CF/88 estabelece que os brasileiros natos não serão, em hipótese
alguma, extraditados. Já os brasileiros naturalizados poderão ser extraditados em caso de
crime comum cometido antes da naturalização ou de comprovado envolvimento com tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

c) O art. 222 da CF/88 estabelece restrições ao direito de propriedade de empresas


jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens. Só poderão ser proprietários
desse tipo de empresa brasileiros natos ou os naturalizados há mais de 10 anos. Se essa
empresa for uma sociedade, pelo menos 70% do capital total e votante deverá pertencer a
brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos. Um brasileiro naturalizado há menos
de 10 anos também não poderá participar da gestão desse tipo de empresa.

(TJ / MG 2015) São privativos de brasileiros natos os cargos de Presidente, Vice-Presidente da


República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministros dos

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Tribunais Superiores; Diplomatas de carreira; Oficial das Forças Armadas e Ministro de Estado da
Defesa.

Comentários:

Pegadinha! Os cargos de Ministros dos Tribunais Superiores não são privativos de brasileiro nato.
Apenas os Ministros do STF é que devem ser brasileiros natos. Questão errada.

5 PERDA DA NACIONALIDADE

A perda da nacionalidade é a extinção do vínculo patrial que liga o indivíduo ao Estado. No Brasil, a
perda da nacionalidade ocorrerá nos termos do art. 12, § 4º, CF/88:

Art. 12............................................................................................
(...)
§4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

Conforme é possível depreender a partir da análise do dispositivo supracitado, há duas hipóteses


de perda da nacionalidade:

a) Cancelamento de naturalização (art.12, §4º, I): O cancelamento de naturalização será


determinado por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
Uma vez que tenha transitado em julgado essa ação, o indivíduo somente poderá readquirir
a nacionalidade brasileira mediante uma ação rescisória, não sendo possível uma nova
naturalização. Destaque-se que, como não poderia deixar de ser, essa primeira hipótese de
perda de nacionalidade somente se aplica a brasileiros naturalizados.

b) Aquisição de outra nacionalidade (art.12, §4º, II): Essa segunda hipótese de perda de
nacionalidade se aplica tanto a brasileiros natos quanto a brasileiros naturalizados. É o que a
doutrina denomina de perda-mudança ou de perda da nacionalidade por naturalização
voluntária. Destaque-se que a reaquisição de nacionalidade brasileira no caso de perda por

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naturalização voluntária será feita mediante decreto do Presidente da República, se o


indivíduo estiver domiciliado no Brasil.

Perderá a nacionalidade brasileira aquele que adquirir voluntariamente outra nacionalidade, salvo
nos seguintes casos:

- Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira. Suponha, por exemplo,


que Giani Canavarro (brasileiro nato) seja filho de pai italiano e, portanto, tenha direito, pela
lei italiana, a ser também italiano nato. Veja que, nesse caso, a lei estrangeira está
reconhecendo nacionalidade originária a Giani (afinal, ele será italiano nato). Portanto, ao
adquirir a nacionalidade italiana, Giani não perderá a nacionalidade brasileira. Ele ficará com
uma dupla nacionalidade (polipatria)

- Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis. Suponha qu X
se casar com uma nacional daquele país caso obtenha sua naturalização. Perceba que a
naturalização está sendo imposta como uma condição para o exercício de um direito civil (o
casamento). Logo, esse indivíduo, ao adquirir a nacionalidade estrangeira, não perderá a
nacionalidade brasileira. Também nesse caso, o indivíduo ficará com dupla nacionalidade.

No MS 33.864/DF, o STF apreciou um caso bem interessante. Uma brasileira nata havia se
naturalizado norte-americana, o que resultou na perda da nacionalidade brasileira mediante
Portaria do Ministério da Justiça.

Os EUA pleitearam a extradição dessa mulher. Ela, então, ingressou com mandado de segurança
pedindo a revogação da Portaria do Ministério da Justiça. Argumentou que a obtenção da
nacionalidade norte-americana tinha como objetivo o pleno gozo de direitos civis, inclusive o de
moradia.

O STF denegou o mandado de segurança, reconhecendo a possibilidade de extradição. Ficou


consignado que, no caso, a aquisição da nacionalidade norte-americana havia ocorrido por livre e
espontânea vontade, uma vez que ela já tinha o green card, o que lhe assegurava o direito de
moradia e trabalho legal nos EUA.

Com esse entendimento do STF, pode-se afirmar que é possível a extradição daquele que perdeu a
condição de brasileiro nato pela aquisição de outra nacionalidade.

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(MPT 2015) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra
nacionalidade, salvo no caso de imposição, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o fim de exercício
de direitos civis.

O brasileiro que adquirir outra nacionalidade perderá a nacionalidade. Isso não se aplica no caso de
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Questão
correta.

(PC / DF 2015) Suponha-se que Carlos, brasileiro nato, resida há muitos anos no estrangeiro e
precise adquirir a nacionalidade estrangeira como condição de permanência naquele território.
Nesse caso, se ele obtiver a referida nacionalidade, perderá a nacionalidade brasileira.

Comentários:

Na situação apresentada, Carlos não perderá a nacionalidade brasileira. Segundo o art. 12, §4º, II,
imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis. Questão errada.

6 LÍNGUA E SÍMBOLOS OFICIAIS

Só para cobrirmos qualquer surpresa na prova, peço que leia o art. 13, transcrito a seguir, que
somente poderá ser pedido em sua literalidade.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

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QUESTÕES COMENTADAS

DIREITOS SOCIAIS

1. (CESPE/ TRT 7a Região 2017) Assinale a opção correspondente a previsão contida na CF a


respeito da associação profissional ou sindical.

a) Qualquer sindicalizado tem competência para defender os direitos e interesses coletivos ou


individuais da categoria.

b) O aposentado filiado tem direito a votar, mas não pode ser eleito para cargos nas organizações
sindicais.

c) A participação dos sindicatos é obrigatória nas negociações coletivas de trabalho.

d) A filiação a sindicato profissional será obrigatória se prevista em contrato, escrito ou verbal.

Comentários:

Letra A: errada. Trata-se de competência do sindicato, prevista no art. 8º, III, da Constituição.

Letra B: errada. O aposentado filiado tem direito tanto a votar quanto a ser votado nas organizações
sindicais (art. 8º, VII, CF).

Letra C: correta. É o que dispõe o inciso VI do art. 8º da Constituição.

Letra D: errada. Não há tal obrigatoriedade. A Carta Magna determina que ninguém será obrigado a
filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato (art. 8º, V, CF).

O gabarito é a letra C.

2. (CESPE / TCE-PR 2016) Os direitos sociais relativos a educação, saúde, alimentação,


trabalho e moradia constituem norma constitucional de conteúdo programático, razão por que
não se pode exigir dos poderes públicos atuação no sentido de provê-los.

Comentários:

Os direitos sociais são exigíveis do Poder Público. Apenas como exemplo, há inúmeras decisões
judiciais determinando que o Poder Público conceda medicamentos a indivíduo portador de doença
grave. Questão errada.

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3. (CESPE / Delegado PC-PE 2016) São destinatários dos direitos sociais, em seu conjunto, os
trabalhadores, urbanos ou rurais, com vínculo empregatício, os trabalhadores avulsos, os
trabalhadores domésticos e os servidores públicos genericamente considerados.

Comentários:

Os servidores públicos são titulares dos direitos sociais, mas não de todos aqueles que se aplicam
aos trabalhadores da iniciativa privada. O FGTS, por exemplo, não é direito dos servidores públicos
estatutários. Questão errada.

4. (CESPE / Delegado PC-PE 2016) A duração da jornada normal de trabalho, de, no máximo,
oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, não comporta exceções, no entanto a CF
admite a compensação de horários mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Comentários:

Segundo o art. 7º, XIII, CF/88, é direito dos trabalhadores a duração do trabalho normal não
superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e
a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho Assim, admite-se a
redução da jornada de trabalho, mediante negociação coletiva de trabalho. Questão errada.

5. (CESPE / Agente PC-PE 2016) É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a proteção do
mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei, é de eficácia
plena e aplicabilidade imediata.

Comentários:

O art. 7º, XX, CF/88, estabelece que é direito dos trabalhadores a proteção do mercado de trabalho
da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da . Trata-se de norma de eficácia
limitada, uma vez que cabe à lei estabelecer incentivos específicos para a atuação da mulher no
mercado de trabalho. Questão errada.

6. (CESPE / INSS 2016) Recentemente, o transporte foi incluído no rol de direitos sociais
previstos na CF, que já contemplavam, entre outros, o direito à saúde, ao trabalho, à moradia e à
previdência social, bem como a assistência aos desamparados.

Comentários:

De fato, o transporte foi incluído no rol de direitos sociais previstos no do art. 6º da


Constituição recentemente, por meio da EC nº 90, de 2015. Esse dispositivo já contemplava como
direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. Questão
correta.

