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de roubo numa residência, e escapou do linchamento na mais recente terramoto no Nepal Cidade Máx ºC Mín ºC
noite da última quarta-feira (13), na zona da Subestação, na Maputo 29 20
O número de mortos devido ao terramoto de 7,3 graus que
cidade de Nampula. afectou o Nepal na terça-feira chegou a 76 e o de feridos a Xai-Xai 28 18
Texto: Redacção
2.374, segundo os últimos dados divulgados pela Polícia do Inhambane 29 19
O acto aconteceu dias depois de três ci- da quando os líderes locais intervieram país asiático.
dadãos que que cumpriam penas no Es- para evitar o pior. Vilankulo 30 18
Texto & Foto: Redacção/Agências
tabelecimento Penitenciário de Itoculo, Beira 31 18
Os cidadãos que protagonizaramtal
outrora Centro de Reeducação, no posto Chimoio 29 15
situação justificaram o seu comporta- o epicentro a 18 quilómetros
administrativo de Itoculo, no distrito de
mento com a alegada onda de criminali- a sudeste da cidade nepalesa Tete 33 21
Monapo, província de Nampula, terem
dade que assola o seu bairro e linchando de Kodari, no distrito de Sin-
sido linchados até à morte por popula- Quelimane 30 18
o indivíduo estariam a desencorajar as dhupalchok, próxima à fron-
res, supostamente porque estavam en- Nampula 29 19
outras gangues de assaltar os seus do- teira tibetana.
volvidos no assassinato de uma pessoa
micílios. Pemba 29 21
na sua própria habitação.
Os tremores de terça-feira Lichinga 26 14
A justiça pelas próprias mãos tem vindo
Consta que por volta das 19h00 da- acabaram por derrubar de-
a ganhar terreno naquela cidade norte-
quela quarta-feira (13), horas depois de zenas de casas e edifícios
nha, pese embora os apelos das autori- Diga-nos quem é o
se registar um corte do fornecimento As operações de resgate con- danificados em Abril. Segun-
dades policiais para que, em caso de al-
de energia elétrica na zona, o supos- tinuam em andamento, indi- do o Governo nepalês, pelo
gum roubo, por exemplo, os lesados se
to ladrão aproveitou-se da escuridão e cou na sua conta no Twitter menos 300 mil casas foram
dirijam à esquadra e quando conseguem
introduziu-se numa casa, onde foi sur- o corpo de segurança, que devastadas pelo terramoto
deter os ladrões estes devem ser entre-
preendido pelos proprietários a tentar recuperou com vida 12 pes- do dia 25.
gues à Polícia.
saquear bens. soas, entre elas um america-
Este não é o primeiro linchamento no e uma coreana, na cidade A forte réplica voltou a atin-
Os donos da casa gritaram por socorro e
frustrado que acontece em Nampula. de Chautara, no flagelado gir os distritos de Dolakha e
os vizinhos, que pareciam estar atentos
A 22 de Abril um cidadão, de aparen- distrito de Sindhupalchok. Sindhupalchok, este último
à situação, não se fizeram de rogados e
temente 24 anos de idade, escapou ao o mais afectado pelo terra-
ocorreram para acudir. Volvidos alguns
mesmo acto no bairro de Mutauanha, O Ministério do Interior ne- moto de 7,8 graus de Abril,
minutos de perseguição, o presumível
alegadamente porque foi surpreendido palês informou no início da já que registou mais de um
larápio caiu nas mãos de populares, ten-
a assaltar numa residência, numa altura manhã local que a forte ré- terço das vítimas. Envie-nos um
do sido agredido fisicamente.
em que todos os membros da família se plica desta semana ao ter- SMS para
À semelhança do que acontece em encontravam a dormir. ramoto de 7,8 graus de 25 O tremor de terra de terça-
90440
todos os crimes em que as multidões de Abril causou, além disso, -feira deixou também pelo
fazem justiça pelas próprias mãos, al- No mesmo mês, naquele bairro, um jo- danos em 32 dos 75 distritos menos 17 mortos e 39 feri- E-Mail para
guém que integrava o grupo de pessoas vem de 25 anos de idade, acusado de do Nepal. dos no norte da Índia e um averdademz@gmail.com
que espancavam o indivíduo a que nos roubo, foi agredido fisicamente a ponto falecido no Tibete, além de
ou escreva no
referimos pediu combustível e tentou de estar em coma no Hospital Central O Serviço Geológico dos Es- ter sido sentido em Bangla-
incendiar a vítima. A acção foi frustra- de Nampula (HCN). tados Unidos (USGS) situou desh. Mural do Povo
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Plateia
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cais foi com ela. E isso era obrigatório. Mas, era), que perguntou o que eu queria. Res-
claro, às vezes rebelava-me, pura e simples- pondi que queria tocar com eles. Inespera-
mente porque não sabia que importância damente, ele deu-me uma guitarra e, sim-
aquilo tinha. plesmente, disse toca.
