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TCC Finalizado-Joelma
TCC Finalizado-Joelma
ABAETETUBA – PA
2017
JOELMA TELES QUARESMA
Abaetetuba – PA
2017
JOELMA TELES QUARESMA
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado, para a obtenção do título
de Licenciada Plena em Matemática pelo corpo docente da Faculdade de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Baixo Tocantins.
_______________________________________
Prof. Dr. Manuel de Jesus dos Santos Costa
UFPA
Orientador
________________________________________
Prof. Dr. Rômulo Correa Lima
UFPA
Examinador
________________________________________
Prof. Dr. José Francisco da S. Costa
UFPA
Examinador
AGRADECIMENTOS
A DEUS pelo dom da vida, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades,
agradeço-te por nunca me deixar esquecer que mesmo em meio aos desertos, sempre estavas
comigo em todo tempo, que permitiu que tudo isso acontecesse ao longo da minha vida, é o
maior mestre que alguém pode conhecer, te amo meu DEUS.
Aos meus pais João Teles, Maria da Conceição e a minha irmã Josiane que sempre
estiveram ao meu lado, que não mediram esforços pra que eu chegasse a essa etapa da minha
vida, muito obrigada meus amores, amo muito vocês.
Ao meu Orientador Prof. Dr. Manuel de Jesus dos Santos Costa, que foi um presente
de Deus pra mim, pela dedicação em suas orientações prestadas na elaboração deste trabalho,
pela grande paciência, e por sua generosidade inigualável, por ser essa pessoa incrível e
especial. Muito obrigada por tudo, sou sua fã número um.
A todos meus professores em especial a Silvana Gomes, Alan Carlos, Felipe Astur,
Manuel Lima, que sempre me ajudaram quando precisei em minha formação acadêmica.
Aos meus amigos que muito me ajudaram generosamente sem medir esforços, em
especial ao Gabriel Martins, a Ana Paula Farias, Diógenes Negrão e sua esposa Juliana, a
Marlene e ao Dinaldo Almeida, que o Senhor Jesus possa os recompensar poderosamente o
que fizeram por mim.
A minha turma Matemática 2013, que me acolheram super bem (pois sou da turma
2010), muito obrigada pela amizade vocês são demais, em especial a Rosimeire, Alana e
Marcos, meus grandes amigos, que passamos por tantas dificuldades, mas no final tudo deu
certo, amo vocês.
The main objective of the present Work of Conclusion of Course (TCC) was to present a
simple mathematical model of a hurricane using some basic principles of fluid flow linked to
the theoretical basis of vector fields. In this sense, vectorial concepts were presented, in
particular, two-dimensional (2D) and three-dimensional (3D) vector fields, and they were
visualized graphically. Then, the so-called sea temperature anomalies were addressed, with
the purpose of explaining the hurricanes, in this context, their formation was described, the
differences between hurricanes, tornadoes and typhoons, classification, nomenclature and a
listing of the worst hurricanes. Subsequently, a chapter on mathematical modeling was
succinctly explained in order to unite theory and practice. And finally an explicit analytical
expression was determined for a velocity field of a given hurricane, this process was
characterized by the superposition of two simple flows, namely, vortex and well flows. As a
practical application, the aforementioned analytical expression was applied obtaining a vector
field model of a real situation related to a hurricane (Matthew). It should be noted that the
computational aid used in this work was the Mathematica program.
Figura 18- Representação gráfica de um campo vetorial caracterizando um fluxo vórtice ..... 41
Figura 21- Imagem da representação geométrica dos vetores unitários ortogonais ur e uθ .... 47
Figura 22- Imagem geométrica das linhas de corrente de um campo vetorial para um
determinado furacão com potências de vórtice k = 2π e potência de poço q = 2π ............... 49
Figura 24- Imagem geométrica do furacão Matthew utilizando linhas de corrente ................. 53
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11
5 FURACÃO MATTHEW............................................................................................ 34
6 APLICAÇÕES ............................................................................................................ 37
7 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 56
1 INTRODUÇÃO
1
É um tipo de software concebido por Stephen Wolfram, e continuamente desenvolvido pela empresa Wolfram,
que interpreta-se por uma kernel (núcleo) que realiza todos os cálculos, como cálculos numéricos,
apresentações de funções, resolução de equações, esboço e desenho de gráficos, tornando-se um sistema
independente da plataforma que deseja-se operar. A versão utilizada no presente trabalho é a mais atual, 11.1.
12
Para Stewart (2012), o cálculo vetorial é uma área de extrema importância para a
matemática pura e aplicada, envolvendo a análise de vetores em uma ou mais dimensões. O
estudo do cálculo vetorial inclui campos vetoriais, que são funções que associam vetores a
pontos do espaço. Tal estudo caracteriza-se de suma importância para a descrição matemática
de um fluxo (ANTON; BIVENS; DAVIS, 2007).
Para exemplificar um campo vetorial, imagina-se uma corrente em que a água flui
horizontalmente em qualquer nível e considera-se a camada de água numa profundidade
específica. Em cada ponto da camada, a água tem certa velocidade, a qual é representada por
um vetor naquele ponto (ANTON; BIVENS; DAVIS, 2007), (ver, Figura 1).
Anton, Bivens e Davis (2007) elucidam que a associação de vetores velocidade com
pontos numa camada bidimensional é denominada de campo de velocidades nessa camada tal
descrição citada está diretamente ligada à definição de campo vetorial enunciada a seguir.