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7. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Dada a presença da expressão termos da em “


direitos dos trabalhadores (...) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo
de trinta dias, nos termos da é correto afirmar que esse dispositivo constitucional é norma
constitucional de eficácia limitada.

Comentários:

A expressão nos termos da indica, nesse enunciado normativo específico, se trata de norma de
eficácia contida. Em outras palavras, o trabalhador faz jus ao aviso prévio mínimo de 30 dias.
Entretanto, a lei pode restringir a norma, estabelecendo critérios para que um trabalhador possa
exercer esse direito. Questão errada.

8. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Os direitos sociais assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos incluem a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos e piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho, atendidas as
condições estabelecidas em lei.

Comentários:

Nenhum desses direitos foi conferido aos trabalhadores domésticos (art. 7º, parágrafo único, CF/88).
Questão errada.

9. (CESPE / INSS 2016) O artigo da CF que prevê os direitos sociais, em consonância com a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, ainda que represente uma conquista, deixou
de contemplar o direito básico à moradia ao cidadão brasileiro.

Comentários:

A moradia é um dos direitos sociais previstos no art. 6º, CF/88. Questão errada.

10. (CESPE / TRE-PI 2016) Dado o direito à estabilidade sindical, assegurado pela CF, é vedada
a dispensa do empregado sindicalizado a partir da posse no cargo de direção ou representação
sindical e até um ano após o término do mandato.

Comentários:

A estabilidade sindical se aplica desde o registro da candidatura até um ano após o término do
mandato. Questão errada.

11. (CESPE/ TRE-PI 2016) De acordo com a CF, é direito do trabalhador urbano e rural a
participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração. Em relação à aplicabilidade
das normas constitucionais, esse dispositivo constitucional classifica-se como norma
constitucional

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a) de eficácia contida, já que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos


à matéria, sem deixar margem à atuação restritiva do poder público.

b) de eficácia limitada, uma vez que depende de normatividade ulterior para completa incidência
sobre os interesses tutelados.

c) programática, pois limita-se a delimitar preceitos a serem cumpridos pelo poder público.

d) de eficácia contida, pois sua aplicabilidade depende de regulamentação.

e) de eficácia plena, visto que produz efeitos desde que a CF entrou em vigor.

Comentários:

A questão cobra o conhecimento do inciso XI do art. 7º da Constituição, segundo o qual é direito dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social a
participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.

Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de lei para produzir todos os seus efeitos. A
participação nos lucros é desvinculada da remuneração e é uma forma de se estimular a
produtividade do trabalhador.

O gabarito é a letra B.

12. (CESPE / DPU 2016) A cláusula de reserva do possível refere-se à possibilidade material
de o poder público concretizar direitos sociais e constitui, em regra, uma limitação válida à
implementação total desses direitos.

Comentários:

A teoria da reserva do possível consiste na ideia de que cabe ao Estado efetivar os direitos sociais,
mas apenas na medida do financeiramente possível Serve, portanto, para determinar os limites
em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais. Questão correta.

13. (CESPE / DPE-RN 2015) O princípio da proibição do retrocesso social constitui mecanismo
de controle para coibir ou corrigir medidas restritivas ou supressivas de direitos fundamentais,
tais como as liberdades constitucionais.

Comentários:

O princípio da vedação ao retrocesso é mecanismo que busca coibir medidas que restrinjam ou
suprimam direitos sociais. Questão errada.

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14. (CESPE/ DPE-RN - 2015) No que diz respeito aos direitos sociais, à intervenção judicial na
implementação de políticas públicas e ao mínimo existencial, assinale a opção correta.

a) Ocorre o fenômeno conhecido como judicialização da política quando o Poder Judiciário, ao


interpretar uma norma, ampliar o seu sentido para abarcar situações aparentemente por ela não
previstas.

b) O transporte e a felicidade são direitos fundamentais sociais assegurados pelo Estado a todo
cidadão brasileiro como garantia individual.

c) Para o STF, a tese da reserva do mínimo possível é aplicável apenas se restar comprovada a real
falta de recursos orçamentários pelo poder público, pois não é admissível como justificativa genérica
para eventual omissão estatal na efetivação dos direitos fundamentais.

d) Uma decisão judicial que ordenasse à administração pública a execução de obras emergenciais
em um estabelecimento prisional, necessárias para a garantia da integridade física dos detentos,
seria uma afronta ao princípio da separação dos poderes, segundo entendimento do STF.

e) O direito ao mínimo existencial, no tocante aos direitos fundamentais, está vinculado às condições
estritamente necessárias para a manutenção da vida dos indivíduos.

Comentários:

Letra A: errada. O fenômeno de judicialização da política consiste no fato de que as questões de


grande repercussão na vida política nacional são decididas no âmbito do Poder Judiciário.

Letra B: errada. A felicidade não é um direito social.

Letra C: correta. A cláusula da reserva do possível é aplicável quando o Estado não tiver
disponibilidade de recursos orçamentários. Nesse caso, admite-se sua invocação como óbice à
concretização dos direitos sociais.

Letra D: errada. No RE nº 592.581/RS, o STF decidiu que é lícito ao Poder Judiciário impor à
Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de
obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade
da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos
do que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do
possível nem o princípio da separação dos

Letra E: errada. O mínimo existencial vai muito além de garantir ao indivíduo as condições
estritamente necessárias para manter-se vivo. O mínimo existencial está relacionado à ideia de
garantir-se ao indivíduo a concretização dos direitos sociais, bem como de suas liberdades básicas.

A letra C é o gabarito.

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15. (CESPE/ FUB 2015) Os direitos sociais impõem deveres ao Estado que assegurem ao
cidadão condições mínimas para uma vida digna, independentemente da existência de recursos
públicos para custeio; assim, autoriza-se a livre invasão da atividade administrativa pelo Poder
Judiciário para efetivação daqueles direitos, fenômeno conhecido como judicialização de políticas
públicas.

Comentários:

A efetivação dos direitos sociais tem como limites a suficiência de recursos públicos e a previsão
orçamentária da respectiva despesa. É necessário, portanto, que existam recursos públicos para o
custeio dos direitos sociais para que o Judiciário exija a sua efetivação. Além disso, não há que se
falar que é livre a invasão da atividade administrativa pelo Poder Judiciário. Esta se dá apenas
excepcionalmente, uma vez que formulação e execução de políticas públicas são tarefas que
competem, primariamente, ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo. Questão errada.

16. (CESPE / STJ 2015) A garantia do mínimo existencial, que decorre da proteção
constitucional à dignidade da pessoa humana, restringe a invocação da reserva do possível como
óbice à concretização do acesso aos direitos sociais.

Comentários:

A reserva do possível representa um óbice à concretização dos direitos sociais, na medida em que
estabelece que o Estado tem uma limitação financeira para a implementação de políticas públicas.
A garantia do mínimo existencial restringe a invocação da reserva do possível, uma vez que
determina que o Estado conceda uma proteção social mínima aos indivíduos. Questão correta.

17. (CESPE / STJ 2015) O registro do sindicato no órgão competente é exigência constitucional
que não se confunde com a autorização estatal para a fundação da entidade.

Comentários:

A CF/88 determina que não se pode exigir autorização estatal para a fundação estatal. No entanto,
é possível que se exija o registro do sindicato em órgão competente. São dois institutos que não se
confundem. Questão correta.

18. (CESPE / STJ 2015) O princípio da unicidade, que veda a criação, na mesma base territorial,
de mais de uma organização sindical representativa de mesma categoria profissional, não alcança
entidades que, no âmbito de um mesmo município, mas em bairros distintos, representem mesma
profissão.

Comentários:

Segundo o art. 8º, II, CF/88, vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será

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definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um
M .

Na aplicação do princípio da unicidade sindical, tem-se que a menor base territorial é o Município.
Assim, dentro de um mesmo Município, só pode existir um único sindicato representativo de
categoria profissional. Não é possível que existam de Questão errada.

19. (CESPE / MPOG 2015) Os direitos sociais estão inseridos na segunda geração, ou
dimensão, dos direitos fundamentais.

Comentários:

Os direitos sociais são direitos de segunda geração, pois têm como valor-fonte a igualdade. São
direitos que impõe um dever de atuação ao Estado. Questão correta.

20. (CESPE / FUB 2015) Cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria a que representa, inclusive no que diz respeito a questões administrativas.

Comentários:

Segundo o art. 8º, III, CF/88, ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. Questão correta.

21. (CESPE/ Câmara dos Deputados 2014) Inexiste previsão constitucional da aplicação, aos
empregados domésticos, do prazo prescricional fixado constitucionalmente quanto a créditos
trabalhistas, igual para os trabalhadores urbanos e rurais.

Comentários:

De fato, o prazo prescricional de cinco anos, até o limite de dois anos após a extinção do contrato
de trabalho, não foi estendido pela CF88 aos empregados domésticos. Questão correta.

22. (CESPE/ Câmara dos Deputados 2014) A criação de sindicatos independe de autorização
estatal, ressalvado o registro no órgão competente, sendo vedado ao sindicato que represente a
mesma categoria profissional abranger a mesma base territorial de outro.

