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APRENDIZADO

VIA NEGATIVA

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 02

MITO #1 03

MITO #2 06

MITO #3 09

MITO #4 13

MITO #5 16

MITO#6 19

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INTRODUÇÃO

Eu fui introduzido a uma ideia bem poderosa enquanto lendo a


obra Antifrágil, do Nassim Taleb. Não acredito que seja algo
inovador, mas fez uma ficha cair: nós podemos contribuir para
um sistema tanto adicionando fatores positivos quanto
removendo fatores negativos. No caso da discussão do Taleb, ele
afirma ser até melhor remover os negativos, pois esses,
normalmente os estudos comprovam com certeza, enquanto
que para os fatores positivos isso é mais raro.

No caso do meta-aprendizado, por ser uma área razoavelmente


nova, praticamente surgida século passado, mas que só avançou
significantemente nos últimos cinquenta anos, essa remoção de
mitos (nossos fatores negativos) é essencial. Por não ser prática
comum questionar a validade dos métodos utilizados e pelo
amadurecimento da área ser recente, é de se esperar que ainda
haja muitas práticas baseadas em informações errôneas
amplamente aceitas.

Este, também, é um dos grandes objetivos do Aprendizado


Acelerado, essa caça aos mitos. Criar um método útil e prático, e
levar informações que gerem resultados reais às pessoas é mais
eficiente se não levamos a sério práticas sem fundamentos. No
melhor cenário, elas causam prejuízo, com gasto de tempo e de
energia; no pior, atrapalham ativamente o processo de
aprendizado.

Segue então uma lista de alguns mitos revogados e discutidos de


cujas remoções você irá se beneficiar.

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MITO #1
META-APRENDIZADO
é um conjunto
de técnicas
mnemônicas

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Primeiro, uma breve revisão: o que são técnicas mnemônicas?

Uma construção mnemônica é qualquer técnica de aprendizado


que ajuda na retenção de informação. Elas buscam traduzir a
informação em uma forma que o cérebro humano possa reter
melhor que a forma original. Mesmo o processo de aplicar essa
transformação ajuda na transferência de informações para a
memória de longo termo.

Grande parte dos livros sobre aprendizado foca nessas técnicas.


Também por isso a área do meta-aprendizado foi bastante
desacreditada ao longo dos anos, pois faltava uma abordagem
mais completa, indo além de apenas técnicas de memorização.

Técnicas mnemônicas são boas e devem ser usada sempre que


necessário, mas isso é menos comum do que os autores de livros
oba-oba na área de aprendizado imaginam. Como vimos,
processar o conteúdo (capítulo 6), a fase que envolve uso dessa
técnicas mnemônicas, é apenas uma fatia do processo inteiro do
aprendizado, que começa lá atrás, com a definição clara do
objetivo e sua desconstrução.

Suponha que você queira memorizar verbatim alguma seção do


código penal que seja importante; nesse caso, o sistema
mnemônico peg, o loci ou simplesmente o de ligação será uma
solução bem prática. Porém, e se sua necessidade de
aprendizado for além de retenção de informações? E se você
precisa aprender como resolver uma integral? Ou algo
físico,como tocar um acorde no violão? Ou jogar futebol?

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O meta-aprendizado é uma área muito ampla e inclui vários
campos do conhecimento, passando por psicologia, neurologia
e admnistração (sim, para gerência dos objetivos). Embora esse
mito não seja tão nocivo quanto os outros, eu achei relevante
esclarecer. Afinal de contas, essa é apenas sua primeira
experiência com o meta-aprendizado.

O objetivo da obra Os 7 Pilares do Aprendizado foi também


despertar o interesse pelo estudo das técnicas dispostas no
próprio livro em si, levando para as pessoas o conhecimento que
o aprendizado pode ser feito de uma maneira melhor. Por isso,
ter em mente que o meta-aprendizado é mais do que técnicas de
memória é essencial para sua jornada daqui para frente.