14
2.1.1 Definição
⃗⃗
𝐹⃗ (𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑖⃗ + 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑗⃗ + ℎ(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑘 (3)
ou ainda,
⃗⃗
𝐹⃗ (𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑓𝑖⃗ + 𝑔𝑗⃗ + ℎ𝑘 (4)
Observam-se agora as Figuras (2) e (3) que representam um campo vetorial (2D) e
(3D), respectivamente.
15
repulsão de uma corrente elétrica, ou seja, quanto mais perto da carga, maior é a força
⃗⃗
𝒙𝒊⃗+𝒚𝒋⃗+𝒛𝒌
⃗⃗(𝒙, 𝒚) = 𝟐 𝟐 𝟐
repulsora. O campo vetorial 𝑭 ⃗⃗(𝒙, 𝒚, 𝒛) = 𝒚𝒊⃗ − 𝒙𝒋⃗ +
(ver, Figura 7), 𝑭
(𝒙 + 𝒚 +𝒛 )𝟑⁄𝟐
⃗⃗ (ver, Figura 8) e 𝑭
𝒛𝒌 ⃗⃗ (ver, Figura 9) mostram campos vetoriais no
⃗⃗(𝒙, 𝒚, 𝒛) = 𝒚𝒊⃗ − 𝒙𝒋⃗ + 𝒛𝒌
espaço 3D, tais figuras tendem a ser confusas e, portanto de menor valor que representações
gráficas de campos vetoriais no espaço 2D (ANTON; BIVENS; DAVIS, 2007), no entanto,
existem recursos gráficos que minimizam tal situação (ver, Figura 9).
17
2 1 0 1 2
3 2 1 0 1 2 3
Fonte: Adaptado de ANTON; BIVENS; DAVIS, 2007.
18
1.0
0.5
0.0
0.5
1.0
5
0
5
Figura 9- Representação geométrica de um campo vetorial 3D, aplicando uma técnica de corte
(do inglês, slice)
3.1 CICLONE
3.2 FURACÃO
A palavra “furacão” tem origem entre os maias (povo que habitava a América Central
antes da chegada dos conquistadores espanhóis, no final do século XV). De acordo com
a mitologia maia, Huracan era o “Deus” responsável pelas tempestades, os espanhóis
absorveram a palavra, transformando-a no que ela é hoje. De acordo com o dicionário Aurélio
(1986), a palavra furacão significa “vento violento e repentino”. Em relação aos
meteorologistas o furacão é um tipo de ciclone tropical que tem origem em águas oceânicas,
caracterizando grandes áreas de nuvens carregadas que só podem ser observados através das
imagens de satélites, podendo causar graves consequências quando atinge áreas urbanas
(FURACÃO..., 2015)
2
É um sistema de referência em rotação uniforme, em que os corpos em movimento, quando visto por um
observador no mesmo referencial, aparecem sujeitos á uma força perpendicular á direção do seu movimento.
Essa força foi descoberta pelo engenheiro francês Gustave-Gaspar Coriolis. (MIRANDA, 2009).
21
Quando os ventos que giram em volta de uma coluna de ar quente atingem 120 km/h, a
pressão atmosférica em uma pequena área dentro da coluna cai muito drasticamente, (ver,
Figura 10) é o aparecimento do chamado olho do furacão, (ver, Figura 11), o olho é uma
região de calmaria, onde os ventos são leves, não ultrapassando os 32 km/h. Neste contexto, se
houvesse a possibilidade de entrar em um furacão, primeiro notar-se-ia ventos muito fortes
soprando em uma determinada direção, em seguida seria detectada uma área mais quente e o
sopro de uma brisa e, finalmente, atingir-se-ia uma região com ventos violentos (ROCHA,
2003 ).
Fonte: www.invivo.fiocruz.br-cgi-sys-start<furacoes.htm.
22
Nos dias de hoje, existem estações meteorológicas que monitoram constantemente este
tipo de fenômeno climático, avisando a população local em caso de evidências de desastres,
eles duram, em média, seis dias e viajam a uma velocidade que varia entre 19 km/h e 32 km/h.
As tempestades completamente desenvolvidas se movem mais rápido que as tempestades
jovens, eles trazem ainda ondas de até 12 m de altura e uma variação de até 5,5 m3 na
quantidade normal de chuvas da região atingida (ROCHA, 2003). Ainda como informação, o
furacão também intensifica o processo de salinização nas áreas litorâneas, isto é, as partículas
de cloreto de sódio (NaCl) grudam nas linhas elétricas e causam a queda de eletricidade em
áreas extensas, oxidam vários metais e também matam vegetação a médio prazo
(KOBIYAMA et al., 2006).
3
É considerada tempestade tropical toda e qualquer agitação intensa do ambiente, podendo incluir chuva,
explosões e outros tipos de fenômenos (CONCEITO..., 2016).
23
Segundo Ferreira (2006, apud KOBIYAMA et al., 2006) duas pessoas morreram em
terra, uma dezena de outras pessoas desapareceu no mar, além do Catarina provocar dezenas
de feridos e danos materiais consideráveis. No total foram destruídas 2.194 edificações e
outras 53.274 foram danificadas, o que representou 36,4% do total de edificações da região.
