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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

1) Características essenciais do estado federativo

1.1) Descentralização político-administrativa fixada pela constituição:

 Descentralização política: elaboração de leis e à escolha dos representantes locais;


 Descentralizaçã administrativa: para executar os próprios negócios que está previsto em lei para
cada ente.

OBS: existem Estados Unitários que também tem essa descentralização, logo, ela não é exclusiva de um
Estado Federado (aqui a descentralização TEM QUE ESTAR NA CONSTITUIÇÃO).

1.2) Participação das vontades parciais na formação da vontade nacional;


O Senado é composto por representantes de todos os Estados.

OBS: Município não faz parte da vontade nacional

1.3) Auto-organização dos Estados-Membros.


- se estruturam através de uma norma própria, a Constituição Estadual.
Questiona-se: E os Municípios? Também se organizam com sua Lei Orgânica.

1.4) Requisitos para a manutenção da federação:


I) Rigidez Constitucional
OBS: lembrar que a rigidez não é elemento essencial para termos um Estado Federado.
II) Imutabilidade da forma federativa
É cláusula pétrea.
OBS: lembrar que a imutabilidade não é elemento essencial para termos um Estado Federado.
III) Órgão encarregado de exercer o controle de constitucionalidade
OBS: lembrar que a necessidade do órgão não é elemento essencial para termos um Estado
Federado.

2) Soberania e autonomia
2.1) Soberania:
É um Poder político Supremo (não há outro acima dele dentro do Estado) e Independente (não
tem de acatar regras importas na ordem internacional).

Questão importante e bastante cobrada em concursos: Quem tem soberania?

Resposta: A União não detém soberania. Quem tem soberania é a República Federativa do
Brasil, é o Estado brasileiro.
Atenção! Se a questão de concurso perguntar quem exerce a soberania em nome do Estado
brasileiro, a resposta será “a União”.

2.2) Autonomia:
Capacidade de edição de normas próprias. Todos os entes da Federação brasileira possuem,
mas com limitações.

2.2.1) COMPETÊNCIAS
AUTO-ORGANIZAÇÃO:
Elaboração das suas próprias normas estruturantes.

AUTOLEGISLAÇÃO:
Elaboração de suas próprias leis.
União  CN.
Estado AL.
Municípios  CM.

AUTOGOVERNO:
Eleição de seus representantes.

AUTOADMINISTRAÇÃO:
Execução estabelecida a determinados órgãos.

3) Repartição de competências
O Brasil adota um federalismo cooperativo onde existem competencias que podem ser
exercidas concorrentemente pela União e pelos Estados.

União  normas gerais.


Demais entes  normas específicas pela peculiaridade local.

Princípio da predominância do interesse: Se for um interesse predominantemente geral, em


regra, a competência será da União; se for um interesse predominantemente local, a
competência, em regra, será atribuída aos Municípios. Se for um interesse regional ou residual,
a competência geralmente será atribuída aos Estados.

CUIDADO: Art. 22, inciso XXVII  União apenas define as normas gerais de licitação.

(processo civil, processo penal, processo do trabalho e etc).

(procedimento em matéria processual.)

Obs. O art. 25, §2º, dispõe sobre uma competência dos Estados-Membros que foge daquela
regra geral referente ao princípio da predominância do interesse. Em âmbito estadual esse
assunto pode ser tratado por MP.

3.1) Campos específicos de competências administrativas e legislativas

- Repartição horizontal de competências;

Por conta da CF delimitar a competência dos entes, se houver conflito entre p.ex lei federal e
estadual nós devemos verificar qual ente invadiu a competencia do outro.
- Poderes enumerados:
I) União: Arts. 21; 22)
II) Municípios (Art. 30)

- Poderes remanescentes ou residuais:


III) Estado (Art. 25, §1º)
Trata de tudo que não lhe for vedado.

ATENÇÃO: O DF ACUMULA COMPETÊNCIA TANTO ESTADUAL QUANTO MUNICIPAL. (natureza híbrida)

3.2) Possibilidade de delegação (22, §ú)


Princípio da indelegabilidade: Em regra, não se pode delegar competência. A delegação de
competências só é admitida se houver previsão expressa.

- Requisitos:
Formais: Lei complementar; Estado + DF;
OBS: se a União for delegar tem que ser a todos os estados, não pode ser apenas a
um.
Material: “Questões específicas”.

3.3) Competências comuns (Art. 23)


Competência Administrativa: OBS: lembrar que indiretamente, toda ou quase toda
competência administrativa gera uma competência legislativa.

Competência comum a todos os entes da Federação: todos os entes tem competencia


administrativa.

3.4) Competências concorrentes (Art. 24)

Competência comum: administrativa. Atribuída a todos os entes.


Competência concorrente: legislativa. Apenas para União e Estados.

