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Kobori Sensei :

小堀

terça, 20 fevereiro 2018

14:00-15:30——técnica :

0. katatekōsadori kokyunage (kosa tobikomi)

. Kobori Sensei enfatiza, em geral (não só nesta aula), a atitude de nage para com
uke (e vice versa, em menor medida) como a de um cumprimento, um aperto de mão ;
enfatiza a diferença entre cumprimentar só com a mão, só com a cabeça e com a mente
e o corpo unificados.

. se a atitude de nage, ao estender a mão, é a do cumprimento com mente e corpo


unificados, seu corpo é estável, inamovível ; se sua mente se fixa no braço que
recebe a pegada apenas, não no corpo como um todo (ponto um), a mente “trava”,
enrijecendo o braço, tornando o corpo instável ; nage não passa no teste de ki.

. a atitude “viva” de uke, conectado com seu itten, igualmente, impede nage não só
de movê-lo enquanto uke o segura, mas, também, que nage o agrida com socos, tapas e
chutes ; a cada tentativa de agressão por nage, basta que uke mova o ponto um
(itten), para manter a distância (maai).

. ao iniciar o kokyunage, nage move o corpo em direção a uke, para assumir o mesmo
sentido deste ; o objetivo é conduzi-lo para frente.

. a execução correta das técnicas (nage manter o ponto um ; relaxar completamente ;


colocar o peso embaixo ; estender o ki até a ponta dos dedos, conduzindo uke com os
dedos mínimos) não é suficiente para nage executar bem o waza ; se nage pensa no
waza somente, não em uke, uke não conseguirá pará-lo, mas nage tampouco conseguirá
mover uke ; é preciso que nage mantenha a conexão com uke, sentindo-o, respeitando-
o, colocando-se em seu lugar, para executar o waza com confiança.

. uke precisa manter os princípios de unificação da mente com o corpo e a conexão


com nage igualmente, sob o risco do braço de nage atingir-lhe o rosto nos diversos
momentos do kokyunage waza.

. o movimento de nage, ao longo do kokyunage, é sempre para frente, evitando a


linearidade em conflito com uke ; seu braço sempre aponta no sentido do itten, que
é sempre, ao longo do movimento, circular.

. quando nage pensa na técnica (waza) apenas, acaba girando para trás no kokyunage,
em torno de uke ; como não há conexão entre uke e nage, nage permanece na
periferia, enquanto uke fica no centro ; quando nage pensa em uke, é uke quem move
em torno de nage, enquanto este gira para frente.

. assim como o corpo de nage move-se primeiro do que o braço, evitando o conflito
com o kakatekōsadori de uke, nage move-se primeiro a si mesmo, depois a uke.

19:30-21:00——técnica :

0. zagi ryotedori kokyudosa


0. katateryotemochi kokyunage (kosa tobikomi)
0. katateryotemochi koteoroshi
0. katateryotemochi enundo

. os três waza (técnicas) acima foram trabalhados no fim da aula apenas ; a ênfase,
como nas outras aulas de Kobori Sensei, até agora, foi na empatia entre uke e nage
para a boa execução da técnica ; nage pensa primeiro por si só, antes sequer de
oferecer seu corpo a uke para o waza ; depois pensa em uke ; daí move seu corpo,
conduzindo-o.

. os primeiros exercícios reproduziram os testes de desenvolvimento de ki


ordinários, em hitori waza ; três a três, dois alunos testavam um no meio, primeiro
em pé (subir e descer flexionando as pernas, andar para frente e para trás, orenai
te, “braço indobrável”) ; depois, de joelhos (como para rezar na igreja, sentando
em seiza e subindo de novo, curvando-se para frente em rei, o “cumprimento”
ordinário diante do kamiza, até o examinando projetar os examinadores, segurando-
lhes os braços).

. em seguida, realizaram-se os mesmos testes levando em conta a relação entre nage


e uke, examinando e examinador : quando um não leva o outro em consideração, pode
conseguir se mover sozinho (uke não conseguirá detê-lo), mas não conseguirá mover
uke ; quando, ao invés de vê-lo como obstáculo, nage vê uke como alguém buscando
apoio, consegue tanto se mover com mais facilidade quanto mover uke sem esforço.