Apesar dos elevados danos, o Catarina foi classificado somente como categoria 2 na escala de
furacões Saffir-Simpson (ver, Tabela 1). Em outras palavras, o furacão Catarina fez mudar o
paradigma sobre furacões no Atlântico Sul. Simulações com modelos climáticos globais
25
indicam que num planeta mais aquecido poderia haver um número maior de sistemas
meteorológicos como ciclones extratropicais no Atlântico Sul, ainda que tais projeções
necessitem de estudos mais detalhados (FURACÃO..., 2005).
Fonte: www.geografia.seed.pr.gov.br-conteudo,furacaocatarina.htm.
De acordo com Arruda (2013) é importante também entender que furacões são
diferentes de tornados e tufões, embora sejam vórtices 4 atmosféricos. Os tornados diferem de
todos os outros por se formarem no continente, ou seja, em terra firme, e costumam ser
menores que os furacões, porém podem ser bem mais destrutivos do que os equivalentes
formados em alto-mar, possuindo velocidades bem maiores, que, em alguns casos, chegam a
atingir os 400 km/h. Os tufões, por sua vez, são o mesmo que os furacões, recebendo esse
nome quando ocorre no Oceano Pacífico, perto da China e Japão. Não se pode visualizar um
furacão ou um tufão, como o funil de um tornado, no entanto, os mesmos apresentam fortes
ventos simultaneamente com chuvas intensas.
4
Vórtice é um escoamento giratório onde as linhas de correntes apresentam um padrão circular ou espiral, são
movimentos espirais ao redor de um centro de rotação (VÓRTICE..., 2013).
26
A intensidade dos ventos dos furacões pode ser classificada em categorias por meio da
Escala de Saffir-Simpson a qual foi criada no ano de 1969, pelo Engenheiro Civil Herbert
Saffir, então diretor do Centro Nacional de Furacões (NHC) no Estados Unidos e pelo
Meteorologista Robert Simpson. Esta escala também possibilita estimar os riscos potenciais
causados segundo a categoria dos furacões (ver, Tabela 1), a mesma é definida pela
velocidade dos ventos medida em quilômetros por hora (km/h), altura do nível do mar em
metros (m) e pela pressão barométrica estimada em hectopascal (hPa). Neste contexto, a
mesma varia entre 1 a 5, sendo esta última a mais destruidora (ESCALA..., 2000 ).
Atualmente, existe uma lista com 126 nomes de furacão que são repetidos em um ciclo
de seis anos. Esses nomes são escolhidos pela Organização Meteorológica Mundial (OMM)
com sede em Genebra, na Suíça, que seleciona nomes comuns de pessoas em inglês, espanhol
e francês, pois essas são as línguas faladas nos países que mais são atingidos por furacões. Os
27
nomes são divididos igualmente entre masculinos e femininos, em ordem alternada. Eles
seguem a ordem alfabética, excluindo as letras Q, U, X, Y e Z, pois poucos nomes começam
com essas letras. No caso dos ciclones formados no Oceano Pacífico, ou seja, os tufões, a
nomenclatura depende da região de origem do fenômeno. Se ocorrer no Noroeste do Pacífico,
a nomenclatura obedece a uma lista com 144 nomes de A a Z (excluindo as letras Q e U), os
quais também divide-se em seis colunas (anos). Em relação aos tufões do Centro-Norte do
Pacífico, os mesmos recebem nomes havaianos, totalizando 48, seguindo uma determinada
sequência. Existem algumas situações que interferem nesse padrão de nomenclatura, por
exemplo, quando ocorrem mais de 21 furacões em um mesmo ano, assim são criados novos
nomes cujas iniciais seguem o alfabeto grego (alfa, beta, gama, etc.). Tal situação, foi
evidenciada na temporada de furacões de 2005. A lista também sofre alteração quando
ocorrem furacões devastadores, como o Katrina. Nesse caso, o nome foi substituído por Katia
a partir de 2011 (LESME, 2011).
1- Furacão Bhola: Levando o primeiro lugar por ciclone tropical mais mortal já
registrado, o Ciclone Bhola de 1970 atingiu o Paquistão Oriental atual
Bangladeshe, Bengala Ocidental da Índia em 12 de novembro de 1970.
Aproximadamente 500.000 pessoas morreram.
2- Tufão Nina: O Super tufão Nina de 1975, destruiu a barragem Banqiao na China.
Com uma quantidade de morte de mais de 100.000, ele é o segundo mais mortal
tufão registrado na história.
4- Furacão Pauline: O Furacão teve seu caminho até a costa mexicana, Pauline
despejou chuvas torrenciais. A chuva causou deslizamentos de terra matando cerca
de 400 pessoas e deixando 300.000 desabrigadas. Pauline causou uma quantidade
enorme de danos excedendo 7,5 bilhões de dólares.
7- Furacão Ike: Ele está entre os três furacões mais destrutivos a já atingir os EUA,
com dano adicional de 7,3 bilhões de dólares em Cuba, o Furacão resultou em 195
mortes.
8- The Great Hurricane: Essa tempestade de 1780 devastou Porto Rico, República
Dominicana, Pequenas Antilhas, Bermuda e praticamente toda a Flórida e outros
estados. A quantidade de mortos foi bem superior a 22.000 pessoas.
