A decantada sociedade organizada vive de arranjos para não consertar
nada e tudo continuar como está à vontade do rodízio dos mesmos nos centros de decisões do poder político e econômico impondo ao fato social a consumir os casuísmos produzidos na maquiagem das realidades distorcidas. Manipulam as inverdades com requintes do verdadeiro falseado. Até as palavras são relançadas e entram em moda e uso subliminarmente com intenção oposta à definição refletida na aparência espelhada para o público. As palavras ficam mentirosas e aprendem convencer a opinião pública com os argumentos convenientes aos cartéis dominadores. O jogo dos antônimos nos sinônimos é bancado na roleta dos adjetivos. A política oficializada para o Meio Ambiente bolou a inversão do qualificativo da palavra Sustentado para amoitar o continuísmo da devastação promovida pelo desenvolvimento econômico na natureza. O empresário monta uma serraria, vai derrubando árvores nativas das chamadas madeiras de lei – as com cerne, como a aroeira, o bálsamo, o mogno – e vão reflorestando a área depredada das espécies nativas, com eucaliptos, nocivas aos pássaros. E qual seria a política ambiental sustentada realmente correta? O empresário, primeiro, plantar as qualidades que irão explorar comercialmente, esperá-las crescerem e só começar a extraí-las quando estiverem adultas e adequadas para ser beneficiadas. Mas não é somente esse o crime praticado à sombra da palavra sustentado na extração comercializada da flora. Promove-se, também, o extermínio devastador de espécies raras na fauna. Os madeireiros derrubam árvores frutíferas, como castanheiras seculares do Pará, pés de Jatobás, que produzem alimento para os pássaros, bichos, e eles morrem de fome. A bandidagem do sustentado promove a desertificação da vegetação, inclusive, das plantas e árvores pesquisadas mundialmente pelos laboratórios farmacológicos por suas qualidades medicinais, como as Sucupiras, as Mama- Cadelas, as Faveiras. No caso da política plantada na preservação do Meio Ambiente, a palavra Sustentada está sustendo, mesmo, é apenas a legalização comercial das empresas devastadoras de espécies à beira da extinção na flora e na fauna brasileira. Com o consentimento passivo ou a conivência participada das autoridades dos organismos oficiais, como o Ibama. O dicionário da desfaçatez tornou-se ainda mais acintoso na política dos governos como artifício para encobrir a corrupção corporativista com o manto da moralização vestida de austeridade. O modismo useiro e vezeiro da deformação vernacular adquiriu status de nobreza moral reluzindo o brilho do espírito público dos governantes. A corrupção está estocada, subsepticiamente nos planos de metas em todos os programas; todavia, embalada com o rótulo que, para os incautos, dispensa as conferições da certeza ante a insinuação das suposições duvidosas. A palavra é: Transparência. Todo lançamento promovido pelos poderes públicos, mais acentuadamente pelo Executivo, antes mesmo de se abordar e de se referir à relevância do trabalho a ser implantado no projeto, alude-se, primeiro e eloquentemente, que tudo será executado com absoluta e integral transparência. O que se tem visto e presenciado é habitualmente ao contrário. O substantivo Transparência tem sido o selo que serve como lacre do substantivo Corrupção por baixo. Tudo é vendido nas vitrines da Transparência e entregue nos carreios da Corrupção. Transparente tem sido, tão-somente, a visibilidade escondida no impenetrável e, por si só, já desperta a suspeita do que precisa ser conferido. Transparência sofreu reforma ortográfica nos tomos do lato e simboliza a deformação do dialeto, assim como o verbo Bombar passou a traduzir que bombou a expressão máxima do sucesso extremo. O período de saída um governo para entrada no próximo governo a palavra Transição. As administrações oficiais que chegam e as que se montam, cada qual, a sua equipe de operacionalização dos trabalhos – aquela de levantamento das contas, esta de apresentação dos débitos – e passam a trabalhar a portas fechadas em um gabinete vedado ao contato à fiscalização da sociedade; e, intocáveis, inacessíveis, sobretudo, importantíssimos, os membros do grupo decidem do modo que desejam e do jeito que querem a aprovação do que foi realizado e do que terá de ser feito. Transparência limita-se aos olhos da equipe do Grupo de Trabalho e não é vista enxergadamente pelo olhar da opinião pública. Isto não é transparência. Isso é exclusivização do realismo à estreiteza da ótica governamental. O Grupo de Transição encarregado de operacionalizar a transição da