@Verdade: Um pouco antes de fazer par- Toquei uma música dos Beatlese, no fim,
te do trio constituído por si, João Cabaço olhou para mim e disse que caso precisas-
e Hortêncio Langa e do Alambique, como sem de mim iriam chamar-me. E até agora
é que era a sua vida como músico, embo- nunca mais fui solicitado.
ra principiante?
Arão Litsure: É muito interessante a sua Passado algum tempo, penso que foi em
questão e posso dizer que desde os meus 1974, voltei a encontrar-me com ele a tocar
sete anos (digo sete porque já era atento, num conjunto chamado Mwenemutapa. En-
talvez tenha sido antes) comecei a cantar tão, de novo, ele ouviu-me a cantar e desta
num grupo de crianças do bairro. Volvidos vez ficou satisfeito com a evolução, de tal
alguns anos, lá para os finais dos anos 60, sorte que num outro dia apareci em casa
formei um duo na igreja. Era eu e Eduardo dele com alguns amigos. E assim criamos a
Maoshe. Fazíamos um dueto e cantávamos amizade.
nos templos por onde éramos convidados.
@Verdade: Fez parte de muitos agrupa-
Passado algum tempo o agrupamento alar- mentos de música e o Alambique é um
gou-se para um quinteto e, no início dos dos que mais o marcou. Por que razão o
anos 70, saí para cantar com Filipe forman- colectivo se desfez?
do o Duo Seara. Como membro do “Seara” Arão Litrsure: Olha, em tom de brincadei-
actuávamos em vários estabelecimentos da ra, quando alguém me faz essa pergunta
cidade de Maputo, na altura Lourenço Mar- antes de responder também procuro saber
ques, até que conhecemos um indivíduo o paradeiro dos Beatles. É claro que alguns
chamado Pedro Xavier Nhantumbo, que já morreram, mas eles separaram-se antes
gostou de nós e, posteriormente, se aliou. dos falecimentos. Era um bom grupo e de-
sapareceu.
Dado o número de membros, o produtor su-
geriu que trocássemos o nome para Seara Com isso quero dizer que o processo de vida
Três. E, finalmente, depois deste agrupa- leva alguns grupos a desaparecerem. Eu
mento passei a tocar com Hortêncio Langa deixei o Alambique em 1978 para ir estudar
e João Cabaço. no Zimbabwe. Mas, aquando da minha via-
gem, eles convidaram Stewart Sukuma para
@Verdade: Nos dias que correm, as gran- me substituir no canto. Feito isso, o conjun-
des figuras das nossas comunidades têm to continuou a trabalhar tanto que fez algu- se fala de Jesus Cristo, ou mesmo de outros sim. É possível que alguém viva de uma úni-
sido inspirações para os mais novos. mas viagens para o estrangeiro. santos, sempre nos é mostrada uma ima- ca coisa? Então todos somos contempláveis.
Arão nasceu e, quase, cresceu no distri- gem de brancos. Então questionei a todos os Mas o caricato em tudo, para muitos, é dife-
to de Panda, província de Inhambane. Agora, temos também dois membros fora leitores se Há(via) Negros na Bíblia. renciar a minha vida religiosa da artística.