Comentários:

O art. 8º, inciso I, da CF/88, prevê que a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação
de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical. Questão correta.

23. (CESPE/ TJ-DF 2014) Caso determinado trabalhador rural ajuíze ação visando obter
provimento que lhe assegure o recebimento da remuneração pelo trabalho noturno superior à

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remuneração do trabalho diurno, o juiz deverá rejeitar o pedido, pois a CF não conferiu ao
trabalhador rural o direito postulado.

Comentários:

O direito à remuneração pelo trabalho noturno superior à remuneração do trabalho diurno é


assegurado igualmente a trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º, IX, CF). Questão errada.

24. (CESPE / TRE-RJ - 2012) As normas que tratam de direitos sociais são de eficácia limitada,
ou seja, de aplicabilidade mediata, já que, para que se efetivem de maneira adequada, se devem
cumprir exigências como prestações positivas por parte do Estado, gastos orçamentários e
mediação do legislador.

Comentários:

Nem todos os direitos sociais são normas de eficácia limitada. No entanto, referindo-nos aos direitos
sociais do art. 6º, todos eles, são normas de eficácia limitada e aplicabilidade mediata. Questão
correta.

25. (CESPE / TRE-RJ - 2012) A alimentação tem, no ordenamento jurídico nacional, o estatuto
de direito fundamental, o que obriga o Estado a garantir a segurança alimentar de toda a
população.

Comentários:

De fato, trata-se de direito fundamental, conforme dispõe o art. 6º da Constituição Federal. Questão
correta.

26. (CESPE / MPE-RO - 2013) Não sendo os direitos sociais dotados de dimensão subjetiva,
diferentemente dos direitos civis e políticos, não se exigem do poder público prestações positivas
a eles relativas, o que, entretanto, não impede o controle judicial de razoabilidade das políticas
públicas sociais.

Comentários:

Exigem-se, sim, do poder público, as prestações positivas relativas dos direitos sociais, visando à
promoção da igualdade material. Questão errada.

27. (CESPE / DPU - 2010) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração.

Comentários:

Os direitos sociais, como dissemos, são exemplos de direitos de segunda geração, relacionando-se
com o ideal de igualdade. Questão correta.

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28. (CESPE / DPU - 2010) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas.

Comentários:

Os direitos sociais são exemplos de liberdades positivas, pois exigem do Estado uma ação em prol
dos indivíduos. Questão errada.

29. (CESPE / TRE-RJ - 2012) Entre os direitos sociais garantidos na CF se incluem o direito à
alimentação e o direito ao trabalho.

Comentários:

É o que dispõe o art. 6º da Constituição Federal. Questão correta.

30. (CESPE / TJ-RR - 2013) Em regra, a cláusula da reserva do possível não encontra limitação
na exigência constitucional de preservação do mínimo existencial, considerando-se que os
recursos públicos são escassos e impõem a realização e concretização dos direitos econômicos,
sociais e culturais de forma gradativa.

Comentários:

Pelo contrário! A cláusula da reserva do possível encontra limitação na exigência da preservação do


mínimo existencial. Isso porque alguns direitos, por estarem intimamente ligados à dignidade da
pessoa humana, não podem ser limitados em razão da escassez de recursos, quando esta resultar
meramente das escolhas do administrador. Questão errada.

31. (CESPE / ABIN - 2010) Para aprovação de lei que preveja indenização compensatória como
meio de proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, exige-se quórum de votação
de maioria simples, conforme determina a CF.

Comentários:

Segundo a Constituição, a regulamentação da despedida arbitrária ou sem justa causa cabe à lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos (art. 7º, I, CF).
Questão errada.

32. (CESPE / TRE-RJ - 2012) A CF garante ao trabalhador a irredutibilidade salarial, o que impede
que o empregador diminua, por ato unilateral ou por acordo individual, o valor do salário do
trabalhador. A redução salarial só será possível se estiver prevista em convenção ou acordo
coletivo.

Comentários:

É o que determina o art. 7º, VI, da Constituição. Questão correta.

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33. (CESPE / TRF 5ª Região - 2013) É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a remuneração
do trabalho noturno superior à do diurno, majoração essa não devida, na base de cálculo
remuneratório, se houver escala de revezamento.

Comentários:

Segundo a Súmula 213 do STF, é devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o
empregado ao regime de revezamento. Questão errada.

34. (CESPE / TCE-RS - 2013) A CF veda a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre os profissionais que os executem.

Comentários:

É o que prevê o art. 7º, XXXII, da CF/88. Questão correta.

35. (CESPE / TJ-AC - 2012) Os direitos sociais elencados no texto constitucional são
integralmente assegurados aos trabalhadores urbanos, rurais e domésticos.

Comentários:

Nem todos os direitos assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais são assegurados aos
domésticos. Apenas o são aqueles previstos no parágrafo único do art. 7º. Questão errada.

36. (CESPE / Câmara dos Deputados - 2012) Ao trabalhador doméstico são garantidos todos os
direitos previstos no art. 7º da CF.

Comentários:

Questão praticamente idêntica à anterior. Nem todos os direitos assegurados aos trabalhadores
urbanos e rurais são assegurados aos domésticos. Questão errada.

37. (CESPE / Prefeitura de Boa Vista - 2010) Tanto o trabalhador urbano quanto o trabalhador
rural têm direito a assistência gratuita para seus filhos e dependentes, em creches e pré-escolas
até determinada idade.

Comentários:

Segundo o art. 7º, XXV, da Constituição, é assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais a
assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas. Questão correta.

38. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF assegura ao trabalhador assistência gratuita aos seus filhos e
dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas.

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Comentários:

Cuidado com a De acordo com o art. 7º, XXV, da Constituição, é assegurado aos
trabalhadores urbanos e rurais a assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento
até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas. Questão errada.

39. (CESPE / TRE-MT - 2010) A licença-paternidade é benefício que até hoje não foi
regulamentado pela legislação infraconstitucional, continuando em vigor o mandamento previsto
no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que fixou o prazo de sete dias corridos para
sua concessão.

Comentários:

A licença-paternidade é benefício que até hoje não foi regulamentado pela legislação
infraconstitucional, continuando em vigor o mandamento previsto no Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT). Entretanto, o ADCT, em seu art. 10, § 1º, determina que "até
que lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX da Constituição, o prazo da licença-paternidade
a que se refere o inciso é de cinco dias". Questão errada.

40. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF elevou o décimo terceiro salário a nível constitucional,
colocando-o na base da remuneração integral, para o trabalhador na ativa, e do valor da
aposentadoria, para o aposentado.

Comentários:

De fato, a Constituição garante aos trabalhadores urbanos e rurais o décimo terceiro salário com
base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria (art. 7º, VIII, CF). Questão correta.

41. (CESPE / TRE-MT - 2010) O salário mínimo pode ser fixado tanto por lei em sentido formal
quanto por decreto legislativo, com vigência em todo o território nacional, que consubstancia a
participação do Congresso Nacional na definição do montante devido à contraprestação de um
serviço.

Comentários:

Nada disso! De acordo com o art. 7º, IV, da Constituição Federal, o salário-mínimo deverá ser fixado
somente em lei. Questão errada.

42. (CESPE / TCE-RN - 2009) A CF insere, entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, a
igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.

Comentários:

É o que se observa no art. 7º, XXXIV, da Carta Magna. Questão correta.

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43. (CESPE / TRE-MG - 2009) Não constitui direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a
garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

Comentários:

A Constituição assegura, sim, a trabalhadores urbanos e rurais a garantia de salário, nunca inferior
ao mínimo, para os que percebem remuneração variável (art. 7º, VII, CF). Questão errada.

44. (CESPE / TRE-MG - 2009) Não constitui direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a
irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

Comentários:

A Constituição assegura, sim, aos trabalhadores urbanos e rurais, a irredutibilidade do salário, salvo
o disposto em convenção ou acordo coletivo (art. 7º, VI, CF). Questão errada.

45. (CESPE / BACEN - 2009) É direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a jornada de sete
horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva.

Comentários:

Cuidado com a A Constituição Federal assegura aos trabalhadores urbanos e rurais


jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva (art. 7º, XIV, CF). Questão errada.

46. (CESPE / Câmara dos Deputados 2012) A CF assegura expressamente a igualdade de


direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Comentários:

É o que está previsto no art. 7º, XXXIV, da Constituição. Questão correta.

47. (CESPE / Câmara dos Deputados - 2012) O direito de ação, quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho, prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho, para os
trabalhadores urbanos, e em dois anos, para os trabalhadores rurais.

Comentários:

Segundo o art. 7º, XXIX, da Constituição, o prazo prescricional é de cinco anos tanto para
trabalhadores urbanos quanto para rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho. Questão errada.

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48. (CESPE / TRT 10ª Região - 2013) A criação de entidade sindical depende de autorização do
órgão competente, podendo o poder público nela intervir quando houver comprovada violação
de seus atos estatutários.