administração de um governador para o sucessor precisa ser composto, obrigatoriamente, de um representante, acreditado profissionalmente, de cada segmento da sociedade. O Grupo de Transição previsto para ser constituído, e não definido ainda, concentraria a transparência dos trabalhos apenas à visão dos dois governos – do Marconi: Giuseppe Vecchi, José Carlos Siqueira e Oliver Alves, ex-auxiliares; e do bando de Alcides: Célio Campo, Othon Nascimento e Ney Nogueira, atuais assessores –, o que autoriza presumir-se a possibilidade de uma disputa semelhante a de dois times de futebol disputado o mesmo campeonato jogando para o empate. Transparência de Grupo de Transição implica dizer que a equipe precisa ser constituída de representantes com lastro na admiração da sociedade: um expoente da OAB, um proeminente da Associação dos Contabilistas, um deputado da Assembleia Legislativa, um do Ministérios Público, um da Polícia Federal, um da Fieg-Acieg, um professor universitário de administração de empresa e um de economia, um do Tribunal de Contas do Estado, um da igreja Católica, um dos templos Evangélicos, um dos centros Espíritas, um das lojas da Maçonaria, um da Academia Goiana de Letras e um representante indicado pelo consenso das Associações de Bairros da Capital e das cidades do interior de Goiás. Transparência de governo só é realmente transparecente se transparece a verdade com inteira visibilidade para o povo. Para que tudo fique bem transparecido seria o caso até de o Grupo de Transição do governo reunir-se todas os dias no Auditório do Centro Administrativo e conceder uma entrevista coletiva à imprensa. E, ao final, se divulgado na íntegra o Relatório Conclusivo do Trabalho realizado. Isto é Transparência. Existem muitas perguntas que não podem ficar sem respostas. Por exemplo: por que o Jorcelino Braga fez o que quis do atual governo e está excluído do grupo de transição do governo de Alcides Rodrigues para Marconi Perillo? Isto não é Transparência. Se querem ver essa verdade, desçam até aqui onde eu moro: no povo. Gari Negro Jobs é vereador de Goiânia, via e-mail NOVO MARCO HISTÓRICO Observei que Opinião do Leitor passou a enriquecer, ainda mais, o jornalismo goiano a partir da edição de domingo último do Diário da Manhã. Os eleitores passaram a abordar questões importantes e que realmente precisam ser discutidas, como o local ideal para o monumento de Pedro Ludovico Teixeira. O justo é no centro da Praça Cívica. Outro problema focalizado é a ampliação de espaço do Crime Organizado em Goiânia, como o bulling nas escolas. As autoridades não podem continuar indiferentes à onda crescente dessa barbaridade contra as crianças. Os donos e dirigentes dos estabelecimentos devem ser responsabilizados criminalmente. Opinião do Leitor marcou um novo tento para o Diário da Manhã no jornalismo. Camila Santinho Gomes, via e-mail Papai Noel com o trenó dos outros Nunca se falou tanto na necessidade de o governo investir prioritariamente na Educação como nessa campanha eleitoral. Dos dois lados no segundo turno na esfera federal. A desorganização bagunçada dos exames do Enem acabaram sendo as provas que o Ministério da Educação está desorganizado em todo o País. A compatibilizar o que Dilma e Serra prometeram, com uma bondade de Papi Noel, as renas não iam dar conta de puxar o trenó. Aliás, seria necessário o Brasil ter o Orçamento dos Estados Unidos para serem cumpridas as promessas de campanha eleitoral de: 34 das do Serra e, de 23, das de Dilma. Santiago Carrijo Souza, via e-mail TCE: o mistério da ajuda O Tribunal de Contas do Estado de Goiás tem o dever cívico e não tem como fugir do dever moral de divulgar a montante dos gastos do atual governo estadual com propaganda e distribuir para a imprensa a relação especificada dos nomes dos órgãos de comunicação e os números em R$ de quanto cada um recebeu. O governo tem verbas de propaganda para divulgar o que realizou e deve, portanto, publicar o que investiu para ajudar a imprensa goiana. Benedito Arruda Junior, de São Paulo-SP Perfume francês e o cheiro dos bichos São comentários de rua na voz do povo – e como o provérbio diz que “Voz do povo é a Voz de Deus” – não é pecado averiguar se é verdade que o anel de lotes em volta do Horto Florestal do Lago das Rosas, em Goiânia, está mudando de dedos nas escrituras de uma hora para outra. Dá o que pensar se o índice de mortalidade galopante dos bichos não tem nada a ver com o fato providencial para se livrar do cheiro peculiar deles. Gente fina gosta é de perfume francês. Que tem um cheiro estranho, tem. Gonçalo Paiva, via e-mail