Conte-nos como é que foi a sua infância. do país, Childo e Celso Paco. Embora o gru- Não há dúvidas de que as pessoas não acei-
Arão Litsure: É certo, nasci no distrito de po já não esteja a trabalhar como tal, quan- Primeiro foi pura brincadeira, mas o pro- tam esse facto com agrado. Só não sei o que
Panda, em Inhambane, mas só vivi lá até do eles vêm de férias ainda nos juntamos fessor que me orientava encorajou-me a lhes vem na alma quando me vêm a cantar
aos meus quatro anos, tendo depois, com para actuarmos. continuar com a vasculha do assunto. Daí e a tocar.
a mesma idade, me “exilado” em Lourenço o resultado que saiu. É claro que este livro
Marques. Não lhe posso contar nada sobre @Verdade: E o que aconteceu com o trio? levantou uma polémica, mesmo dentro da Vou contar um história que aconteceu ao
o que aconteceu antes desse tempo, mas em Arão Litsure: Eu não diria que se desfez. universidade porque se pensava que eu ti- longo da minha vida. Eu apareci, pela pri-
Lourenço Marques residi no bairro de Cha- O grupo existe latente, ou a hibernar-se se nha a pretensão de afirmar a minha auto- meira vez, com uma guitarra dentro da
manculo. Aliás, antes de Chamanculo morei quisermos usar esta expressão. Com o an- -estima e questionar os seus princípios. igreja numa época em que era proibida a
na casa Sá, perto da antiga UFA, actualmen- dar do tempo agente cresceu e teve outras entrada deste instrumento no santuário.
te Romos. actividades. No meu caso, por exemplo, há Mas agora digo: há mesmo negros na bí- Isso foi no Choupal, hoje bairro 25 de Ju-
tarefas que se sobrepõem à música, sem ela blia. Como a primeira edição já esgotou na nho.
Então, diria que a minha infância foi, logi- morrer. João Cabaço também tem tido algu- segunda quero trazer os capítulos que sus-
camente, igual à de todas as crianças que mas recaídas, devido à sua saúde. tentam a existência de africanos no livro A verdade é que andei a ensaiar às escon-
brincam e frequentam a igreja. Uma vez sagrado. didas com a guitarra durante seis meses na
que o meu pai era pastor, sempre tive fortes @Verdade: É um homem multifacetado. minha casa. O meu pai nem sequer desco-
ligações com o templo. E, curiosamente, lá Ao longo dos tempos mostrou-se hábil e @Verdade: Nunca frequentou uma esco- briu que havia uma viola lá, só a minha mãe
canta-se. E o canto é a minha praia. perseverante. Como é que Arão consegue la de música, mas canta como ninguém. é que era conivente. E então, no dia em que
aliar a música à literatura? Há algum segredo para este sucesso? decidimos tocar na igreja, pedimos a um mi-
@Verdade: Já passam oito anos depois Arão Litsure: Olha, quem é músico e, so- Arão Litsure: De facto, nunca frequentei údo para trazer o instrumento que estava
de ter lançado o último trabalho disco- bretudo, compositor, quer queira quer não, uma escola formal de música. Por exemplo, escondido num dos compartimentos.
gráfico “Arão Litsure 10 anos depois”. E escreve versos para as suas músicas e esse quando estivemos em Portugal como trio a
agora, o que se pode esperar? exercício é literário. tocar num coliseu, alguém me fez a mesma Entramos na igreja como coro e ninguém
Arão Litsure: Sabe, essa é uma pergunta pergunta. Aliás, a pessoa pediu que eu lesse desconfiava de nada, quando de repente
recorrente. De facto, posso dizer que não A minha relação com a escrita vem de há partituras, mas, como não sabia, recusei. o petiz, inocente, aparece e nos entrega o
estou parado. Estou a trabalhar. Por exem- anos. Mas com a minha ida ao estrangeiro instrumento à vista de todos. Rapidamen-
plo, as músicas que tenho, cantando para o para estudar teologia, no nível universitário Acredite que a pessoa ficou desesperada. te sem que ninguém interditasse, tocámos.
público, ainda ilustram a minha presença (licenciatura e mestrado), devido à necessi- Não acreditou em nada do que eu disse. Mas Alguns gostaram e outros não. Mas há um
nesta área. Embora não seja de afiançar da- dade de escrever monografias e por influên- a partir daí ele ofereceu-nos uma série de li- diácono, já falecido, que nos deu força para
tas e promessas, estou agora a preparar um cia de alguns amigos que já escreviam como vros sobre a música. Então, o meu talento é continuar.
