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Aula 01
Módulo com previsão de 20 horas de duração, tempo suficiente para o tratamento dos
principais pontos do Direito Eleitoral, focando nos temas que vêm sendo mais cobrados nos concursos
públicos, principalmente Magistraturas, Ministérios Públicos e carreiras policiais.
Bibliografia:
O mercado brasileiro tem diversos livros de Direito Eleitoral muito bons, sendo arriscada a
indicação de 1. Muito mais importante do que o livro ser bom, é o aluno se adaptar a ele. Livros bons são
muitos, mas tem de haver uma leitura antes da compra para saber se o aluno, o leitor, se adapta àquele tipo
de escrita, de forma de passagem do conhecimento. São inúmeros livros de qualidade. O aluno deve se
dirigir a uma livraria e folhear os livros, para depois decidir qual será o que acompanhará os estudos.
Preferências do professor:
1. Livro que é o melhor para o seu gosto, para o qual ele se adaptou melhor: Rodrigo Zilio,
Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul. Obra fantástica chamada Direito Eleitoral, Ed.
Verbo Jurídico. Está na 5ª edição. Livro fantástico que aborda todos os temas com
profundidade e, ao mesmo tempo, objetividade.
2. Edson de Resende Castro, Curso de Direito Eleitoral, Ed. Del Rey. Livro muito bom e objetivo
nas palavras. Também aborda todos os temas relevantes de Direito Eleitoral.
Esses 2 livros, na opinião do professor, são os mais adequados, mas é uma questão de
adaptação do leitor à forma de escrita, à forma de acompanhamento da matéria. Há outros livros
excelentes. Os alunos costumam perguntar pelo livro do José Jairo Gomes. É um bom livro. A matéria pode
ser acompanhada por ele. Talvez seja o livro mais conhecido de Direito Eleitoral no Brasil, que está há mais
tempo no mercado. O livro dele é excelente. Não tem nenhuma restrição grave a ser feita em relação a ele.
As posições dele são adequadas. Podem ser colocadas nas provas de concursos públicos. A única questão e o
ponto que o aluno deve sempre observar um pouco, é que é um livro grande. Lê-lo inteiro fará perder-se
muito tempo. José Jairo antes de falar de qualquer assunto traz aspectos históricos, evolução no tempo etc.
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Isso acaba tornando o livro dele um pouco mais extenso do que os outros 2 indicados. Mas é um livro
excelente. Se o aluno souber onde procurar cada matéria também é um livro que pode ser utilizado para o
acompanhamento dela sem problema nenhum.
Jurisprudência:
O Direito Eleitoral possui algumas peculiaridades em relação às outras matérias. A 1ª, que é
uma questão que torna necessário um constante acompanhamento da jurisprudência, está no fato de existir
um rodízio no Tribunal Superior Eleitoral e nos Tribunais Regionais Eleitorais. Nas aulas que se seguirem será
visto que um mandato de Ministro do Tribunal Superior Eleitoral é temporário. Os mandatos dos juízes,
desembargadores eleitorais junto aos TREs, também são temporários. Isso faz com que a jurisprudência se
modifique com muita constância. Toda eleição praticamente gera um Direito Eleitoral novo. Existe um
Direito Eleitoral para cada eleição. A cada 2 anos, ou a cada 4 anos, mudam os Ministros do TSE e os
desembargadores dos TREs e, consequentemente, acabam mudando também os entendimentos
jurisprudenciais.
Isso está sendo falado porque é importante que o aluno se cadastre no site do Tribunal Superior
Eleitoral para receber os informativos dele. São muitas matérias a serem estudadas mas o estudo dos
informativos é um grande passo para que se entenda, se compreenda o Direito Eleitoral.
Ditas essas 1ªs palavras, essa apresentação, começa-se o tratamento da matéria propriamente
dita.
- CIDADANIA:
Mas eles não são conferidos indistintamente a todos os cidadãos, mas somente àqueles nacionais que
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Importante: nos domínios da ciência social, o termo CIDADANIA tem um significado muito mais
amplo, mais abrangente. No Direito Eleitoral tem de ser trabalhado um conceito mais restrito – CAPACIDADE
DE VOTAR E DE SER VOTADO. Nas ciências sociais, a cidadania está sempre ligada à ideia de direito à vida
digna, plena participação de todos na sociedade, mas no estudo do Direito Eleitoral os termos cidadão e
cidadania são empregados em um sentido restrito, ou seja, CAPACIDADES DE SER VOTADO E DE VOTAR –
ius honorum e ius suffragii, respectivamente.
