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Santarém
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS
CURSO GEOLOGIA
Santarém
2019
Bacia do Amazonas
A Bacia do Amazonas, situada entre os crátons das Guianas ao norte e do Brasil
ao Sul, possui área de aproximadamente 500.000 km2. Abrange parte dos estados do
Amazonas e do Pará e separa-se a leste da bacia tafrogênica do Marajó através do Arco
de Gurupá, e a oeste da Bacia do Solimões pelo Arco de Purus. O objetivo principal
deste trabalho é atualizar a cronoestratigrafia da coluna sedimentar-ígnea que preenche
essa sinéclise intracratônica, à luz dos mais recentes estudos paleontológicos
(palinomorfos, conodontes, foraminíferos) e isotópicos (Ar/Ar). Leva-se também em
conta o seu relacionamento com os estágios evolutivos da bacia, associados às grandes
seqüências estratigráficas e aos eventos tectônicos interligados.
O substrato proterozóico sobre o qual se desenvolveu o pacote sedimentar
fanerozóico da bacia está representado por rochas metamórficas pertencentes a faixas
móveis, acrescidas a um núcleo central mais antigo denominado Província Amazônia
Central (Cordani et al. 1984), está constituída por rochas essencialmente graníticas. A
faixa móvel ocidental, formada por rochas graníticas e metamórficas, é denominada
Faixa Móvel Ventuari-Tapajós (Cordani et al. 2000), e a faixa móvel oriental, também
constituída por rochas graníticas e metamórficas, designa-se Faixa Móvel Maroni-
Itacaiúnas.
O registro sedimentar e ígneo da Bacia do Amazonas nada mais é que um
reflexo tanto das variações eustáticas do nível do mar quanto dos eventos tectônicos
paleozóicos ocorrentes na borda oeste da pretérita placa gondwânica. Já a sua borda
leste sofreu influência da tafrogenia mesozóica do Atlântico Sul. Como conseqüência
dos fenômenos orogênicos, ocorreram movimentações epirogênicas no interior da atual
Placa Sul-Americana, resultando na formação de grandes arcos e discordâncias
regionais. Além disso, esses eventos controlaram as ingressões e os recuos dos mares
epicontinentais, com consequente influência nas fácies e ambientes deposicionais
ligados às variações eustáticas do nível do mar.
Formação Alter do Chão
A Formação Alter do Chão, formalizada por Caputo et al. (1971), é constituída
por um espesso pacote de arenitos intercalados com camadas de pelitos e, em menor
escala, de conglomerados (Tancredi, 1996). Os arenitos são finos a médios, marrom-
avermelhados e variegados, argilosos, caulínicos, com estratificação cruzada. Os pelitos,
representados por siltitos e argilitos em proporções variadas, são vermelhos e
variegados, maciços ou laminados (Caputo et al. 1971). O ambiente de deposição desta
unidade é fluvial de alta energia/lacustrino-deltáico (Daemon, 1975). Também é
apontada influência marinha em algumas fácies dos depósitos da Formação Alter do
Chão, na porção oeste da Bacia do Amazonas (Rossetti e Neto, 2006). A seção tipo
desta unidade é o intervalo de 0 a 545 m do poço 1-AC-1-PA, perfurado próximo a
margem direita do rio Tapajós, na localidade de Alter do Chão, em Santarém (Caputo et
al. 1971). O posicionamento desta unidade do Neocretáceo até o Terciário é baseado em
estudos palinológicos e ossos de vertebrados realizados por Daemon e Contreiras
(1971). (ESL)
REFERÊNCIAS
B. GEOCI. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 227, maio/nov. 2007, Bacia do
Amazonas. Disponível em < https://www.researchgate.net/publication/265291538