. os mesmos princípios aplicam-se às técnicas mencionadas, a começar por zagi


ryotedori kokyudōsa ; nage só consegue mover uke com facilidade quando há
familiaridade na relação entre ambos ; uke pensa em sua energia como infinitamente
pequena, mas a sente como infinitamente grande.

. uma imagem possível para a aplicação do princípio de conexão entre uke e nage às
técnicas é a de uma pedra que, ao invés de sofrer a colisão do vetor linear de
outra pedra, é movida pela força circular de uma onda, que a faz rolar, sem
destruí-la ; Kobori Sensei disse que essa é uma imagem válida, mas que não passa de
uma imagem ; que, mais importante, é sentir o princípio em ação no waza.

quarta, 21 fevereiro 2018

14:00-15:30——técnica :

0. kakatekōsadori kokyunage (kōsa tobikomi)

. Kobori Sensei, como que a compensar pela ênfase em princípios de ki em outras


aulas, enfatizou sua aplicação em um waza específico, nesta : o clássico “kōsa
tobikomi” ; deu atenção tanto à atitude de nage quanto à de uke.

. quanto a este, é preciso que mantenha a intenção em nage em todos os momentos ;


que não o perca de vista, pois nage lhe representa uma ameaça, à qual uke responde
com intenção agressiva.

. o peso do corpo de nage está majoritariamente em sua perna da frente ; se seu


peso se distribuir igualmente entre as duas pernas, nage terá dificuldade em
conduzir a intenção de uke ; não haverá correspondência entre a intenção deste e
sua atitude corporal.

. quanto a nage, é importante que ultrapasse a preocupação com os “quatro


princípios de unificação da mente com o corpo”, atinentes a si mesmo, para levar em
consideração a uke em sua integralidade.

. nage, por outro lado, evita o confronto com uke ; se concentrar-se muito em si,
criará separação para com este : se concentrar muito neste, perderá a atenção no
todo ; é preciso superar tanto o individualismo quanto a dualidade entre o outro e
si mesmo, em direção a um terceiro sentido, em comum.

. ao colocar-se ao lado de uke, po exemplo, nage não confronta uke, que pode
intimidar-se com sua proximidade ; mas, ao invés, aponta para aquela terceira
direção.

. essa direção não precisa ser explícita, sobretudo quando o waza não é feito em
kaisho (lembrar das três formas, inspiradas no shōdo, a caligrafia japonesa,
conforme explicou Kashiwaya Sensei no último seminário em Curitiba—explicação
repetida várias vezes por Kobori Sensei, no Enshinkan Dojo) :

. em kaisho, o kumi waza kokyunage é feito em três tempos, equivalentes aos do


hitori waza udefuri choyaku ; em gyosho, é feito em dois tempos, pois as mãos de
nage se levantam logo ao primeiro movimento em direção a uke.

. à semelhança de udefuri choyaku, o movimento mais vigoroso de kokyunage é sempre


o inicial ; o resto do kokyunage segue com a inércia do corpo.

. o movimento global de kokyunage, mesmo quando feito em larga distância (mais à


semelhança de udefuri choyaku), é tão mais vertical (circular) quanto for
horizontal (linear).

. o movimento de nage em kokyunage é horizontal até conseguir engajar uke


totalmente ; depois, passando por uma transição da horizontalidade à verticalidade,
torna-se completamente vertical, projetando uke no chão.

. nage conduz tanto a mão de uke que o segura, em katatekōsadori, quanto a seu
pescoço ; do contrário, uke sentirá que o braço de nage o puxa pela mão.

. o pé da frente de nage, ao fim do movimento de kokyunage, recua na direção da


queda de uke, embora aponte para o sentido oposto, conforme já se explicou em
outras aulas ; mas esse recuo, horizontal, ocorre antes da projeção de uke, que é
puramente vertical, uma finalização do udemawashi de nage, que o projeta, arriando
o corpo todo em cima de uke.

. nage acompanha a queda de uke até que este complete o ukemi, levantando-se e
girando para ficar face a face com nage de novo, de pé ; este é o movimento mais
importante de uke, sob seu próprio ponto de vista (pelo menos, foi assim que o
senti).

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