Deve-se tentar não esquecer, concentrar-se, ao se tratar de Direito Eleitoral, no conceito de
cidadania em um aspecto mais restritivo.
- SOBERANIA POPULAR:
O poder é um dos elementos do Estado. É através dele que o Estado consegue, através dos
seus representantes, governantes, implementar as políticas públicas que entende adequadas.
O termo SOBERANIA significa o poder mais alto, supremo, que não está submetido, sujeito, a
nenhum outro. Não se concebe a ideia de Estado sem um poder soberano capaz de fazer com que o
governante possa implementar todas as políticas que ele entende adequadas.
Quando se fala em soberania, poder mais alto, supremo, às vezes pode-se confundir com
alguma dose de arbítrio. Pode-se pensar que se ele é soberano, supremo, é também arbitrário. Não é. Poder
soberano não significa arbítrio. Soberania não traz qualquer relação com arbitrariedade. O poder
soberano deve ser democrático. O Estado Democrático de Direito é aquele que se submete às normas por
ele próprio criadas. Não por acaso o art. 1º, parágrafo único, da Constituição falou o seguinte:
CF, art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Isso significa que o poder soberano decorre do povo. É um poder democrático. A Constituição
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não parou por aí. Ela também estabeleceu como essa soberania popular deve ser exercida, concretizada.
O que é sufrágio?
É o direito e o poder do povo de participar da vida política, decidindo sobre os destinos da
comunidade. Isso é o sufrágio.
Para mostrar que hoje o sufrágio no Brasil é universal. As restrições são todas razoáveis, mas
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O sufrágio exercido é universal e a existência de restrição, por si só, não retira esse caráter.
Ele só deixa de ser universal se a restrição tiver caráter étnico, de riqueza, de capacidade intelectual.
Serão passadas algumas características, dentre várias que existem, as mais importantes, do
voto:
- OBRIGATÓRIO;
- SECRETO;
- DIRETO;
- IGUAL VALOR PARA TODOS.
Existem outras características que a doutrina elenca. Cada doutrinador faz uma classificação.
Essas são as características mais importantes do voto, as que não podem deixar de ser explicadas quando se
trata dos pressupostos constitucionais do Direito Eleitoral.
Caso o eleitor se encontre fora do seu domicílio eleitoral, a ausência de voto pode ser
justificada no dia da eleição nos cartórios, ou até 60 dias depois, sob pena de multa.
entre 18 e 70 anos.
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- Voto SECRETO: significa que o voto é sigiloso e o conteúdo do voto não pode ser revelado em
hipótese nenhuma pelos órgãos da Justiça Eleitoral. Constitui um DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO do eleitor.
- Voto DIRETO: significa que os cidadãos escolhem seus governantes diretamente, não havendo
intermediários no ato de votar. Não existem intermediários no ato de votar. A regra do direito brasileiro,
prevista na Constituição, é o voto direto. O voto indireto constitui uma exceção à regra prevista no art. 14
da Constituição.
Obs: fazer remissão do art. 14 da Constituição, de onde se fala “voto direto”, com a exceção.
Muitas vezes o que é cobrado no concurso público não é a regra, que é o voto direto. Muitas vezes cobra-se
a exceção. Fazer remissão da parte mencionada com o art. 81, §1º, da Constituição, onde se localiza a
exceção.
CF, art. 81 - Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga.
§1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Fazer a remissão do art. 14 com o art. 81, §1º, ambos da Constituição. Este é a exceção ao voto
direto.
- IGUALDADE no voto: CF, art. 14. Isso significa que todos os votos obrigatoriamente têm de
ter um mesmo peso. Não pode, por exemplo, aparecer um projeto de lei com a proposta de o voto da
mulher valer x e o dos homens 2x. Isso seria absolutamente inconstitucional. Feriria frontalmente o art. 14
da Constituição. Por isso não poderia prosperar esse tipo de projeto de lei.
Essas são as 4 características do voto que, junto com o sufrágio, são os pontos que concretizam
a SOBERANIA POPULAR.
Termo que vem dos gregos e significa poder do povo. É o poder exercido pelo povo. Se não
existe participação popular no governo, obviamente não existe democracia. Esta é o poder exercido pelo
povo. A doutrina costuma elencar 3 modelos de democracia:
- DIRETA;
- INDIRETA, também chamada, e mais conhecida até como REPRESENTATIVA;
- SEMIDIRETA ou PARTICIPATIVA.