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Dos blogs aos microblogs: aspectos históricos,

formatos e características
Gabriela da Silva Zago∗

Índice Assim, ferramentas como Twitter e Jaiku


passaram a permitir atualizações rápidas
1 Introdução 1 e curtas, o que facilita a integração com
2 Blogs 2 outras ferramentas digitais, em especial
3 Breve histórico dos blogs 3 com dispositivos móveis, como no caso do
4 Características dos blogs 4 envio de atualizações por SMS. O presente
5 Dos blogs aos microblogs 6 trabalho procura traçar o caminho percorrido
6 Microblogs 7 do surgimento dos blogs até o advento dos
7 Aspectos históricos dos microblogs 8 microblogs, explorando histórico, formatos
8 Ferramentas de microblogs 9 e características de ambas as ferramentas.
9 Características dos microblogs 10 Além disso, tendo em vista que o blog seria
10 Considerações finais 11 um formato versátil, cuja popularização do
11 Referencias bibliográficas 11 uso dependeu da existência de ferramentas
de publicação, mas que não se restringe à
Resumo possibilidade de publicação apenas através
de uma plataforma específica (Blood, 2003),
Nos últimos três anos, passaram a surgir discute-se, ainda, as possíveis semelhanças
ferramentas de blogs mais simplificadas, entre a trajetória dos blogs e o caminho
voltadas para postagens com limitações de percorrido pelos microblogs até o momento.
tamanho, e muitas vezes associadas à idéia
de mobilidade. Essas ferramentas passaram Palavras-chave: mídia digital; blogs; mi-
a ser designadas como microblogs, na croblogs.
medida em que seguem algumas caracterís-
ticas dos blogs, mas de forma simplificada.

1 Introdução
Graduada em Comunicação Social, Habilitação
em Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas A Internet, como meio de comunicação no
(UCPel). modelo todos-todos (Lévy, 1999), trouxe a
Este trabalho foi apresentado no GT História da Mí-
possibilidade de que qualquer um possa pro-
dia Digital do VI Congresso Nacional de História da
Mídia, realizado entre os dias 13 e 16 de maio de 2008 duzir e publicar conteúdo na rede. Com a
em Niterói, RJ. liberação do pólo emissor (Lemos, 2005), a
2 Gabriela da Silva Zago

mídia tradicional passa a dividir espaço com der seu formato, seu histórico e suas carac-
o conteúdo produzido por usuários, em espa- terísticas. Os blogs são veículos de publica-
ços de participação como blogs, redes sociais ção digital, comumente associados à idéia de
e wikis. diários virtuais, nos quais um ou mais auto-
Entretanto, a situação nem sempre foi as- res publicam textos, geralmente sobre uma
sim. No começo da história da web, ainda temática específica, em ordem cronológica
na década de 1990, os sites eram construí- inversa e de forma freqüente. A simplicidade
dos como páginas estáticas, de conteúdo ra- com que se pode publicar textos em um blog
ramente renovado, e editados por uma única fez com que a ferramenta alcançasse uma re-
pessoa, ou grupo de pessoas. A partir do lativa popularidade no mundo todo. Atual-
ano 2000, aos poucos, os sites passaram a ser mente, mais de dez anos depois em que o
construídos com conteúdo dinâmico e cons- termo blog foi cunhado, existem 112,8 mi-
tantemente atualizado. Ao invés de serem lu- lhões de blogs indexados pelo Technorati1 ,
gares para se visitar, as páginas da web pas- sendo que 120 mil novos blogs surgem a
saram a se tornar plataformas de interação, cada dia.
espaços abertos os quais permitem que qual- O termo blog é uma versão reduzida da pa-
quer um possa não só consumir como tam- lavra “weblog”. “Web” vem de World Wide
bém produzir conteúdo. As modificações so- Web (rede de alcance mundial). O termo é
fridas pela web foram tantas que se passou utilizado para se referir à parte gráfica da
a utilizar o termo Web 2.0 (O’Reilly, 2005) Internet, o espaço por onde circulam as in-
para designar o que se poderia fazer com a formações hipertextuais distribuídas em rede
Internet a partir de então. através do protocolo http2 . Já “log” vem
Os blogs fazem parte desse contexto de da prática de se utilizar um bloco de ma-
Web 2.0 e participação e colaboração, como deira para marcar a velocidade dos navios.
um formato de páginas dinâmicas que po- O termo foi apropriado pela informática para
dem ser fácil e constantemente renovadas. se referir à gravação sistemática de informa-
Os microblogs, embora historicamente mais ções sobre o processamento de determinados
recentes, também integram esse contexto. dados.
Com base no cenário de evolução das tec- Dentre outras inúmeras possibilidades de
nologias de informação, este trabalho pro- definição, um blog pode ser definido como
cura percorrer a trajetória do surgimento dos uma ferramenta, ou como um formato. Para
blogs até o advento dos microblogs, explo- os que entendem o blog como um formato
rando histórico, definição e características de (como Blood, 2000; Walker, 2003; Herring
ambos os formatos, e buscando apresentar as 1
Technorati. About.
possíveis semelhanças e diferenças entre as <http://technorati.com/about/>. Dados de janeiro
ferramentas. de 2008.
2
Sigla em inglês para HyperText Transfer Proto-
col (Protocolo de Transferência de Hipertexto), proto-
2 Blogs colo padrão que permite a troca de informações entre
servidores e browsers (navegadores, como o Firefox e
Para poder melhor compreender o fenômeno o Internet Explorer) na web.
dos blogs, primeiro faz-se necessário enten-