próximo disco compacto. é o caso de Hortêncio Langa, decidi começar fruto de várias experiências. É preciso mui-
também a “esboçar” algumas histórias. ta entrega. Ouvimo-lo a conversar com um dos cléri-
@Verdade: É tido como cúmplice de Hor- gos da igreja, manifestando a sua satisfação
têncio Langa e juntos elevaram a músi- Então comecei a pegar nas minhas disserta- @Verdade: Ultimamente não tem subido quando nos viu a tocar e a cantar. Estas pa-
ca moçambicana. Conte-nos como é que ções, tanto para o grau de licenciatura como aos palcos com regularidade. A que se lavras ainda fazem sentido na minha vida.
começa a sua relação com este homem, para o de mestrado, e transformei-as em li- deve esse distanciamento?
recentemente homenageado. vro. O primeiro já foi publicado e o outro Arão Litsure: Eu acho que é o natural de- @Verdade: Para além do trabalho disco-
Arão Litrsure: A relação com Hortêncio está ainda a ser preparado. Por incrível que senrolar da vida. Ultimamente, são várias gráfico que está a preparar e da segunda
Langa começa há anos. Na altura frequen- pareça, antes deste – a ser organizado agora as tarefas para uma única pessoa. Não vou edição de Há Negros na Bíblia (?), o que
tava o Liceu António Enes, hoje Escola Se- – acabei por publicar 25 Contos do Ventre dizer que estou a dar lugar aos mais novos, podemos esperar de Arão?
cundária Francisco Manyanga. No princípio dos Refugiados. mas quando a gente cresce há sempre aque- Arão Litsure: Na escrita tenho muita coisa
dos anos 70, um amigo disse-me que havia la necessidade de se desligar de outras ta- por lançar. Quero prolongar a discussão em
um grupo no Alto Maé que precisava de um @Verdade: O título Há Negros na Bíblia refas. Mas confesso e afirmo que a música torno da Bíblia. E o próximo livro será Há
viola solo para tocar com eles e, surpreen- (?) parece-me um tanto sugestivo. Pode continua no meu coração. Dinheiro na Bíblia?
dentemente, era o colectivo de Langa. Ele descortinar a mensagem?
já tocava com Wazimbo, como vocalista, e Arão Litsure: Como já disse, o processo @Verdade: É reverendo, músico, escri- A razão é simples: ultimamente as pesso-
com outros artistas de renome. inicia com a pesquisa de um tema que usei tor, pai, avô... Olhando para o seu suces- as têm-se agarrado às Sagradas Escrituras,
para escrever a minha dissertação para so, como é que consegue ultrapassar a mas no fim do dia o dinheiro aparece como
Então, num dia, decidi ir para lá. Quan- o grau de mestrado. Portanto, devido aos pressão quotidiana? o centro das nossas atenções. Então quero
do cheguei fui atendido por um indivíduo anos de estudo bíblico, pensei em trazer ArãoLitsure: Muitos acham estranha esta descobrir a ligação que existe entre a Bíblia
(chamo-o indivíduo porque não sabia quem uma discussão. É interessante que quando situação, mas eu acho que todos somos as- e o dinheiro.
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Cidadania
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@V
d’ er
dade
Selo
Editorial
averdademz@gmail.com
Declaração de Maputo da Sociedade Civil Africana sobre Justiça Climática
Defensores de Justiça Climática, representan- florestal (REDD), as plantações industriais, a comunitário local sobre florestas, produção ali-
Os estrangeiros go- tes de comunidades e de movimentos sociais engenharia genética, os agro-combustíveis e a mentar e uso medicinal e cultural da terra e das
reuniram-se em Maputo, Moçambique de 21 a geo-engenharia, observando, por exemplo, que florestas; o financiamento de pesquisas nessa
zam de imunidade 23 Abril de 2015, para abordar as raízes, mani- o carvão limpo não existe; área e que este passe a fazer parte do sistema
em Moçambique? festações e impactos das mudanças climáticas
5. Rejeitamos a falsa noção de “economia ver-
de educação pública;
A recente e mega apreensão de 340 em África e para refletir sobre as respostas ne-
de”, que nada mais é do que uma manobra para 7. Exigimos uma transição urgente de formas
pontas de marfim, equivalentes a 1.160 cessárias para essas crises.