11- Furacão Matthew (recente furacão 2016): foi um poderoso ciclone tropical que
afetou a Jamaica, cuba, república dominicana, Bahamas e, especialmente, o Haiti.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) calcula que 1,3 milhão de
haitianos foram prejudicados pelo furacão, que passou pela península de
Tiburon com ventos de até 230 km/h e chuvas torrenciais 5 (FURACÃO..., 2016).
5
Chuvas Torrenciais é aquela que ocorre quando chove bastante num período curto de tempo sobre uma área
pequena. Ocorre frequentemente durante épocas chuvosas e épocas de furacões (FURACÃO..., 2016).
30
4 MODELAGEM MATEMÁTICA
Descritivo
Modelo
Matemático
Exatos
Prescritivo
Aproximação
(Heurísticas)
Definição do
Problema
Observação do Coleta de
sistema dados
Modelo
Matemático
Validação do
Modelo
Auxílio á
decisão
Implementação
do Modelo
Análise de
Eficiência
5 FURACÃO MATTHEW
Fonte: www.wikipedia.com.br/furacaomatthew.htm
O Haiti foi o país mais afetado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) calcula que 1,3 milhão de haitianos foram prejudicados pelo furacão, que passou
pela península de Tiburon com ventos de até 230 km/h e chuvas torrenciais. O furacão
complicou a situação de um país que ainda não tinha se recuperado dos efeitos do
devastador terremoto de 2010. Foram organizados programas de ajuda internacional ao Haiti
para envio de alimentos, água, dinheiro, medicamentos e equipes de emergência. O Escritório
das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários pediu 119 milhões
de dólares para responder aos danos causados pela passagem do furacão Matthew no Haiti e
para prestar assistência, nos próximos três meses, a cerca de 1,4 milhão de pessoas em
necessidade urgente no país atingido. O total de mortes atribuídas à tempestade no Haiti
passou de mil, e o cômputo final pode ser maior, pois após sua passagem foram
diagnosticados vários casos de cólera causados pela contaminação das águas, havendo risco
de uma epidemia. Esses números fazem de Matthew o mais mortal dos furacões no Atlântico
desde o Stan em 2005, que matou mais de 1.600 na América Central e no México.
(FURACÃO..., 2016).
do Caribe, mas provocou marés de tempestade, chuvas intensas, queda de árvores, bloqueio
de estradas, suspensão de voos e danos estruturais, em vários pontos da costa houve
inundações recorde, mais de dois milhões de pessoas foram evacuadas em quatro estados
norte-americanos, aproximadamente um milhão de pessoas ficou sem energia elétrica na
Flórida, 250 mil na Carolina do Sul e 120 mil na Geórgia. Até o dia 11 pelo menos 34 mortes
nos Estados Unidos foram atribuídas ao furacão, e os prejuízos materiais foram calculados
entre 4 e 6 bilhões de dólares (FURACÃO..., 2016). Diante do cenário apresentado,
encontrou-se subsídios suficientes os quais justificam a escolha do referido furacão para a
utilização de um modelo básico de furacão, tal procedimento será abordado no Capítulo a
seguir (Capítulo 6).
37
6 APLICAÇÕES
Todos os fluidos tem certa quantidade de viscosidade, que é uma resistência a fluir,
por exemplo, óleo e melaço tem uma alta viscosidade, enquanto a água não tem quase
nenhuma em velocidades subsônicas 7. Assim é razoável ignorar a viscosidade num modelo
básico. Em seguida, decide-se admitir que o fluxo estivesse em estado estacionário, ou seja, a
velocidade do fluido, em qualquer ponto, não varia com o tempo, tal decisão é razoável para
períodos de tempo curtos, bem como furacões que se movem e mudam vagarosamente.
Finalmente, apesar dos furacões serem fluxos tridimensionais, pode-se modelar uma seção
6
Chama-se fluido perfeito ou ideal, um fluido de viscosidade desprezível (nula) embora nenhum fluido real seja
perfeito. (NUSSENZVEIG, 1999)
7
Velocidades subsônicas é aquela inferior a velocidade do som, ou seja, abaixo de 1 Ma (1235 km/h)
(NUSSENZVEIG, 1999)
38
Neste contexto, o objetivo inicial é determinar uma fórmula explícita para o campo de
velocidade 𝐹⃗ (𝑥, 𝑦) do Matthew, introduzindo um sistema de coordenadas retangulares com
origem no olho e o eixo y apontando para o norte. Além disso, com base na Figura (17) e nos