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MITO #2

Crianças
Aprendem Melhor

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A crença de que crianças aprendem melhor que adultos é
pervasiva em nossa cultura. Mesmo eu, depois de ter começado
a estudar o aprendizado, não pensei em questionar esse ponto
em um primeiro momento. Eu terminei me deparando com
evidência contrária a essa informação quando estava
pesquisando outro assunto (aquisição de línguas).

Assim como o mito #3 e a desinformação que enxergamos


através de várias fontes do conhecimento, é bom começar se
questionando quem se beneficia de que o publico acredito
naquilo. Nesse caso, há um interesse comercial enorme por trás
dessa crença: se crianças aprendem língua estrangeira melhor
que adultos, o melhor é coloca-las o mais cedo possível em
escolas de línguas, o que leva estas a lucrar muito mais dando
aula a crianças desde os 3 ou 4 anos.

A realidade é que crianças não aprendem melhor do que adultos


como se acredita. Ao longo de diferentes idades, aprendemos de
modos diferentes. Crianças possuem pouco conhecimento do
mundo e, como vimos no livro Os 7 Pilares do Aprendizado, o
aprendizado duradouro acontece com o enriquecimento de
schemas e modelos mentais. Se crianças sabem pouco
(cognitivamente), elas não têm base sobre a qual construir
conhecimento de forma tão rápida quanto, digamos, um adulto
exposto ao mesmo tema. O que implica que precisamos passar o
conteúdo diferententemente para as crianças, mas isso já é
discussão para outro dia.

O estudo que originou essa desinformação (passada adiante


maliciosamente ou não) provavelmente é um com que me
deparei quando pesquisando sobre o aprendizado de línguas.

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Na realidade, aponta que crianças têm uma vantagem na
aquisição de sotaque nativo da segunda língua graças às cordas
vocais e aos músculos responsáveis pela fala serem maleáveis,
por não estarem completamente formados. E a forma a qual são
expostas à nova língua, num ambiente descontraído e com
brincadeiras, também ajuda.

Entretanto, dizer que as crianças possivelmente têm uma


vantagem na aquisição de sotaque nativo – que não é
necessariamente a mesma coisa que facilidade para aprender a
língua – não implica que ela sejam melhores em aprender
qualquer coisa.

Tim Ferris, quando perguntado sobre isso, até brinca:

“Você tem conversado com crianças de 5 anos de idade


ultimamente?”

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MITO #3

Cada um é
inteligente
a seu modo

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Não sei se você já notou, mas é comum o uso da frase “é, mas
isso não é para ele, cada um é inteligente de alguma forma, né”
depois de uma derrota. Se alguém não consegue aprovar
naquele concurso ou se está tendo muito dificuldade na
faculdade, se diz aquilo. Ninguém fala isso depois de um avanço
de carreira ou de qualquer sucesso de aprendizado; sempre
depois de derrotas, o que é característica marcante de uma
desculpa. E uma desculpa limitante, nociva por interferir no
senso das pessoas sobre o que é possível.

Ao mergulhar no estudo da área, é razoável assumir que essa


afirmação sobre a inteligência surge do ramo da psicologia
envolvido no estudo dos estilos de aprendizado. Esses
hipotéticos “estilos de aprendizado” separariam as pessoas em
classes diversas. Dependendo da teoria utilizada - um grupo de
pesquisa inglês relatou ter encontrado 71 tipos diferentes de testes-
você poderia ser classificado em estilos como
agir/sentir/observar/pensar ou visual/auditivo/cinestésico(VAC).

A justificativa dos defensores dessa teoria é que o aprendizado se


passaria melhor com um alinhamento do material e do estilo
pessoal. Alguém cinestésico aprenderia melhor com
experimentos, com práticas, enquanto alguém auditivo, com
explicações orais. E claro, nesse universo, questionários simples
ajudariam você a identificar seu estilo de aprendizado e seu
dever seria buscar atividades que alinhassem com ele. Uma
pessoa cinestésica teria muita dificuldade estudando textos,
sendo impossível para ela sentar e se preparar para uma
certificação, por exemplo. Afinal de contas, a “inteligência” dela
não é desse tipo.

