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Coerência: deriva de sua lógica interna, resultante dos significados que sua
rede de conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa
rede conceitual.
Coesão: é a manifestação linguística da coerência, advém da maneira como
os conceitos e relações subjacentes são expressos na sua superfície textual. Entre os
primeiros estão os pronomes anafóricos, os artigos, a elipse, a concordância, a
correlação entre os tempos verbais, as conjunções, por exemplo. Já a coesão lexical
se faz pela reiteração, pela substituição e pela associação. A substituição inclui a
sinonímia, a antonímia, a hiponímia e a hiperonímia.
A coerência e a coesão têm em comum a característica de promover a inter-
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que se pode
chamar de conectividade textual.
No corpo do texto tomado a leitura observa-se a abordagem do estudo de
Beaugrande e Dressiei (1983), no qual são apontados cinco fatores responsáveis pela
textualidade:
1. Intencionalidade: ilocutório (ter um objetivo).
2. Aceitabilidade: a recepção do texto (a que público se destina o texto).
3. Situcionalidade: contexto (situação).
4. Informatividade: o diferencial no texto (quanto menos previsível, mais
informação).
5. Intertextualidade: texto que se refere a outro texto.
No escopo da textualidade, já fora observado que a coerência e a coesão são
elencadas enquanto elementos-chave para garantir a mesma. Deste modo observa-
se que alguns critérios são demarcados ao longo dos estudos na área da escrita e da
produção textual, os quais são: continuidade, progressão, não contradição e
articulação, critérios estes colocados por Charolles (1978).
De modo geral os critérios assim apresentados buscam delimitar uma dinâmica
que traz reflexos desde o momento da produção até a recepção, quando o texto assim
construído chega ao seu leitor. Um texto, por mais simples que seja deve vir a
apresentar uma continuidade, no que diz respeito a corrente retomada do contexto e
do assunto ao qual o texto faz referência. Quando discute-se sobre a progressão
textual, o texto necessita de apresentar além de sua ideia inicial, outros elementos
que passem a enriquecer o texto em seu todo.
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Como já é sabido, o texto apresenta uma informação, um contexto, e todos os
elementos que seguem e são apresentados, são correlacionáveis entre si, e quando
isso não ocorre, aponta-se que o texto veio a cair em contradição, algo a ser
estritamente evitado. Por finalizar tais critérios, a articulação do texto o que infere a
adoção de construções de ideias no escopo do texto, que venham a tornar o texto
atrativo, produtivo, informativo.
Ainda seguindo a perspectiva de avaliação da textualidade, cabe ressaltar que
também é possível elencar uma avaliação, que vai além dos critérios já apresentados
anteriormente, que se baseia na informatividade. Para tal busca-se encontrar e
estabelecer os elementos que tornam o texto produzido rico e detentor de um
diferencial, com informações adicionais. Lembrando que textos que são construídos
desde o seu início com uma previsibilidade para as construções textuais que seguem,
são pouco bem recebidos pelo leitor, comunidade acadêmica e outros afins.
Ao se procurar avaliar um texto, um ponto também a ser evitado é a
subjetividade da avaliação. Visto que o processo de avaliação deve vir a ocorrer na
impessoalidade, seguindo critérios que corroborem para tal. O receptor precisa estar
atento a este ponto, claro que a subjetividade pode estar impregnada através da
partilha de pontos de vista semelhantes, mas durante a correção, isso deve ser
ignorado, para a fidedignidade da correção.
A concluir, destaca-se que todo texto deve ser avaliado em sua extensão total,
com todos os seus elementos, a ser descartada a avaliação em partes, ou ainda por
diferentes sujeitos. E tal afirmativa se baseia no fato de que todo o texto é uma unidade
de sentido, em que todos os seus elementos são correlacionados, e estabelecem
entre si, relações textuais que vem a caracterizar o todo, o próprio texto.