conhecimentos teóricos da meteorologia apresentada, será construído o campo de velocidade
do Matthew a partir dos campos de velocidade de fluxos mais simples, ou seja, um fluxo
vórtice anti-horário 𝐹⃗1 (𝑥, 𝑦) , (onde o fluido flui no sentido anti-horário em círculos
concêntricos em torno do olho), e um fluxo poço 𝐹⃗2 (𝑥, 𝑦), (no qual o fluido flui em linhas
retas na direção de um poço no olho). Determinadas as fórmulas para 𝐹⃗1 (𝑥, 𝑦) e 𝐹⃗2 (𝑥, 𝑦), a
estratégia será utilizar o princípio da superposição da dinâmica dos fluidos (ANTON;
BIVENS; DAVIS, 2007) para expressar o campo de velocidade do Matthew como segue:
𝑘
𝐹⃗1 (𝑥, 𝑦) = − 2𝜋(𝑥 2 +𝑦 2 ) (𝑦𝑖⃗ − 𝑥𝑗⃗) (6)
Neste sentido, calculando o produto escalar (ver, Anexo B) entre (6) e (7), têm-se:
𝑘 −𝑘𝑥𝑦 𝑘𝑥𝑦
𝐹⃗1 (𝑥, 𝑦). 𝑟⃗ = − 2𝜋(𝑥2+𝑦2) (𝑦𝑖⃗ − 𝑥𝑗⃗). (𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗) = 2𝜋(𝑥 2 +𝑦 2) + 2𝜋(𝑥 2 +𝑦 2) = 0 (8)
𝑥𝑘 −𝑦𝑘 −𝑦 𝑘 2 2
𝑥 𝑘
⃗⃗ = − 𝑘 𝑘
𝐹⃗1 (𝑥, 𝑦) × 𝑟⃗ = (2𝜋(𝑥2 +𝑦2 ) 0 − 0 𝑦) ⃗𝑖 − (2𝜋(𝑥2 +𝑦2 ) 0 − 0 𝑥) ⃗𝑗 + (2𝜋(𝑥2 +𝑦2 ) − 2𝜋(𝑥2 +𝑦2 )) 𝑘 ⃗⃗ ,
2𝜋
(9)
Tal resultado implica que o fluido encontra-se em uma rotação no sentido anti-horário,
caracterizando assim, a segunda característica de um fluxo vórtice. Para verificar a terceira
característica de um fluxo vórtice, transforma-se (6) para coordenadas polares (ver, Anexo A),
como segue:
40
𝑘
𝐹⃗1 (𝑥, 𝑦) = − (𝑦𝑖⃗ − 𝑥𝑗⃗) = 𝐹⃗1 (𝑟, 𝜃)
2𝜋(𝑥 2 + 𝑦 2 )
𝑘
=− (𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖⃗ − 𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃𝑗⃗)
2𝜋(𝑟 2 𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛𝜃)
𝑘
= − 2𝜋𝑟 (𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖⃗ − 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑗⃗) (10)
Assim, (10) indica que a velocidade é constante nos círculos unitários centrados na
origem do sistema, além de mostrar que a velocidade do fluxo (6) é inversamente
1
proporcional a , ou seja, aos raios dos círculos. Finalmente, para verificar o item (b) aplica-
𝑟
𝑘 𝑘
‖𝐹⃗1 (𝑟, 𝜃)‖ = (𝑠𝑒𝑛2 𝜃 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃) = (11)
2𝜋𝑟 2𝜋𝑟
De acordo com Anton, Bivens e Davis (2007) um fluxo poço uniforme de fluido ideal
na direção da origem tem quatro características definidoras, ou seja:
Como no caso do fluxo vórtice (ver, tópico 6.2), a potência q de um fluxo escoador
uniforme é definida como sendo 2π vezes a velocidade do fluido nos pontos do círculo
unitário. Se a potência de um fluxo poço for conhecida, então a velocidade do fluido em
qualquer ponto pode ser determinada usando-se o fato de que a velocidade é inversamente
proporcional à distância até a origem. Assim, a próxima tarefa consiste em determinar uma
fórmula para um fluxo poço 𝐹⃗2 (𝑥, 𝑦) uniforme com potência q especificada. Neste sentido,
seja:
𝑞
𝐹⃗2 (𝑥, 𝑦) = − (𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗) (13)
2𝜋 (𝑥 2 +𝑦 2 )
𝑞 𝑞 𝑞 𝑟⃗ 1
𝐹⃗2 (𝑥, 𝑦) = − 2𝜋(𝑥 2 +𝑦 2) (𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗) = 𝐹⃗2 (𝑟⃗) = − 2𝜋‖𝑟⃗‖2 (𝑟⃗) = − 2𝜋 ‖𝑟⃗‖ ‖𝑟⃗‖ . (14)
Indicando que o campo é direcionado para o centro do fluxo com norma igual a:
𝑞 1
‖𝐹⃗2 (𝑟⃗)‖ = 2𝜋 ‖⃗𝑟⃗‖. (15)
Mostrando desta maneira que a velocidade do fluxo determinada por (13) é constante
ao longo de um determinado círculo centrado na origem do sistema, onde o valor da mesma
1
varia proporcionalmente a ‖𝑟⃗‖. Portanto, a partir das análises supracitadas verifica-se o item
(a). Para satisfazer o item (b), aplica-se primeiramente uma mudança de coordenadas
cartesianas para polares em (13), onde:
43
𝑞
𝐹⃗2 (𝑥, 𝑦) = − (𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗) = 𝐹⃗2 (𝑟, 𝜃)
2𝜋(𝑥 2+ 𝑦 2)
𝑞
=− (𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃𝑖⃗ + 𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃𝑗⃗)
2𝜋(𝑟 2 𝑐𝑜𝑠𝜃+ 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛𝜃)
𝑞
= − 2𝜋𝑟 (𝑐𝑜𝑠𝜃𝑖⃗ + 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑗⃗) (16)
𝑞
‖𝐹⃗2 (𝑟, 𝜃)‖ = 2𝜋𝑟 ⇒ 𝑞 = 2𝜋‖𝐹⃗2 (𝑟, 𝜃)‖. (17)
Novamente, para efeito de visualização do fluxo poço (13) com potência, por
exemplo, 𝑞 = 2𝜋 e utilizando o programa Mathematica determina-se a Figura (19).