Comentários:

Reza a Constituição que a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical (art. 8º, I, CF). Questão errada.

49. (CESPE / MDIC 2014) A CF prevê o direito de greve na iniciativa privada e determina que
cabe à lei definir os serviços ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.

Comentários:

O direito de greve na iniciativa privada está previsto no art. 9º, CF/88. Trata-se de norma de eficácia
contida, uma vez que cabe à lei definir os serviços ou atividades essenciais e dispor sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Questão correta.

50. (CESPE / TJ-AC - 2012) Em decorrência do princípio da unicidade sindical, é vedada a criação
de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional
ou econômica, na mesma base territorial, que não pode ser inferior à área de um município.

Comentários:

É o que determina o art. 8º, inciso II, da Constituição. É vedada a criação de mais de um sindicato,
na mesma base territorial (que não pode ser inferior à área de um município). Questão correta.

51. (CESPE / TRT 5ª Região - 2013) De acordo com a jurisprudência do STF, a contribuição
sindical definida em lei e a contribuição confederativa são obrigatórias, inclusive para os
profissionais liberais não filiados.

Comentários:

A contribuição confederativa só é obrigatória aos filiados a sindicato, diferentemente da


contribuição sindical, que, por ser um tributo, é devida inclusive pelos não filiados. Questão errada.

52. (CESPE / CNJ - 2013) Nas negociações coletivas de trabalho, é obrigatória a participação dos
sindicatos.

Comentários:

É o que determina o art. 8º, IV, da CF/88. Questão correta.

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53. (CESPE / TRT 10ª Região - 2013) O empregado filiado que vier a se aposentar perderá o
direito de votar e de ser votado na organização sindical que integre.

Comentários:

Segundo a Constituição, o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais (art. 8º, VII, CF). Questão errada.

54. (CESPE / TRF 5ª Região - 2013) Apesar de livre a associação sindical, o aposentado filiado
não tem direito de ser votado nas organizações sindicais.

Comentários:

O aposentado filiado tem, sim, direito de ser votado nas organizações sindicais, conforme disposição
do art. 8º, VII, da Carta Magna. Questão errada.

NACIONALIDADE

55. (CESPE / TRF 1a Região 2017) Brasileiro naturalizado que tiver praticado crime comum
antes da sua naturalização poderá ser extraditando.

Comentários:

O brasileiro nato não pode ser extraditado. Por outro lado, o brasileiro naturalizado pode ser
extraditado em 2 (duas) hipóteses: i) crime comum praticado antes da naturalização e; ii)
comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Questão correta.

56. (CESPE / TRE-PE - 2017) O brasileiro naturalizado

a) poderá ocupar o cargo de presidente do Senado Federal.

b) poderá ocupar o cargo de ministro de Estado da Defesa.

c) não poderá ocupar cargo da carreira diplomática.

d) perderá a nacionalidade brasileira no caso de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei


estrangeira.

e) poderá ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

Letras A, B e E erradas e C correta. A Constituição Federal reserva aos brasileiros natos os seguintes
cargos (art. 12, § 3º, CF):

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I - de Presidente e Vice-Presidente da República;


II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Letra D: errada. No caso de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira, o


brasileiro que adquirir outra nacionalidade não perderá a nacionalidade brasileira (art. art. 12, § 4º,
II, CF).

O gabarito é a letra C.

57. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Com base nas normas constitucionais que versam sobre
direitos e garantias fundamentais, assinale a opção correta acerca do direito de nacionalidade.

a) Configura-se a denominada nacionalidade adquirida no caso em que o indivíduo nascido no


estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade
brasileira depois de ter atingido a maioridade.

b) É proibida qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, os quais são detentores dos
mesmos direitos e deveres previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

c) A perda da nacionalidade brasileira em razão do reconhecimento de outra nacionalidade


originária não se dá automaticamente.

d) Tanto a nacionalidade primária quanto a nacionalidade secundária dependem da vontade do


indivíduo, que tem a liberdade de aceitar ou não o vínculo jurídico-positivo que o liga ao Estado
brasileiro.

e) Na determinação da nacionalidade primária, no Brasil se adota com primazia o jus solis (vínculo
de territorialidade), mas também se admitem o jus matrimoniale (vínculo de casamento) e o jus
sanguinis (vínculo de sangue).

Comentários:

Letra A: errada. Na hipótese descrita pela assertiva, estamos diante de um caso de nacionalidade
originária. Segundo o art. 12, I, alínea são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Letra B: errada. A lei não pode estabelecer distinções entre os brasileiros natos e os brasileiros
naturalizados. No entanto, admite-se que a Constituição estabeleça tais distinções.

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Letra C: correta. A perda da nacionalidade brasileira poderá ocorrer nas hipóteses previstas no art.
12, § 4º, CF/88:

Art. 12 (...)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

Observe que, na hipótese de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira, não
haverá perda da nacionalidade.

Letra D: errada. A nacionalidade secundária (derivada) é que depende da vontade do indivíduo. A


nacionalidade primária (originária) é aquela que decorre do nascimento.

Letra E: errada. No Brasil, adota-se com primazia o critério jus soli. Não se admite a atribuição de
nacionalidade pelo critério jus matrimoniale.

O gabarito é a letra C.

58. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na


Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

a) Brasileiros natos e naturalizados são equiparados para todos os efeitos, dado o princípio da
isonomia, conforme o qual todos são iguais perante a lei.

b) Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro podem optar pela naturalização, desde que o façam
antes da maioridade civil.

c) É permitida a extradição de brasileiros naturalizados, respeitadas as condições previstas na CF.

d) São considerados brasileiros natos apenas os nascidos em solo nacional.

e) A naturalização é concedida exclusivamente a portugueses tutelados pelo Estatuto da Igualdade,


caso haja reciprocidade em favor dos brasileiros.

Comentários:

Letra A: errada. Não se pode dizer que há uma equiparação entre brasileiros natos e brasileiros
naturalizados. A CF/88 pode fazer distinções entre eles. Apenas como exemplo, a CF/88 definiu que
alguns cargos são privativos de brasileiro nato.

Letra B: errada. As hipóteses de naturalização estão previstas no art. 12, II, CF/88:

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Art. 12 (…)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Dentre as hipóteses de naturalização, não está a de filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro.

Letra C: correta. A CF/88 admite a extradição de brasileiro naturalizado em duas situações: i) crime
comum praticado antes da naturalização e; ii) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins. Por outro lado, a extradição de brasileiro nato é proibida pela CF/88.

Letra D: errada. Há várias hipóteses de atribuição de nacionalidade originária, as quais estão


elencadas no art. 12, I, CF/88:

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Letra E: errada. Os não são brasileiros naturalizados. Eles continuam


sendo estrangeiros, mas recebem tratamento equivalente ao de brasileiros naturalizados.

O gabarito é a letra C.

59. (CESPE / TCE-PA 2016) Para que o filho de casal brasileiro nascido em país estrangeiro seja
considerado brasileiro nato, ambos os pais devem estar, nesse país, a serviço da República
Federativa do Brasil.

Comentários:

Segundo o art. 12, I, alínea CF/88, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil. Assim, basta que um dos pais esteja a serviço da República Federativa do Brasil para que
o filho seja brasileiro nato. Questão errada.

60. (CESPE / Polícia Civil-PE 2016) Será considerado brasileiro nato o indivíduo nascido no
estrangeiro, filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que for registrado em repartição brasileira
competente ou que venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Comentários:

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Segundo o art. 12, I, alínea CF/88, são brasileiros natos nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira Questão correta.

61. (CESPE / DPU 2016) Adotou-se como regra o critério sanguíneo para a definição da
nacionalidade brasileira.

Comentários:

A definição da nacionalidade brasileira é definida, em regra, pelo critério , em que se


considera nacional quem nasce no território do Estado que o adota, independentemente da origem
sanguínea dos seus pais. Questão errada.

62. (CESPE / TRF 1a Região 2015) Considera-se brasileiro nato o indivíduo nascido no
estrangeiro e registrado em repartição brasileira competente, desde que seja filho de pai brasileiro
ou de mãe brasileira, ainda que seus pais não estejam a serviço da República Federativa do Brasil.

Comentários:

Segundo o art. 12, I, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira. Questão correta.

63. (CESPE / TRF 1a Região 2015) Os cargos de ministro de Estado da Defesa e o de ministro
das Relações Exteriores, entre outros, são privativos de brasileiros natos.

Comentários:

O cargo de Ministro das Relações Exteriores não é privativo de brasileiro nato, podendo ser ocupado
por brasileiro naturalizado. Questão errada.

64. (CESPE/ TRE-GO 2015) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
ou mãe brasileira que esteja no exterior a serviço do Brasil ou de organização internacional.

Comentários:

Essa previsão não se estende aos filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja a serviço de
organização internacional. A Constituição considera brasileiros natos apenas os nascidos no
estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil (art. 12, I, CF). Questão errada.