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A realidade é que não há nenhuma evidência reconhecida
sugerindo que saber ou diagnosticar os estilos de aprendizagem
irá ajudar a aprender melhor. Em outras palavras, identificar
estilos de aprendizagem e escolher técnicas de estudo de acordo
“não funciona”.

Esses testes cognitivos foram desenvolvidos ao longo das duas


guerras mundiais, como ferramenta de análise para separar os
recrutas entre as diversas funções disponíveis nas forças
armadas. Contudo, pesquisas no pós-guerra em torno de
variações do modelo VAC, tanto no Estados Unidos como na
Inglaterra, não conseguiram comprovar sua validade.

Por exemplo, em 1987, Kavale e Forness não encontraram nenhum


efeito significativo ao revisarem 39 estudos nos quais se
alinhavam o processo do aprendizado com o estilo do estudante.

Em 2004, o professor Frank Coffield, do Instuto de Educação de


Londres, fez uma grande revisão da base teórica e de toda a
experimentação por trás da literatura dos estilos de aprendizado.
Ele verificou que a maioria dos estudos tinham conflito de
interesse; ou seja, eram realizados por pessoas tentando
promover seus próprios produtos e suas teorias, sem replicação
independente. Sumarizando seu posicionamento no artigo, “esse
o campo de estudo é uma incoerência teórica e confusão
conceitual”.

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A fins de estudo prático, no seu dia a dia, saber qual seu estilo de
aprendizado e tentar ajustar suas estratégias diante dele é, na
melhor das hipóteses, perda de tempo. Para finalizar, vou deixar
você com as palavras do relatório da American Assoaciation for
Psychological Science, criado em 2008 uma por uma equipe de
especialistas designados para estudar o assunto:

“Nós concluímos, portanto, que no presente, não há base


adequada de evidências para justificar a incorporação dos testes
de estilos de aprendizado na prática educacional em geral.
Assim, os recursos educacionais limitados seriam melhor
devotados para adotar outras práticas educacionais que têm uma
base forte de evidências, as quais existem em número crescente.”

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MITO #4
Você leva 10.000
horas para
ficar bom em
alguma coisa

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Quanto tempo você diria que uma pessoa leva para ficar boa em
algo? 10.000 horas é o que dizem.Mesmo se você não leu o livro
Fora de Série, do Malcolm Gladwell, com certeza já ouviu esse
número: você precisa colocar pelo menos 10 mil horas de
esforço – ou ainda, 8 horas por dia, todos os dias por 4 anos –
para ficar bom em alguma coisa.

Um volume intimidante de esforço, sem dúvida, que só vem a


acrescentar à nossa tendência habitual de não querer tentar
coisas novas. Esse é tipo de mito é tão nocivo quanto àquele que
prega uma técnica totalmente errada, mesmo que por uma razão
diferente. O mito das 10.000 horas impõe limitações em nossa
forma de ver o mundo; ao invés de estarmos em um universo
incrível, cheio de coisas maravilhosas a serem aprendidas,
estamos preso em um mundo onde a barreira para o
aprendizado é enorme, não sendo possível dar asas à
imaginação humana.

Em termos práticos, o impacto também é negativo: o


aprendizado, que é um grande agente transformador de vidas,
passa a não ser uma opção. Afinal de contas, quem vai estudar
para concurso se é tão difícil de passar que requer 6, 8 anos de
preparação? Ou para aquela certificação dos sonhos? Ou para
aprender a segunda língua?

Felizmente, nem todo mundo levou essa “lei” a sério e agora


entendemos melhor algumas partes do processo de
aprendizado.

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Lembra dos tempos de criança, de uma brincadeira chamada
telefone sem fio? Sua professora organizava a sala em um círculo
e contava uma frase no ouvido do aluno mais próximo dela. Esse
aluno contava para o próximo, que contava para o próximo, daí
em diante.