44
Figura 19- Representação gráfica de um campo vetorial caracterizando um fluxo poço
y
20
10
0 x
10
20
20 10 0 10 20
Fonte: Autoria Própria
Neste sentido, antes de modelar o furacão Matthew, para efeito de teste, a Figura
(20) mostra um campo vetorial para um determinado furacão (ver, (18)) com potência de
vórtice 𝑘 = 2𝜋 e potência de poço 𝑞 = 2𝜋.
45
Figura 20- Imagem geométrica de um campo vetorial para um determinado furacão com potência de
vórtice 𝒌 = 𝟐𝝅e potência de poço 𝒒 = 𝟐𝝅
Segundo Brunetti (2008) as trajetórias seguidas pelas partículas do fluido num fluxo
fluido tangente aos vetores 𝐹⃗ (𝑥, 𝑦) de velocidade são chamadas linhas de corrente. Assim, se
essas linhas forem representadas como curvas de nível 8 de uma determinada função 𝜓 =
𝜓(𝑥, 𝑦) , 𝜓 é definida como sendo uma função corrente para um fluxo a especificar
(ANTON;BIVENS; DAVIS, 2007). Ainda segundo Anton, Bivens e Davis (2007), o
8
Para Steward (2012), as curvas de nível ou curvas de contorno, de uma função 𝑓 de duas variáveis, são aquelas
com equação 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝐶 , onde 𝐶 é uma constante(na imagem de 𝑓). Onde todos os pontos do domínio de 𝑓,
nos quais o valor de 𝑓 é 𝐶 .em outras palavras, ela mostra onde o gráfico de 𝑓 de altura 𝐶.
46
9
gradiente ∇ 𝜓 é normal às curvas de nível 𝜓(𝑥, 𝑦) = 𝐶 , desta maneira ∇ 𝜓 é normal às
linhas de corrente, tal informação implica no seguinte produto escalar (ver, Anexo B):
𝜕 𝜕
Salienta-se que o operador (∇) Nabla ou Del é definido por ∇= 𝜕𝑥 + 𝜕𝑦.
1
𝐹⃗ (𝑟, 𝜃) = − [(𝑞𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑘𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃)𝑖⃗ + (𝑞𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑘𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑗⃗]
2𝜋(𝑟 2 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃+ 𝑟 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜃)
1 1
= (−𝑞𝑐𝑜𝑠𝜃𝑖⃗ − 𝑞𝑠𝑒𝑛𝜃𝑗⃗) + (−𝑘𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖⃗ + 𝑘𝑐𝑜𝑠𝜃𝑗⃗)
2𝜋𝑟 2𝜋𝑟
𝑞 𝑘
= − 2𝜋𝑟 (𝑐𝑜𝑠𝜃𝑖⃗ + 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑗⃗) + 2𝜋𝑟 (−𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖⃗ + 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑗⃗). (20)
𝑢
⃗⃗𝑟 = 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑖⃗ + 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑗⃗
{ , (21)
𝑢
⃗⃗𝜃 = −𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖⃗ + 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑗⃗
9
Segundo Anton, Bivens e Davis (2007), Se 𝑓for uma função de x e y, então o gradiente de f é definido
𝜕𝑓 𝜕𝑓
por∇𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑖⃗.+ 𝑗 . É importante ter em mente que ∇𝑓 não é um produto ∇ e 𝑓, o símbolo ∇ não tem
𝜕𝑥 𝜕𝑦
um valor por si mesmo, ele age sobre a função 𝑓, para produzir o gradiente ∇𝑓.
10
Para Steinbruch e Winterle (1987), dois vetores são ortogonais unitários se o produto escalar entre eles é nulo,
⃗⃗. 𝑣⃗ = 0, simultaneamente com ‖𝑢
isto é, 𝑢 ⃗⃗‖ = 1 e ‖𝑣⃗‖ = 1.
47
𝜃 𝒙
O vetor 𝑢
⃗⃗𝑟 denomina-se vetor radial unitário, o mesmo aponta para fora da origem, já
o vetor 𝑢
⃗⃗𝜃 chama-se vetor transversal unitário, tal vetor obtém-se girando 𝑢
⃗⃗𝑟 90° no sentido
anti-horário (ver, Figura 21). Portanto, substituindo (21) em (20), obtém-se (ANTON;
BIVENS; DAVIS, 2007):
𝑞 𝑘 1
𝐹⃗ (𝑟, 𝜃) = − 2𝜋𝑟 𝑢 ⃗⃗𝜃 = − 2𝜋𝑟 (𝑞𝑢
⃗⃗𝑟 + 2𝜋𝑟 𝑢 ⃗⃗𝜃 ).