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65. (CESPE/TCDF/TAP 2014) Cidadão português que legalmente adquira a nacionalidade


brasileira não poderá exercer cargo da carreira diplomática, mas não estará impedido de exercer
o cargo de ministro de Estado das Relações Exteriores.

Comentários:

Os cargos da carreira diplomática são privativos de brasileiro nato (art. 12, § 3º, V, CF), enquanto o
de ministro de Estado das Relações Exteriores é acessível a todos os brasileiros, inclusive
naturalizados. Questão correta.

66. (CESPE/TJ CE/ TJAA 2014) Em relação aos direitos de nacionalidade, assinale a opção
correta considerando o disposto na CF.

a) Considera-se brasileiro naturalizado o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro e mãe estrangeira,


se o pai estiver a serviço da República Federativa do Brasil.

b) O Distrito Federal e os municípios poderão ter símbolos próprios.

c) Aos portugueses com residência permanente no país, serão atribuídos os direitos inerentes a
brasileiro nato.

d) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que cometer crime contra a vida do
presidente da República.

e) É privativo de brasileiro nato o cargo de juiz de direito.

Comentários:

Letra A: errada. Nesse caso, o brasileiro é nato, não naturalizado (art. 12, I, CF).

Letra B: correta. O art. 12, § 3º, da Constituição, dispõe que os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão ter símbolos próprios.

Letra C: errada. A Constituição (art. 12, § 1º) não assegura aos os direitos
dos brasileiros natos, mas sim dos naturalizados. Além disso, exige-se reciprocidade em favor dos
brasileiros.

Letra D: errada. Não há tal previsão na Constituição. A Carta Magna prevê que será declarada a perda
da nacionalidade do brasileiro que:

a) tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;

b) adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: i)de reconhecimento de nacionalidade


originária pela lei estrangeira; ii) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao

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brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou
para o exercício de direitos civis.

Letra E: errada. O cargo de juiz não é privativo de brasileiro nato, uma vez que não consta do rol do
§ 2º do art. 12 da Constituição.

A letra B é o gabarito.

67. (CESPE/Polícia Federal 2014) Considere que uma criança tenha nascido nos Estados
Unidos da América (EUA) e seja filha de pai americano e de mãe brasileira, que trabalhava, à época
do parto, na embaixada brasileira nos EUA. Nesse caso, a criança somente será considerada
brasileira nata se for registrada na repartição brasileira competente nos EUA.

Comentários:

Nesse caso, como a mãe brasileira está no exterior a serviço do Brasil, a criança será brasileira nata
independentemente de registro na repartição brasileira competente nos EUA (art. 12, I, CF).
Questão errada.

68. (CESPE/MDIC 2014) Considere que Ana, cidadã brasileira, casada com Vladimir, cidadão
russo, ocupe posto diplomático brasileiro na China quando Victor, filho do casal, nascer. Nessa
situação, Victor será considerado brasileiro nato.

Comentários:

Nesse caso, como Ana está na China a serviço da República Federativa do Brasil, Victor será brasileiro
nato (art. 12, I, CF). Questão correta.

69. (CESPE/Câmara dos Deputados 2014) Se um casal formado por um cidadão argentino e
uma cidadã canadense for contratado pela República do Uruguai para prestar serviços em
representação consular desse país no Brasil e, durante a prestação desses serviços, tiver um filho
em território brasileiro, tal filho, conforme o disposto na CF, será brasileiro nato.

Comentários:

Vejamos o que dispõe o art. 12 da Constituição Federal:

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país.

O casal, nesse caso, não está a serviço do seu país (nenhum deles é do Uruguai!). O filho, é, portanto,
brasileiro nato. Questão correta.

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70. (CESPE/ TJ-CE 2014) Aos portugueses com residência permanente no país, serão
atribuídos os direitos inerentes a brasileiro nato.

Comentários:

Aos portugueses com residência permanente no país, são atribuídos os direitos inerentes a brasileiro
naturalizado (art. 12, § 1º, CF). Questão errada.

71. (CESPE / TJ-RR - 2012) Suponha que Jean tenha nascido na França quando sua mãe,
diplomata brasileira de carreira, morava naquele país em razão de missão oficial. Nessa hipótese,
segundo a CF, Jean será automaticamente considerado brasileiro naturalizado, com todos os
direitos e deveres previstos no ordenamento jurídico brasileiro.

Comentários:

Nesse caso, Jean será automaticamente considerado brasileiro nato, com base no art. 12, I, da
Constituição Federal. Ele nasceu no exterior, mas é filho de mãe brasileira que estava a serviço do
Brasil. Questão errada.

72. (CESPE / TRF 2ª Região - 2013) Com a Emenda Constitucional n.º 54/2007, passaram a ser
considerados brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai e mãe brasileiros, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil após atingir
a maioridade.

Comentários:

Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, serão brasileiros natos desde que sejam
registrados na repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e optem, em
qualquer tempo, após atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Perceba que, ao
contrário do que afirma a questão, não basta que o indivíduo venha a residir no Brasil; além disso, é
necessário que ele faça a opção pela nacionalidade brasileira, o que somente poderá ocorrer após a
maioridade. Questão errada.

73. (CESPE / TRF 2ª Região - 2013) Serão considerados brasileiros naturalizados os estrangeiros
de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos, mas, com
relação aos originários de países de língua portuguesa, a CF prevê somente que tenham residência
permanente no país como condição para adquirir a nacionalidade brasileira.

Comentários:

A Constituição Federal prevê que serão considerados brasileiros naturalizados os estrangeiros de


qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de quinze anos e sem condenação penal, desde
que requeiram a nacionalidade brasileira. Não basta, portanto, ter residido no nosso país por mais
de quinze anos para adquirir a nacionalidade brasileira. Também no caso de originários de países de

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língua portuguesa, não basta a residência permanente no Brasil por um ano ininterrupto (prazo
mínimo que o enunciado nem mencionou!). Exige-se, também, idoneidade moral. Questão errada.

74. (CESPE / TJ-AC - 2012) O cargo de ministro de Estado das Relações Exteriores e o de ministro
da Defesa são privativos de brasileiros natos.

Comentários:

O cargo de Ministro das Relações Exteriores não é privativo de brasileiro nato. Questão errada.

75. (CESPE / TRE-MS - 2013) O brasileiro naturalizado não pode ocupar o cargo de deputado
federal, privativo de brasileiro nato.

Comentários:

O cargo de deputado federal não é privativo de brasileiro nato. Portanto, o brasileiro naturalizado
poderá ocupar o cargo de deputado federal. Questão errada.

76. (CESPE / TRE-RJ - 2012) Os efeitos jurídicos de sentença transitada em julgado que trate da
perda da nacionalidade brasileira não são personalíssimos, podendo-se estender, portanto, a
terceiros.

Comentários:

Os efeitos jurídicos da perda de nacionalidade são, sim, personalíssimos. Não se estendem a


terceiros. Questão errada.

77. (CESPE / TRT 21ª Região - 2010) Segundo estipula a CF, na parte em que trata dos direitos
de nacionalidade, é privativo de brasileiro nato o exercício do cargo de ministro de Estado.

Comentários:

O único cargo de Ministro de Estado que é privativo de brasileiro nato é o de Ministro da Defesa.
Questão errada.

78. (CESPE / MPE-RN - 2009) Os cargos de deputado federal e senador da República são
privativos de brasileiros natos.

Comentários:

Nenhum desses cargos consta da lista do art. 12, § 3º, da Constituição. Portanto, não se trata de
cargos privativos de brasileiros natos. Questão errada.

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79. (CESPE / MPE-SE - 2010) Os estrangeiros originários de países de língua portuguesa


adquirirão a nacionalidade brasileira se mantiverem residência contínua no território nacional
pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização.

Comentários:

Os estrangeiros originários de países de língua portuguesa adquirem nacionalidade brasileira


cumprida a exigência de residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral (art. 12, II, CF).
Questão errada.

80. (CESPE / TCE-BA - 2010) Somente o brasileiro naturalizado pode perder sua nacionalidade
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.

Comentários:

É verdade! Trata-se, nesse caso, de cancelamento de naturalização (art. 12, § 4º, I, CF), aplicável
apenas a brasileiros naturalizados. Questão correta.

81. (CESPE / TRT 21ª Região - 2010) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira somente podem ser considerados brasileiros natos se, após registrados em repartição
brasileira competente, vierem a residir no Brasil e optarem pela nacionalidade brasileira.

Comentários:

Para o nascido no exterior, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, há duas possibilidades de ser
considerado brasileiro nato:

a) ser registrado em repartição brasileira competente ou;

b) vir a residir no Brasil e optar, a qualquer tempo, após a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Perceba que, ao contrário do que afirma a questão, se o indivíduo for registrado em repartição
brasileira competente, ele será brasileiro nato independentemente de vir a residir no Brasil.
Questão errada.

82. (CESPE / TRE-MT - 2010) A legislação infraconstitucional não poderá estabelecer distinção
entre brasileiros natos e naturalizados, de modo que, em virtude do princípio da igualdade, as
únicas hipóteses de tratamento diferenciado são as que constam expressamente do texto
constitucional.

