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1 – Da Preliminar.
1.1 - Da inépcia da inicial – Da alegada estabilidade
provisória – Da Carência da Ação - Extinção sem julgamento do
mérito.
Lado outro, mister se faz destacar que conforme artigo 143 do Decreto
611/1992, art. 135 do Decreto 2.172/1997, bem como art. 337 do Decreto nº 3.048/99,
compete ao INSS detectar a existência de acidente de trabalho, tanto na esfera administrativa,
quanto em relação ao aspecto técnico por intermédio de perícia médica:
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II - tecnicamente, através da Perícia Médica do INSS, que estabelecerá o
nexo de causa e efeito entre:
a) o acidente e a lesão;
b) a doença e o trabalho;
c) a causa mortis e o acidente.
Assim, como o próprio órgão competente, qual seja INSS, jamais afastou a
reclamante de suas atividades, em razão de acidente de trabalho e/ou doença ocupacional, não
há de se falar em doença profissional, tampouco em estabilidade do art. 118 da Lei 8.213/91.
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do serviço por mais de 15 dias e o
consequente recebimento do auxílio-doença acidentário. (TRT 3ª R. – 5ª T -
RO - 1157/01 - JUIZ REL. Eduardo Augusto Lobato – PUBL. EM
21/04/2001 NO DJMG, P. 38)
Ocorre que a reclamante não colacionou aos autos qualquer prova de que
tenha sido afastado mediante o Benefício B-91 (auxilio doença acidentário).
2 – Do mérito.
2.1 - Da Inexistência de Doença Ocupacional/Acidente de
Trabalho.
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Ocorre que razão algum assiste a obreira, nos termos que restará
demonstrado a seguir.
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cumpriu as medidas de segurança e medicina do trabalho e sempre emitiu CAT quando
realmente haviam razões.
Logo, é certo que a reclamada não descumpriu qualquer norma prevista pela
legislação trabalhista, não havendo que se falar em nexo causal entre as patologias que
acometem a reclamante e o trabalho desempenhado na reclamada.
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Registra-se que os documentos colacionados aos autos pela obreira, não são
aptos a comprovar suas ilações, quiçá de estabelecer nexo causal entre as doenças que a
acomete ou mesmo de comprovar eventual perda da sua capacidade laboral , razão pela qual
restam expressamente impugnados em teor e forma, eis que produzidos unilateralmente pela
reclamante.
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§ 1º O setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social
reconhecerá o direito do segurado à habilitação do benefício
acidentário.
§ 2º Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo
acidentado quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação
profissional.
Assim, como o próprio órgão competente, qual seja INSS, não detectou a
existência de acidente de trabalho/doença ocupacional não há de se falar em acidente de
trabalho/doença ocupacional.
Desta feita, não tendo sofrido a autora qualquer acidente de trabalho e não
estando a mesma acometida por qualquer doença ocupacional, improcede a alegação de
doença ocupacional.
Noutro giro, destaca-se que com é sabido, nos exatos termos do artigo 333, I,
o ônus da prova compete ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito.
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dos movimentos no trabalho que perduraram por aproximadamente 6 anos de trabalho,
traduzindo incontestável doença ocupacional, além da perda auditiva do ouvido direito, que
passou a refletir em sua saúde e no desempenho das atividades exercidas ao longo dos anos e
até hoje”. Aponta que a dispensa da reclamante não se deu por corte de gastos da empresa, e
sim em razão de discriminação, apontando que “a reclamada desconsiderou totalmente
qualquer capacidade laborativa da reclamante, tendo em vista apenas seus interesses
patrimoniais resumidos no lucro, atuando de forma diametralmente oposta à função social do
contrato”.
É certo que a estabilidade prevista no art. 118 da Lei 8.213/91, exige para
sua caracterização dois requisitos concomitantes: o afastamento por mais de 15 (quinze) dias
e o recebimento do auxilio doença acidentário, vejamos alguns julgados nesse sentido:
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“EMENTA: ACIDENTE DO TRABALHO. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.
REQUISITOS - A estabilidade acidentária de que trata o artigo 118 da Lei
8.213/91 exige a comprovação de dois requisitos, concomitantemente, a
saber: acidente do trabalho ou doença ocupacional a ele equiparada e
afastamento previdenciário por mais de 15 dias com percepção do auxílio-
doença acidentário. Ausente o segundo requisito, incabível a
estabilidade pretendida”.
(TRT 3ª Região – 5ª Turma Processo 00950-2009-033-03-00-5 RO Relator
Convocado Rogério Valle Ferreira – Data da Publicação: 02/08/2010)
Cumpre esclarecer que a reclamante ficou afastada tão somente pelo período
de 31/07/2013 a 31/01/2014 (benefício n.º 6021117488).
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doença comum e houve negativa do INSS em manter o benefício. E mais, a alta previdenciária
da reclamante se deu sem qualquer restrição.
Da mesma forma, pugna para que seja a reclamante intimada à devolver aos
cofres públicos todos os valores percebidos à titulo de seguro desemprego, conforme
documento de ID da3c950.