⃗⃗𝑟 − 𝑘𝑢 (22)
𝜕𝜓 𝜕𝜓
∇ 𝜓(𝑥, 𝑦) = 𝑖⃗ + 𝜕𝑦 𝑗⃗, (23)
𝜕𝑥
𝜕𝜓 𝜕𝜓 𝜕𝑟 𝜕𝜓 𝜕𝜃 𝜕𝜓 1 𝜕𝜓
= + 𝜕𝜃 𝜕𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝜃 − 𝑟 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜕𝜃 (24)
𝜕𝑥 𝜕𝑟 𝜕𝑥 𝜕𝑟
𝜕𝜓 𝜕𝜓 𝜕𝑟 𝜕𝜓 𝜕𝜃 𝜕𝜓 1 𝜕𝜓
= + 𝜕𝜃 𝜕𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑟 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝜕𝜃 . (25)
𝜕𝑦 𝜕𝑟 𝜕𝑦 𝜕𝑟
48
𝜕𝜓 1 𝜕𝜓
∇𝜓 = 𝑢
⃗⃗ + 𝑟 𝜕𝜃 𝑢
⃗⃗𝜃 . (26)
𝜕𝑟 𝑟
𝑞 𝜕𝜓 𝑘 1 𝜕𝜓 𝜕𝜓 𝑘 𝜕𝜓
− 2𝜋𝑟 𝜕𝑟 + 2𝜋𝑟 𝑟 𝜕𝜃 = −𝑞 𝜕𝑟 + 𝑟 𝜕𝜃 = 0. (27)
𝜕𝜓 𝑘
=𝑟 (28)
𝜕𝑟
𝜕𝜓
=𝑞 (29)
𝜕𝜃
𝜓(𝜃) = 𝑞𝜃 (31)
Deste modo, somando (30) e (31) determina-se a função corrente para o modelo básico
de um determinado furacão (ver, 18) em coordenadas polares, isto é:
𝑞𝜃
𝐶 𝑞𝜃
𝑘𝑙𝑛(𝑟) + 𝑞𝜃 = 𝐶 ⇒ 𝑘𝑙𝑛(𝑟) = 𝐶 − 𝑞𝜃 ⇒ ln(𝑟) = 𝑘 − ⇒ 𝑟 = 𝐾𝑒 − 𝑘 , (𝐾 > 0). (33)
𝑘
49
Assim, analisando (33), verifica-se que as linhas de corrente para o modelo (18) são
11
espirais logarítmicas . Para efeito de visualização geométrica utilizou o programa
Mathematica para mostrar tais espirais, considerando tanto as potência de vórtice (𝑘) quanto
a de poço (𝑞) igual a 2𝜋 (ver, Figura 22).
Figura 22- Imagem geométrica das linhas de corrente de um campo vetorial para um determinado
furacão com potências de vórtice 𝒌 = 𝟐𝝅 e potência de poço 𝒒 = 𝟐𝝅
1.0
0.5
0.0
0.5
1.0
11
A espiral logarítmica é uma curva gerada por uma trajetória em que o ângulo formado com a reta tangente é
sempre constante. Foi estudada por Jacob Bernoulli (1654-1705), que chamou a esta curva de spira mirabilis
(em latim, espiral maravilhosa). Elas podem igualmente descrever as trilhas de partículas sub-atômicas, em
uma câmara de bolhas, no arranjo de sementes de girassol ou na configuração da couve-flor, aparece
em ciclones, galáxias e seres vivos (PUPIM, 2013).
50
𝑘
‖𝐹⃗1 (𝑟, 𝜃)‖ = 2𝜋𝑟 (34)
𝑞
‖𝐹⃗2 (𝑟, 𝜃)‖ = 2𝜋𝑟 . (35)
Assim, substituindo as informações supracitadas, isto é, ‖𝐹⃗1 (𝑟, 𝜃)‖ = 230 𝑘𝑚/ℎ em
(34) e ‖𝐹⃗2 (𝑟, 𝜃)‖ = 22 𝑘𝑚/ℎ em (35) com 𝑟 = 22,5 𝑘𝑚, têm-se:
Portanto, inserindo (36) e (37) em (18), obtém-se o campo vetorial total que representa
matematicamente o furacão Matthew, ou seja:
1
𝐹⃗ (𝑥, 𝑦) = − [(990𝜋𝑥 + 10350𝜋𝑦)𝑖⃗ + (990𝜋𝑦 − 10350𝜋𝑥)𝑗⃗] =
2𝜋(𝑥 2 + 𝑦 2 )
(38)
maneira, para obter tal questionamento, calcula-se inicialmente a norma do campo (38), ou
seja:
2
(495𝑥+5175𝑦) +(495𝑦−5175𝑥) 2
‖𝐹⃗ (𝑥, 𝑦)‖ = √ (𝑥 2 +𝑦 2 )2
=
√27025650(𝑥 2 +𝑦 2 )
(39)
𝑥 2 +𝑦 2
(40)
Assim, usando o dado disponibilizado pelo suporte técnico, ou seja, fazendo (40) para
uma velocidade inferior ou igual a 16,5 𝑘𝑚/ℎ, obtém-se:
√27025650 √27025650
≤ 16,5 ⇒ 𝑟 ≥ ≈ 315
𝑟 16,5
(41)
O resultado obtido em (41) caracteriza que o furacão Matthew se espalha por uma área
de aproximadamente 315 𝑘𝑚. Destaca-se que na situação abordada, o raio (𝑅) do Matthew
coincide com a coordenada polar (𝑟), isto é:
𝑅=𝑟 (42)
7 CONCLUSÕES
Como perspectivas, indica-se estudar modelos matemáticos mais complexos nas mais
variadas áreas do conhecimento científico, por exemplo, meio ambiente.
55
REFERÊNCIAS
ANTON, Howard; BIVENS, Irl; DAVIS, Stephen. Cálculo: um novo horizonte. 8. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2007. 2v.
BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2ª ed. rev. São Paulo: Pearson Prentice hall,
2008. 425p.