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Dos blogs aos microblogs 3

et al, 2005 e Bruns, 2005), bastaria uma pá- inverso permaneceu como uma constante. É
gina ter atualizações freqüentes3 em ordem esse formato que determina se uma página da
cronológica inversa para ser um blog, in- web é um Weblog5 .
dependente da ferramenta utilizada para es-
sas atualizações – o que permitiria conside- Assim, o blog seria um formato versátil
rar como blog algumas das primeiras pági- - talvez o primeiro formato nativo da web
nas criadas na web, no começo da década (Blood, 2003) – cuja popularização do uso
de 1990, ainda que o termo blog só tenha dependeu da existência de uma ferramenta,
surgido alguns anos depois. A idéia é a de mas que não se restringe à possibilidade de
que a essência de um blog – postar pequenas criação apenas através de uma ferramenta.
porções de conteúdo, em ordem cronológica A distinção entre blogs como ferramenta e
inversa, como um registro de alguma coisa blogs como formato tem relação direta com a
– independeria da existência de uma ferra- evolução histórica pela qual passou os blogs.
menta específica capaz de automatizar esse
processo. 3 Breve histórico dos blogs
Por outro lado, para os que entendem o
blog como uma ferramenta (como em Ko- O termo ‘weblog’ foi criado no dia 17 de de-
mesu, 2004), só seria blog aquilo que é cri- zembro de 1997, por Jorn Barger6 . A abre-
ado em ferramentas de publicação de blogs viação ‘blog’ teria surgido apenas em maio
(como o Blogger, ou o Wordpress4 ), inde- de 1999, quando Peter Merholz decidiu pas-
pendente do formato utilizado para essas pu- sar a pronunciar weblog como ‘wee-blog’,
blicações. Para esses autores, os blogs só vão ou apenas ‘blog’7 . O blog mais antigo ainda
aparecer a partir do surgimento das primeiras na ativa é o Scripting News8 , de Dave Winer
ferramenta de blogs, em 1999, tendo seu uso – no ar desde abril de 1997 (antes mesmo
associado à idéia de diários virtuais. Os sites de weblogs serem chamados de weblogs). E
criados anteriormente, ainda que possuíssem 5
No original: “the creation of software that al-
algumas das características propiciadas pe- lowed users to quickly post entries into predesigned
las ferramentas de publicação de blogs, não templates led to na explosion of short-form diaries,
seriam considerados blogs. but the reverse-chronological format has remained
constant. It is this format that determines wheter a
Conforme Blood (2003, p.61), entretanto,
Web page is a Weblog” (Blood, 2003, p. 61).
6
Em setembro de 1999, Jorn Barger definia
a criação de um software que permitiu aos um weblog como “a webpage where a weblogger
usuários postar rapidamente entradas em (sometimes called a blogger, or a pre-surfer) ’logs’
templates predefinidos levou a uma explosão all the other webpages she finds interesting. The
de diários curtos, mas o formato cronológico format is normally to add the newest entry at the top
of the page, so that repeat visitors can catch up by
3
Os autores geralmente não especificam o quão simply reading down the page until they reach a link
freqüente isso quer dizer, e alguns ainda substituem they saw on their last visit”. Weblog resources FAQ,
“atualização freqüente” por “atualizações datadas” <http://www.robotwisdom.com/weblogs/index.html>.
(Bruns, 2005). 7
<http://web.archive.org/web/19991013021124/
4
Ferramentas gratuitas para publicação de http://peterme.com/index.html>
blogs. Respectivamente, <http://www.blogger.com> 8
<http://www.scripting.com>
e <http://www.wordpress.com>