Comentários:

É isso mesmo! De acordo com o § 2º do art. 12 da Constituição, a lei não poderá estabelecer distinção
entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Questão
correta.

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83. (CESPE / TRE-MT - 2010) A naturalização é um direito público subjetivo que constitui ato
administrativo de caráter vinculado, uma vez que o chefe do Poder Executivo encontra-se
obrigado a concedê-la, desde que sejam atendidos os requisitos legais e constitucionais para sua
obtenção.

Comentários:

Isso só ocorre na naturalização extraordinária (art. 12, II, CF). A naturalização ordinária é ato
discricionário, comportando análise quanto à sua conveniência e oportunidade (art. 12, II, CF).
Questão errada.

84. (CESPE / TRE-MT - 2010) Aos portugueses com residência permanente no Brasil, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato.

Comentários:

Preste atenção neste detalhe: aos portugueses com residência permanente no Brasil, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro
naturalizado (art. 12, § 1º, CF). Questão errada.

85. (CESPE / Banco Central - 2009) A perda da nacionalidade brasileira pode decorrer de ato do
ministro da Justiça ou de decisão judicial e tem como consequência o retorno do indivíduo à
situação de estrangeiro.

Comentários:

A perda da nacionalidade pode se dar por sentença judicial (se for praticada atividade nociva ao
interesse nacional) ou por aquisição de outra nacionalidade. (art. 12, § 4º, CF). Questão errada.

86. (CESPE / OAB - 2009) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde a nacionalidade
brasileira.

Comentários:

É possível que o brasileiro nato perca sua nacionalidade caso adquira outra nacionalidade,
ressalvados os seguintes casos: i) reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
ii) imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Questão errada.

87. (CESPE / ANATEL - 2009) Mário, casado com Ângela, é analista administrativo da ANATEL e
esteve a serviço dessa agência em Paris nos meses de outubro e novembro de 2008, quando, nesse
período, nasceu seu filho Lúcio, em hospital de Brasília. Caso Lúcio tivesse nascido em Paris, ele
não poderia ocupar os cargos de ministro do Supremo Tribunal Federal e de oficial das Forças
Armadas, haja vista que esses cargos são privativos de nascidos no Brasil.

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Comentários:

Ainda que Lúcio tivesse nascido em Paris, seria brasileiro nato, por incidir na hipótese do art. 12, I,
da Constituição Federal. Ele teria nascido no exterior, mas seria filho de pai brasileiro a serviço
do Brasil. Por isso, poderia, sim, ocupar os cargos de oficial das Forças Armadas e Ministro do STF,
que são privativos de brasileiro nato. Questão errada.

88. (CESPE / INSS - 2010) O filho do embaixador da China no Brasil, caso nasça em território
nacional, é considerado brasileiro nato.

Comentários:

Segundo o art. 12, I, a, são brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. Como o embaixador estava
a serviço da China aqui no Brasil, seu filho não será brasileiro nato. Questão errada.

89. (CESPE / Câmara dos Deputados - 2012) As distinções entre brasileiros natos e
naturalizados, além das constantes na CF, devem ser previstas em lei complementar.

Comentários:

Somente a Constituição pode estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados. Questão
errada.

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LISTA DE QUESTÕES

DIREITOS SOCIAIS

1. (CESPE/ TRT 7a Região 2017) Assinale a opção correspondente a previsão contida na CF a


respeito da associação profissional ou sindical.

a) Qualquer sindicalizado tem competência para defender os direitos e interesses coletivos ou


individuais da categoria.

b) O aposentado filiado tem direito a votar, mas não pode ser eleito para cargos nas organizações
sindicais.

c) A participação dos sindicatos é obrigatória nas negociações coletivas de trabalho.

d) A filiação a sindicato profissional será obrigatória se prevista em contrato, escrito ou verbal.

2. (CESPE / TCE-PR 2016) Os direitos sociais relativos a educação, saúde, alimentação,


trabalho e moradia constituem norma constitucional de conteúdo programático, razão por que
não se pode exigir dos poderes públicos atuação no sentido de provê-los.

3. (CESPE / Delegado PC-PE 2016) São destinatários dos direitos sociais, em seu conjunto, os
trabalhadores, urbanos ou rurais, com vínculo empregatício, os trabalhadores avulsos, os
trabalhadores domésticos e os servidores públicos genericamente considerados.

4. (CESPE / Delegado PC-PE 2016) A duração da jornada normal de trabalho, de, no máximo,
oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, não comporta exceções, no entanto a CF
admite a compensação de horários mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

5. (CESPE / Agente PC-PE 2016) É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a proteção do
mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei, é de eficácia
plena e aplicabilidade imediata.

6. (CESPE / INSS 2016) Recentemente, o transporte foi incluído no rol de direitos sociais
previstos na CF, que já contemplavam, entre outros, o direito à saúde, ao trabalho, à moradia e à
previdência social, bem como a assistência aos desamparados.

7. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Dada a presença da expressão termos da em “


direitos dos trabalhadores (...) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo
de trinta dias, nos termos da l é correto afirmar que esse dispositivo constitucional é norma
constitucional de eficácia limitada.

8. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Os direitos sociais assegurados à categoria dos trabalhadores
domésticos incluem a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos

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específicos e piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho, atendidas as


condições estabelecidas em lei.

9. (CESPE / INSS 2016) O artigo da CF que prevê os direitos sociais, em consonância com a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, ainda que represente uma conquista, deixou
de contemplar o direito básico à moradia ao cidadão brasileiro.

10. (CESPE / TRE-PI 2016) Dado o direito à estabilidade sindical, assegurado pela CF, é vedada
a dispensa do empregado sindicalizado a partir da posse no cargo de direção ou representação
sindical e até um ano após o término do mandato.

11. (CESPE/ TRE-PI 2016) De acordo com a CF, é direito do trabalhador urbano e rural a
participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração. Em relação à aplicabilidade
das normas constitucionais, esse dispositivo constitucional classifica-se como norma
constitucional

a) de eficácia contida, já que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos


à matéria, sem deixar margem à atuação restritiva do poder público.

b) de eficácia limitada, uma vez que depende de normatividade ulterior para completa incidência
sobre os interesses tutelados.

c) programática, pois limita-se a delimitar preceitos a serem cumpridos pelo poder público.

d) de eficácia contida, pois sua aplicabilidade depende de regulamentação.

e) de eficácia plena, visto que produz efeitos desde que a CF entrou em vigor.

12. (CESPE / DPU 2016) A cláusula de reserva do possível refere-se à possibilidade material
de o poder público concretizar direitos sociais e constitui, em regra, uma limitação válida à
implementação total desses direitos.

13. (CESPE / DPE-RN 2015) O princípio da proibição do retrocesso social constitui mecanismo
de controle para coibir ou corrigir medidas restritivas ou supressivas de direitos fundamentais,
tais como as liberdades constitucionais.

14. (CESPE/ DPE-RN - 2015) No que diz respeito aos direitos sociais, à intervenção judicial na
implementação de políticas públicas e ao mínimo existencial, assinale a opção correta.

a) Ocorre o fenômeno conhecido como judicialização da política quando o Poder Judiciário, ao


interpretar uma norma, ampliar o seu sentido para abarcar situações aparentemente por ela não
previstas.

b) O transporte e a felicidade são direitos fundamentais sociais assegurados pelo Estado a todo
cidadão brasileiro como garantia individual.

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c) Para o STF, a tese da reserva do mínimo possível é aplicável apenas se restar comprovada a real
falta de recursos orçamentários pelo poder público, pois não é admissível como justificativa genérica
para eventual omissão estatal na efetivação dos direitos fundamentais.

d) Uma decisão judicial que ordenasse à administração pública a execução de obras emergenciais
em um estabelecimento prisional, necessárias para a garantia da integridade física dos detentos,
seria uma afronta ao princípio da separação dos poderes, segundo entendimento do STF.

e) O direito ao mínimo existencial, no tocante aos direitos fundamentais, está vinculado às condições
estritamente necessárias para a manutenção da vida dos indivíduos.

15. (CESPE/ FUB 2015) Os direitos sociais impõem deveres ao Estado que assegurem ao
cidadão condições mínimas para uma vida digna, independentemente da existência de recursos
públicos para custeio; assim, autoriza-se a livre invasão da atividade administrativa pelo Poder
Judiciário para efetivação daqueles direitos, fenômeno conhecido como judicialização de políticas
públicas.

16. (CESPE / STJ 2015) A garantia do mínimo existencial, que decorre da proteção
constitucional à dignidade da pessoa humana, restringe a invocação da reserva do possível como
óbice à concretização do acesso aos direitos sociais.

17. (CESPE / STJ 2015) O registro do sindicato no órgão competente é exigência constitucional
que não se confunde com a autorização estatal para a fundação da entidade.