mercantilizar e acelerar a destruição da natu- de energia suja para sistemas de energia lim-
quilogramas, e 65 cornos de rinoce- No final das deliberações, foi acordado que reza; pa, que assegurem que os trabalhadores e tra-
ronte, com um peso estimado em 124 África está a ser desproporcionalmente afecta- balhadoras estejam devidamente equipados
quilogramas, num condomínio de luxo 6. A energia renovável que é socialmente con-
da pela crise climática, embora não tenha con- e equipadas e munidos e munidas de novos e
em Tchumene, no município da Matola, trolada deve ser promovida em todo o conti-
tribuído significativamente para o problema. A saudáveis postos de trabalho, criados por essa
onde vivia um cidadão de nacionalidade nente;
conferência também observou que a crise cli- mudança;
chinesa, deixou claro que as soluções mática é de natureza sistémica e é resultado de 7. Apelamos à criação de sistemas financeiros
para a caça furtiva não terão lugar tão 8. Os governos deverão apoiar a produção ali-
sistemas económicos e políticos defeituosos que que promovam e facilitem opções de energia
brevemente como seria de desejar. A mentar agro-ecológica de produtores de peque-
exigem revisão urgente. Em particular, a reu- limpa, incluindo subsídios de apoio, emprésti-
qualquer momento, todo o trabalho na escala, priorizar a produção de alimentos
nião considerou que África foi maciçamente sa- mos facilitados, pesquisa e desenvolvimento;
com vista a refrear-se este mal poderá sobre as culturas de rendimento, a fim de pro-
queada ao longo dos séculos e continua a sofrer
não fazer sentido porque em Moçambi- 8. Exigimos o fim dos sistemas financeiros ins- mover a segurança alimentar no contexto da
os impactos graves da exploração de recursos e
que não restará nenhum elefante para tituídos com subsídios extensos, externalização soberania alimentar;
conflitos relacionados.
“contar a história”. Porque, afinal, os de custos, projeções demasiado optimistas, e
9. Os governos deverão garantir a protecção e
chineses, os sul-coreanos, os tailandeses No encontro observou-se que a narrativa de corrupção;
o reconhecimento do direito dos camponeses
e os vietnamitas, por exemplo, estão Africa Rising (O Levantar de África) baseia-se
9. Tomamos a decisão de trabalhar no sentido e camponesas de guardar, vender e trocar as
cada vez mais, directa ou indirectamen- em falsas premissas neoliberalistas que usam
de recuperar a energia como um bem público suas sementes, e ainda rejeitar a engenharia
te, envolvidos no abate de paquidermes ferramentas como as desacreditadas medidas
que não tem fins lucrativos e rejeita sistemas de genética e a biologia sintética, incluindo dessas
e rinocerontes no país? Se a resposta do PIB que são apresentadas como uma isca
energia promovidos pelas corporações; sementes manipuladas e apresentadas como
à questão for o alto valor comercial para atrair o continente para ainda mais extra-
sendo ‘climate-smart’;
das pontas de marfim e dos cornos, tivismo e promover o consumismo. 10. Dizemos não à mineração uma vez que vi-
então, quem é que protege estas redes víamos melhor sem actividades extrativistas 10. Garantir o acesso, segurança, controle e di-
Na reunião observou-se ainda que os abusos de
de criminosos? Como é que entram extremas; reito de uso e aproveitamento de terra pelas
direitos humanos e ambientais no continente,
em Moçambique e em casa de quem mulheres. Reconhecemos a terra como um bem
bem como todas as crises ecológicas, económi- 11. A nossa terra é o nosso presente e futuro e
se hospedam? Quantos estrangeiros comum;
cas e financeiras, afectam negativamente os nós rejeitamos a usurpação de terra em todas
cumprem penas por isso? Na África do seus povos e prejudicam a sua capacidade de as suas formas, em especial os chamados pro- 11. As plantações de árvores não deverão ser
Sul, no Brasil e no Malawi e até na Ásia se adaptar, mitigar os impactos e aumentar a jectos de “investimento” que estão a pavimen- falsamente classificadas como florestas e as
temos milhares de moçambicanos a resiliência colectiva à mudança climática. tar o caminho da usurpação de terras para uma árvores não deverão ser vistas simplesmente
cumprirem penas pesadas por prática de total usurpação do continente; como armazéns, bancos ou sumidouros de car-
vários crimes, segundo a Procuradoria- Condenou-se também o fosso cada vez maior
bono;
-Geral da República. Quantos estrangei- entre os nossos governos e as organizações de 12. Antes do uso de suas terras para qualquer
ros cumprem penas em Moçambique base e o aumento da captura corporativa dos tipo de projeto, deverá haver o completo, trans- 12. Sistemas de gestão comunitária de florestas
devido ao tráfico de marfim e cornos? governos africanos e instituições públicas. Fac- parente e total consentimento informado das deverão ser adoptados em todo o continente,
Porque custa às autoridades punir tos que constituem obstáculos à obtenção de comunidades; pois as comunidades têm genuíno interesse em
severamente aqueles que lesam a nossa justiça climática para os nossos povos. preservar a saúde das florestas;
13. Em todos os casos, o bem-estar das comu-
economia ou que se esforçam para que A longa caminhada para a justiça climática re- nidades locais e o meio ambiente deverão ter 13. O direito à água potável deve ser consagrado
no futuro recorramos a imagens para quer a educação em massa da nossa população, prioridade sobre os lucros das companhias de nas constituições de todos os países africanos;
mostrarmos aos nossos filhos que no bem como dos nossos decisores políticos sobre investimento.