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4 Gabriela da Silva Zago

Winer considera como o ‘primeiro blog de a diários virtuais (Lemos, 2002; Komesu,
todos os tempos’ o primeiro site que sur- 2004), os primeiros weblogs eram baseados
giu na web, o http://info.cern.ch/9 , criado por em links, e não na vida pessoal de seus au-
Tim Berners-Lee, no CERN (Winer, 2002). tores (Blood, 2000). Muitos blogs atuais se-
Outro site que também é considerado um dos guem esse estilo inicial, na medida em que
primeiros da blogosfera é o Links.net, cri- apresentam um link para alguma outra pá-
ado em janeiro de 1994 pelo estudante Justin gina da web, seguido de um comentário so-
Hall (Thompson, 2006). bre a página. Assim, o blogueiro exerce-
No final de 1998 e no início de 1999, fo- ria uma função de filtrar o conteúdo da Web
ram feitas as primeiras tentativas de se listar para seus leitores (Blood, 2000), apresen-
os sites que se assemelhassem à idéia inicial tando apenas informações que pudessem in-
de um blog. Desde então, os blogs não para- teressar um determinado público.
ram de crescer. Um dos fatores que impulsi- Com a popularização das ferramentas de
onaram a criação de blogs foi o surgimento, publicação de blogs a partir de 1999, as pes-
em julho de 1999, do Pitas, a primeira ferra- soas passaram a usar os blogs como uma
menta gratuita para a criação e publicação de espécie de diário virtual. Mas, do mesmo
blogs. Em agosto do mesmo ano, a empresa modo que essas ferramentas contribuíram
Pyra lançou o Blogger10 , uma ferramenta de para alterar o sentido inicial do blog, elas
blogs que tornou extremamente simples a ta- também foram fundamentais para que sur-
refa de publicar postagens diárias. gisse a blogosfera, ou o espaço virtual re-
Até o surgimento das ferramentas de pu- sultante da união de todos os blogs em uma
blicação de blogs, a idéia de que qualquer um conversação única. Os blogueiros passaram
poderia publicar na Web era restrita àque- a citar outras pessoas, através da inclusão de
las pessoas que soubessem programação em links para os seus sites, o que criava uma
html11 . Com o surgimento de ferramentas rede de referenciações mútuas entre blogs.
como o Pyra e o Blogger, a publicação de Assim, os blogs podem ser entendidos
idéias se disseminou na Internet, e qualquer como um formato típico de publicação, vin-
um com acesso a um computador pôde ter culado ou não a uma ferramenta especí-
a oportunidade de compartilhar seus pensa- fica, e que podem ser caracterizado pela pre-
mentos com o grande grupo. sença/ausência de um conjunto típico de ele-
Apesar da constante associação de blogs mentos. Esses elementos foram sendo incor-
9
porados à noção de blog ao longo de sua evo-
A página, de 1992, pode ser conferida
no endereço <http://www.w3.org/History/19921103- lução, e deram origem a características pecu-
hypertext/hypertext/WWW/News/9201.html> liares, capazes de serem utilizadas para iden-
10
Respectivamente, <http://www.pitas.com>, tificar o formato blog, independente da fer-
<http://www.pyra.com> e <http://www.blogger.com> ramenta utilizada para criá-lo.
11
Do inglês HyperText Markup Language (Lin-
guagem de Marcação de Hipertexto), linguagem pa-
drão utilizada para escrever páginas para a web, com- 4 Características dos blogs
posta por códigos que indicam para o browser (nave-
gador) como ele deve exibir os recursos multimídia de Apesar das grandes variações entre os dife-
uma determinada página. rentes tipos de blogs, algumas das caracte-