Questiona-se: Será que o Município poderia legislar sobre as matérias previstas


no art. 24 da CF, mesmo não tendo competência concorrente, nos termos da
Constituição? Sim. Com base na competência suplementar para tratar de assuntos de
interesse local (CRFB/88, art. 30, I e II).

- Repartição vertical de competências não cumulativas (“condomínio legislativo”);


Na legislaçao concorrente a União (normas gerais) e os Estados (competência suplementar).

Competência SUPLEMENTAR é dividida:


- Complementar: o Estado tem competência para complementar uma lei federal que já existe.
(24,§2º)
- Supletiva: em virtude da Inércia da União. (24,§3º) podem exercer a competencia legislativa
plena.

- Superveniência de lei federal (Art. 24, § 4º);


a Lei federal suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário.
Como a hipótese é de suspensão da eficácia, se futuramente a lei federal que suspendeu a
eficácia da lei estadual for revogada por outra lei federal, a lei estadual, caso compatível com a
nova lei federal, terá sua eficácia restaurada (efeito repristinatório tácito).

Legislação federal fundamental (normas gerais/diretrizes essenciais) (Art. 24, 1º);

Competência privativa X Competência exclusiva


A diferença que alguns autores fazem entre elas é que a exclusiva não admite delegação,
enquanto que a privativa pode ser delegada. Tal distinção não é pacífica na doutrina.

4) Organização político-administrativa (art. 1º e 18)


Obs. Quando a Constituição dispõe “A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel...” ela está consagrando o princípio da indissolubilidade do pacto
federativo. Logo, veda-se o direito à secessão.

4.1) Estados
- Limites à autonomia: “Normas de observância obrigatória”;

- Princípios constitucionais que limitam a autonomia dos Estados:


I) Princípios constitucionais sensíveis (34, VII)
limites à autonomia organizatória dos Estados-membros;
se violados geram a intervenção federal;
limitam o poder constituinte decorrente (CE);

II) Princípios constitucionais extensíveis


normas organizatórias para a União cuja incidência se estende aos Estados por previsão
constitucional expressa ou implícita.
Ex: art. 75 e 58,§3º.

III) Princípios constitucionais estabelecidos


Residuais;
Ex: 37 e 22.

4.2) Distrito Federal


Unidade federada com competência parcialmente tutelada pela União;

- Competências da União: organizar e manter PJ, MP, PC, PM e CB

4.3) Municípios
É considerado ente federativo? os Municípios são entes federativos porque têm a mesma
autonomia que os demais entes possuem.
Federalismo de 3º grau - Em uma questão do CESPE, cobrou-se o entendimento de que o Brasil
adota um federalismo de 3º grau, ou seja, com 3 esferas distintas de competências, uma
federal, uma regional e uma esfera local.

4.4) Territórios
a Constituição prevê a possibilidade de criação de territórios.
meras autarquias ou descentralizações administrativo-territoriais pertencentes à União;

- Governador (Art. 84, XIV);


nomeado pelo Presidente da República, após ser sabatinado pelo Senado.
Questiona-se: Territórios elegem Senadores? Não.

- Deputados (Art. 45, § 2º);


4 deputados;

- Municípios e Poder Judiciário (Art. 33).


A CF prevê a possibilidade de criação tanto de Município quanto de Poder Judiciário no âmbito
do território.
Obs. as eleições para a Câmara Territorial deverão ser diretas,

5) Criação de estados e municípios

5.1) Incorporação, subdivisão e desmembramento de Estados (18,§3º)

- Requisito

- Aprovação:
I) da população diretamente interessada => Plebiscito; e,
II) do Congresso Nacional => Lei Complementar.
(tem discricionaridade para aprovar ou não depois de ouvir a respectiva AL)

Incorporação: 2 ou + Estados se fundem para formar um novo Estado/Terrtório;


OBS: estados primitivos somem.

Subdivisão: Estado A deixa de existir e forma o B e C.

Desmembramento: Estado A se desmembra e fica menor. O que acontece com a parte


desmembrada:
 Anexada a outro
 Forma um novo Estado
 Forma um território Federal

OBS: STF: no caso de desmembramento, TODO O ESTADO vai ser consultado, e não somente o
local do desmembramento.

5.2) Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios (18,§4º)


ATENÇÃO: a lei complementar federal que deve estabelecer o prazo NUNCA FOI
CRIADA, já tendo havido inclusive uma ADI por omissão no STF. E mesmo sem essa
lei já foram criados vários municípios. O STF disse que se no prazo de 12 meses o CN
não editasse a lei o Tribunal de Contas deveria fixar os parâmetros.
O artigo 96 do ADCT legitimou os municípios criados até 3 de dezembro de 2006.
I) Lei complementar federal => fixação do período dentro do qual tais hipóteses
poderão ocorrer;
II) Lei ordinária federal => divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal;
III) Plebiscito
IV) Lei ordinária estadual => criação do novo Município dentro do período a ser
estabelecido por lei complementar federal.

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