seu país já houve elefantes e rinoceron- 14. Os governos devem travar a privatização da
os fundamentos da crise climática, a afirmação
tes? Com o abate de um rinoceronte De acordo com o exposto, e por meio de outras água e restaurar o controle público até nas re-
vigorosa dos nossos direitos e o forjar de alter-
aqui, outro ali e outro ainda acolá, considerações, da conferência resultaram as se- servas já privatizadas;
nativas reais, incluindo os de estruturas e sis-
perdemos esses animais como se fosse guintes exigências:
temas sociais e políticos. Também exige lutas 15. Os governos devem interromper a constru-
brincadeira. As mesmas acções foram e colectivas e populares para resistir ao neo-co- 1. Os governos deverão assegurar que as neces- ção de grandes barragens, outras mega-estrutu-
são perpetradas contra com os elefantes lonialismo, a novas formas de opressão e novas sidades e prioridades energéticas das famílias ras e infra-estruturas desnecessárias;
que, pese embora ainda possamos ver, manifestações de violência, incluindo a crimi- locais, produtores locais e mulheres - incluindo
em número diminuto nos seus habitats 16. Os governos têm o dever de responsabilizar
nalização de activistas e movimentos sociais no que diz respeito a serviços sociais, transpor-
no país, sabemos que ao fim e ao cabo as corporações pelo ambiente e ecossistemas
e a xenofobia. Reconhecemos que conforme o tes, saúde, educação e assistência às crianças
eles se vão extinguir e não falta muito degradados por actividades poluidoras e ex-
clima vai piorando, aumentarão a escassez de – deverão ser priorizadas sobre as das corpora-
tempo para que tal aconteça. tractivas históricas ou em curso. As corpora-
recursos e as migrações, o que causará mais ções e dos ricos;
ções responsáveis pela degradação do ambien-
Esses animais, que se tornaram uma conflitos entre povos. Reconhecemos igualmen-
2. Exigimos que não se concedam novas licen- te ou ecossistemas deverão pagar pela sua
fonte de negócio ilícito das redes cri- te que a exploração de mão-de-obra estrangeira
minosas, não chegaram a Moçambique pelas corporações gera frequentemente confli- ças de exploração de petróleo ou minas de car-
restauração, mas esse pagamento não lhes dará
vindos de alguma selva ou por perdição. tos entre vizinhos. vão a fim de preservarmos o nosso meio am-
qualquer direito sobre essas áreas;
Foram rios de dinheiro investido, mas biente e para que nos mantenhamos em linha
Com justiça e igualdade como o mínimo irredu- com as demandas por parte da ciência que os 17. Os governos deverão garantir que os custos
que, hoje, se torna uma fortuna esban-
tível, a conferência observou ainda e declarou combustíveis fósseis sejam deixados no subsolo de males sociais e de saúde resultantes do uso
jada ou deitada num saco roto. Para
o seguinte: para evitarmos uma mudança climática catas- de energia derivada de combustíveis fósseis
que efeito, afinal, o Estado gastou tanto
dinheiro? trófica; não serão externalizados para as pessoas e para
1. Todas as nações devem agir em conjunto
o ambiente;
O tráfico de pontas de marfim e cornos para garantir que o aumento da temperatu- 3. Apoiamos e solicitamos um controle público
de rinocerontes não é um negócio de ra média global não exceda 1,5 graus Celsius e social da transição para energias renováveis, 18. Os governos deverão assumir a responsa-
hoje em Moçambique. Excepto um acima dos níveis pré-industriais, uma vez que incluindo o de cooperativas de base comunitá- bilidade de fornecer hospitais, escolas e outros
número bastante reduzido de moçam- qualquer número acima deste significará Áfri- ria, coletividades da sociedade civil e a implan- serviços sociais e não deverá deixar que as em-
bicanos, alguns dos quais caíram nas ca em chamas; tação de infra-estruturas a nível local; presas os providenciem como parte da sua res-
malhas dos caçadores furtivos movidos ponsabilidade social corporativa ou quaisquer
2. Na COP21 de Paris, exigimos que os governos 4. Os governos deverão desmantelar as bar-
pela necessidade de tirar a barriga da outros actos de green wash (lavagem verde).