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Dos blogs aos microblogs 5

rísticas permanecem. Assim, um blog pode a caixa de comentários. “Nessas janelas que
ser entendido como um formato específico se abrem para a discussão, não se responde
de atualização de página da web, baseado apenas ao responsável pela página. Um ver-
em porções de conteúdo dispostas em or- dadeiro debate de fato passa a ocorrer entre
dem cronológica inversa, geralmente (mas os visitantes diários” (Primo, 2007, p. 132).
não necessariamente) criado a partir de uma A conversação em blogs pode acontecer de
ferramenta específica para essa finalidade, e forma direta, nos comentários de um post, e
que pode apresentar recursos adicionais tí- ainda de forma indireta, a partir da criação de
picos, como comentários, blogroll12 , track- uma nova postagem em outro blog, comen-
back13 e RSS14 . Os blogs geralmente pos- tando um post realizado anteriormente por
suem uma temática definida e são escritos outra pessoa, através de links. Em um blog,
por um único autor, ou por um coletivo de há links fixos, que indicam os blogs acom-
autores. Disso decorre uma característica panhados pelo blogueiro (blogroll), além de
importante dos blogs: blogs são espaços pes- links no conteúdo dos posts, muitas vezes
soais. em resposta a outros posts de outros blogs,
que implicam em interação e discussão em
Isso significa que as informações não são torno de um determinado tópico (Herring et
simplesmente colocadas no website, mas que al, 2005). Assim, uma pessoa pode “conver-
alguém as coloca, que funcionam como a sar” com outra ao escrever uma resposta em
voz e o pensamento de uma pessoa. São seu próprio blog a algo que tenha lido em
opiniões, relatos, informações e textos escri-
outro blog, incluindo um link para a posta-
tos do ponto de vista de alguém (Recuero,
gem original. A presença desse link fará com
2003a).
que o blogueiro citado seja notificado da res-
Por conta dessa pessoalidade, pelo fato de posta em outro blog, através da ferramenta
os blogs serem o blog/espaço de alguém, nos de trackback.
blogs é possível observar interações mútuas. As relações estabelecidas entre um círculo
Uma das ferramentas que possibilitam isso é de blogueiros, que lêem seus blogs mutua-
mente e interagem através dos comentários,
12
Lista de blogs recomendados pelo autor de um são denominadas por Recuero (2003b) de
determinado blog, geralmente disposta na barra late- webrings. A autora defende a idéia de que
ral de um blog, e que representa os blogs que o blo-
gueiro daquele espaço costuma ler. essas relações estabelecidas diariamente en-
13
Espécie de notificação automática que um blog tre blogs poderiam levar ao surgimento de
envia para outro, normalmente através dos comentá- comunidades virtuais.
rios, avisando sobre a realização de uma postagem em Assim, os blogs podem ser compreendi-
um blog que cita um post de outro blog.
14 dos como um formato típico para constru-
Sigla em inglês para “Really Simple Syndica-
tion”. Trata-se de um sistema para agregamento de ção de páginas da web, que podem conter
conteúdo que permite a indexação das alterações que ou não um conjunto típico de características.
ocorram em um determinado site. Várias páginas di- Do mesmo modo, os blogueiros estabelecem
ferentes que disponibilizem seu conteúdo em RSS po- interações entre si, que muitas vezes ultra-
dem ser reunidas em um único local através do uso de
passam as fronteiras do blog e vão se mani-
um programa agregador.
festar em outros espaços virtuais, como em

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6 Gabriela da Silva Zago

comunicadores instantâneos, e-mail ou sites dos de tumblelogs, videologs, fotologs, audi-


de redes sociais (Herring et al, 2005), ou até oblogs, microblogs, entre outros. Blogs tam-
mesmo em encontros físicos. bém podem ser definidos pelo tipo de dis-
Embora haja características comuns a vá- positivo usado para criá-los. Um exemplo
rios blogs, nem todas elas estão presentes em são os moblogs, que são blogs escritos a par-
todos os blogs – e a predominância de um tir de dispositivos móveis, como celular ou
ou outro elemento pode inclusive gerar vari- PDA. Blogs podem ainda ser definidos com
ações no formato do blog. base em sua temática predominante, como
no caso de blogs sobre política, blogs sobre
viagem, ou blogs sobre tecnologia. Blogs
5 Dos blogs aos microblogs
que tratam de assuntos relativos a legisla-
Nos últimos anos, tem se observado, em es- ção são conhecidos como blawgs (Phoebe,
cala global, uma espécie de “crise” no con- 2007), assim como blogs sobre celebrida-
ceito de blog15 , na medida em que há uma des são chamados de celeblogs (McFedries,
imensa variedade de tipos de blogs, e nem to- 2007), e blogs sobre guerra, bastante popula-
dos obedecem a todas as características ini- res durante a Guerra do Iraque, em 2003, são
ciais do formato – como na ausência de apre- chamados de warblogs (Recuero, 2003a). Há
sentação de posts em ordem cronológica in- ainda os spam blogs (splogs), que seriam os
versa, ausência de espaço para comentários, blogs criados com a finalidade de utilizar-
ou eliminação do blogroll. Novos elementos se de conteúdo alheio produzido em outros
também foram incorporados aos blogs, al- blogs para adicionar anúncios publicitários
guns deles decorrentes do advento das tecno- e lucrar com a produção alheia (Phoebe,
logias de informação e comunicação, como 2007). Blogs educativos ou corporativos uti-
no caso da possibilidade de atualização por lizados para o compartilhamento de conheci-
dispositivos móveis, ou o surgimento de wid- mentos entre grupos de pessoas são conheci-
gets16 e ferramentas especiais para blogs. dos como klogs17 (Herring et al, 2005).
Essa presença/ausência e incorporação de Independente do formato ou nome, a es-
novos elementos acabou dando origem a ou- trutura básica de atualizações em ordem cro-
tros tipos de ferramentas derivadas do con- nológica inversa e publicação de microcon-
ceito de blog. Assim, com base no formato teúdo é mantida. Essas ferramentas se ba-
predominante do conteúdo produzido por es- seiam na idéia básica de diário de navegação
sas ferramentas, os blogs podem ser chama- (logs), e também podem ser adaptadas para
15
os mais diversos usos; entretanto, apresen-
TRÄSEL, Marcelo. Os blogs já eram. Marte-
lada. 12 Nov 2007. <http://www.insanus.org/marte tam características peculiares, baseadas em
lada/archives/023199.html>. Acesso em 13 Mar seus formatos, as quais justificam a utiliza-
2008. ção de um termo diverso para designá-las.
16
Pequenos aplicativos fornecidos por outros web- Walker (2003) considera essas variações
sites que, ao serem incorporados ao blog, exibem al-
– videolog, fotolog, moblog - como gêne-
gum tipo de informação externa, como um calendá-
rio de eventos, ou a relação das músicas preferidas do 17
Klog vem de knowledge-logs, ou blogs baseados
blogueiro. em conhecimento (knowledge, em inglês).