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2.3 – Da improcedência do pedido de condenação ao
pagamento de danos morais e estéticos.
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Ademais, como pode se observar não há qualquer documento juntado aos
autos pelo reclamante que comprova qualquer nexo de causalidade entre a suposta doença
ocupacional e as atividades exercidas pelo obreiro.
Logo, as alegações autorais não condizem com a verdade, razão pela qual
restam impugnadas para todos os efeitos, restando expressamente impugnados os documentos
de fls. dos autos, eis que unilateralmente produzidos e que não tem o condão de comprovar
qualquer nexo causal entre as patologias e o trabalho desempenhado junto a reclamada.
Logo, como no caso dos autos não está provado o dano, o nexo causal,
tampouco qualquer comportamento culposo ou doloso, não há de se falar em indenização por
dano moral ou material.
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EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR.
INDENIZAÇÃO POR
DANOS MATERIAIS E MORAIS. O dever de reparar os danos causados
por acidente do trabalho ou doença profissional pressupõe, além do
prejuízo, a ação ou omissão dolosa ou culposa por parte do
agente (conduta ilícita) e o nexo de causalidade com o labor. A
responsabilidade civil do empregador, prevista no art. 7o.,
XXVIII da Constituição, vincula expressamente a obrigação de
indenizar aos casos em que aquele "incorrer em dolo ou culpa". A única
inferência lógica é a de que essa responsabilidade não é
objetiva, vinculando-se à conduta do empregador. Não se trata de
transferir ao empregado os riscos da atividade econômica, mas de aplicar
a norma civil (art. 186 do CC/2002), com respaldo
constitucional, segundo a qual ninguém será obrigado a fazer
alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5o., II CF/88) ou a
reparar o dano para o qual não deu causa. O simples fato de a
empregada encontrar- se afastada em gozo de auxílio-doença
acidentário não é suficiente para a reparabilidade.
(TRT 3ª R. – 6ª T. - 00452-2005-143-03-00-4 RO – REL. Desembargador
Ricardo Antônio Mohallem – PUBL. NO DJMG EM 10/11/2006, P. 3)
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Relativamente à ausência de nexo causal, cabe lembrar que na
responsabilidade civil, busca-se tão e somente a reparação de um dano e não a obtenção de
uma vantagem, por isso a necessidade de se verificar se a vítima suportou um dano em
decorrência de conduta (omissiva ou comisssiva) da outra parte (nexo causal).
Ocorre, que a Reclamante não fez prova efetiva dos prejuízos que alega estar
suportando. Dessa forma, não há que se falar em condenação em danos morais e estéticos,
posto que a Reclamante não se incumbiu de provar suas alegações.
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Assim, não ficando demonstrado o dano, o nexo causal, nem a culpa ou dolo
da Reclamada ou de seus prepostos, por ação ou omissão do ato ensejador do alegado
infortúnio, não há como responsabilizá-la pelo pagamento do alegado dano moral, quiçá
material.
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causa e efeito entre a despedida por justa causa e qualquer dano moral
sofrido pelo obreiro não há falar-se em indenização respectiva. Por outro
lado a lesão à honra assenta-se com raiz funda na publicização da
ofensa, circunstância que tampouco restou provada uma vez que sequer
alegada, além do que os fatos narrados, segundo o contexto dos autos,
não extravasaram o âmbito do conhecimento das poucas pessoas
envolvidas.”
(TRT 10 - Ac. 3ª T.: TRT-RO: 0383-2002-001-10-00-8. Publ.DJ: 09.05.03.
Rel. Juiz Bertholdo Satyro)
Cumpre registrar ainda que a indenização por dano estético pleiteada pela
autora nada mais é do que uma espécie do gênero dano moral. Logo no presente caso deve ser
utilizado o principio da razoabilidade pelos Ilmos Julgadores, tendo em vista que tal
condenação cumulada com a indenização por danos morais pleiteadas pelo autor representa
“bis in idem”.
Ad argumentandum, caso este d. Juízo entenda que faz jus o autor a qualquer
das indenizações ora contestadas, o que só se admite em respeito ao princípio da
eventualidade, tem-se que os montantes pleiteados são absurdos e abusivos e restam
expressamente impugnados .
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Neste sentido, inclusive, têm decidido as Cortes Cíveis de Minas Gerais.
Confira:
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por pericia técnica, com os respectivos reflexos sobre o aviso prévio, s/ as férias + 1/3, sobre
os 13º salários e sobre o FGTS/40%.