Todo mundo que ouviu a história contou ela um pouco diferente


e, no final, o recado estava bem distinto do conteúdo original. Foi
justamente isso que aconteceu com a pesquisa original sobre
aprendizado, na qual Gladwell fundamentou o livro Fora de Série.

No artigo original, o Dr. Anders Ericsson, da Universidade Estadual


de Flórida, concluiu que performance em um nível expert, em
campos bem restritos do conhecimento, requer em média de
dez mil horas de prática para ser alcançada. O fraseamento
original foi esse: performance em nível expert, dez mil horas em
média de prática.

A pesquisa foi realizada com pessoas em campos restritos e


ultracompetitivos do conhecimento, como violinistas de nível
mundial e aviadores. Lentamente, ao cair no conhecimento da
mídia (e de pessoas sem capacidade de interpretar artigos
científicos em geral), a transformação aconteceu.

O que era “Os experts em nível mundial tem 10 mil horas de


prática” se transformou em “você precisa de 10 mil horas para se
tornar um expert”, em “é necessário 10 mil horas para ficar bom
em algo” até o fatídico “é preciso 10 mil horas para aprender
qualquer coisa”. O próprio Dr. Ericsson publicou recentemente um
artigo dizendo explicitamente que Gladwell inventou a lei das
dez mil horas, que veio a ser ainda mais modelada por jornalistas.
E assim nasceu mais um mito.

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MITO #5
Emoções não são
racionais, por isso
atrapalham o
aprendizado

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Há uma verdadeira dicotomia na cultura popular entre emoções
e racionalidade. A maioria das pessoas utiliza essas duas palavras
como antônimos, caricaturando alguém emocional como uma
pessoa dramática e reativa, enquanto os racionais como frios e
calculistas. Isso não poderia estar mais longe da verdade.

Uma pessoa racional leva em consideração suas emoções como


guias de apoio para tomar suas decisões e não simplesmente
descarta elas. A crença popular é que o aprendizado, por ser visto
como uma atividade racional, é prejudicado quando envolvemos
emoções, o que está em grande parte errôneo.

Um dos modos de garantir aprendizado com qualidade é ser


exposto a um conteúdo amplamente estimulante. Ao
engajarmos no estudo de um tema de várias maneiras diferentes,
com usando leitura, palestras, exposições, filmes, experimentos e
entrevistas,criamos uma rede de conexões mais forte, o que
facilita o processo de lembrança. Por isso, atividades como os
mapas mentais são populares: misturam texto com cores e
desenhos, tipos diferentes de estímulos.

No caso das emoções, elas influenciam o aprendizado (por ser


uma camada extra de complexidade), mas não necessariamente
atrapalham; é apenas uma questão de estar mais ou menos
propenso a aprender determinada habilidade.

Por exemplo, quando você está com raiva, a tendência é ficar


focado, o que pode favorecer aprendizado de temas que
envolvem muita informação. Já quando você está feliz e
relaxado, atividades criativas são mais bem vindas, pois o estado
é mais propenso para fazer conexões em vários temas e pontos.

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A questão das emoções é uma situação parecida com a
influência da música no aprendizado. Algumas pessoas reportam
serem incapaz de estudar com músicas pois atrapalha a
concentração, enquanto outros se beneficiam desse modo. Por
que isso ocorre?

Se você está ouvindo uma música de estilo familiar, ela entra em


plano de fundo, ajudando você a eliminar os barulhos do
ambiente (que são distrativos); nesse caso, a música está
ajudando. Mas se você está ouvindo um estilo não-familiar, ou
que você só ouve quando está se movimentando (sempre em
festas, baladas), vai ser difícil estudar pois a música está
atrapalhando a concentração.

Como se pode ver, a questão da música, como a das emoções, é


complicada e não pode ser resumida em uma frase simples. Sim,
emoção pode ajudar; sim, emoção pode atrapalhar. O mesmo
para música. Depende se elas são disruptivas (atrapalham seu
foco) ou construtivas (ajudam no processo). Os fatores que
podem fazer um grupo de emoções ou um tipo de música ser de
um tipo ou de outro é outra história.