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Dos blogs aos microblogs 7

ros autônomos de blogs. Bruns (2005), por em que seguem algumas características dos
sua vez, alerta para o fato de que não se deve blogs, mas de forma simplificada.
confundir as variações no tipo de ferramenta Em uma definição sucinta, uma ferra-
com o conteúdo: menta de microblogging seria uma mistura
de blog com rede social e mensagens instan-
Foto, áudio, e videoblogging, assim como tâneas (Orihuela, 2007). Já microblogging é
o moblogging, são meramente variações no a ação de postar pequenos textos em um blog
tema do blog que utilizam diferentes tecnolo- pessoal, em especial a partir de comunica-
gias, mas elas próprias não necessariamente dores instantâneos ou de um celular (McFe-
levam a gêneros de conteúdo diferentes dos
dries, 2007). Um microblog parte da idéia
blogs – há a mesma chance para um mo-
de um blog (atualizações em ordem crono-
blog de assumir a forma de um diário pessoal
como de ser usado para comentários aprofun-
lógica inversa, possibilidade de comentários
dados sobre notícias (Bruns, 2005, p. 174)18 . e trackbacks, blogroll), mas apresenta como
singularidade o fato de que é adaptado para
Desse modo, apesar das diferenças no for- postagens de tamanho reduzido. A idéia é
mato do conteúdo propiciada pelas diferen- que haja uma maior facilidade de integração
tes ferramentas, assim como nos blogs tradi- com outras ferramentas digitais, como celu-
cionais, os usos podem ser os mais variados. lar e outros dispositivos móveis. Dada a bre-
É nesse contexto que aparecem os mi- vidade das atualizações, os microblogs têm
croblogs, um formato simplificado de blog sido considerados “a mais recente e popular
adaptado para atualizações curtas, o que per- manifestação da ‘cultura snack’ que privile-
mite sua utilização nos mais variados supor- gia a brevidade dos textos, a mobilidade dos
tes, inclusive a partir de dispositivos móveis usuários e as redes virtuais como entorno so-
(como celulares e PDAs). cial emergente” (Orihuela, 2007, online)19 .
E nesse contexto de publicação rápida, mui-
tas vezes os microblogs acabam sendo mais
6 Microblogs ágeis que os próprios blogs na cobertura de
Nos últimos três anos, passaram a surgir fer- acontecimentos. Para compreender o fenô-
ramentas de blogs mais simplificadas, vol- meno, cabe traçar um breve panorama histó-
tadas para postagens com limitações de ta- rico das ferramentas e do formato dos micro-
manho, e muitas vezes associadas à idéia de blogs.
mobilidade. Essas ferramentas passaram a 19
No original: “la más reciente y popular manifes-
ser designadas como microblogs, na medida tación de la ‘cultura snack’ que privilegia la brevedad
18
de los textos, la movilidad de los usuarios y las redes
No original: “Photo-, audio-, and videoblogging virtuales como entorno social emergente” (Orihuela,
as well as moblogging are merely variatons on the 2007, online).
blogging theme which utilize different technologies,
but do not in themselves necessarily lead to different
blogging content genres – it is just as likely for a mo-
blog to take the form of a personal diary as it is to be
used for in-depth news commentary” (Bruns, 2005, p.
174).

