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Quanto ao Estado sem nação frisa-se que o Estado possui três elementos
constitutivos, sendo que a falta de qualquer elemento descaracteriza a formação do
Estado. Para o reconhecimento do Estado perfeito se faz necessário a presença do
povo, território e soberania.
Contudo é possível identificarmos grupos étnicos que estão inseridos no
contexto de um Estado-nação, mas que, diante de suas distinções étnicas,
posicionam-se de forma bastante diferente dos demais grupos regidos pelo mesmo
Estado. Alguns dos exemplos mais claros são o País de Gales e a Escócia, que são
reconhecidos na Grã-Bretanha como entidades minimamente independentes por
possuírem aspectos culturais e históricos divergentes do restante do Reino Unido.
Já quanto nação sem Estado partindo do conceito de nação temos que a partir
do conceito de nação em termos gerais, é entendido como “um grupo de pessoas
unidas por laços naturais e portanto eternos (...) e que, por causa destes laços, se
torna a base necessária para a organização do poder sob a forma do Estado
nacional.”*, ou, ainda, como uma “representação de uma 'pessoa coletiva', de um
'organismo' vivendo vida própria, diferente da vida dos indivíduos que o compõem. A
amplitude destas "pessoas coletivas" coincidiria com a de grupos que teriam em
comum determinadas características, tais como a língua, os costumes, a religião, o
território, etc...”.
A exemplo disso temos os seguintes povos que não tem um Estado constituído
ou deteriorado por conflitos a seguem ao logo do tempo, são eles:
Curdos:
Essa é maior nação sem Estado do mundo. A população de origem curda soma mais
de 26 milhões de pessoas, que estão distribuídas nos territórios da Armênia,
Azerbaijão, Irã, Iraque, Síria e Turquia, que abriga mais de 14 milhões. Os curdos
reivindicam a criação de um Estado próprio (entre o norte do Iraque, oeste da Turquia
e noroeste do Irã), denominado Curdistão.
Palestinos:
Os Palestinos ocupam uma área do Oriente Médio. Essa nação, formada por mais de
7 milhões de pessoas, reivindica a criação do Estado Palestino, além da
reincorporação de terras ocupadas por Israel. Os constantes conflitos envolvendo
árabes e israelenses provocaram grandes fluxos migratórios de palestinos para o
Líbano, Síria, Egito e Jordânia, fato que enfraqueceu a luta pela formação do Estado
Palestino. No entanto, a OLP (Organização para Libertação da Palestina) continua
lutando pela autonomia política e territorial dessa grande nação.
Tibetanos:
Formada por aproximadamente 6 milhões de pessoas, a nação tibetana, de tradição
budista, solicita a criação de um Estado próprio em uma região dominada pelos
chineses. A China oprime de forma violenta os movimentos separatistas no Tibete,
além de estimular a emigração de chineses para essa região com o intuito de
enfraquecer a cultura local.
Bascos:
Com mais de 2,3 milhões de pessoas, a nação basca está presente na porção norte
da Espanha e no sul da França. Esse grupo ocupa essa região há mais de seis mil
anos, possuindo língua e cultura própria. O grupo ETA (Pátria Basca e Liberdade)
realizou vários atentados terroristas como forma de pressão ao governo espanhol para
reconhecer a autonomia do País Basco.
Chechenos:
Majoritariamente mulçumanos, o 1,2 milhão de chechenos vivem nas montanhas do
Cáucaso, que é território da Federação Russa. Com a desintegração da União das
Republicas Socialistas Soviéticas, a Chechênia declarou independência em 1991,
entretanto, não foi reconhecida pelos russos, que oprimiram a população local de
forma violenta, realizando massacres, estupros e torturas.
Caxemires:
Habitada por 5 milhões de pessoas (4 milhões de muçulmanos e 1 milhão de
hinduístas), essa região é dominada pela Índia, Paquistão e China. A maioria dos
habitantes (muçulmanos) solicita que o território seja anexado ao Paquistão, no
entanto, os hinduístas são totalmente contrários a tal fato.
Referências: