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AULA TEÓRICA 2

Tema 1. Técnicas básicas de análise de sistemas


(continuação)
Apresentação da Disciplina
Técnicas básicas de analise de sistemas:
– Conceito de sistema
– Técnicas de Análise de Sistemas
– Ciclo de vida de um sistema
Conceito de Sistema
 Conjunto de elementos que interagem entre si num
determinado ambiente para alcançarem um mesmo
objectivo.

 Um conjunto de componentes que possuem


funcionalidades e peculiaridades específicas que
atuam cooperativamente a fim de atingir um
objectivo.

Um sistema mais complexo pode dar origem a


subsistemas.
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Conceito de Sistema

Exemplo:
Automóvel
Objectivos: Locomoção mecanizada, transporte
Subsistemas: Motor, Suspensão

Outros

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Tipos de Sistemas
 Sistemas Naturais:
Sistemas Estelares (galáxias, sistemas solares, etc.);
Sistemas Geológicos (rios, cadeias de montanhas etc.);
Sistemas Moleculares (organizações complexas de átomos);

 Sistemas feitos pelo Homem:


Sistemas Sociais (organizações de leis, costumes, etc.);
Sistemas de Transporte (redes rodoviárias, linhas aéreas);
Sistemas de Comunicação (Telefone, Sinais de fumaça);
Sistemas de Manufactura (Fábricas, linhas de montagem);

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Tipos de Sistemas

 Sistemas Automatizados
São aqueles sistemas feitos pelo homem que interagem
com ou são controlados por computadores.
Embora haja muitos tipos diferentes destes sistemas, todos
eles tem componentes comuns:
- Hardware;
- Software;
- Dados;
- Procedimentos.

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Componentes de Sistema
 Ambiente (Factores Externos)
Local onde ele está inserido.
Tudo aquilo que está fora dele.
Dificilmente tem-se o controlo dele.

 Recursos (Factores Internos):


Estão dentro do sistema, e são os meios que ele usa
para desempenhar suas tarefas. Destes o sistema
tem maior controlo e decisão.
Ex: Sistema respiratório e Ar.
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Análise de Sistemas
A análise de sistemas consiste em realizar um estudo profundo
de forma entender como o sistema funciona e verificar se é
necessário introduzir melhorias.

Isto é:
 Conhecer os objectivos do sistema;
 Decompô-lo em componentes;
 Identificar os componentes e suas relações;
 Diagnosticar problemas;
 Juntar as partes de forma a determinar o seu funcionamento
geral.

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Modelo Geral de um Sistema
“Todos os sistemas têm um conjunto de características que os
representam, são essas características que fazem com que
existam os modelos de sistemas.”
Algumas dessas características são:
 Objectivos – finalidade do sistema;
 Entradas – fornecem recursos (informação, materiais, etc.), o que
entra do meio – ambiente;
 Processo de transformação – transformando as entradas em
saídas;
 Saídas – fornecendo bens ou serviços resultantes do
funcionamento do sistema;
 Fronteira – limites do sistema;
 Relações e Restrições – tanto a nível interno como externo.
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Ciclo de vida de um Sistema

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Ciclo de vida de um Sistema

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Ciclo de vida de um Sistema
Levantamento das Necessidades

Levantamento das funções, interfaces e requisitos não-


funcionais desejados para o produto.
Estabelecimento inicial entre os usuários, clientes e
desenvolvedores.

A análise de requisitos é fundamental para o desenvolvimento


de sistemas.
Trata justamente de descobrir o que o cliente quer com o
sistema, está associada ao processo de descobrir quais são as
operações que o sistema deve realizar.
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Ciclo de vida de um Sistema

Levantamento das Necessidades:


Tipos de requisitos:
Requisitos Funcionais – O que o sistema deve fazer.
Requisitos Não-funcionais – Restrições sobre como o
sistema deve desempenhar suas funções. Exemplo:
 Segurança;
 Interoperabilidade;
 Portabilidade;
 Manutenção;
 Desempenho.
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Ciclo de vida de um Sistema
Técnicas de Levantamento e Análise de Requisitos:

Entrevista individual entre o analista de sistemas e os


utilizadores.
Vantagens:
 Praticidade e fácil aplicação.
Desvantagens:
 Lentidão do processo;
 Comprometimento da qualidade dos requisitos
resultantes.

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Ciclo de vida de um Sistema
Técnicas de Levantamento e Análise de Requisitos:

Antes: Planificar, identificar a posição e responsabilidade do


entrevistado, marcar horário, escolher local sossegado.
Durante: Apresente-se informando a finalidade da entrevista,
explicar as anotações que fizer, não demorar muito, agradeça a
contribuição.
Depois: Documente os pontos relevantes; envie a
documentação ao entrevistado (aprovação final), envie os
resultados para as entidades.

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Ciclo de vida de um Sistema

Técnicas de Levantamento e Análise de Requisitos:

Questionário
Usado quando muitas pessoas conhecem as informações
necessárias para o desenvolvimento do sistema.
Preparar antecipadamente com questões objectivas;
Desvantagens:
Comunicação restrita com o utilizador e não há troca de
informação frontalmente.
A preparação exige tempo.
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Ciclo de vida de um Sistema
Técnicas de Levantamento e Análise de Requisitos:

Questionário
Preparação: Identificar o tipo de informação que deseja
obter.
Identificar quem responderá: Nome, função e localização.
Distribuir com instruções detalhadas de como preencher e
o prazo de devolução.
Analisar e consolidar as informações recebidas, documentar
as principais descobertas e enviá-las juntamente com cópia
do relatório para todos os respondentes.

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Ciclo de vida de um Sistema
Técnicas de Levantamento e Análise de Requisitos:

Observação Directa
Utilizada como processamento e confirmação de outros
resultados (entrevista e questionário).

Identificar documentos que devem ser colectados para


posterior análise.

Observar directamente quem desenvolve o trabalho.

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Ciclo de vida de um Sistema

Técnicas de Levantamento e Análise de Requisitos:

Técnica de dinâmica de grupo:


Eficazes na agilização do processo;
Redução nas falhas de comunicação;

Uma abordagem usando um líder NEUTRO para orientar os


usuários através de um processo interactivo e flexível,
obtendo-se CONSENSO sobre um assunto pré-determinado.

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Ciclo de vida de um Sistema

Técnicas de Levantamento e Análise de Requisitos:

Benefícios da Técnica de dinâmica de grupo


 Redução da necessidade de manutenção;
 Redução de custos;
 Maior satisfação dos usuários (atende realmente ao que
eles desejam);
 Menor necessidade de modificações durante o processo
de desenvolvimento;
 Nivelamento das expectativas de ambas partes.
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Ciclo de vida de um Sistema
Análise de alternativas
Consiste na identificação e avaliação de sistemas
alternativos.

Os modelos construídos na fase de análise devem ser


cuidadosamente validados e verificados.

Assegurar que as necessidades do cliente estão sendo


atendidas. Nessa actividade, os analistas apresentam os
modelos criados para representar o sistema aos futuros
utilizadores para que esses modelos sejam validados.
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Ciclo de vida de um Sistema

Projecto
Trata da construção das especificações detalhadas para o
projecto seleccionado.

A fase de projecto enfatiza a proposta de uma solução que


atenda os requisitos da análise.

Na fase de projeto, determina-se “como” o sistema funcionará


para atender aos requisitos, de acordo com os recursos
tecnológicos existentes.
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Ciclo de vida de um Sistema
Desenvolvimento

Consiste na própria realização do projecto (sistema) e


efectivação de alguns testes.

Na fase do desenvolvimento, a tradução da descrição


obtida na fase de projecto é transformada em um produto
concreto, pretendido.

O desenvolvimento é feito utilizando as ferramentas


próprias dependendo do tipo de sistema que foi projectado
e de acordo com os requisitos identificados.
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Ciclo de vida de um Sistema

Implementação (Implantação)

Ocorre após o sistema ter passado satisfatoriamente por


testes de aceitação.

O sistema é empacotado, distribuído e instalado no


ambiente do utilizador.

Os manuais do sistema são escritos, os arquivos são


carregados, os dados são incorporados para o sistema, e os
utilizadores treinados para utilizar o sistema correctamente.
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Ciclo de vida de um Sistema
Manutenção
Refere-se a todas as actividades relacionadas a um sistema
depois que são levadas a cabo depois que ele é
implementado.
Deve incluir actividades tais como a correcção dos factores
que não funcionem correctamente, a adição de novos
recursos aos sistemas em resposta às novas demandas dos
utilizadores.

Não há modelo de ciclo de vida uniformemente aceito.


Alguns modelos combinam desenvolvimento e
implementação em uma única etapa.
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Modelo de ciclo de vida de um sistema

É uma representação abstracta e simplificada do


processo de desenvolvimento de um sistema,
tipicamente mostrando as principais actividades e
dados usados na produção e manutenção do sistema.