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8 Gabriela da Silva Zago

7 Aspectos históricos dos Allied. A postagem, intitulada “Microblog-


microblogs ging”22 , trazia a seguinte definição para a
palavra:
Conforme a definição apresentada pelo Word
Spy20 , o termo “microblogging” teria sido Os blogs que eu gosto de ler são pessoais, re-
usado pela primeira vez para se referir a pos- tratos individuais do coração humano, blogs
tagens curtas em 17 de julho de 2002, por sobre vidas e perdas, realizações, aspirações,
Natalie Solent, em seu blog homônimo. O temores; blogueiros que abrem seus armá-
post trazia a seguinte mensagem: rios, esqueletos e tudo o mais23 .

Apenas micro-blogging hoje. É dia de es- Esse sentido se afasta um pouco da no-
porte. Oh, posso marcar um encontro com ção atual de microblogging, embora se apro-
todos vocês mais ou menos nesta época do xime, por exemplo, do uso inicial proposto
ano em 2012? Até lá meus descendentes es- pelo Twitter (baseado na resposta à pergunta
tarão, eu acredito, todos crescidos, cheios de “O que você está fazendo?”).
atividades e equipados com níveis estratofé- As primeiras ferramentas específicas para
ricos de auto-estima. Eu me sentirei então microblogging só foram aparecer no começo
livre para contar algumas histórias muito en- de 200624 . Desde 2006, foram criadas cen-
graçadas sobre a corrida com o ovo e a colher tenas de ferramentas de microblogs, a maior
lá de 200221 . parte delas surgidas a partir da inclusão de
novas funcionalidades ao que já oferecia o
A idéia geral é a de se fazer um post curto,
Twitter, uma das ferramentas pioneiras e atu-
não muito aprofundado, o que de certa forma
almente a mais popular em escala global25 .
vai ao encontro do que alguns anos depois
Outros serviços surgiram a partir de deriva-
iriam permitir, de uma forma mais automati-
ções regionais, baseadas em localização ge-
zada, as ferramentas de microblogging como
ográfica.
o Jaiku e o Twitter, que foram criadas, res-
22
pectivamente, em fevereiro e março de 2006. Jeneane Sessum, "Microblogging"Allied,
Ainda de acordo com o Word Spy, o termo <http://allied.blogspot.com/2002/04/microblogging.
html>, 12 Abr 2002.
microblogging já teria sido usado um pouco 23
No original: “The blogs I like to read are the per-
antes, em abril de 2002, mas com outro sen- sonal, those individual portraits of the human heart,
tido (escrever sobre assuntos pessoais, in- blogs about lives and losses, realizations, aspirations,
dependente do tamanho do texto), no blog fears; bloggers who open their closets, skeletons and
all”.
20 24
Word Spy: Microblogging. <http://www.word Entretanto, se se considerar os tumblelogs
spy.com/words/microblogging.asp>. 7 Jun 2007. como espécies de microblogs, a primeira ferra-
21
No original: “Only micro-blogging today. It’s menta de microblogging passa a ser o Tumblr
Sports Day. Oh, can I make a date with you all for (http://www.tumblr.com), criada ainda em 2005.
about this time in the year 2012? By that time my 25
Embora o Twitter não revele o total de usuá-
offspring will be, I trust, all grown up, loaded with rios cadastrados no sistema (Mischaud, 2007), a fer-
achievements and equipped with stratospheric levels ramenta TwitDir (http://twitdir.com/) apresenta uma
of self-esteem. I will then feel free to tell some very estimativa diária, com base no total de usuários que
funny stories about the egg and spoon race back in mantêm suas atualizações públicas. Em 30 de março
2002”. de 2008, esse total estava em 953.239 usuários.