18. (CESPE / STJ 2015) O princípio da unicidade, que veda a criação, na mesma base territorial,
de mais de uma organização sindical representativa de mesma categoria profissional, não alcança
entidades que, no âmbito de um mesmo município, mas em bairros distintos, representem mesma
profissão.

19. (CESPE / MPOG 2015) Os direitos sociais estão inseridos na segunda geração, ou
dimensão, dos direitos fundamentais.

20. (CESPE / FUB 2015) Cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria a que representa, inclusive no que diz respeito a questões administrativas.

21. (CESPE/ Câmara dos Deputados 2014) Inexiste previsão constitucional da aplicação, aos
empregados domésticos, do prazo prescricional fixado constitucionalmente quanto a créditos
trabalhistas, igual para os trabalhadores urbanos e rurais.

22. (CESPE/ Câmara dos Deputados 2014) A criação de sindicatos independe de autorização
estatal, ressalvado o registro no órgão competente, sendo vedado ao sindicato que represente a
mesma categoria profissional abranger a mesma base territorial de outro.

23. (CESPE/ TJ-DF 2014) Caso determinado trabalhador rural ajuíze ação visando obter
provimento que lhe assegure o recebimento da remuneração pelo trabalho noturno superior à

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remuneração do trabalho diurno, o juiz deverá rejeitar o pedido, pois a CF não conferiu ao
trabalhador rural o direito postulado.

24. (CESPE / TRE-RJ - 2012) As normas que tratam de direitos sociais são de eficácia limitada,
ou seja, de aplicabilidade mediata, já que, para que se efetivem de maneira adequada, se devem
cumprir exigências como prestações positivas por parte do Estado, gastos orçamentários e
mediação do legislador.

25. (CESPE / TRE-RJ) A alimentação tem, no ordenamento jurídico nacional, o estatuto de


direito fundamental, o que obriga o Estado a garantir a segurança alimentar de toda a população.

26. (CESPE / MPE-RO - 2013) Não sendo os direitos sociais dotados de dimensão subjetiva,
diferentemente dos direitos civis e políticos, não se exigem do poder público prestações positivas
a eles relativas, o que, entretanto, não impede o controle judicial de razoabilidade das políticas
públicas sociais.

27. (CESPE / DPU - 2010) Os direitos sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração.

28. (CESPE / DPU - 2010) Os direitos sociais são exemplos de liberdades negativas.

29. (CESPE / TRE-RJ - 2012) Entre os direitos sociais garantidos na CF se incluem o direito à
alimentação e o direito ao trabalho.

30. (CESPE / TJ-RR - 2013) Em regra, a cláusula da reserva do possível não encontra limitação
na exigência constitucional de preservação do mínimo existencial, considerando-se que os
recursos públicos são escassos e impõem a realização e concretização dos direitos econômicos,
sociais e culturais de forma gradativa.

31. (CESPE / ABIN - 2010) Para aprovação de lei que preveja indenização compensatória como
meio de proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, exige-se quórum de votação
de maioria simples, conforme determina a CF.

32. (CESPE / TRE-RJ - 2012) A CF garante ao trabalhador a irredutibilidade salarial, o que impede
que o empregador diminua, por ato unilateral ou por acordo individual, o valor do salário do
trabalhador. A redução salarial só será possível se estiver prevista em convenção ou acordo
coletivo.

33. (CESPE / TRF 5ª Região - 2013) É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a remuneração
do trabalho noturno superior à do diurno, majoração essa não devida, na base de cálculo
remuneratório, se houver escala de revezamento.

34. (CESPE / TCE-RS - 2013) A CF veda a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre os profissionais que os executem.

35. (CESPE / TJ-AC - 2012) Os direitos sociais elencados no texto constitucional são
integralmente assegurados aos trabalhadores urbanos, rurais e domésticos.

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36. (CESPE / Câmara dos Deputados - 2012) Ao trabalhador doméstico são garantidos todos os
direitos previstos no art. 7º da CF.

37. (CESPE / Prefeitura de Boa Vista - 2010) Tanto o trabalhador urbano quanto o trabalhador
rural têm direito a assistência gratuita para seus filhos e dependentes, em creches e pré-escolas
até determinada idade.

38. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF assegura ao trabalhador assistência gratuita aos seus filhos e
dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas.

39. (CESPE / TRE-MT - 2010) A licença-paternidade é benefício que até hoje não foi
regulamentado pela legislação infraconstitucional, continuando em vigor o mandamento previsto
no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que fixou o prazo de sete dias corridos para
sua concessão.

40. (CESPE / TRE-MT - 2010) A CF elevou o décimo terceiro salário a nível constitucional,
colocando-o na base da remuneração integral, para o trabalhador na ativa, e do valor da
aposentadoria, para o aposentado.

41. (CESPE / TRE-MT - 2010) O salário mínimo pode ser fixado tanto por lei em sentido formal
quanto por decreto legislativo, com vigência em todo o território nacional, que consubstancia a
participação do Congresso Nacional na definição do montante devido à contraprestação de um
serviço.

42. (CESPE / TCE-RN - 2009) A CF insere, entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, a
igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.

43. (CESPE / TRE-MG - 2009) Não constitui direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a
garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

44. (CESPE / TRE-MG - 2009) Não constitui direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a
irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

45. (CESPE / BACEN - 2009) É direito social dos trabalhadores urbanos e rurais a jornada de sete
horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva.

46. (CESPE / Câmara dos Deputados 2012) A CF assegura expressamente a igualdade de


direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

47. (CESPE / Câmara dos Deputados - 2012) O direito de ação, quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho, prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho, para os
trabalhadores urbanos, e em dois anos, para os trabalhadores rurais.

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48. (CESPE / TRT 10ª Região - 2013) A criação de entidade sindical depende de autorização do
órgão competente, podendo o poder público nela intervir quando houver comprovada violação
de seus atos estatutários.

49. (CESPE / MDIC 2014) A CF prevê o direito de greve na iniciativa privada e determina que
cabe à lei definir os serviços ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.

50. (CESPE / TJ-AC - 2012) Em decorrência do princípio da unicidade sindical, é vedada a criação
de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional
ou econômica, na mesma base territorial, que não pode ser inferior à área de um município.

51. (CESPE / TRT 5ª Região - 2013) De acordo com a jurisprudência do STF, a contribuição
sindical definida em lei e a contribuição confederativa são obrigatórias, inclusive para os
profissionais liberais não filiados.

52. (CESPE / CNJ - 2013) Nas negociações coletivas de trabalho, é obrigatória a participação dos
sindicatos.

53. (CESPE / TRT 10ª Região - 2013) O empregado filiado que vier a se aposentar perderá o
direito de votar e de ser votado na organização sindical que integre.

54. (CESPE / TRF 5ª Região - 2013) Apesar de livre a associação sindical, o aposentado filiado
não tem direito de ser votado nas organizações sindicais.

NACIONALIDADE

55. (CESPE / TRF 1a Região 2017) Brasileiro naturalizado que tiver praticado crime comum
antes da sua naturalização poderá ser extraditando.

56. (CESPE / TRE-PE - 2017) O brasileiro naturalizado

a) poderá ocupar o cargo de presidente do Senado Federal.

b) poderá ocupar o cargo de ministro de Estado da Defesa.

c) não poderá ocupar cargo da carreira diplomática.

d) perderá a nacionalidade brasileira no caso de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei


estrangeira.

e) poderá ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

57. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Com base nas normas constitucionais que versam sobre
direitos e garantias fundamentais, assinale a opção correta acerca do direito de nacionalidade.

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a) Configura-se a denominada nacionalidade adquirida no caso em que o indivíduo nascido no


estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileiros, passa a residir no Brasil e opta pela nacionalidade
brasileira depois de ter atingido a maioridade.

b) É proibida qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, os quais são detentores dos
mesmos direitos e deveres previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

c) A perda da nacionalidade brasileira em razão do reconhecimento de outra nacionalidade


originária não se dá automaticamente.

d) Tanto a nacionalidade primária quanto a nacionalidade secundária dependem da vontade do


indivíduo, que tem a liberdade de aceitar ou não o vínculo jurídico-positivo que o liga ao Estado
brasileiro.

e) Na determinação da nacionalidade primária, no Brasil se adota com primazia o jus solis (vínculo
de territorialidade), mas também se admitem o jus matrimoniale (vínculo de casamento) e o jus
sanguinis (vínculo de sangue).

58. (CESPE / TRT 8a Região 2016) Acerca do tratamento da nacionalidade brasileira na


Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

a) Brasileiros natos e naturalizados são equiparados para todos os efeitos, dado o princípio da
isonomia, conforme o qual todos são iguais perante a lei.

b) Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro podem optar pela naturalização, desde que o façam
antes da maioridade civil.

c) É permitida a extradição de brasileiros naturalizados, respeitadas as condições previstas na CF.

d) São considerados brasileiros natos apenas os nascidos em solo nacional.

e) A naturalização é concedida exclusivamente a portugueses tutelados pelo Estatuto da Igualdade,


caso haja reciprocidade em favor dos brasileiros.