Na prática, os sistemas nem sempre seguem esta


progressão. Os desenvolvedores podem seguir usando
o modelo em cascata, a abordagem em espiral, a
prototipagem.

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O Modelo em Cascata
No modelo em cascata o desenvolvimento movimenta-se
somente num sentido, de modo que as etapas não podem ser
repetidas:

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O Modelo em Cascata
O administrador do projecto pode determinar prazos finais e
monitorar o progresso na direcção destes prazos. Ao mesmo
tempo este modelo é muito inflexível. Se, por exemplo, as
necessidades dos utilizadores mudarem durante o projecto,
não existe nenhum mecanismo formal para ajustar o
processo de desenvolvimento.

O uso deste modelo significa, também, que nenhum


componente do sistema será entregue até a proximidade
final do projecto. Frequentemente esta demora na entrega
conduz a tensões entre utilizadores e desenvolvedores,
especialmente se os prazos finais são ultrapassados.
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Abordagem em Espiral
A abordagem em espiral implementa os sistemas baseado no
conceito de maior necessidade. Ela entrega o sistema em
versões.

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Abordagem em Espiral

Cada versão passa por todas as etapas, excepto a implementação


que pode ser adoptada em algumas versões, e a manutenção que
se aplica somente a última versão.

A “ regra 80/20” dirige a abordagem em espiral: 80% das


necessidades dos utilizadores podem ser satisfeitos por 20% das
funções que eles desejam.

A primeira versão tenta obter um sistema básico que satisfaça a


maioria das necessidades do utilizador.

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Prototipagem
Descreve uma abordagem
que tenta satisfazer as
necessidades do utilizador
focalizando a interface do
utilizador.

Os estágios do projecto e
de desenvolvimento, no
que concerne à interface
de utilizadores, repetem-se
até que o utilizador esteja
satisfeito.
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Prototipagem vs Cascata

Vantagens:

 Diminui o tempo entre a análise e a implementação;


 Assegura que o novo sistema satisfaça as necessidades do
utilizador;
 Mostra os benefícios de um novo sistema antes que o
esforço e os custos se tornem excessivos;
 Explora as potencialidades que os usuários têm em
articular mais facilmente aquilo de que não gostam em um
sistema do que aquilo que apreciam nele.
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Prototipagem vs Cascata
Desvantagens

 Tende a elevar as expectativas dos utilizadores a níveis


que os desenvolvedores não podem atender dentro de seu
orçamento.

 Atrasa a demonstração da funcionalidade do sistema.


Metade da funcionalidade pode não aparecer até que se
atinjam os 10% finais do cronograma de desenvolvimento.

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Exemplo 1

Sistema “Automóvel”
1.Tipo de Sistema?
2.Automático ou não?
3.Identifique os componentes do sistema?
4.Objectivos?
5.Entradas?
6.Processos?
7.Saídas?
8.Fronteiras?
9.Relação e restrições
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Exemplo 1
Sistema – “Automóvel”
1.Feito pelo homem;
2.Não automatizado, embora haja casos de automatizados;
3.Ambiente – estrada, ar, sinalização. Recursos – caixa de velocidade,
direcção, combustível, pneus, etc.
4.Objectivos – Locomoção, transporte;
5.Entradas – Direcção, aceleração, desaceleração, outras indicações;
6.Processos – Geração de rotação, Controlo da velocidade, Inversor;
7.Saídas – Deslocamento (velocidade, direcção e sentido);
8.Fronteiras – As laterais do carro (chaparia ou fibra);
9.Relação e restrições – velocidade máxima, autonomia, velocidade
imposta na via, sentidos, entre outros;

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Exemplo 2
Detecção de Incêndio
1.Automatizado.
2.Ambiente – Todo o edifício, em geral.
3.Recursos – Detector de Incêndio, Central Processadora, Sirene,
Painel, etc.
4.Objectivos – Alertar em caso de Incêndio.
5.Entradas – Calor, Fumaça, Luz.
6.Processos – Varrimento do teclado, activação da sirene, etc.
7.Saídas – Alerta sonoro, alerta visual.
8.Fronteiras – Só os recursos.
9.Relação e restrições – Apenas alerta, não informa remotamente,
etc.
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Referência bibliográfica

Henrique J. Brodbeck
“Introdução à Análise de Sistemas”, UFRGS – Instituto de Informática.

Steven R Gordon & Judith R Gordon


“Sistemas de Informação, Uma abordagem Gerencial”, LTC, 2006.

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