O ponto aqui é esclarecer que é errado falar que emoção


atrapalha o aprendizado. Na verdade, ela influencia, até mesmo
positivamente, dependendo do estado e do objeto de estudo.

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MITO #6

Aprender
dormindo
funciona

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O sleep learning, também conhecido como hypnopedia, é uma
técnica que consiste em ouvir áudios com conteúdo a ser
aprendido enquanto se dorme. Os benefícios, claro, são óbvios:
você poderia usar um tempo literalmente morto para adiantar
seu aprendizado e absorver conhecimento.

A questão é: funciona? Apesar de existir toda uma indústria por


trás do conceito, com venda de materiais específicos, uso de
técnicas que geralmente envolvem palavras complicadas no
meio (eles adoram misturar “física quântica”), não há evidência
científica que suporte essa hipótese. Mergulhemos um pouco
mais no tema.

Dormir é, de fato, extremamente importante.Pense no seu


cérebro como uma casa e o processo de aprendizado como a
instalação de novos móveis. Durante o dia, quando você está
ativamente estudando, você está comprando móveis; você sai e
compra camas, livros, sofás e cadeiras. Durante a noite, enquanto
você dorme, é a hora de organizar a casa, colocando os móveis
em seus devidos lugares e removendo os desnecessários.

As evidências existentes apontam para a influência positiva do


sono no processo de vários tipos de aprendizado. Para o
conhecimento procedural (atividades com um passo a passo,
como resolução de expressões matemáticas ou direção de um
carro), os resultados mostram que quando testados numa tarefa
depois de dormir, os participantes apresentaram resultado mais
significativo do que quando testados sem sono no intervalo de
realização da tarefa. Para a memória declarativa, aquele
aprendizado envolvendo a absorção de conteúdo, os estudos
concluíram que o sono não só desacelera o decaimento da
memória, como também ajuda a fixar o estudo.

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Sem dúvidas, dormir faz parte do processo do aprendizado e
você pode usar isso para sua vantagem. Contudo, isso não
significa que aprender dormindo seja uma boa ideia. Um dos
estudos mais proeminentes é simples, sendo realizado com
associação de sons tocados durante o sono com odores aos
quais as pessoas foram expostas. Eles demonstram que os
pacientes inspiravam com mais força odores agradáveis quando
ouviam a música correspondente, depois de acordados. Embora
isso seja interessante do ponto de vista científico, não é útil para
seu dia a dia.

E pode ser contraproducente: sua mente vai simplesmente


ignorar o som das aulas. Se ela capturar alguma informação, é
provável que absorva durante o sono um pedaço qualquer e
misture com suas alucinações. Isso é ruim, pois você pode
confundir conceitos com sonhos ou aprendê-los de modo
invertido. Sem mencionar que estar constantemente com som
no ouvido pode atrapalhar a qualidade de seu sono, impedindo o
estabelecimento do aprendizado de coisas que você aprendeu
durante o dia.

A fins de estudo prático, no seu dia a dia, sleep learning na


melhor das hipóteses não funciona e na pior das hipóteses está
atrapalhando seu sono e te fazendo aprender coisas erradas. Para
finalizar, vou deixar você com as palavras de Charles Simon e William
Emmons, os primeiros cientistas a desbancar o mito do “estudo
enquanto se dorme”, lá em 1955, nos primeiros usos do
eletroencefalograma:

“É concluído que material apresentado várias vezes durante o


sono (usando o EEG como critério) não pode ser
subsequentemente lembrado”.

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E agora?

Se você quer mais conteúdo sobre aprendizado,


recomendo ficar de olho em nosso site:

www.aprendizadoacelerado.com

Meu email é paulo@aprendizadoacelerado.com,


sinta-se à vontade para me dizer como posso lhe ajudar.

Sucesso,
Paulo Ribeiro

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