59. (CESPE / TCE-PA 2016) Para que o filho de casal brasileiro nascido em país estrangeiro seja
considerado brasileiro nato, ambos os pais devem estar, nesse país, a serviço da República
Federativa do Brasil.

60. (CESPE / Polícia Civil-PE 2016) Será considerado brasileiro nato o indivíduo nascido no
estrangeiro, filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que for registrado em repartição brasileira
competente ou que venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.

61. (CESPE / DPU 2016) Adotou-se como regra o critério sanguíneo para a definição da
nacionalidade brasileira.

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62. (CESPE / TRF 1a Região 2015) Considera-se brasileiro nato o indivíduo nascido no
estrangeiro e registrado em repartição brasileira competente, desde que seja filho de pai brasileiro
ou de mãe brasileira, ainda que seus pais não estejam a serviço da República Federativa do Brasil.

63. (CESPE / TRF 1a Região 2015) Os cargos de ministro de Estado da Defesa e o de ministro
das Relações Exteriores, entre outros, são privativos de brasileiros natos.

64. (CESPE/ TRE-GO 2015) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
ou mãe brasileira que esteja no exterior a serviço do Brasil ou de organização internacional.

65. (CESPE/TCDF/TAP 2014) Cidadão português que legalmente adquira a nacionalidade


brasileira não poderá exercer cargo da carreira diplomática, mas não estará impedido de exercer
o cargo de ministro de Estado das Relações Exteriores.

66. (CESPE/TJ CE/ TJAA 2014) Em relação aos direitos de nacionalidade, assinale a opção
correta considerando o disposto na CF.

a) Considera-se brasileiro naturalizado o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro e mãe estrangeira,


se o pai estiver a serviço da República Federativa do Brasil.

b) O Distrito Federal e os municípios poderão ter símbolos próprios.

c) Aos portugueses com residência permanente no país, serão atribuídos os direitos inerentes a
brasileiro nato.

d) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que cometer crime contra a vida do
presidente da República.

e) É privativo de brasileiro nato o cargo de juiz de direito.

67. (CESPE/Polícia Federal 2014) Considere que uma criança tenha nascido nos Estados
Unidos da América (EUA) e seja filha de pai americano e de mãe brasileira, que trabalhava, à época
do parto, na embaixada brasileira nos EUA. Nesse caso, a criança somente será considerada
brasileira nata se for registrada na repartição brasileira competente nos EUA.

68. (CESPE/MDIC 2014) Considere que Ana, cidadã brasileira, casada com Vladimir, cidadão
russo, ocupe posto diplomático brasileiro na China quando Victor, filho do casal, nascer. Nessa
situação, Victor será considerado brasileiro nato.

69. (CESPE/Câmara dos Deputados 2014) Se um casal formado por um cidadão argentino e
uma cidadã canadense for contratado pela República do Uruguai para prestar serviços em
representação consular desse país no Brasil e, durante a prestação desses serviços, tiver um filho
em território brasileiro, tal filho, conforme o disposto na CF, será brasileiro nato.

70. (CESPE/ TJ-CE 2014) Aos portugueses com residência permanente no país, serão
atribuídos os direitos inerentes a brasileiro nato.

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71. (CESPE / TJ-RR - 2012) Suponha que Jean tenha nascido na França quando sua mãe,
diplomata brasileira de carreira, morava naquele país em razão de missão oficial. Nessa hipótese,
segundo a CF, Jean será automaticamente considerado brasileiro naturalizado, com todos os
direitos e deveres previstos no ordenamento jurídico brasileiro.

72. (CESPE / TRF 2ª Região - 2013) Com a Emenda Constitucional n.º 54/2007, passaram a ser
considerados brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai e mãe brasileiros, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil após atingir
a maioridade.

73. (CESPE / TRF 2ª Região - 2013) Serão considerados brasileiros naturalizados os estrangeiros
de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos, mas, com
relação aos originários de países de língua portuguesa, a CF prevê somente que tenham residência
permanente no país como condição para adquirir a nacionalidade brasileira.

74. (CESPE / TJ-AC - 2012) O cargo de ministro de Estado das Relações Exteriores e o de ministro
da Defesa são privativos de brasileiros natos.

75. (CESPE / TRE-MS - 2013) O brasileiro naturalizado não pode ocupar o cargo de deputado
federal, privativo de brasileiro nato.

76. (CESPE / TRE-RJ - 2012) Os efeitos jurídicos de sentença transitada em julgado que trate da
perda da nacionalidade brasileira não são personalíssimos, podendo-se estender, portanto, a
terceiros.

77. (CESPE / TRT 21ª Região - 2010) Segundo estipula a CF, na parte em que trata dos direitos
de nacionalidade, é privativo de brasileiro nato o exercício do cargo de ministro de Estado.

78. (CESPE / MPE-RN - 2009) Os cargos de deputado federal e senador da República são
privativos de brasileiros natos.

79. (CESPE / MPE-SE - 2010) Os estrangeiros originários de países de língua portuguesa


adquirirão a nacionalidade brasileira se mantiverem residência contínua no território nacional
pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização.

80. (CESPE / TCE-BA - 2010) Somente o brasileiro naturalizado pode perder sua nacionalidade
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.

81. (CESPE / TRT 21ª Região - 2010) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira somente podem ser considerados brasileiros natos se, após registrados em repartição
brasileira competente, vierem a residir no Brasil e optarem pela nacionalidade brasileira.

82. (CESPE / TRE-MT - 2010) A legislação infraconstitucional não poderá estabelecer distinção
entre brasileiros natos e naturalizados, de modo que, em virtude do princípio da igualdade, as
únicas hipóteses de tratamento diferenciado são as que constam expressamente do texto
constitucional.

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83. (CESPE / TRE-MT - 2010) A naturalização é um direito público subjetivo que constitui ato
administrativo de caráter vinculado, uma vez que o chefe do Poder Executivo encontra-se
obrigado a concedê-la, desde que sejam atendidos os requisitos legais e constitucionais para sua
obtenção.

84. (CESPE / TRE-MT - 2010) Aos portugueses com residência permanente no Brasil, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato.

85. (CESPE / Banco Central - 2009) A perda da nacionalidade brasileira pode decorrer de ato do
ministro da Justiça ou de decisão judicial e tem como consequência o retorno do indivíduo à
situação de estrangeiro.

86. (CESPE / OAB - 2009) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde a nacionalidade
brasileira.

87. (CESPE / ANATEL - 2009) Mário, casado com Ângela, é analista administrativo da ANATEL e
esteve a serviço dessa agência em Paris nos meses de outubro e novembro de 2008, quando, nesse
período, nasceu seu filho Lúcio, em hospital de Brasília. Caso Lúcio tivesse nascido em Paris, ele
não poderia ocupar os cargos de ministro do Supremo Tribunal Federal e de oficial das Forças
Armadas, haja vista que esses cargos são privativos de nascidos no Brasil.

88. (CESPE / INSS - 2010) O filho do embaixador da China no Brasil, caso nasça em território
nacional, é considerado brasileiro nato.

89. (CESPE / Câmara dos Deputados - 2012) As distinções entre brasileiros natos e
naturalizados, além das constantes na CF, devem ser previstas em lei complementar.

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GABARITO
1. LETRA C 31. ERRADA 61. ERRADA
2. ERRADA 32. CORRETA 62. CORRETA
3. ERRADA 33. ERRADA 63. ERRADA
4. ERRADA 34. CORRETA 64. ERRADA
5. ERRADA 35. ERRADA 65. CORRETA
6. CORRETA 36. ERRADA 66. LETRA B
7. ERRADA 37. CORRETA 67. ERRADA
8. ERRADA 38. ERRADA 68. CORRETA
9. ERRADA 39. ERRADA 69. CORRETA
10. ERRADA 40. CORRETA 70. ERRADA
11. LETRA B 41. ERRADA 71. ERRADA
12. CORRETA 42. CORRETA 72. ERRADA
13. ERRADA 43. ERRADA 73. ERRADA
14. LETRA C 44. ERRADA 74. ERRADA
15. ERRADA 45. ERRADA 75. ERRADA
16. CORRETA 46. CORRETA 76. ERRADA
17. CORRETA 47. ERRADA 77. ERRADA
18. ERRADA 48. ERRADA 78. ERRADA
19. CORRETA 49. CORRETA 79. ERRADA
20. CORRETA 50. CORRETA 80. CORRETA
21. CORRETA 51. ERRADA 81. ERRADA
22. CORRETA 52. CORRETA 82. CORRETA
23. ERRADA 53. ERRADA 83. ERRADA
24. CORRETA 54. ERRADA 84. ERRADA
25. CORRETA 55. CORRETA 85. ERRADA
26. ERRADA 56. LETRA C 86. ERRADA
27. CORRETA 57. LETRA C 87. ERRADA
28. ERRADA 58. LETRA C 88. ERRADA
29. CORRETA 59. ERRADA 89. ERRADA
30. ERRADA 60. CORRETA

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