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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Princípios do Processo Civil III


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PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL III

1. Tramitação Prioritária
A tramitação prioritária serve para garantir a isonomia do processo e é regida
pelos seguintes dispositivos jurídicos:

Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os proce-


dimentos judiciais:
I – Em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer
das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
II – Regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. (Estatuto da Criança e do
Adolescente)
§1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condi-
ção, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que
determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas.
§2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o
regime de tramitação prioritária.
§3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, esten-
dendo-se em favor do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável.
§4º A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional e
deverá ser imediatamente concedida diante da prova da condição de beneficiário.
Art. 8º. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publi-
cidade e a eficiência.

Atenção!

• Há alguns preceitos da Administração Pública que devem ser aplicados


também ao Magistrado.
• Esse artigo 8º é uma inspiração extraída do artigo 37 da Constituição Fede-
ral de 1988.
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• Um exemplo de aplicação deste dispositivo é humanização do procedi-


mento de interdição
• Eficiência Processual: aplica-se ao juiz, enquanto administrador de um
processo, obter o máximo de finalidade com o mínimo de recursos e da
melhor forma possível (mais completa). É o novo formato do velho princípio
da economia processual. Esse princípio serve para interpretar as leis pro-
cessuais. Exemplo: possibilidade de o juiz fazer adequações atípicas no
processo (ajustes sem autorização legal). Hipótese: juiz reunir processos,
ainda que não conexos, que necessitam de uma mesma prova pericial.
• Eficiência: relativa à gestão e à administração de recursos humanos e
financeiros.
• Efetividade: é a busca pelo resultado.

Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previa-
mente ouvida.

Atenção!

• Esse artigo 9º reflete a clássica aplicação do princípio do contraditório.


• O dispositivo em questão admite improcedência liminar (art. 332).

Parágrafo Único. O disposto no caput não se aplica:


I – À tutela provisória de urgência;

Atenção!

Essa tutela é a antiga tutela antecipada.

II – Às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;


III – À decisão prevista no art. 701.
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Atenção!

• O artigo 701 trata da ação monitória.


• Esse rol não é exaustivo. Exemplos: liminar possessória, liminar em man-
dado de segurança, despejo.
• Todas as liminares são decisões provisórias que podem ser revogadas e,
embora seja possível a sua concessão sem a oitiva do réu (liminar inaudita
altera pars), o réu deve ser ouvido em outros momentos do processo. Há o
princípio do contraditório nas liminares, porém ele é postergado.
• Existe o princípio do contraditório no seu sentido mais restritivo (possibili-
dade de ser chamado para o processo) e no seu sentido mais amplo (pos-
sibilidade de argumentar para contribuir no convencimento do julgado).

Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em funda-
mento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifes-
tar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Atenção!

O artigo 10 trata do dever de consulta (uma vez violado, implica a violação


do próprio princípio do contraditório, sendo cabível recurso para invalidar a
decisão).

Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Atenção!

O artigo 11 transparece o princípio da publicidade.


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Parágrafo Único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presen-
ça somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministé-
rio Público.

Atenção!

• Nos casos de segredo de justiça, os nomes das partes aparecem abrevia-


dos.
• Além das partes, terceiros também podem obter certidões de casos de
segredo de justiça.

Alguns outros dispositivos jurídicos relativos ao dever de consulta:

Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consi-
deração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo Único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre
ele antes de decidir.
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão re-
corrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que
devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se
manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediata-
mente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou enca-
minhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida,
solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com
submissão integral da nova questão aos julgadores.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I – As decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitu-
cionalidade;
II – Os enunciados de súmula vinculante;
III – Os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
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demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repe-


titivos;
IV – Os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria consti-
tucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – A orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, §1º quan-
do decidirem com fundamento neste artigo.
A regra de respeito à ordem cronológica de conclusão está prevista no artigo 12
da Lei 13.256 de 2016 e prestigia o princípio da igualdade e a duração razoável do
processo. Somente se aplica à sentença/acórdão (decisões finais).

Atenção!

A Lei 13.256 foi criada para alterar o novo CPC.

Lei 13.256/2016
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica
de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
Alguns outros artigos antigos relacionados ao artigo 12:
Art. 153. O escrivão ou chefe de secretaria deverá obedecer à ordem cronológica
de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais.
§1o A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanen-
te, para consulta pública.
§2o Estão excluídos da regra do caput:
I – Os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser
efetivado;
II – As preferências legais.
§3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de rece-
bimento entre os atos urgentes e as preferências legais.
§4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos
próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a se-
rem prestadas no prazo de 2 (dois) dias.
§5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a
instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor.
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E o descumprimento da ordem cronológica pelo juiz? Inicialmente, não


se justifica a invalidação da decisão, mas consequências disciplinares para o
juiz, perante o CNJ e/ou sua corregedoria. Ademais, pode ser indício de suspei-
ção do juiz.

Artigo 1046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde
logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro
de 1973.
(...)
§5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará
a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor
deste Código.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pela professora Raquel Bueno.
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