africanos defendam posições que beneficiem os reiras de privilégio e poder, incluindo aquelas
miséria, encarcerados por ligação com Africanos e Africanas e não o Banco Mundial ou criadas e reforçadas pelas instituições finan- Os e as participantes da conferência decidiram
o tráfico de pontas de marfim e cornos, as corporações; ceiras, como o Fundo Monetário Internacional trabalhar com outros movimentos em África e
onde estão os estrangeiros que no (FMI) e o Banco Mundial; no mundo para derrubar o sistema patriarcal
passado foram presos em conexão ou 3. Rejeitamos mercados de carbono, a finan-
capitalista promovido e protegido pelas insti-
na posse desses produtos? Que penas ceirização da terra e dos recursos naturais, o 5. Exigimos uma urgente transferência de tec-
tuições financeiras globais, pelas corporações e
estão a cumprir e em que cadeia? consumismo, a mercantilização da natureza e nologia para promover a produção de energia
pela elite global, para assegurar a sobrevivên-
Quantos estrangeiros cumprem penas todas as formas de escravidão de carbono; limpa, a abolição da propriedade intelectual e
cia dos seres humanos e o direito da Mãe Natu-
em Moçambique por caça furtiva ou o aumento de fundos de pesquisa e desenvolvi-
4. Rejeitamos todas as falsas soluções para a reza manter os seus ciclos naturais.
tráfico de pontas de marfim e cornos de mento para combater as alterações climáticas;
mudança climática, incluindo a Redução de
rinocerontes? Emissões por Desmatamento e Degradação 6. Exigimos o reconhecimento pleno do saber Por Sociedade Civil Africana
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Desporto
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Xiconhoquices Xiconhoca
Diálogo político entre o Governo e a Renamo Assassinos que tiram órgãos
O diálogo político está mesmo monótono! Mais de dois anos depois sem avanços significativos, Em circunstâncias e causas ainda não esclarecidas, pessoas supostamente desconhe-
os mediadores nacionais cansaram-se de vez de estarem sempre a falar do mesmo problema cidas interpelaram um jovem de aparentemente 30 anos de idade, no bairro de Mua-
e aconselham que a Assembleia a República (AR) ponha a mão no assunto como forma de se tala, na cidade de Nampula, e assassinaram-no. A crueldade desses malfeitores, que
evitar que haja gente que todas as segundas-feiras se dirija ao Centro de Conferências Joaquim gostaríamos de ver e dialogar com eles para percebermos o que se passa nas suas
Chissano só para tomar café e cochilar. Mas se os mediadores tivessem atirado a toalha ao chão mentes, foi de tal sorte que retiraram uma orelha e os outros órgãos, incluindo geni-
há muito tempo, como pretendem fazer, agora, quem sabe, talvez, o rumo do tal diálogo seria tais, da vítima. Em seguida, embrulharam o seu corpo num saco e abandonaram-no
outro. Aqueles que são próximos ao Presidente da República, Filipe Nyusi, e ao líder da Renamo, numa lixeira. Que acto selvático! Mas que coragem é esta que uma pessoa tem de
Afonso Dhlakama, têm a tarefa de aconselhar as partes a sentarem-se novamente e a encontra- esquartejar o seu semelhante? O que se passa na cabeça de um indivíduo que espan-
rem formas de parar, definitivamente, com esta brincadeira que coloca a todos nós em perigo. ca o seu compatriota, sem nenhum dó, e mesmo que este vocifere devido à dor não
ProSavana
assumamos, um informe oco, constituído só por números e palavras e longe dos
problemas que nos afligem!
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