LESME, Adriano. Como são escolhidos os nomes dos furacões. 2011. Disponível em:
http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/como-sao-escolhidos-os-nomes-dos-furacoes-
tufoes.htm. . Acesso em: 11 maio. 2017.
PAULA, Elisiane de. et al. Modelando o Furacão com Cálculo Vetorial. In: ANAIS DA
MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA. 10., 2016, Rio Grande do Sul. Disponível em:
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac/article/view/1232. Acesso: 08 maio.2017.
SILVA, Felipe Mendes. Dinâmica atmosférica e localização das trombas d'água no litoral
catarinense no período de 1996 a 2008. 2009. 130 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Geografia)- Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
Disponível em : http://tcc.bu.ufsc.br>geografia284512. Acesso: 10 maio. 2017.
𝑃 (𝑥, 𝑦)
(r, 𝜃)
𝑟
y = r 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝜃
𝒙
x = r cos 𝜃
PRODUTO ESCALAR
𝑢
⃗⃗. 𝑣⃗ = 𝑢1 𝑣1 + 𝑢2 𝑣2 (B1)
PRODUTO VETORIAL
𝑢2 𝑢3 𝑢1 𝑢3 𝑢1 𝑢2
𝑢
⃗⃗𝑥𝑣⃗=|𝑣 𝑣3 | 𝒊 - |𝑣1 𝑣3 | 𝒋+ |𝑣1 𝑣2 | 𝒌, (B2)
2
ou de modo equivalente
𝑖 𝑗 𝑘
⃗⃗𝑥𝑣⃗=|𝑢1
𝑢 𝑢2 𝑢3 | (B4)
𝑣1 𝑣2 𝑣3
NORMA DE UM VETOR
Para Anton, Bivens e Davis (2007) a distância entre os pontos inicial e final de um
vetor 𝑣 é chamada de comprimento, norma ou magnitude de 𝑣 e é denotada por ‖𝑣‖. Essa
distâncianão muda se o vetor for transladado, portanto, para propósitos de cálculo da norma,
podemos supor que o vetor esteja posicionado com seu ponto inicial na origem. Isso torna
evidente que a norma de um vetor 𝑣⃗ = (𝑣1 , 𝑣2 ) no espaço bidimensional é dado por
Vamos, agora definir duas operações importantes sobre campo vetoriais do espaço
tridimensional- a divergência e o rotacional do campo. Esses nomes originaram-se no estudo
do fluxo fluido, caso em que a divergência refere-se à maneira como o fluido flui para ou
afastar-se de um ponto, e o rotacional refere-se às propriedades de rotação do fluido num
ponto.
DIVERGÊNCIA
PROPRIEDADES
Segundo Gonçalves e Flemming (2007), sejam 𝑓⃗= (𝑓1 , 𝑓2 ,𝑓3 ) e 𝑔⃗= (𝑔1 ,𝑔2 ,𝑔3 ) funções
vetoriais definidas em um domínio D e suponhamos que div 𝑓⃗ e div 𝑔⃗ existem. Então:
a) div (𝑓⃗ ± 𝑔⃗) = div 𝑓⃗ ± div 𝑔⃗
b) div ( ℎ𝑓⃗ ) = ℎ div 𝑓⃗ + grad ℎ. 𝑓⃗ , onde ℎ = ℎ ( 𝑥, 𝑦, 𝑧 ) é uma função escalar
diferenciável em D.
Onde 𝑢
⃗⃗ = 𝜌𝑣⃗, sendo 𝜌 = (𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡)a densidade do fluido e 𝑣⃗= 𝑣⃗(𝑥, 𝑦, 𝑧 , 𝑡) o vetor
velocidade.
62
𝜕𝜌
Reescrevendo a equação (C2) na forma 𝜕𝜌 = - div 𝑢
⃗⃗, vemos que a divergência de um
campo vetorial surge como uma medida da taxa de variação da densidade do fluido em um
ponto.
Quando a divergência é positiva em um ponto do fluido, a sua densidade está
diminuindo com o tempo. Nesse caso dizemos que o fluido está se expandido ou, ainda, que
existe uma fonte de fluxo no ponto.
Quando a divergência é negativa, vale o oposto.
Se a divergência é zero em todos os pontos de uma região, o fluxo de entrada na região
é exatamente equilibrado pelo fluxo de saída. O fluxo não é criado nem destruído, ou seja, não
existe fonte nem sumidouro na região.
Se 𝜌 = constante, isto é, a densidade não é função das coordenadas 𝑥, 𝑦, 𝑧 nem do
tempo t, dizemos que o fluido é incompreensível. Nesse caso, a equação da continuidade toma
a forma div 𝑣⃗= 0, e o campo vetorial 𝑣⃗ é chamado solenoidal.
ROTACIONAL
Segundo Anton, Bivens e Davis (2007) se 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝒊 + 𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝒋 +
ℎ(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝒌,definimos o rotacional de F, denotado como rot F, como o campo vetorial dado
por.
𝜕ℎ 𝜕𝑔 𝜕𝑓 𝜕ℎ 𝜕𝑔 𝜕𝑓
rot F: (𝜕𝑦 − 𝜕𝑧 ) 𝒊 + (𝜕𝑧 − 𝜕𝑥 ) 𝒋 + (𝜕𝑥 − 𝜕𝑦) 𝒌 (C3)
PROPRIEDADES