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Dos blogs aos microblogs 9

Para o surgimento das ferramentas de mi- “O que você está fazendo?”. Fundado em
croblogs, percebe-se o mesmo caminho para março de 2006 pela Obvious, em São Fran-
o aparecimento dos blogs – primeiro, ha- cisco, EUA, o site foi lançado ao público em
via uma prática tradicionalmente estabele- 13 de julho de 200627 - mas só começou a se
cida. Depois, passaram a ser criadas fer- popularizar a partir de março de 2007 (Spyer,
ramentas capazes de automatizar esse pro- 2007; Mischaud, 2007). As atualizações fi-
cesso. As mesmas peculiaridades da defini- cam no perfil do usuário, e também são en-
ção em função do formato e da ferramenta viadas a outros usuários que acompanham as
também aparecem por aqui. Microblogs en- atualizações desse usuário. As atualizações
quanto formatos englobariam também atu- podem ser conferidas pelo site, por RSS, por
alizações curtas em ordem cronológica in- SMS ou por algum aplicativo derivado. Para
versa feitas a partir de outros dispositivos o envio e recebimento de mensagens pelo ce-
que não necessariamente ferramentas de mi- lular, há números de telefone oficiais nos se-
croblogs – como nas mudanças de status em guintes países: Estados Unidos, Canadá, Ín-
redes sociais, ou nas pequenas porções de dia, além de um número internacional para o
conteúdo adicionadas às barras laterais (si- Reino Unido.
debar) em blogs. Já os microblogs enquanto O Jaiku é um serviço de microblogging
ferramenta ficariam restritos às atualizações fundado em fevereiro de 2006 por Jyri En-
efetuadas a partir de sites especificamente geström e Petteri Koponen, em Helsinki, na
criados para microblogging, ainda que o con- Finlândia, e lançado em julho de 2006. Em
teúdo possa ser depois republicado em ou- 9 de outubro de 2007, a ferramenta foi ad-
tros espaços (e inclusive nas próprias barras quirida pelo Google, e desde então passou
laterais dos blogs, por exemplo). a ter seu acesso restrito a usuários convida-
Para melhor compreender as característi- dos. As atualizações podem ser feitas por
cas do formato, faz-se necessário conhecer IM, SMS, pela web ou pelo celular. Uma
um pouco das características das ferramen- das principais diferenças em relação ao Twit-
tas de microblogging. ter é a presença do Stream, uma espécie de
feed no qual os usuários podem compartilhar
suas atividades online de outros sites, como
8 Ferramentas de microblogs
Flickr, Last.fm, blogs, e, inclusive, do pró-
O Twitter é uma ferramenta de microblog- prio Twitter. O Jaiku possui ainda uma ver-
ging que permite o envio de atualizações são móvel, compatível com celulares Nokia
(também chamadas de “tweets”) de até 140 S6028 , que permite atualizar e ler atualiza-
caracteres, por short message service (SMS), ções do Jaiku, além de permitir compartilhar
instant messenger (IM), pela web, por Inter- 27
Twitter, About Us.
net móvel (Java et al., 2007), ou por aplicati- <http://twitter.com/help/aboutus>.
vos diversos construídos por usuários a partir 28
Uma lista de modelos de celula-
da API do sistema (como é o caso do Twitter- res compatíveis pode ser conferida em
rific26 ), em resposta à pergunta-título do site <http://jaiku.com/mobile/s60/models>

26
<http://twitterrific.com>

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10 Gabriela da Silva Zago

informações sobre disponibilidade e locali- delo (template) para blog que transforma o
zação entre os contatos, a partir do celular29 . blog em um microblog. Também é freqüente
Além dos serviços de microblogs que a associação dos microblogs com as ferra-
apresentam diferenciais em relação ao Twit- mentas de Lifestream, ou seja, ferramen-
ter, o Twitter também inspirou a criação de tas que trazem pequenas atualizações infor-
inúmeras derivações regionais, ferramentas mando sobre as atividades de um indivíduo
de microblogs voltadas a públicos geografi- em diferentes sites da web (como no caso da
camente circunscritos. Este é o caso de ferra- ferramenta Stream do Jaiku).
mentas como o frazr (um microblog com ver- Apesar das diferenças entre as ferramen-
sões em alemão e francês), o Gozub30 (ser- tas, assim como nos blogs, alguns elemen-
viço brasileiro de microblogging), entre ou- tos comuns podem servir de parâmetros para
tros. identificar os blogs.
Além disso, alguns sites de redes sociais,
com o Facebook e o MySpace (bastante po-
9 Características dos microblogs
pulares, respectivamente, na Europa e nos
Estados Unidos), trazem o recurso de mi- Microblogs são, como foi visto, blogs com
croblog incorporado na ferramenta de “sta- algum tipo de limitação (em especial em ter-
tus update”31 . Dispositivos similares tam- mos de quantidade de caracteres permitida
bém podem ser encontrados em redes soci- por atualização), para tornar mais rápida a
ais como Bebo, Plaxo Pulse e Xanga Pulse32 . publicação, inclusive a partir de dispositi-
Outras derivações do conceito também apa- vos móveis. Cada ferramenta tem suas es-
recem em ferramentas de blogs. No Word- pecificidades, mas em geral as mesmas fun-
press, por exemplo, há o Prologue33 , um mo- cionalidades de um blog são apresentadas,
29 mas de forma simplificada. Como exem-
Fact Sheet. Jaiku.com. Maio 2007.
<http://jaiku.com/press/wp-content/uploads/2007/05/ plo, enquanto a conversação em blogs ocorre
factsheet_jaiku.pdf>. predominantemente através dos comentários
30
Respectivamente, http://www.frazr.com e (Primo e Smaniotto, 2006), nos microblogs,
http://www.gozub.com.br ela pode acontecer nas próprias mensagens
31
De acordo com a definição de
micro-blogging da Wikipedia em inglês
trocadas entre os usuários. Disso decorre a
(http://en.wikipedia.org/wiki/micro-blogging), as associação que se costuma fazer entre mi-
constantes atualizações de “status” dos usuários croblogs e serviços de mensagem instantâ-
dessas redes sociais também seriam consideradas nea, como MSN Messenger e Google Talk.
microblogging. Inclusive, no Facebook, a pergunta O Twitter e o Jaiku, por exemplo, podem in-
a que os usuários precisam responder para alterar
o status (“What are you doing now?”) é bastante
clusive ser configurados para que as atuali-
similar à pergunta-título do Twitter (“What are you zações sejam recebidas e enviadas a partir
doing?”). do software Google Talk. Mas, diferente-
32
Respectivamente, <http://www.facebook.com>, mente do que ocorre nos instant messengers,
<http://www.myspace.com>, no Twitter, a comunicação é assíncrona, “ou
<http://www.bebo.com>,
<http://pulse.plaxo.com/pulse> e <http://wordpress.com/blog/2008/01/28/introducing-
<http://pulse.xanga.com/> prologue/>.
33
WordPress Blog, Introducing Prologue,