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(TRT 3ª R – 10ª T - 01315-2009-107-03-00-7 RO – Rel. Deoclecia Amorelli
Dias – DEJT 22/03/2011)
Site: www.trt3.jus.br
Endereço do respectivo conteúdo na rede (URL):
http://as1.trt3.jus.br/jurisprudencia/ementa.do?
evento=Detalhe&idAcordao=837337&codProcesso=831284&datPublicaca
o=22/03/2011&index=5
Site: www.trt3.jus.br
Endereço do respectivo conteúdo na rede (URL):
http://as1.trt3.jus.br/jurisprudencia/ementa.do?
evento=Detalhe&idAcordao=830629&codProcesso=824613&datPublicaca
o=18/02/2011&index=10
Site: www.trt3.jus.br
Endereço do respectivo conteúdo na rede (URL):
http://as1.trt3.jus.br/jurisprudencia/ementa.do?
evento=Detalhe&idAcordao=786378&codProcesso=780065&datPublicaca
o=19/07/2010&index=52
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A eliminação da insalubridade pelo fornecimento de aparelhos protetores
aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo, exclui a percepção
do adicional respectivo.”
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Destaque-se, inclusive, que, a teor da Súmula Vinculante nº. 4 do C. STF, o
salário mínimo, fixado por lei como base de cálculo de parcelas salariais, tal como ocorre com
o adicional de insalubridade, não pode ser substituído por decisão judicial.
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como diante da edição, pelo Supremo Tribunal Federal, da Súmula
Vinculante n° 4, o Pleno desta Corte Superior Trabalhista, na sessão
realizada em 26/6/08, aprovou a nova redação da Súmula n° 228, segundo a
qual, a partir de 9/5/2008, data da publicação da Súmula Vinculante
supramencionada, o adicional de insalubridade será calculado sobre o
salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
Na oportunidade, o Pleno cancelou, ainda, a Súmula nº 17 e a OJ nº 2 da
SBDI-1 desta Corte. Contudo, no dia 15/7/2008, o Ministro Presidente do
Supremo Tribunal Federal concedeu liminar nos autos da Reclamação nº
6.266/DF, ajuizada pela CNI, suspendendo a aplicação da nova redação
da Súmula nº 228, na parte em que permite a utilização do salário básico
para calcular o adicional de insalubridade. Em decisões recentes,
proferidas monocraticamente, a Corte Suprema também concluiu ser
inaplicável a incidência do adicional de insalubridade sobre o salário
profissional ou o piso normativo, consoante diversas liminares concedidas
entre as quais se destaca a do Ministro Relator Carlos Ayres Brito, na Rcl
7802/MC/PR, publicada em 11/3/2009, na qual, de forma concisa, ele
assere que -...à primeira vista, a nova redação estabelecida para a Súmula
n° 228/TST revela aplicação indevida da Súmula Vinculante n° 4,
porquanto permite a substituição do salário-mínimo pelo salário básico no
cálculo do adicional de insalubridade sem base normativa.'. Em palavras
outras, as convenções coletivas de trabalho, ao estabelecer o piso salarial
da categoria, devem explicitar que este será utilizado para o cálculo do
adicional de insalubridade. Requisito que não consta de decisão reclamada.
Pelo que defiro a liminar, o que faço tão somente para determinar a
suspensão do acórdão reclamado, na parte que diz respeito ao adicional de
insalubridade fixado com base no piso salarial da categoria profissional-.
Diante dessas premissas, é incabível a adoção da remuneração ou do
salário contratual para a base de cálculo do adicional de insalubridade,
como também não cabe a utilização de piso salarial, salário normativo ou
qualquer salário estipulado por norma coletiva da categoria profissional,
salvo expressa previsão em norma coletiva estipulando que o piso fixado
será considerado base de cálculo do adicional e, reconhecida a
inconstitucionalidade da utilização do salário-mínimo como indexador de
base de cálculo de vantagem de servidor público ou empregado,
considerando que a Súmula Vinculante nº 4 do STF não elegeu o
parâmetro a ser utilizado como base de cálculo, tem-se pela permanência
da utilização do salário-mínimo como base de cálculo do adicional de
insalubridade. Recurso de revista conhecido e provido.”
(Processo: RR - 556/2006-511-04-00.2 Data de Julgamento: 24/06/2009,
Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Divulgação:
DEJT 26/06/2009 – negritos nossos).
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Destarte, na absurda hipótese de condenação desta demandada ao pagamento
do adicional de insalubridade postulado, requer seja o mesmo calculado sobre o salário
mínimo, conforme melhor exegese ao conteúdo constante da Súmula Vinculante nº. 4 do C.
STF.
Caso, por absurdo, este d. Juízo entenda que o adicional em questão deva
incidir sobre o salário efetivamente recebido, tal como requerido pelo obreiro, o que só se
admite por argumentar, observa a reclamada que ainda assim não há que se falar em reflexos
no repouso semanal remunerado, haja vista que este já se encontra incluído na base de cálculo
salário efetivamente recebido.
3 – Da impugnação aos documentos acostados à inicial e
aos valores constantes na mesma.
Tanto é assim que todas as alegações são infundadas e descabidas, posto que
o Reclamante alega mas não prova.
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Não se encontrando devida e formalmente demonstrado o cumprimento dos
requisitos da Lei 1060/50, 5584/70 e da 7115/83, impossível conceder-se ao autor os
benefícios da assistência judiciária.
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