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Dos blogs aos microblogs 11

seja, ele não serve para as pessoas baterem rem se constituindo como formatos autôno-
papo e, sim, para acompanharem umas às mos e identificáveis.
outras à distância” (Spyer, 2007, p.197). Além de perceber similitudes no desenvol-
Outros recursos simplificados dos micro- vimento histórico dos formatos blog e micro-
blogs que também podem ser observados nos blog, o trabalho também identificou as seme-
blogs é a lista de pessoas que se acompanha lhanças nas características de ambos os for-
a atualização (assim como os blogrolls, ou a matos, o que pode servir de indícios de que a
lista de blogs que o blogueiro também lê), a apropriação social e os usos dos microblogs
possibilidade de comentários a cada atualiza- poderão seguir os mesmos caminhos. Assim
ção no Jaiku, e o fato de que as pessoas são como as primeiras ferramentas de blogs tive-
notificadas quando recebem uma resposta a ram seu uso associado à idéia de diários vir-
alguma atualização (em uma versão simpli- tuais, a proposta de uso da ferramenta de mi-
ficada do trackback dos blogs) no Twitter. croblog Twitter também segue por esse ca-
E, em especial no caso do Twitter, Mis- minho. Entretanto, enquanto mera proporci-
chaud (2007) constatou que a maior parte onadora de um formato, a ferramenta é inca-
das atualizações dos usuários, de fato, não paz de determinar os usos que o sistema irá
responde à pergunta proposta pelo site (“O receber, o que abre caminho para pesquisas
que você está fazendo?”), demonstrando a futuras na área.
apropriação social da ferramenta para outros
usos diversos da proposta inicial do site, em
11 Referencias bibliográficas
um caminho parecido com a relação entre
blogs como diários virtuais, na época do sur- BLOOD, Rebecca. Weblogs: A His-
gimento das primeiras ferramentas, e poste- tory and Perspective. Rebecca’s Poc-
rior utilização do formato blog para outros ket. 7 Set 2000. Disponível em
fins, à medida que o uso da ferramenta foi <http://www.rebeccablood.net/essays/
se popularizando, o que permitiu novas apro- weblogs_history.html>. Acesso em
priações, e ainda abre espaço para que novos 23/03/2008.
usos surjam à medida que a base de usuários
aumente. BLOOD, Rebecca. Weblogs and Journa-
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10 Considerações finais
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Ao se percorrer o caminho dos blogs até se Peter Lang, 2005.
chegar aos microblogs, pode-se perceber al-
guns pontos de contato entre a trajetória de HERRING, Susan; KOUPER, Inna; PAO-
ambos os formatos. Além disso, boa parte LILLO, John; SCHEIDT, Lois Ann;
das características dos blogs estão presen- TYWORTH, Michael; WELSCH, Pe-
tes também nos microblogs, mas em versão ter; WRIGHT, Elijah; YU, Ning. Con-
simplificada, o que nos permite considerar versations in the Blogosphere: An
os microblogs como uma versão simplificada Analysis “From the Bottom Up”. Pro-
dos blogs, apesar de, aos poucos, eles esta- ceedings of the 38th Annual Hawaii In-

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12 Gabriela da Silva Zago

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